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Etapa Ensino Fundamental

Anos Finais História

A Revolução Praieira -
Parte 1
8º Ano
Aula 19 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivos
• Segundo Reinado; • Compreender a disputa política
entre os partidos Liberal e
• Os partidos Liberal e Conservador durante o Segundo
Conservador;
Reinado;
• A Revolução Praieira. • Analisar as condições
socioeconômicas de Pernambuco
na metade do século XIX;
• Entender os motivos que levaram
à eclosão da Revolução Praieira.
Para começar

Estude, converse, pare e registre


Primeiramente, forme uma dupla! Antes de começar a aula de hoje
sobre a Revolta Praieira ou a Revolução Praieira, vamos retomar
outras revoltas do Período Regencial.
Com base no que aprendemos nas aulas anteriores, estude e
converse com o seu colega sobre essas revoltas.
Após a conversa, reflita sobre o que foi debatido, e registre
individualmente uma síntese do que você compreendeu sobre essas
revoltas.
Para começar

Estude, converse, pare e registre


Para elaborar o seu texto, considere a seguinte questão
disparadora:
Quais foram as revoltas que aconteceram
durante o Período Regencial no Brasil? O que
motivou essas revoltas?
Foco no conteúdo
Mapa da província de Pernambuco de 1868

A Revolução Praieira em Pernambuco


Como já sabemos, durante o Período Regencial, o Brasil passou
por intensas lutas políticas e sociais. Foi uma época marcada
por revoltas e movimentos provinciais, que queriam maior
autonomia política e melhores condições de vida para a
população. Em 1848, no início do Segundo Reinado, ocorreu
uma Revolta que teve um papel importante na História do país:
a Revolta Praieira, ou a Revolução Praieira, na província de
Pernambuco. Nesta aula, vamos explorar mais os motivos que
levaram ao surgimento dessa Revolta.
Foco no conteúdo
Charge de 1878, representando Dom
Pedro II como o eixo de um carrossel,
segurando um representante do
“Partido Liberal” e um do “Partido
Conservador”

Liberais e Conservadores
Já sabemos que, durante o Período Regencial, o Brasil era
governado por regentes, já que o Imperador Dom Pedro I havia
abdicado do trono. Na década de 1840, surgiram dois partidos
políticos que se revezavam no poder: o Liberal e o
Conservador.
Foco no conteúdo
Representação da
alfândega do Rio de
Janeiro em 1856

Quando os liberais se estabeleceram no poder, eles


implementaram medidas como a criação da Tarifa Alves
Branco (1844), que adotava um protecionismo alfandegário;
uma reforma para aumentar as exigências do censo eleitoral e para
diminuir o número de eleitores (1846); a criação do cargo de
presidente do Conselho de Ministros (1847), que facilitava a
prática parlamentarista, aumentava o poder do ministério e,
consequentemente, da autoridade do governo Imperial.
Foco no conteúdo
• Partido Conservador: Foi um dos principais grupos políticos no
Império brasileiro. Defendia a manutenção das tradições, a
estabilidade social e a preservação do poder da aristocracia e da
monarquia.
• Partido Liberal: Foi um dos principais grupos políticos no
Império brasileiro. Defendia ideias como a liberdade individual, o
progresso econômico e a ampliação dos direitos políticos.
• Protecionismo alfandegário: Política econômica para a
proteção da produção nacional por meio de restrições e de taxas
sobre a importação de produtos estrangeiros.
Foco no conteúdo
Fotografia da década de
1850 do Porto do Recife

O contexto pernambucano
Pernambuco, no século XIX, era uma das províncias mais
importantes do Império. No entanto, enfrentava dificuldades
decorrentes do declínio das atividades açucareiras e
algodoeiras, o que agravou as tensões sociais e raciais na
região. Um pequeno grupo de proprietários detinha a maior
parte das terras, praticando uma agricultura voltada para a
exportação. Essa concentração de terras e de poder era motivo
de denúncias e de questionamentos.
Foco no conteúdo
Antônio Pedro de Figueiredo, redator da revista “O
Progresso”, que circulava entre 1846 e 1848, colocou que:
“a maior parte do território da nossa província está dividida em
grandes propriedades (...) que mantêm diretamente, sob o jugo
terrível, metade da população da província, e oprime a outra
metade por meio de imenso poder que lhe dá esta massa de
vassalos obedientes (...) reconhecemos, numa palavra, que a
divisão do nosso solo em grandes propriedades era a fonte da maior
parte dos nossos males”.
Na prática
Após ter analisado o trecho do texto de Antônio Pedro de
Figueiredo, publicado na revista “O Progresso”, vire-se e
converse com o seu colega:

