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Apostila do Aluno

ENSINO MÉDIO 1

SUMÁRIO

GEOGRAFIA ..................................................................................................................................... 3
HISTÓRIA .......................................................................................................................................... 8
FILOSOFIA ...................................................................................................................................... 13
SOCIOLOGIA ................................................................................................................................. 19
BIOLOGIA........................................................................................................................................ 27
LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................................................ 32
E LITERATURA ............................................................................................................................. 32
INGLÊS ............................................................................................................................................. 40
ARTES............................................................................................................................................... 48
QUÍMICA .......................................................................................................................................... 53
FÍSICA............................................................................................................................................... 61
MATEMÁTICA ............................................................................................................................... 65

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio


Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 2
CAPÍTULO 1 GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO – CONCEITOS BÁSICOS
Geografia é a ciência que estuda as inter-relações que ocorrem entre o ser humano e
o quadro natural que o cerca.

• TERRA - Planeta do Sistema Solar (terra + água + ar).


• 3º Planeta pela ordem de afastamento do Sol (1º
Mercúrio, 2º Vênus).
• Superfície da Terra: 510.000.000 km².
• PLANETA - Astro sem luz e calor próprio. Gira em torno
de uma estrela que o aquece e ilumina.
O Sistema Solar é constituído por oito planetas: Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

• MOVIMENTO DE ROTAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno de seu eixo


imaginário de Oeste para Leste, em 23 horas, 56 minutos, e 4 segundos (um dia).
• MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO: Movimento executado pela Terra em torno do Sol
de Oeste para Leste, em 365,6 dias.
• MERIDIANO DE GREENWICH: Círculo tomado como origem do tempo universal e
que passa pela antiga sede do observatório de Greenwich, na Inglaterra.
• LINHA DO EQUADOR: Círculo máximo imaginário do Globo Terrestre que divide a
Terra em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
Existem quatro paralelos importantes por delimitarem as
zonas térmicas da Terra:

• TRÓPICOS:
o TRÓPICO DE CÂNCER: ao Norte da linha
do Equador (Caribe).
o TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO: ao Sul da
linha do Equador (São Paulo).
São os dois círculos terrestres paralelos ao
Equador:

• CÍRCULOS POLARES:
o ÁRTICO – Hemisfério Norte
o ANTÁRTICO – Hemisfério Sul
São os dois hemisférios terrestres paralelos ao Equador:

• HEMISFÉRIO – Meia esfera. Cada uma das meias esferas em que a Terra é
imaginariamente dividida pela linha do Equador (Norte e Sul) e Greenwich (Leste e
Oeste). Observe a imagem abaixo.

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Meridiano de Greenwich

BRASIL
País da América do Sul, com território de 8.511.965 km², na maior parte (93%) no
Hemisfério Sul. O Brasil possui 209,5 milhões habitantes e está politicamente dividido em 26
estados e um Distrito Federal. A divisão em estados foi estabelecida a partir da Proclamação
da República e consequentemente, a partir da 1ª Constituição Republicana. Os Estados
substituíram as Províncias do Império. Copiamos o sistema adotado nos Estados Unidos da
América do Norte.
DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL: Segundo o IBGE, o Brasil está dividido em cinco
regiões geográficas de acordo com os seus contrastes físicos, humanos e econômicos: Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
DIVISÃO GEOECONÔMICA: Três complexos regionais de acordo com a formação
histórico econômica do país: Amazônia, Nordeste e Centro Sul.

Figura 2 – Divisões Regionais do Brasil. Figura 1 - Divisões geoeconômicas do Brasil.

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RELAÇÃO DOS ESTADOS COM AS RESPECTIVAS CAPITAIS:

REGIÃO NORTE
ESTADO CAPITAL
Amazonas Manaus REGIÃO CENTRO OESTE
Pará Belém ESTADO CAPITAL
Roraima Boa vista Mato Grosso Cuiabá
Amapá Macapá Mato Grosso do Sul Campo Grande
Acre Rio Branco Goiás Goiânia
Rondônia Porto Velho
Tocantins Palmas REGIÃO SUDESTE
ESTADO CAPITAL
REGIÃO NORDESTE Minas Gerais Belo Horizonte
ESTADO CAPITAL Espírito Santo Vitória
Pernambuco Recife Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Maranhão São Luís São Paulo São Paulo
Piauí Teresina
Ceará Fortaleza REGIÃO SUL
Rio Grande do Norte Natal ESTADO CAPITAL
Paraíba João Pessoa Paraná Curitiba
Alagoas Maceió Santa Catarina Florianópolis
Sergipe Aracaju Rio Grande do Sul Porto Alegre
Bahia Salvador

DISTRITO FEDERAL
Obs.: Tocantins é o mais novo estado do Sede Administrativa
Brasil. Foi desmembrado do estado de Brasília
do País
Goiás.

