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HISTÓRIA DO BRASIL

Revoltas Regenciais
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REVOLTAS REGENCIAIS
BRASIL REGENCIAL (1831-1840)

Desde o início do período regencial havia revoltas.


• Carneiradas – (1834-35) – Pernambuco;
• Revolta do Guanais – (1832-33) – Bahia;
• Insurreição do Crato – (1832) – Ceará;
• Abrilada – (1832) – Pernambuco;
• Setembrada – (1831) – Pernambuco;
• Novembrada – (1831) – Pernambuco;
• Revolta de Carrancas – (1833) – Minas Gerais;
• Revolta de Manuel Congo – (1838) – Rio de Janeiro (Vale do Paraíba);
• Rusgas – (1834) – Mato Grosso;
• Setembrada – (1831) – Maranhão.

As regiões distantes ao centro do poder imperial sofriam com a falta de autono-


mia política e o desinteresse dos regentes em resolver os problemas que assolavam a
sociedade. Além disso, as camadas desfavorecidas sofriam com o autoritarismo e a vio-
lência exercidos pelas autoridades locais, representadas pelos grandes latifundiários.
• Tem característica de ser sempre mais voltado para o extremo do território, seja
para o litoral, seja para o Norte ou o Sul do país.
• Havia, então, uma plena preferência pelo Sudeste, principalmente pelo Rio de
Janeiro, e pelo Sul em detrimento de outras regiões.
• Havia muitas problemáticas de interesse regional que não eram atendidas.
5m
• Nem todas as revoltas essenciais tiveram a mesma motivação

CABANAGEM – (1835-40) – GRÃO-PARÁ

Antecedentes:
• O Grão-Pará, por muito tempo, teve vinculações diretas com Portugal, mas passou
a ter que manter, de alguma forma, ligação com o Rio de Janeiro, o que nem sempre
foi feito em uma perspectiva igualitária.
• Os presidentes da província, nomeados pelo Rio de Janeiro para serem governado-
res, não eram bem quistos pelos cabanos, os quais são os homens pobres, negros e
índios que estavam à margem da sociedade.

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• A intensificação da exploração da força de trabalho indígena e da perseguição


armada, dotada através das sucessivas cartas régias, principalmente com a vinda
da família real ao Brasil, teve implicações ainda mais desastrosas no que diz respeito
à demografia da região.
• A situação em toda a província era de calamidade extrema.
• A população pobre, fosse livre ou escrava, era enormemente explorada pelos
fazendeiros.
• Fazendeiros insatisfeitos com o governo do Pará e com o governo central.
– Principalmente, porque o presidente do governo do Pará, que foi nomeado pelo
Rio de Janeiro, não é alguém que atende as necessidades do povo do Grão-Pará.
10m
– Depois da retirada de um governador, ocorreu a morte de outro, ou seja, foi um
processo revolucionário radical e violento.
• Conjunto formado por índios aldeados e destribalizados (tapuios), os negros e os
mestiços submetidos à exploração absoluta e ao abandono completo.
• 1832 – Sob a liderança do cônego Batista Campos, conseguiram submeter o presi-
dente da província, Machado de Oliveira.
– O cônego Batista Campos conseguiu alavancar um discurso para reação contra
a exploração que a região vivia, de modo que conseguiu afastar o presidente da
província.
• 1835 – Morte de Batista Campos.
– Ocorreu uma nova nomeação para a região, Bernardo Lobo de Souza, e o seu auto-
ritarismo gerou uma série de revoltas.
• Os cabanos concentrados nos arredores da cidade empreenderam um levante
armado, tomando, na noite de 6 para 7 de janeiro de 1835, a capital, Belém.

Governo dos cabanos:


• Félix Clemente Malcher (1835);
15m
– Fica com o poder político.
• Francisco Pedro vinagre (1835);
– Assassinaram o presidente Bernardo Lobo de Souza.
– Fica com o poder militar.
• Antonio Vinagre: assassinou Félix Clemente Malcher e deu também o poder político
para Francisco Pedro vinagre.
• Eduardo Angelim: por estar voltado às questões sociais, proclamou o desligamento
da província em relação ao império. Mandou fuzilar líderes negros.

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Reação do governo imperial:


• Nomeação, março de 1836, do brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de
Andréa como novo presidente do Grão-Pará, autorizando a guerra total contra os
cabanos.
20m
• Os cabanos, internados na selva, lutaram até 1840, até serem completamente
exterminados (nações indígenas foram chacinadas; os murá e os mauê pratica-
mente desapareceram).
• Calcula-se que de 30 a 40%, de uma população estimada de 100 mil habitantes,
morreu. Em 1833, o Grão-Pará tinha 119.877 habitantes; 32.751 eram índios e
29.977, negros escravos. A maioria mestiça (“cruzamento” de índios, negros e bran-
cos) chegava a 42 mil. A minoria totalizava 15 mil brancos, dos quais mais da metade
eram portugueses.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA (1835-1845)

Desde o século XVIII, a economia da antiga capitania de São Pedro do Rio Grande
(onde atualmente é o Rio Grande do Sul) baseava-se no fornecimento de gado para o
mercado interno.
Após a independência do Brasil, os cafeicultores do próspero Vale do Paraíba com-
pravam o charque gaúcho, usado na alimentação dos escravizados.
Para esses fazendeiros interessava o acesso ao charque barato.
O governo central, já no período regencial, estabeleceu baixas tarifas alfandegárias
para entrada no Brasil do charque uruguaio e argentino, aumentando a oferta do pro-
duto no mercado interno.
25m
• Gerou concorrência para o produto do Rio Grande do Sul.