Qual era a crítica que o autor fazia à divisão das


terras na província de Pernambuco? Para ele, como
essa divisão impactava a população?
Na prática Correção
Qual era a crítica que o autor fazia à divisão das terras na
província de Pernambuco? Para ele, como essa divisão
impactava a população?
Resposta esperada:
De acordo com o trecho, a principal crítica de Antônio Pedro de
Figueiredo era que a maior parte do território da província estava
dividida em grandes propriedades de terra. Isso oprimia a maioria
da população, devido ao imenso poder político e econômico que os
grandes proprietários de terra detinham. Por isso, as grandes
propriedades de terra eram vistas pelo autor como a fonte dos
principais problemas enfrentados pela população da província.
Foco no conteúdo
O que motivou a Revolução Praieira?
Em 1848, a saída dos liberais do governo central gerou um
clima de insatisfação em Pernambuco, culminando na eclosão
da Revolução Praieira. O levante teve influências tanto de ideias
liberais europeias, quanto de ideias socialistas e anarquistas
de autores como Proudhon, Fourier e Owen. A revolta foi
liderada por membros da classe média, por intelectuais e por
profissionais liberais, e teve como objetivo principal a luta por
maior participação política, e por reformas sociais e
econômicas, além do fim do governo conservador.
Foco no conteúdo
Pedro Francisco, o Visconde
de Camaragibe, um dos
irmãos da família Cavalcanti
Os Cavalcanti
Durante a Revolução Praieira, as famílias poderosas da região,
como os Cavalcanti, que exerciam grande influência política e
econômica, tiveram grande destaque. Os irmãos Cavalcanti,
conhecidos como Visconde de Camaragibe, Visconde de
Suassuna e Visconde de Albuquerque, eram filhos do Coronel
Suassuna, participante da Revolução Pernambucana de 1817.
Essas famílias dominavam os engenhos de açúcar e detinham
o controle político da província.
Foco no conteúdo
Nabuco de Araújo afirmou: "Enumerai os engenhos da província e
vos damos fiança de que um terço deles pertence aos Cavalcanti".
Liderados pelo Visconde de Camaragibe (do Partido
Conservador), e com o apoio do Visconde de Suassuna (chefe do
mesmo partido), os Cavalcanti dominavam a província e eram
respeitados pela corte imperial. A ligação dos Cavalcanti com as
outras famílias de proprietários de terra ampliava ainda mais o
seu poder e a sua influência na região. Outro Cavalcanti, o
Visconde de Albuquerque, era o líder dos liberais na província.
Portanto, independentemente da corrente política que
estivesse no controle em Pernambuco, os Cavalcanti estariam
no comando.
Foco no conteúdo
Aquarela de 1844 representando o Engenho
Junqueiro, na província de Pernambuco

O declínio da produção de açúcar e de algodão


Pernambuco enfrentava dificuldades decorrentes do declínio das
atividades açucareiras e algodoeiras. A concentração de terras
e de poder nas mãos de um pequeno grupo de proprietários
gerava tensões sociais e raciais na região. A imprensa da época
denunciava o controle monopolizado do comércio por
descendentes de portugueses, o que restringia as oportunidades
de trabalho da população local. Essas desigualdades
socioeconômicas contribuíam para o descontentamento da
população.
Foco no conteúdo
Detalhe da primeira página
do jornal “A Voz do Brasil”

