O documento descreve a Cabanagem, uma rebelião no período regencial contra o governo central no Brasil. Os cabanos, habitantes pobres da província do Grão-Pará, liderados por Eduardo Angelim, conquistaram o poder em Belém e proclamaram uma República em 1835, mas não conseguiram mantê-la diante da repressão das forças imperiais enviadas em 1836, que mataram cerca de 40% da população local.
O documento descreve a Cabanagem, uma rebelião no período regencial contra o governo central no Brasil. Os cabanos, habitantes pobres da província do Grão-Pará, liderados por Eduardo Angelim, conquistaram o poder em Belém e proclamaram uma República em 1835, mas não conseguiram mantê-la diante da repressão das forças imperiais enviadas em 1836, que mataram cerca de 40% da população local.
O documento descreve a Cabanagem, uma rebelião no período regencial contra o governo central no Brasil. Os cabanos, habitantes pobres da província do Grão-Pará, liderados por Eduardo Angelim, conquistaram o poder em Belém e proclamaram uma República em 1835, mas não conseguiram mantê-la diante da repressão das forças imperiais enviadas em 1836, que mataram cerca de 40% da população local.
UNIDADE AMEAÇADA O período regencial foi Regências: um período
relativamente curto: durou de
movimentado
1831 a 1840. Apesar disso, foi
também um dos períodos mais agitados da nossa história. História política
Quando D. Pedro I renunciou ao trono, seu filho Pedro de Alcântara
tinha apenas 5 anos de idade. Nesse caso, dizia a Constituição, O governo devia ser ocupado por três regentes escolhidos por uma Assembleia Geral formada de deputados e senadores. Mas como esta estava em recesso, os poucos deputados e senadores que se encon? travam no Rio de Janeiro elegeram três regentes provisórios, que governaram por pouco mais de dois meses. Regência Trina Permanente
Em 1831 ainda, a Assembleia Geral elegeu
um militar e dois deputados civis para compor a Regência Trina Permanente; o homem mais poderoso dessa regência era o ministro da justiça, o padre paulista Diogo Antônio Feijó. Quando essa regência assumiu o governo, ocorria uma disputa pelo poder no Parlamento, na imprensa e nas ruas entre três grupos políticos. Grupos políticos das Regências Desde o início, o governo formado por moderados usou soldados do Exército para reprimir as manifestações populares. Por vezes, porém, esses soldados, sentindo as difi?culdades do povo, juntavam-a ele contra o governo. Por não confiar no Exército e disposto a manter a ordem, o governo dos moderados criou, em 1831, a Guarda Nacional. Dela só podiam participar cidadãos proprietários com idade entre 21 e 60 anos e renda anual mínima de 200 mil-réis nas quatro maiores cidades e de 100 mil-réis no resto do país. O governo entregou aos fazendeiros mais ricos a patente de coronel da Guarda Nacional, a mais alta de todas elas. Cada fazendeiro-coronel organizava um destacamento em sua região, com homens de sua confiança e com recursos próprios, adquirindo com isso um enorme poder local. Tanto moderados quanto exaltados concordavam com a necessidade de reformar a Constituição O Ato Adicional de
que tinha sido imposta por D. Pedro I.