RELEVO: Relevo é o conjunto de acidentes geográficos da superfície terrestre. No


Brasil predomina um relevo de baixa altitude.
PLANALTOS DO BRASIL: O Planalto Brasileiro subdivide-se em: Planalto Central e
Planalto Meridional.

• Planalto Atlântico: onde se localizam a Serra do Mar, a


Serra da Mantiqueira e a Serra do Espinhaço. Neste
Planalto, localizam-se o Pico da Bandeira com 2.840 metros
e o Pico das Agulhas Negras com 2.787 metros de altitude.
• Planalto Nordestino
• Planalto das Guianas: Neste Planalto, localiza-se o Pico da
Neblina com 3.014 metros de altitude, sendo o ponto
Figura 3 - Demonstração de
culminante do Brasil. planalto.
PLANÍCIES DO BRASIL:
1 – Planície Amazônica ao Norte.
2 – Planície Costeira junto ao litoral.

Figura 4 - Demonstração de
planícies.

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3 – Planícies do Pantanal na região Centro Oeste, onde é localizada a Chapada dos
Guimarães, hospedeira de 650 espécies de aves.
CLIMA: O que é clima? Definições e
conceitos:

• É a sucessão de estados da
atmosfera em um determinado
lugar.
• É a sucessão dos estados do
tempo em certo lugar.
O CLIMA NO BRASIL:
1. Clima Equatorial – Na Amazônia
(fenômeno da friagem).
2. Clima Tropical na maior parte do país.
Apresenta verão quente e úmido e
inverno quente e seco.
3. Tropical de altitude – nas áreas mais
elevadas do Sudeste.
4. Semiárido no interior do Nordeste.
5. Subtropical no Sul do país. Santa Catarina (um estado do Sul) possui este tipo de
clima.

HIDROGRAFIA NO BRASIL:
Hidrografia: estudo das águas continentais (rios e lagos). Dá-se o nome de Bacia
Hidrográfica ao conjunto de terras banhadas por um rio principal, seus afluentes e
subafluentes. O Brasil, neste caso particular, é um país privilegiado. Nossas principais Bacias
Hidrográficas são:
1 - Bacia Amazônica: Extensão: 7.500.000 km² dos quais aproximadamente
4.000.000 km2 estão situados em território brasileiro, e o restante distribuído por oito países
sul-americanos: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador,
Bolívia. A Bacia Amazônica possui cerca de 23 mil km de rios navegáveis; Tem como principal
rio o Amazonas. Afluentes mais importantes Negros, Tapajós, Xingu, Japurá e outros.
2 – Bacia Platina, subdivida em:
a) Bacia do Paraná, região sul do Brasil. Tem como principal rio o Paraná que é o
maior rio brasileiro em potencial hidroelétrico. Nasce na fusão dos rios Grandes e Paranaíba
e deságua no Rio da Prata. Divide o Brasil, o Paraguai e a Argentina. Na Bacia Platina estão
as hidroelétricas de Furnas, Três Irmãos, Barra Bonita, Ilha Solteira e a principal que é a de
Itaipu.
b) Bacia do Uruguai: Rio principal: Uruguai que nasce da fusão dos rios Canoas e
Pelotas.
c) Bacia do Paraguai: Rio Principal: Paraguai que nasce na Serra do Araporé (MT).
Atravessa o Pantanal e é altamente utilizado para a navegação.
3 – Bacia do São Francisco: Fica no Planalto do Brasil. Tem como principal rio, o
São Francisco que embora apresentando muitas cachoeiras, é também um rio navegável. É
a mais importante bacia hidrográfica do Brasil inteiramente brasileira, tanto que o Rio São

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Francisco é conhecido como o Rio da Unidade
Nacional. O São Francisco nasce na Serra da
Canastra, em Minas Gerais e deságua no Oceano
Atlântico (2.000 km navegáveis). Nesta bacia estão
as hidroelétricas de Três Maria (MG), Sobradinho e
Paulo Afonso (BA). No passado foi o principal elo
entre o Nordeste e o Sul do país.
4 – Bacia Tocantins – Araguaia: É a maior
bacia totalmente brasileira. Tem como principal rio, o
Tocantins com 2.450 km de extensão. Seu principal
afluente é o Araguaia. Nesta bacia está a
hidroelétrica de Tucuruí (Pará).