Nesse sentido, Inácio Bento de Loiola publicou no jornal “A Voz


do Brasil” em 19 de fevereiro de 1848:
"Chora Pernambuco (...) e tu, povo, raça infortunada em toda a
parte, chora também! De tudo isto que vês, nada te pertence. Essas
administrações tão numerosas, esses palácios, esses carros
suntuosos, esses tribunais são para teus senhores (...) Chora,
chora. O teu quinhão é o arbitrário, os dolorosos trabalhos, a
miséria e os rudes tormentos".
Na prática
Após ter analisado o trecho do texto de Inácio Bento de Loiola
publicado no jornal “A Voz do Brasil”, vire-se e converse com o
seu colega:

Como o autor descreve a situação vivida pelo


povo de Pernambuco? Quais são as principais
críticas apresentadas por ele?
Na prática Correção
Como o autor descreve a situação vivida pelo povo de
Pernambuco? Quais são as principais críticas apresentadas
por ele?
Resposta esperada:
No trecho citado, Inácio Bento de Loiola descreve a situação do
povo de Pernambuco como infortunada e lamentável. Ele diz que
nada pertence ao povo, e que as administrações, os palácios, os
carros suntuosos e os tribunais são destinados aos seus senhores.
Inácio Bento de Loiola critica a desigualdade social e econômica,
destacando que o povo vive em condições de miséria, enfrentando
trabalhos árduos e tormentos. Ele denuncia a concentração de
poder e de riqueza nas mãos dos senhores, em contraste com a
miséria e o sofrimento vivenciados pela população.
Foco no conteúdo
A revolução
Em meio a esse cenário de desigualdades e de insatisfações,
começou a Revolução Praieira. Liderada por membros da classe
média, por intelectuais e por profissionais liberais, essa revolta
teve como objetivo principal lutar por maior participação
política, e por reformas sociais e econômicas. Além disso,
questionava o controle dos Cavalcanti e de outras figuras públicas
sobre a política e sobre a economia de Pernambuco. A imprensa
local, como os jornais “A Voz do Brasil” e “O Diário Novo”,
amplificava as reivindicações por mudanças e se posicionava
contra os interesses das famílias dominantes.
Mas veremos a continuação dessa história na próxima aula.
Aplicando
Uma palavra!

Considerando os motivos que levaram ao surgimento da


Revolução Praieira, resuma o que você assimilou do assunto em
uma palavra. Compartilhe a sua palavra com o restante da
turma. O professor registrará todas as palavras escolhidas pela
turma para que todos possam visualizá-las.
O que aprendemos hoje?

• Compreendemos a disputa política entre os partidos


Liberal e Conservador durante o Segundo Reinado;
• Analisamos as condições socioeconômicas de
Pernambuco na metade do século XIX;
• Entendemos os motivos que levaram à eclosão da
Revolução Praieira.
Tarefa SP
Localizador: 98965

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com


seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”. 

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
LEMOV, D. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a
gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2018.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo Paulista:
Etapas Educação Infantil e Ensino Fundamental. São Paulo,
2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação.
Coordenadoria Pedagógica – COPED. São Paulo, 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slides 3 e 4 –
https://tenor.com/pt-BR/view/mochi-peach-reading-books-ac-gif-15223594 ,
https://tenor.com/pt-BR/view/stop-hault-do-not-go-stay-dont-leave-gif-143356
54
e https://tenor.com/pt-BR/view/can-you-writing-it-down-gif-25202480
Slide 5 –
https://multirio.rio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M2-cap6/1_mapa_provin
cia_Pernambuco_tratada.jpg

Slide 6 –
https://ensinarhistoria.com.br/s21/wp-content/uploads/2016/03/Carrossel_Fari
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Slide 7 –
https://multirio.rio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M2-cap6/2_Alfandega_c
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 14 –
https://multirio.rio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M2-cap6/5_Pedr
o_Francisco_corrigido.jpg
Slide 16 –
https://multirio.rio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M2-cap6/2_Enge
nho_Junqueiro_corrigido.jpg
Slide 17 –
https://multirio.rio.rj.gov.br/images/historia_do_brasil/M2-cap6/1_Avoz
doBrasil_jun_1848_t.jpg

Slide 21 –
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Material
Digital

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