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BIANCA VANINI
O Período Regencial (1831-1840)
D. Pedro I abdicou do poder em 1831 em favor
de seu filho e herdeiro do trono D. Pedro
de Alcântara, que na época, tinha apenas
cinco anos de idade.
A Constituição brasileira do período
determinava, neste caso, que o país deveria ser
governado por regentes, até o herdeiro
atingir a maioridade (18 anos).
Um período tumultuado: o Brasil passou por
uma grave crise política e diversas revoltas
durante o período.
Durante as Regências a unidade territorial do
Império esteve ameaçada.
Grupos políticos:
Restauradores ou Caramurus (defendiam a
volta de D. Pedro I ao poder);
Moderados ou Chimangos (voto só para os
ricos e continuação da Monarquia);
Exaltados Jururubas ou Farroupilhas
(reformistas e defensores de uma monarquia
mais descentralizada).
No decorrer no Período Regencial surgem
duas novas correntes políticas:
Progressistas
Regressistas
Regentes que governaram o Brasil no período:
- Regência Trina Provisória (1831): regentes
Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de
Caravelas.
- Regência Trina Permanente (1831 a 1835):
teve como regentes José da Costa Carvalho, João
Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva.
- Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve
como regente Diogo Antônio Feijó.
REGRESSO CONSERVADOR:
- Regência Una de Araújo Lima (1838 a
1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
REGÊNCIA TRINA PERMANENTE
AVANÇO LIBERAL
Padre Diogo Feijó, Ministro da Justiça criou a
Guarda Nacional (1831). Formada por uma
elite, homens votantes. Podiam reprimir
levantes – aumenta o poder político das elites –
dará origem ao fenômeno, na Primeira República,
do coronelismo.
Código de Processo Criminal (1832).
Concedia autonomia ao poder local,
descentralizava a justiça nas mãos dos juízes de
paz, eleitos pela classe dominante (centralização).
Autonomia para as províncias.
ATO ADICIONAL DE 1834 – emenda à
Constituição de 1824
Instalação de Assembleias Legislativas Provinciais
Supressão do Conselho de Estado
Substituição da Regência Trina pela Regência Una.
Poder Moderador não poderá ser usado.
Transformação da Corte do Rio de Janeiro em
Município Neutro, separando-o da província do
Rio de Janeiro.
As Revoltas
As revoltas ocorrem basicamente por dois
motivos:
más condições de vida de grande parte da
população (mais pobres);
vontade das elites locais em aumentar
seu poder e serem atendidas pelo
governo. Briga política entre os dois grupos:
regressistas e progressistas
Cabanagem (1835 a 1840)
Foi uma revolta popular
Província do Grão-Pará (região norte do
Brasil, atual estado do Pará).
Recebeu este nome, pois grande parte dos
revoltosos era formada por pessoas pobres
que moravam em cabanas nas beiras dos
rios da região. Estas pessoas eram chamadas de
cabanos.
Os comerciantes e fazendeiros da região
também estavam descontentes, pois o
governo regencial havia nomeado para a
província um presidente que não agradava
a elite local.
Líderes: Félix Malcher, Francisco Pedro Vinagre e Eduardo
Angelim.
Em 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belém e
colocaram na presidência da província o fazendeiro Félix
Malcher.
Malcher fez acordos com o governo regencial, traindo o
movimento
Os cabanos mataram Malcher e colocaram no lugar o
lavrador Francisco Pedro Vinagre, sucedido por Eduardo
Angelim.
O governo central brasileiro usou toda a força para
reprimir a revolta (uso de tropas de mercenários
europeus). Morte de 40% da população da província.
Após cinco anos de sangrentos combates, o governo
regencial conseguiu reprimir a revolta.
Balaiada (1838 – 1841)
Província do Maranhão.
Foi uma revolta popular.
Seu nome deriva do fato que parte dos revoltosos
eram fabricantes de balaios.
Líderes: Manuel “Balaio”, Raimundo Gomes e Cosme.
As causas principais:
a insatisfação com o presidente nomeado pelos
regentes
as precárias condições de vida dos vaqueiros, fazedores
de balaios e escravos.
A revolta resultou na conquista da vila de Caxias
e na anistia dos revoltosos.
Sabinada (1837-1838)
Província da Bahia.
Seu nome se originou do líder do movimento, o
médico e jornalista Francisco Sabino.
A revolta resultou na organização da República
Bahiense (deveria durar até D.Pedro II atingir a
maioridade).
Causas:
descontentamento dos militares com baixos salários
e revolta com o governo regencial que queria enviá-
los para lutarem na Revolução Farroupilha no sul
do país.
Já a classe média e a elite queriam mais poder e
participação política.
O governo central enviou tropas para a região e
reprimiu o movimento com força total.
Guerra dos Farrapos (1835 a 1845)
Também conhecida como Revolução Farroupilha.
Caráter republicano.
Província de São Pedro do Rio Grande do Sul
(atual RS).
Revoltosos: estancieiros, militares-libertários, membros
das camadas populares, escravos e abolicionistas.
Causas:
descontentamento com os altos impostos
cobrados sobre produtos do sul (couro, mulas,
charque, etc.);
revolta contra a falta de autonomia das
províncias.
Líderes: Bento Gonçalves, Guiseppe
Garibaldi, Antônio de Souza Neto e David
Canabarro.
Em 1836, os farroupilhas obtiveram várias vitórias
diante das forças imperiais. Bento Gonçalves é preso.
1836 é proclamada, pelos revoltosos, a República
Rio-Grandense.
No ano de 1837, após fugir da prisão, Bento Gonçalves
assume de fato a presidência da recém-criada
República Rio-Grandense.
1839, os farroupilhas proclamam a República Juliana,
na região do atual estado de Santa Catarina (sob a
liderança de Guiseppe Garibaldi, Héroi dos Dois
mundos, e David Canabarro).
Em 1842, o governo imperial nomeou Duque de
Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva) para comandar uma
ação com objetivo de finalizar o conflito separatista no sul do
Brasil.
Após três anos de negociações, muitas batalhas e um
número muito grande de derrotas, os “Farrapos” aceitaram a
proposta de paz ofertada por Duque de Caxias. Paz Honrosa:
anistia geral para os participantes do conflito;
reapropriação das terras confiscadas;
incorporação dos oficiais revoltosos ao exército nacional;
libertação de todos os escravos envolvidos na luta;
Curiosidade:
O termo “malê” é de origem africana (ioruba) e significa
“o muçulmano”.
O plano do movimento foi todo escrito em árabe.
Golpe da Maioridade - 1840
Os políticos brasileiros e grande parte da
população acreditavam que a grave crise que o
país enfrentava era fruto, principalmente, da falta
de um imperador forte e com poderes para
enfrentar a situação.
Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido
Liberal, foi antecipada pelo Senado Federal a
maioridade de D. Pedro II (antes de completar 15
anos) e declarado o fim das regências.
Esse episódio ficou conhecido como o Golpe da
Maioridade.
Foi uma forma encontrada pelos políticos brasileiros
de dar poder e autoridade ao jovem imperador
para que as revoltas pudessem ser debeladas e a
ordem restaurada no Brasil.