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A marca de uma

lágrima
O autor

O livro é uma obra de Pedro Bandeira, o autor


responsável pela minha paixão por livros nacionais. É
comum encontrarmos leitores com um alto teor de
preconceito em relação à autores brasileiros,
principalmente por causa das obras clássicas, onde os
alunos passam por leituras obrigatórias de obras em
que não entendem a profundidade implícita pelo autor.
Já vi muitas pessoas julgarem uma obra por ela ser
nacional (culpada); mas Pedro Bandeira é uma
exemplo de como somos equivocados e perdemos a
oportunidade de uma leitura deliciosa por causa dos
nossos preconceitos.
A obra
Título: A marca de uma lágrima
Autor: Pedro Bandeira
Editora: Moderna

Com o amor no coração... e com a morte na alma.


Isabel se acha feia. Será mesmo? Feia ou não, ela é
uma garota genial e acaba escrevendo lindos versos
para ajudar o namoro de Rosana, sua melhor amiga,
com Cristiano, seu grande amor.
A morte da diretora da escola - terá sido mesmo
suicídio?- vem alterar sua vida e precipitar os
acontecimentos. Isabel foi testemunha de uma cena
muito suspeita e se sente ameaçada. A ideia da morte
começa a tomar conta de seu cérebro, enquanto seu
coração se despedaça pelo amor de Cristiano...

É com essas palavras que tudo começa. A leitura da


sinopse da obra desperta o interesse em saber toda a
sua narrativa.
O que quer dizer, "com o amor no coração e a morte na
alma?", isso é literal? Como ela é capaz de abrir mão
do seu amor por causa da sua amiga? E essa morte?
Em que sentido ela poderia se sentir ameaçada? E essa
ideia de morte que começa a tomar conta de seu
cérebro?
Essas perguntas me surgiram após a primeira leitura
da sinopse, e foi o suficiente para que eu inciasse a
leitura e dela não me cansasse, e voltasse para
releituras inúmeras vezes.

A obra é dividida em 3 partes: I. Paixão que nasce; II.


Paixão que mata; III. Paixão que ressuscita.
Cada parte tem seus capítulos, e seus títulos dão
indicações do que se esperar em seu texto.
A personagem Isabel tem 14 anos, sente-se feia e
gorda e seu maior inimigo é o espelho. Embora sua
autoestima esteja no chão onde ela pisa, ela é menina
muito inteligente e esperta, possui vários amigos, e
nenhum deles sabe da sua constante guerra com o
espelho. Ela é espirituosa e é conhecida por suas
respostas rápidas que é capaz
de colocar qualquer engraçadinho em seu lugar. Adora
escrever e sua melhor desempenho na escola é quando
tem que produzir textos, ninguém podia disputar com
ela na hora de escrever, mas seu maior talento, torna-
se o maior tormento.
Era o aniversário de seu primo, e sua tia fazia questão
que ela fosse, fazia tempo que ela não via seu primo
Cristiano, então não queria ir a festa, não sabia ela que
naquela festa iria começar a mudança na sua vida.
Isabel leva sua melhor amiga, Rosana, para a festa, e
ali, Isabel se apaixona pelo seu primo que estava
crescido e muito bonito, porém, Cristiano só tinha olhos
para Rosana.
Como Isabel é famosa por escrever bem, o inesperado
acontece quando tanto o Cristiano pede que ela
escreva versos para Rosana, assim como Rosana
também pede que ela escreva versos para Cristiano, e
é através das palavras de Isabel que todo o romance
de Cristiano e Rosana cria formas. Ela não tem
dificuldades em escrever, pois, como Rosana, ela fala
de todo o amor que sente pelo primo, e como Cristiano,
escreve o que gostaria
de ouvir de Cristiano. E assim ela intermeia a relação
entre o casal.
Em um momento de fraqueza e choro no laboratório de
ciências, ela percebe alguém mexendo nos frascos, e
isso vai coloca-la no meio da investigação de
assassinato/suicídio da diretora do colégio, mas esse
episódio também a faz com que ela se aproxime de
Fernando, um rapaz que conheceu no dia da festa de
Cristiano, e desde então sempre está por perto. Essa
conturbação de acontecimentos, de amor não
correspondido e a morte da professora a leva a
produzir textos e mais textos, cada vez mais
profundos.
"A marca dessa lágrima testemunha que eu o amei
perdidamente. Em suas mãos depositei a minha vida e me
entreguei completamente. Assinei com minhas lágrimas
cada verso que lhe dei, como se fossem confetes de um
carnaval que eu não brinquei. Mas a cabeça apaixonada
delirou foi farsante, vigarista, mascarada, foi amante,
entregando-lhe outra amada, foi covarde que amando
nunca amou! "
Esse fragmento é ápice da narrativa. A personagem
está em seu momento mais profundo de produção,
está entre a indecisão, o sofrimento, o medo e o desejo
de morte.
A obra é realmente ótima, embora pareça conturbada,
é uma narrativa leve e de fácil leitura. Ao longo da
narrativa vemos as poesias escritas por Isabel, e isso
nos coloca bem a par dos sentimentos da personagem.
Finalizando, só a leitura do livro vai dar a resposta a
todas essas perguntas e nos fazer entender os
sentimentos dos personagens!!!!
Recomendo!!!!!

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