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Ana e Pedro - Cartas

“Oi, Pedro,
vou te avisando: você não me conhece.”

Após voltar de uma viagem, Ana decide mandar uma carta para Pedro, um
amigo de Malu, sua prima.

“Ana, P.S. Meu código


Nunca te vi, mas Postal é 31540. Sua
acho que te amarei carta custou a
chegar…”
Pedro,
evidentemente

Pedro então, decide mandar um cartão postal para Ana, assim se começa a relação
cheio de sentimentos, emoções e ideias dos dois.

Ana é escritora, gosta de ler e de ir ao cinema, adora papelaria e lápis,


principalmente lápis, mora em São Paulo. Pedro ama futebol, seu time do coração é
o Atlético Mineiro ou como os torcedores falam, o Galo, e também gosta de poemas,
mora em Minas Gerais.
Ana ensina coisas para Pedro, e Pedro ensina coisas para Ana, como por
exemplo; futebol, como se amar um time ou quando irá amar futebol, canetas;
caneta tinteiro ou coleção de canetas; curiosidades, locais de Minas Gerais ou até
mesmo como ser um mineiro. Dentre essas coisas, ainda há assuntos mais
profundos, como a morte, como ela é inevitável e como devemos agir sobre ela e o
tempo, como devemos dar tempo para tudo e porque deveríamos nós apressarmos
para o futuro.
De maneira tão natural, Ana e Pedro se apaixonam um pelo o outro, ao ponto
de antes mesmo de dizer que se amam, já é perceptível dizer isso pelas suas
cartas, querendo assim cada vez mais se verem e a cada página que se avança, há
ainda mais essa angústia, pelo toque, pela ternura… pelo amor, um do outro, de
Pedro de Ana e de Ana de Pedro.
Biografia da autora e do autor
Vivina de Assis Viana:

Nasceu em 4 de junho de 1940 (idade 82 anos), em Minas Gerais, desde


1960 ela reside em São Paulo, é formada em letras pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). Estreou com uma participação em uma antologia de contos
adultos em 1973, mas é conhecida pelos seu livros infanto-juvenil, sendo seu
primeiro deste tipo lançado em 1977, com o título de: O dia de ver meu pai, possui
outras obras também conhecidas além de Ana e Pedro, o mais recente Nós 4 e O
mundo é pra ser voado, chegando a ganhar o prêmio Jabuti em 1989 como melhor
livro infantil.

Ronald Claver:

Nasceu em 7 de setembro de 1946 (idade 76 anos), também em Minas


Gerais. É professor e escritor brasileiro. Lecionou no Colégio Técnico da UFMG até
a sua aposentadoria. Estreou com o livro Matemágica de 1972, e fez depois
diversas obras, além de Ana e Pedro, como A última sessão de cinema, que ganhou
como prêmio Nestlé e Senhora do Mundo, que também ganhou um prêmio de
Cidade Belo Horizonte.
Considerações
Além de ser uma leitura curta, o livro proporciona personagens extremamente
cativantes e interessantes por causa de seus próprios gostos e por causa de sua
sinceridade. Fiquei me perguntando como que um livro sobre cartas entre um
menino e uma menina, fosse ser tão bom e tão cheio de sentimentos, em um
espaço tão curto, acho que esse fator deve-se pôr a Ana e o Pedro serem
personagens bastante reais, é impressionante que esse realismo seja feito com
tanta sutileza, tanta naturalidade, é como se eu mesmo, estivesse encontrando uma
caixa que contém papéis antigos, que por acaso possui cartas de duas pessoas,
nesse caso duas pessoas que acabaram se amando. Uma coisa que gostei
também, é que antes mesmo de Pedro ou Ana dizer que se amam, eu já sabia
disso, já dava para perceber isso, não é dito, não é deixado claro se só são amigos
ou se já são apaixonados um pelo o outro, é óbvio, mas não com palavras claras,
pelo menos não até certa parte do livro, mas com a construção das frases, como
eles se importam um com o outro, a ternura entre eles.

Ensinamento sobre o texto


Não sou uma pessoa muito confiante e sincera comigo mesmo, esse livro,
em minha visão, mexe com essas duas coisas, principalmente a segunda, ser
confiante o suficiente para até mesmo aceitar os seus gostos e conseguir falar para
as outras pessoas, ser sincero o suficiente para ver o lado mais interessante de uma
pessoa, também me fez ver que, pelo menos algumas pessoas, são extremamente
interessantes, me fez perceber que algumas pessoas que eu não interajo bem, é
porque não há nada de errado comigo ou com ela, apenas não somos bons de
conversa.
Esse livro também veio em um momento muito importante para mim, estou
em uma relação a algum tempo, sinto que não tenho sido a pessoa mais sincera e
confiante o suficiente, para simplesmente falar sobre mim, a pessoa que gosto
querendo saber sobre mim, e eu não sabendo como falar ou algo do tipo, esse livro,
como eu já falei em uma outra resenha pequena sobre ele, me fez escrever uma
carta, mais sincera que pude escrever para exatamente essa pessoa que eu amo,
acho que me fez ser mais eu, com isso me fez cometer acertos e infelizmente erros
que me arrependo muito, mas erros são oportunidades de melhorarmos e estou
disposto para isso.
Recomendaria?
Recomendaria muito, o principal motivo é que dá para ler o livro em uma
tarde, em uma noite, em qualquer horário disponível, se quiser apreciá-lo devagar,
não irá passar nem 5 dias lendo, chutando alto. Falando novamente, os
personagens são interessantes e carismáticos, além de que se você for artista ou
escritor, o texto é uma ótima inspiração.

