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Etapa Ensino Fundamental

Anos Finais História

As revoltas
regenciais:
Sabinada
8º ANO
Aula 9 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivos
● O período regencial; ● Compreender os motivos e as
características dos movimentos
● As revoltas
federalistas no Brasil durante o
regenciais;
período regencial;
● A Sabinada.
● Analisar a Revolta da Sabinada na
Bahia, suas causas,
desenvolvimento e consequências;
● Identificar o debate político entre o
centralismo da corte e o
autogoverno provincial como um
dos principais conflitos do período
regencial brasileiro.
Para começar Você já consegue analisar!

Analisando um texto historiográfico


“Dizem que o som do silêncio, às vezes, pode ser ensurdecedor. No
período das regências [...] a história confirma a expressão. O país era
grande, e a corte desconhecia as especificidades de suas diferentes
regiões, que vistas de longe pareciam quietas, serenas, e davam a
impressão que assim continuaria para sempre [...] o sentimento
autonomista era, porém, forte nas províncias [...] o debate político
girava ao redor de dois programas políticos decididamente
antagônicos: o centralismo da corte, de um lado, e o autogoverno
provincial, de outro.”

(SCHWARCZ; STARLING, 2015)


Para começar Você já consegue analisar!

Analisando um texto historiográfico


Após ter analisado o texto junto com seu professor e se
lembrando do que aprendemos nas aulas anteriores,
responda: de acordo com o texto, qual era a principal disputa
política em debate durante o período regencial no Brasil?
Para começar Correção
Analisando um texto historiográfico
RESPOSTA ESPERADA:
A principal questão política em debate durante o período regencial
era a disputa entre o centralismo da corte, representado pelo
governo central no Rio de Janeiro, e a busca por mais autonomia
em relação ao governo central, defendida por grupos de diferentes
províncias do país. As províncias buscavam maior autonomia e
poder de decisão sobre seus assuntos internos, enquanto a corte
centralizava o poder político e tomava decisões que muitas vezes
ignoravam as especificidades regionais.
Para começar Você já consegue analisar!

Analisando um texto historiográfico


Após ter analisado o texto junto com seu(sua) professor(a) e
se lembrando do que aprendemos nas aulas anteriores,
responda: Por que as autoras colocam que tudo parecia estar
bem durante o período regencial, mas na verdade não
estava? Cite exemplos que evidenciem que não havia paz
social e política nesse período.
Para começar Correção
Analisando um texto historiográfico
RESPOSTA ESPERADA:
Não estava pois, as províncias tinham o desejo de ter mais autonomia,
o que pesava contra a concentração de poder por parte da corte. A
Revolução Farroupilha, por exemplo, foi resultado do
descontentamento dos gaúchos com o governo central e suas políticas
econômicas, como os altos impostos sobre a produção do charque, um
importante produto da região.
A Cabanagem também ocorreu por conta da insatisfação de indígenas
e pequenos produtores com a dominação política das elites locais e
com as condições de vida precárias. Esses exemplos demonstram a
falta de paz social e política nesse período.
Foco no conteúdo
A Sabinada Mapa com a localização das
quatro revoltas regenciais
mais duradouras, incluindo
a Sabinada

Hoje vamos explorar mais uma revolta importante que ocorreu no


Brasil durante o período regencial: a Revolta da Sabinada, que
ocorreu na Bahia entre os anos de 1837 e 1838. Essa revolta teve
como objetivo principal buscar a autonomia provincial e
expressar o descontentamento com a política centralizadora
do Rio de Janeiro, além de ter sido mobilizada por um forte
sentimento antilusitano (contra os portugueses).
Foco no conteúdo
Motivações
Gravura representando
Salvador na década de 1830,
de Thomas Abiel Prior
No período entre 1831 e 1833, movimentos federalistas
começaram a surgir em alguns lugares da província da Bahia.
Os adeptos desses movimentos expressavam
descontentamento em relação ao controle dos portugueses
sobre o comércio varejista e a ocupação de cargos políticos,
militares e administrativos de importância em Salvador.
Foco no conteúdo
• MOVIMENTOS FEDERALISTAS:
buscavam autonomia das províncias em
relação ao governo central no Rio de
Janeiro. Os federalistas defendiam o
Bandeira da província
estabelecimento de uma federação
da Bahia na época do
entre as províncias, que teriam maior
Império
autonomia para tomar decisões. Esses
movimentos refletiam a busca por uma
nova ordem política, com um melhor
atendimento às necessidades
regionais.
Carta de
Foco no conteúdo abdicação de
dom Pedro I
de 1831
Manifestações
Depois da abdicação de Dom Pedro I em 1831, começaram a
ocorrer manifestações contra os portugueses (antilusitanas).
Naquele contexto, alguns grupos sociais que buscavam obter
vantagens econômicas para si passaram a perseguir grupos
que tinham privilégios comerciais. Existia a concessão desse
tipo de privilégio para homens nascidos em Portugal, mesmo
eles tendo sido naturalizados brasileiros. Esses “portugueses”
passaram a ser vistos como inimigos de parte da população da
Bahia. Pedia-se a sua deportação, a proibição de andarem
armados, a demissão de seus empregos e o fim das pensões
concedidas por Dom João VI e Dom Pedro I.
Foco no conteúdo
A crise federalista
A partir de outubro de 1831, além dos Passeio
pronunciamentos antilusitanos, a população começou público do
a aclamar "a Federação", marcando o início da Rio de
crise federalista. Em 1833, o descontentamento Janeiro em
com a política centralizadora do Rio de Janeiro se meados do
intensificou, especialmente as manifestações de século XIX.
ódio dirigidas a Dom Pedro I e aos portugueses. Gravura de
Philippe
O sentimento contra os portugueses e o antigo
Benoist
Imperador estava presente nos pronunciamentos e
nos programas políticos dos federalistas.
Foco no conteúdo

