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Cabanagem, Cabanada ou Guerra dos Cabanos foi uma revolta ocorrida entre 1835 a
1840 na antiga província do Grão-Pará (atualmente Pará, Amazonas, Amapá, Roraima
e Rondônia).
Esse movimento teve como causa a extrema pobreza pela qual a região passava e o
abandono político após a Independência do Brasil. A Guerra dos Cabanos teve
participação de diversos setores da sociedade e o nome do movimento tem como
referência as habitações dos ribeirinhos que era uma espécie de cabana.
Conheça abaixo a história desse movimento, suas causas, principais e líderes e algumas
das consequências da Cabanagem.
Contexto histórico
Este ato do governo regente gerou grande revolta na população local, pois esperavam
que os líderes ocupassem algum lugar na administração do Grão-Pará. Para piorar os
ânimos, a elite; que antes tinha apoiado as lutas pela expulsão dos portugueses; deram
às costas para as novas revoltas de uma população que estava descontente com as
dificuldades econômicas e sociais que passavam.
Causas da cabanagem
A Revolta
Após esse episódio, em 07 de janeiro de 1835, Félix Antônio Clemente Malcher foi
escolhido como presidente do Grão-Pará e Francisco Pedro Vinagre tornou-se
Comandante das Armas.
Jorge Rodrigues, porém, não cumpriu com o acordo e prendeu Francisco Vinagre. Os
revoltosos, liderados dessa vez por Antônio Vinagre, resolvem reorganizar suas forças
e atacar novamente o palácio de Belém. Em agosto de 1835, retomam o poder local e
Eduardo Angelim assume a presidência de um governo independente.
A partir de então, Belém passa a ser bombardeada por quatro navios de guerra e os
revoltosos começam a fugir para o interior. Mesmo já tendo tomado o poder em Belém,
os cabanos continuaram sendo caçados pelos anos seguintes e só acabou em 1940,
depois da maioria dos seus lideres ter sido exterminados.
Consequências da Cabanagem
A Cabanagem foi uma revolta iniciada a partir das inquietações da elite e população em
geral que desejavam melhores condições de vida e maior participação na política
regional. Esses interesses, entretanto, acabaram por se demonstrar contraditórios, o que
impossibilitou um governo forte e duradouro.
Após o brigadeiro tomar Belém, diversos revoltosos foram presos e só foram anistiados
depois que Dom Pedro II ascendeu ao trono. Cerca de 40 mil pessoas morreram durante
o processo, entre pobres, negros e índios. Além disso, algumas tribos foram
praticamente dizimadas.
Principais líderes
A Cabanagem teve diversos líderes, entre os quais os irmãos Vinagre, Eduardo Angelim
e Félix Clemente Malcher. Conheça um pouco mais sobre essas personalidades.
Félix Clemente Malcher
Félix Antônio Clemente Malcher (1772 - 1835) era militar e fazendeiro dono de engenho
de açúcar em Belém. Em 7 de janeiro de 1835, assumiu a presidência da província do
Grão-Pará depois de ter liderado o ataque ao quartel de Belém. No entanto, foi
considerado traidor pelos cabanos depois de ter apoiado o Império ao prender outro líder
da revolta.
Eduardo Angelim
Eduardo Francisco Nogueira Angelim (1814 - 1882) foi um lavrador que chegou ao
Grão-Pará em 1820. Participou ativamente da luta para que a província fosse
independente do Império brasileiro. Foi declarado presidente cabano depois de
Francisco Vinagre.
Foi perseguido pelas tropas do Império após o brigadeiro Francisco José de Andrea
retomar o poder no Grão-Pará e em outubro de 1836 foi preso e enviado para
julgamento no Rio de Janeiro. Ficou exilado na Ilha de Fernando de Noronha até 1851.
Grão-Pará
O Grão-Pará foi uma província criada em 1821 e que existiu até 1889. Era formada por
regiões onde atualmente se encontram os estados de Amazonas, Pará, Amapá, Roraima
e Rondônia. A província tinha um contato direto com a coroa portuguesa, fato que fez
que demorasse mais tempo para se tornar parte do Brasil Império.
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