Comentários
Ana, apesar de aparentar ser um pouco rebelde, é bastante doce e bem
humorada, para mim, é uma personagem fora do comum já vista, mas ainda
continua sendo bastante gostável. Pedro, positivo e sábio, apesar de sua idade, é
bastante engraçado e faz ótima dupla com a Ana, sendo ele o que faz a piada e a
Ana a que ri.

Trecho
“Ana, nunca te vi, mas acho que te amarei”, essa frase para mim é a mais
forte, toda a jornada que eles percorreram, todas as cartas, juntos, o amor deles
aumentando a cada carta, o descobrimento que cada um tinha com o outro, cada
ensinamento, cada segundo deles contando de um ver o outro, te finalmente se
amarem.

Imagem
Procurando imagens que se relacionassem com o livro, achei uma e junto
dela, uma notícia muito interessante do G1 e que possui uma enorme coincidência
com este trabalho.

(não colocar nesse tamanho)


“Mais de 30 cartas de amor dos anos 40 são achadas por família dentro de casa
que será demolida: “Instigante””
Diz a manchete da notícia. Sérgio Guariglia e suas duas filhas acharam
documentos, fotos, envelopes e cartas, que foram escritas por Adroaldo Itagyba.
“... Adroaldo era apaixonado por Dirce e sempre mandava cartas. Ele declarava
amor, saudade, ciúme e contava sobre a rotina”. Não irei contar toda a história aqui,
acho mais interessante ter pelo menos um gostinho de descobertas que essa notícia
pode proporcionar, a manchete está aí e a leitura não é nada complexa.
Imagino que Dirce e Adroaldo, eram como Ana e Pedro, claro que com
idades diferentes em épocas também diferentes, mas o amor, a forma que
escreviam, o poder de uma carta sincera e cheia de amor. Fico feliz que esse livro
possa ainda estar me dando tanta emoção.
Apenas uma curiosidade, mas achei essa imagem e notícia um dia depois de
ter feito as Considerações, onde falo que “é como se eu estivesse encontrando uma
caixa onde contém cartas de duas pessoas que se amam”, foi realmente uma
coincidência para mim.

Música
Só sei dançar com você, é a música que escolho para ser relacionada com
esse livro, a construção dela e desenvolvimento, com relação que o vocal feminino
começa e um pouco depois o vocal masculino mostra-se, como Ana mandou a
primeira carta para Pedro e depois ele respondeu para ela, para até que os dois
vocais cantam juntos, como mais para frente no livro, onde eles se entendem cada
vez mais.
“Você me chamou pra dançar aquele dia”, mais uma vez, o chamado de Ana
com a primeira carta de Pedro.
“Você sacou a minha esquizofrenia, e maneirou na condução, toda vez que
eu errava cê dizia, pra eu me soltar porque você me conduzia”, a partir que Ana e
Pedro se entendem, eles passam a ensinar lições um para o outro, quando eles
passam por momentos difíceis da vida, a Ana ou o Pedro, fazem com que um ao
outro se mantenham nos trilhos para não se sentirem mal.
“Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada”, mostra que sendo
adolescentes, não sabiam muito bem ainda de tudo, e tudo bem, não sabiam se
nada disso ia dar certo, se um ia se um completo estranho para o outro, ou se iam
ficar apenas na amizade.

Nota para meu trabalho


Há poucas vezes sendo um estudante em que você tem a oportunidade de
fazer um trabalho que você goste, principalmente hoje que acontecem tantas
mudanças que fazem confundir a nossa cabeça, como se já não fôssemos cheios
de dúvidas, ideias, quereres etcetera. Essa foi a primeira vez no ano, em que eu fiz
um trabalho com tanto gosto, tanto amor, tanta naturalidade, escrevendo aqui
percebo que, Ana e Pedro, ao mesmo tempo sendo uma experiência pequena, é de
extrema importância para mim, tenho certeza que, se eu tiver a oportunidade irei ler
esse livro.
Acho que se um trabalho é feito com amor- cheio de emoções, ainda dá para
ficar medíocre, mas não ruim, não há possibilidade de dizer que todo o esforço e
sentimento colocado em papel ou em qualquer lugar , ficou ruim. Eu diria que
ganharia 9, também diria, que apenas para homenagear Ana e Pedro, ganharia 10,
um livro em que vi e fiquei em dúvida se pegaria esse ou um que parecia uma bíblia
de tão grande, um livro para mim, que também pode ser para você, professora Aíla.
Com relação à construção, desenvolvimento e estética do trabalho, sendo
sincero acho que não falta a desejar.

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