Para compensar a arrecadação de impostos, o governo central optou por sobretaxar


a importação de determinados insumos, como o sal.
Os latifundiários do Rio Grande do Sul se viram duplamente afetados, pois esse
era um artigo indispensável para a fabricação do charque.
Essas medidas revoltaram os estancieiros gaúchos – origem à Revolução Farroupilha.
A Farroupilha eclodiu em 20 de setembro de 1835 e foi a mais longa das rebeliões
regenciais.
Nome FARROUPILHA devido ao fato de esse termo ser usado para denominar os
grupos liberais exaltados no Rio Grande do Sul e também para se referir às roupas dos
revolucionários.

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Denúncia feita na sessão inaugural da Assembleia Legislativa Provincial, pelo presi-


dente da província, Fernandes Braga (1805-1875), e pelo comandante de armas Sebas-
tião Barreto Pereira Pinto (1775-1841) contra o estancieiro Bento Gonçalves da Silva
(1778-1847), bem antes da invasão a Porto Alegre, em 22 de abril de 1835, acusando-o
de estar em conluio com caudilhos platinos e de professar ideais republicanos.
Militar de carreira, Bento Gonçalves havia participado das campanhas de D. João VI
na Banda Oriental (Uruguai) em 1811. Grande proprietário de terras no Rio Grande do
Sul, também possuía estâncias no Uruguai e, como dono de pessoas escravizadas, não
defendia o fim da escravidão.
• Na madrugada de 20 de setembro de 1835, os rebeldes, liderados por Bento Gon-
çalves, invadiram Porto Alegre e depuseram o presidente da província. As tropas
revolucionárias eram formadas por estancieiros, peões, agregados, escravizados
e libertos. O novo presidente da província, Marciano Ribeiro, estabeleceu-se na
cidade de Rio Grande.
• “Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo
ao seu substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo
que nesta província extrema, afastada dos corrilhos e conveniências da Corte, dos
rapapés e salamaleques, não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de
qualquer espécie. (…) O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o
Rio da Prata. Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser
oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador
de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela
nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e com a espada na mão saberemos
morrer com honra, ou viver com liberdade.” Citado por: PESAVENTO, Sandra Jatahy.
A Revolução Farroupilha. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 17.
30m

Como resposta aos farroupilhas, ainda em 1835, o regente Feijó mandou para o Rio
Grande do Sul um novo presidente da província, José Araújo Ribeiro, que rapidamente
se indispôs com os revoltosos.
Entre 1835 e 1839, registrou-se um avanço das forças farroupilhas sobre as lega-
listas, com a tomada de Rio Pardo, Piratini e Pelotas.
Em 11 de setembro de 1836, os farrapos obtiveram uma grande vitória na zona da
campanha, em Seival.
O general farrapo Antônio de Souza Netto (1801-1866) proclamou a República Rio-
Grandense e Bento Gonçalves foi indicado como presidente, fato que foi reconhecido
por muitos municípios da região.
• Proclama uma república dentro de um governo que é uma monarquia. Assim, os
revoltosos proclamaram uma independência, uma república separada do Brasil em
Santa Catarina.

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Ainda nesse período de ascensão farroupilha, os rebeldes efetuaram a invasão de


Santa Catarina, onde, em Laguna, Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, outro líder
farroupilha, fundaram a República Juliana, que duraria apenas quatro meses.
35m
• A Revolução Farroupilha não foi resolvida pelos regimes, mas pelo próprio impera-
dor que contou com Duque de Caxias.

O governo imperial nomeou o General Luis Alves de Lima e Silva para comandar
as forças imperiais. Duque de Caxias contava com um exército de doze mil homens
enquanto o exército farroupilha estava reduzido a mil combatentes. Os Farroupilhas,
enfraquecidos após tantos anos de dura luta, aceitaram a proposta do Império. A
Paz do Ponche Verde foi assinada pelo Presidente da República Rio-grandense Gomes
Jardim e pelo Duque de Caxias, em 28 de fevereiro de 1845. O acordo foi muito van-
tajoso para os Farroupilhas, pois os revoltosos tiveram ampla anistia; liberdade para
os escravos que participaram da guerra; taxação sobre o charque platino importado
entre outros benefícios. Assim, encerrava-se a revolta dos Farrapos e a paz voltou ao
Rio Grande do Sul. Era o fim dessa ímpia e injusta guerra, que perdurou por dez anos, de
1835 a 1845. História da Revolução Farroupilha.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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