"O ex-imperador, tirano do Brasil, será fuzilado em qualquer parte


desta província se acaso aparecer, e a mesma pena terão os que o
pretenderem defender e admitir [...] Todo cidadão brasileiro fica
autorizado a matar o tirano ex-imperador D. Pedro I, como maior
inimigo do povo brasileiro".
Wanderley Pinho sobre os programas políticos dos federalistas.
(PINHO, 1964)
Foco no conteúdo
Caricatura mostrando Feijó
A revolta voltando para São Paulo
quando deixou a Regência,
de Araújo Porto-Alegre, 1837

Em 1837, a insatisfação com o governo central aumentou.


Com a renúncia do regente Feijó, que era considerado incapaz
de conter os movimentos contra o governo central, a
insatisfação entre os militares e maçons da província baiana
cresceu. A mobilização se restringia a grupos de militares e
comerciantes que queriam expulsar os “portugueses”, não
incluindo em suas pautas elementos que interessavam a outras
camadas sociais.
Foco no conteúdo
Em novembro de 1837, os militares do Forte de São Pedro se
rebelaram, conseguindo a adesão de outros batalhões de tropas do
governo. Teve início a revolta liderada pelo médico Francisco
Sabino Álvares da Rocha Vieira, que por essa razão ficou
conhecida como Sabinada.

Forte de São Pedro,


em Salvador
Foco no conteúdo
Diferentemente de outros movimentos do Período Regencial, a
Sabinada não mobilizou as camadas menos favorecidas nem
teve a adesão das elites da província. Foi uma revolta que
contou com a participação das camadas médias da
população, que desejavam manter a autonomia provincial
conquistada com o Ato Adicional de 1834.
• Ato Adicional de 1834: criou a Regência Una; dissolveu o
Conselho de Estado do Império do Brasil; estabeleceu o Município
Neutro, que foi separado da província do Rio de Janeiro; manteve
a vitaliciedade do Senado; e criou as Assembleias Legislativas
provinciais, que proporcionavam mais autonomia para as
províncias.
Foco no conteúdo
Forte de São Marcelo, em
O estopim Salvador, que também era
chamado Forte do Mar

A Sabinada teve como estopim a fuga de Bento Gonçalves


(líder da Farroupilha, revolta que ocorreu na região do Rio Grande
do Sul) do Forte do Mar, em Salvador, onde estava preso. Os
sabinos conseguiram controlar a cidade por quase quatro
meses, proclamando uma República até a ascensão de dom Pedro
de Alcântara ao trono brasileiro.
• Estopim: evento ou ação específica que desencadeia ou dá início
a uma revolta, conflito ou situação de crise.
Foco no conteúdo

“A Bahia fica desde já separada, e independente da Corte do Rio de


Janeiro, e do Governo Central, a quem desde já desconhece, e
protesta não obedecer nem a outra qualquer Autoridade ou ordens
dali emanadas, enquanto durar somente, a menoridade do sr. Dom
Pedro II.”
Júlio Chiavenato sobre ata da Câmara Municipal de 11 de novembro
de 1837.
(CHIAVENATO, 2002)
Foco no conteúdo
O fim da revolta
Os sabinos conseguiram controlar a cidade de Salvador por
cerca de quatro meses. Autoridades e o presidente da
província, ao perceberem que não possuíam mais controle
sobre as tropas locais, fugiram.
Entretanto, a revolta ficou isolada em Salvador, sem expansão
do movimento para outras regiões e sem o apoio das elites e
das camadas menos favorecidas da população. As tropas
regenciais conseguiram reprimir a revolta no início de 1838,
invadindo e incendiando a cidade. Os sabinos foram
massacrados e os sobreviventes foram severamente punidos.
Referências
CHIAVENATO, J. As lutas do povo brasileiro. São Paulo: Moderna, 2002.
LEMOV, D. Aula nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de
aula. Porto Alegre: Penso, 2018.
PINHO, W. A Bahia, 1808-1856. In: S. B. de HOLANDA (org.). História Geral da
Civilização Brasileira. Tomo II (O Brasil Monárquico), v. 2 (Dispersão e
Unidade). São Paulo: DIFEL, 1964.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação.
Coordenadoria Pedagógica – COPED. São Paulo, 2023.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas
Educação Infantil e Ensino Fundamental. São Paulo, 2019.
SCHWARCZ, L.; STARLING, H. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.

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