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Período Regencial

Período Regencial
O período regencial foi um dos mais agitados da história política do país.
Naqueles anos, esteve em jogo a unidade do território nacional, e os temas do
debate político giraram em torno da centralização ou descentralização do poder,
do grau de autonomia das províncias e da organização das Forças Armadas.

As reformas realizadas pelos regentes mostram um pouco da dificuldade de se


adotar uma prática liberal que fugisse dos males do absolutismo. Nas condições
brasileiras da época, muitas medidas destinadas a dar flexibilidade ao sistema
político acabaram resultando em violentos choques entre as elites e no
predomínio de interesses de grupos locais.
Política do Período Regencial
Não havia clareza entre os grupos políticos de qual arranjo institucional seria
melhor para atender seus interesses. Os grupos se dividiam entre liberais e
conservadores, com algumas tendências internas. O primeiro grupo a chegar o
poder foi de liberais moderados em 7 de abril de 1931. Entre eles havia um
grande número de políticos de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Muitos
proprietários de terra e donos de escravos.
Na oposição, ficavam os “exaltados” de um lado e os absolutistas de outro. Os
exaltados defendiam a efetiva autonomia das províncias. Os absolutistas, muitos
deles portugueses, com postos da burocracia estatal, no exército e no alto
comércio, lutavam pela volta de D. Pedro I ao trono.
Política do Período Regencial
Os conservadores eram compostos por magistrados, uma parte de
proprietários rurais e grandes comerciantes, principalmente portugueses. Os
liberais agrupavam as pequenas classes médias urbanas, padres e proprietários
rurais de áreas menos tradicionais. Em 1935 o Padre Feijó foi eleito derrotando o
conservador pela regência única. Dois anos depois, Feijó renuncia, sofrendo
pressão por não ter reprimido o suficiente os farrapos. Em 1937, o conservador
Pedro de Araújo e Lima simbolizou o início do “regresso” a centralização política
eo reforço da autoridade pregada pela tendência conservadora.
Revoltas no Período Regencial

As revoltas no período Regencial não se enquadram em uma moldura única.


Elas tinham a ver com a dificuldade da vida cotidiana e as incertezas da
organização política, mas cada uma delas resultou de realidade locais
específicas.
Revoltas no Período Regencial
Guerra dos Cabanos (Pernambuco; 1832-1835):

Reuniam pequenos proprietários de terra, trabalhadores do campo, indígenas,


escravos, no início, alguns senhores de engenho. Lutaram em nome da religião,
pelo retorno do imperador, contra os “carbonários jacobinos”. Dessa forma,
camadas pobres da população expressavam sua revolta contra mudanças que
não entendiam e eram distantes de seu mundo. Os cabanos tiveram apoio de
comerciantes portugueses do Recife e de políticos restauracionistas na capital do
Império.
Revoltas no Período Regencial
Cabanagem (Pará; 1935-1940):
No Pará, a estrutura social não tinha a estabilidade de outras províncias, nem
havia uma classe de proprietários rurais bem estabelecidos. Era um mundo de
indígenas, mestiços, escravizados e uma minoria branca formada de
comerciantes europeus. Uma briga entre grupos da elite local sobre a nomeação
do presidente da província abriu caminho para a revolta que declarou a
independência do Pará.
Os cabanos não ofereceram uma organização alternativa ao Pará, se
concentrando no ataque aos portugueses, maçons e na defesa da religião
católica, de D. Pedro II, dos brasileiros, do Pará. Embora existissem muitos
escravos entre os revoltosos, não chegaram a abolir a escravidão.
Revoltas no Período Regencial
Sabinada (Bahia; 1937-1938):

Reuniu uma base ampla de apoio, incluindo a classe média e comerciantes de


Salvador em torno de ideais federalistas e republicanos. O movimento buscou um
compromisso com os escravizados, prometendo a liberdade aqueles cativos
nascidos no Brasil que lutassem pela revolução.

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