Depois de muito debater a questão no Parlamento, chegaram a um acordo que consistia 1834
em conceder uma certa autonomia às províncias
e garantir a unidade do Império. Com esse objetivo, o governo regencial aprovou o Ato Adicional de 1834. Ato Adicional de 1834, o qual:
• dava maior autonomia às províncias, concedendo a elas o direito a uma
80% dos alunos continuam estudando história Assembleia Legislativa e orçamento próprio; • extinguia o Conselho de Estado, órgão criado por D. Pedro I e bastante impopular; • substituía a Regência Trina pela Regência Una; o regente deveria ser escolhido por eleição, o que contentou os liberais; 20% • • transformava o Rio de Janeiro em município aplicam suas liçõesneutro, capital em outros do Império. campos
Com o Ato Adicional, as províncias ganharam o direito de fazer algumas leis e de
decidir em que aplicar o dinheiro de parte dos impostos arrecadados. Regência Una de Feijó
Com morte de D. Pedro I, em 1834, o grupo dos restauradores
se dissolveu; parte de seus membros se retirou da política; a outra parte passou para o grupo dos moderados. Nesse contexto, ocorreram no Brasil, pela primeira vez, eleições para a escolha de um chefe de governo. O padre Feijó venceu por uma diferença pequena de votos. . O regente Feijó era favorável ao casamento dos padres, opinião que gerou grande polêmica na época. Durante seu governo, ele teve de enfrentar duas das maiores rebeliões regenciais: a Cabanagem, no Norte, e a Farroupilha, no Sul . Para isso, precisava de recursos que deviam ser aprovados pela maioria dos deputados na Câmara. Mas a Câmara eleita no ano seguinte era formada, em sua maioria, por deputados da oposi? ção. Sem o apoio na Câmara dos Deputados e sem recursos suficientes para conter as rebeliões provinciais, Feijó renunciou, em 1837. A Regência de Araújo Lima
Feijó foi sucedido por Pedro de Araújo Lima, que inaugurou o
Regresso, um movimento liderado por representantes políticos da cafei?cultura do Vale do Paraíba e dos grandes comerciantes na cidade do Rio de Janeiro. Os regressistas queriam garantir a unidade (do Império) e a ordem (escravista), pondo fim ao que eles chamavam de “anarquia” do período regencial. Com esse objetivo, em 1840, a regência de Araújo LIma aprovou a Lei Interpretativa do Ato Adicional, que retirava a auto?nomia das províncias e dava ao governo central um maior poder As rebeliões regenciais
O QUE VOCÊ VAI FAZER
No período regencial ocorreram agitações de rua, revoltas escravas e rebeliões republicanas. Essas manifestações nas provín?cias do Império estavam relacionadas ao alto custo de vida nas cidades brasileiras, ao escravismo e ao autoritarismo dos regentes.
Dispostos a mudar essa situação, pobres e ricos, peões e fazendeiros,
indígenas, mestiços, negros e brancos se uniram para combater o governo central, com sede no Rio de Janeiro. Mas, enquanto as elites provinciais lutavam pela autonomia das províncias, os oprimidos batalhavam por liberdade e uma vida melhor. As principais rebeliões desse período foram a Cabanagem, a Guerra dos Farrapos, a Revolta dos Malês, a Sabinada e a Balaiada. Ca ba na ge m (1 83 5- 18 40 ): G rã o- Pa rá
Em 1835, quando se iniciou a
Cabanagem, a província do Grão-Pará abrangia terras dos atuais estados do Pará, Amapá, Rondônia, Roraima e Amazonas. A população do Grão-Pará era de cerca de 120 mil habitantes Os habitantes do Grão-Pará eram em sua maioria muito pobres:
viviam da pesca, da exploração de
madeira, castanha-do-pará, cacau, baunilha e ervas medicinais; trabalhavam no regime de escravidão ou por baixíssimos salários; moravam em cabanas erguidas sobre estacas às margens dos rios; por isso eram chamados de cabanos Os cabanos queriam terras para plantar e o fim da escravidão; já os fazendeiros queriam escolher o presidente de província, que, na época, era imposto pelo governo central. Então, ricos e pobres do Grão-Pará ocuparam Belém, a capital da província, e colocaram no poder o fazendeiro Félix. Clemente Malcher. Mas tanto este líder cabano quanto o que o sucedeu traíram a Cabanagem. Os cabanos continuaram lutando, então, sob a lide? rança de Eduardo Angelim e reconquistaram Belém, onde proclamaram uma República em agosto de 1835. O governo central não aceitou a Os cabanos conquistaram o poder, República dos Cabanos e, em maio de 1836, enviou ao Grão-Pará uma mas não conseguiram conservá-lo. poderosa força militar apoiada por navios e Entre as principais razões da derrota mercenários estrangeiros. da Cabanagem, podemos citar: Os cabanos resistiram até 1840, mas não conseguiram impedir a tomada de Belém pelas forças • as divergências entre seus líderes; imperiais, que eram mais numerosas e mais bem armadas. • a superioridade bélica das tropas do Império que reprimiram a A repressão à Cabanagem foi brutal; estima-se que as Cabanagem forças do governo mataram cerca de 40% da população do Grão- Pará