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Período Regencial foi o período em que o Brasil foi governado por regentes, de 1831 a 1840.
A renúncia de D. Pedro I, em 1831, não deixou os brasileiros satisfeitos. O príncipe herdeiro, D.
Pedro de Alcântara, era menor de idade e não podia governar.
A Constituição de 1824 afirmava que, até que o imperador fizesse 18 anos, o Império seria
governado por regentes. Esta regência seria composta por três membros, eleitos pela Assembleia
Geral, dos quais o mais velho seria o presidente.
Enquanto os regentes não fossem eleitos, o poder seria exercido por uma regência
provisória, também composta por três membros: o ministro da Justiça e dois conselheiros de
Estado.
A Regência
Assim, de abril a junho de 1831, o Poder Executivo foi exercido por uma Regência Trina
Provisória. De junho de 1831 a outubro de 1835, por uma Regência Trina Permanente, escolhida
por uma Assembleia Geral.
Em 1831, os regentes criaram a Guarda Nacional, com o objetivo de assegurar a estabilidade
política do país. Em 1834, foi criado o Ato Adicional.
Grupos Políticos
Durante o Período Regencial, três grupos políticos entraram choque, procurando impor suas
ideias e controlar o governo. O grupo dos restauradores, ou caramurus, era composto por
comerciantes e militares portugueses. Queriam a volta de D. Pedro I ao governo. Deixou de existir
após sua morte, em 1834.
O grupo dos moderados, ou chimangos, era formado principalmente por grandes
proprietários de terras. Era a favor da monarquia, do voto censitário e do modelo agrário-exportador.
O grupo dos exaltados, ou jurujubas, defendiam reformas sociais e políticas, voto para todos,
instalação de indústrias e o fim do Poder Moderador. Foram derrotados pelo grupo dos moderados.
Donos da situação e do governo, os moderados dividiram-se em dois grupos: os progressistas e
os regressistas. Ambos defendiam os interesses dos grandes proprietários rurais, mas discordavam
sobre a organização do poder e da relação entre o governo central e as províncias.
Rebeliões Regenciais
A divergência entre progressistas e regressistas, juntamente com as péssimas condições de
vida de boa parte da população, desencadearam rebeliões em várias províncias no país. De modo
geral, as províncias se rebelavam contra o excessivo controle exercido pelo governo central.
Algumas tinham caráter separatista.
As principais revoltas foram a Cabanagem, a Sabinada, a Balaiada e a guerra dos Farrapos.
A maior parte das revoltas foram sufocadas pelas forças do governo, com exceção da guerra dos
Farrapos, que terminou mediante negociação.
Cabanagem e Sabinada
A Cabanagem ocorreu na província do Pará, de 1835 a 1840. Seu nome deriva das cabanas
construídas às margens dos rios, onde vivia a maior parte da população.
Os principais líderes foram Félix Malcher, Francisco Vinagre e Eduardo Angelim. As causas
principais foram a revolta dos liberais contra o presidente nomeado pelo governo regencial e a
situação de miséria dos cabanos. A revolta resultou no domínio sobre Belém durante um ano e
lutas no interior do Pará. Além disso, acarretou a morte de 40% da população da província.
A Sabinada ocorreu na província da Bahia, de 1837 a 1838. Seu nome se originou do líder
do movimento, o médico Francisco Sabino. A causa principal foi a insatisfação com as autoridades
impostas pelos regentes na província. A revolta resultou na organização da República Bahiense.
Golpe da Maioridade
Diante do grande número de revoltas nas províncias, alguns grupos políticos consideravam
que apenas Pedro de Alcântara poderia contê-las. No entanto, ele tinha 14 anos, e a Constituição,
como vimos, só permitia ao rei governar com 18 anos.
Para resolver este problema, foi feita uma alteração na Constituição, declarando a
maioridade de Pedro de Alcântara, que recebeu o título de D. Pedro II. Esta alteração na
Constituição é denominada Golpe da Maioridade. Inicia-se, assim, o Segundo Reinado, em 1840.