Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
83
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
84
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
85
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
86
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
87
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
88
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
89
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
90
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
91
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
foi dito que a rede de informações de que ele dispunha era eficiente. A
conversa de Lampião acima transcrita consta do depoimento prestado
pela viúva de Elpídio, Maria da Conceição, também conhecida por
Clemência, nos autos do processo mencionado. Pelo que consta do
citado processo, o bando de Lampião, desta vez, dobrara, em relação
ao que estivera em Dores no ano anterior: eram 18 cangaceiros.
A partir daquele momento, os fatos que se seguiriam foram,
em resumo, os seguintes, como constam do processo:
1 Sequestrou Elpídio, amarrando-o em um dos cavalos que
serviam de montaria ao bando.
2 Adiante, rumando pelas cercanias da cidade, sequestrou
Antônio da Silva Leite, que encontraram no caminho, temendo, claro,
que ele delatasse o bando. Antônio escapou das garras dos bandidos
na bodega de Santo.
3 Saqueou a bodega de Manoel Martins Xavier (Santo
Bodegueiro), que não se encontrava em casa, e sequestrou sua mulher,
Sergina Maria de Jesus, também conhecida por Constância, deixando
os seus filhos pequenos sozinhos, sem os cuidados maternos.
4 Sequestrou Pompílio da Silva, que se dirigia à cidade para
comprar querosene, mas que conseguiu fugir, na fazenda Candeal,
enquanto o bando ali dormia.
5 Dormiu com a mulher de Santo (o braço dela amarrado na
perna dele). Lampião e Sergina dormiram no mandiocal, enquanto os
cabras dormiram na beira da estrada, segundo depoimento dela.
6 Na madrugada de 16 de outubro, matou Elpídio e mandou
Sergina voltar para casa.
No laudo de corpo cadavérico, consta que o corpo da vítima estava
perfurado a balas, e havia, ainda, um “rendilhado” de punhal. Os
dedos das mãos, sob as unhas, estavam perfurados e a barba estava
queimada. Ou seja, Lampião e o seu bando sinistro torturaram Elpídio,
antes de matá-lo, com requintes da maior crueldade e covardia.
A vítima morreu, mas não delatou o pai e os que se encontravam
com ele, na defesa da cidade. Um homem de coragem. Coragem
que Lampião não demonstrou, pois não teve tutano para entrar na
cidade, preferindo, assim, assassinar o pobre Elpídio, num ato típico
dos covardes, que, contudo, se mostram cruéis. Aliás, no depoimento
prestado por Pompílio da Silva, nos autos do processo, foi dito que
“a vítima deste processo ia à frente do grupo sinistro, sendo que a
vítima ia amarrada pelo pescoço do cavalo em que ia montado um
dos cabras” e que “ia calado, nu da cintura para cima, com a cabeça
descoberta, parecendo com um mártir”.
7 Sequestrou o vaqueiro Jason Teixeira de Vasconcelos, na
fazenda Candeal, para mostrar ao bando a casa de um tal Janjão,
no caminho para o povoado Taboca. Jason foi solto logo depois, a
pedido. E Janjão conduziu o bando ao povoado. Depoimento dele
no processo.
92
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
93
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
94
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
95
REVISTA DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS
Referências bibliográficas
1 CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião, O Rei dos Cangaceiros.
Tradução de Sarita Linhares Barsted. São Paulo: Paz e Terra, 1980.
2 DANTAS, José Ibarê da Costa. Revolução de 1930 em Sergipe – Dos
Tenentes aos Coronéis. São Paulo: Cortez Editora/UFS, 1983.
3 FERREIRA, Vera et AMAURY , Antônio. O Espinho do Quipá –
Lampião, a História. São Paulo: Oficina Cultural Mônica Buonfiglio,
1997.
4 __________ De Virgolino a Lampião. São Paulo: Idéia Visual Editora,
1999.
5 FIGUEIREDO, Ariosvaldo. História Política de Sergipe. 2° Vol.
Aracaju: Sociedade Editorial de Sergipe, 1989.
6 FONTES, Oleone Colho. Lampião na Bahia. 2 ed. Petrópolis: Editora
Vozes, 1996.
7 MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado.
Volume IV – A Campanha da Bahia. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
8 MELLO, Frederico Pernambucano de. Quem Foi Lampião. Recife/
Zürich: Editora Stähli, 1993.
9 NASCIMENTO, José Anderson. Cangaceiros, Coiteiros e Volantes.
Aracaju: Academia Sergipana de Letras, 1996.
10 PENNA, Lincoln de Abreu. Uma História da República. Rio de
Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1989.
11 PRATA, Ranulfo. Lampião. São Paulo: Traço Editora, s/d.
12 VIANNA, Hélio. História do Brasil. 12 ed. São Paulo: Edições
Melhoramentos/Editora da USP, 1975.
13 VINCENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Editora Scipione,
2000.
14 WYNNE, J. Pires. História de Sergipe (1930-1972). Vol. II. Rio de
Janeiro: Editora Pongetti, 1973.
96