BRASIL – UM PAÍS PRODUTIVO


Economia: é o conjunto de atividades que visa produzir e comercializar bens e
serviços. O Brasil possui uma economia bastante diversificada nos diversos setores:
A) Setor Primário:

• AGRICULTURA: um dos sustentáculos da economia bastante diversificada nos


diversos setores. No passado foi baseado em poucos produtos (café e cana-de-açúcar
principalmente). Tornou-se bastante variada com o cultivo da soja, do trigo, do fumo,
do algodão, da uva, etc. Seu papel: Abastece o país, cria excedente para as
exportações e ainda energia através do cultivo da cana-de-açúcar. Predomínio de
latifúndios (propriedade rural com mais de 600 ha) sobre os minifúndios.
Principais produtos:
a) Cana-de-açúcar: Introduzida no Brasil durante o século XVI por Martim Afonso e
Sousa donatário da Capitania de São Vicente. Na Europa o açúcar era produzido a partir da
beterraba. De qualidade inferior e de pouca produtividade propiciou o uso do açúcar produzido
com cana-de-açúcar. O produto tornou-se um importante fator econômico na Colônia
Brasileira e foi responsável pelo aumento populacional e ocupação de São Vicente, Bahia e
Nordeste do Brasil. Maiores produtores mundiais (SP, MG, PR, GO, MS, AL).
b) Café: Já foi nossa maior fonte de renda, sua produção cresceu durante o 2º Império
ocupando regiões do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Vale do Paraíba, Minas Gerais e
Paraná. No Paraná, região de terra roxa, o café teve alta produtividade e por ponde passou
plantou cidades, vilas, fazendas, gerando lucro e fazendo fortunas. Atualmente, o estado de
Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, com 54,3% da produção nacional. O café
motivou, além da ocupação territorial, o desenvolvimento das Estradas de Ferro do Brasil. Foi
o café a base econômica do crescimento de São Paulo. Maiores produtores: MG, ES, SP, BA,
RO e PR.
c) Laranja: O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo. Recentemente
direcionado para a exportação (na forma de suco) sob o controle de multinacionais.
d) Soja: é o segundo produto em área cultivada no Brasil. Segundo maior produtor
mundial. Maiores produtores: MT, PR, RS e GO.

• PECUÁRIA: Desempenhou marcante papel no povoamento e expansão territorial do


Brasil, nos colocando entre os maiores criadores do mundo. A Soma total do nosso

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rebanho é de aproximadamente 214,9 milhões de cabeças (bovino – maior produtor
do mundo; suíno –quarto maior do mundo; e equino – sétimo maior do mundo).
Tipos de criação:
a) Intensiva: pequena propriedade, áreas limitadas, alto rendimento, em geral
utilizada com a criação leiteira.
b) Extensiva: grandes áreas, gados à solta, pastagens naturais, baixo rendimento,
destinado à criação de corte.

• EXTRATIVISMO: São divididos em dois tipos:


a) Vegetal: destacando-se o Babaçu (palmeira do Nordeste cujo fruto fornece óleo,
álcool e glicerina), o mogno (madeira nobre e de alto valor comercial, cortada livremente no
Pará, Mato Grosso e Rondônia), etc.
b) Mineral: destacamos o minério de ferro e o petróleo. Minério de ferro: principais
áreas: quadrilátero mineiro (Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas) e Vale do
Rio doce. Nosso principal corredor de exportação é o Porto de Tubarão, em Vitória (ES).
Petróleo: encontrado nas bacias sedimentares, monopólio da Petrobrás. Principais áreas
produtoras no continente: BA, SE, RN, etc. e na plataforma continental RS, SE, AL, RN.
B) Setor Secundário:
Indústria: forte e diversificada, concentrada principalmente no Sudeste em função da
melhor rede de transportes e comunicações, maior concentração de mercado consumidor,
maior produção energética, maior capital e mão de obra de maior qualificação. Essa
concentração é maior em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, na região Sudeste.
Existem poucas no Norte e Nordeste.
C) Setor Terciário:
Comércio: encontramos atividades modernas (bancos, empresas de seguros e
transportes, cadeias de supermercados, etc.) e atividades tradicionais (mercearias, bazares,
etc.).

1
CAPÍTULO

HISTÓRIA
Portugal, país da Europa, foi que liderou o movimento das Grandes Navegações.
Queriam descobrir o caminho marítimo para a Índia. Para isto passou a explorar o Atlântico
Sul, chamado de Mar Tenebroso. Desvendou, conquistando o litoral ocidental da África.
Descobriu, através de Bartolomeu Dias,
o Cabo da Boa Esperança e chegou à
Índia em 1498 através da expedição de
Vasco da Gama. Tendo em vista a
concorrência espanhola, Portugal e
Espanha celebraram o Tratado de
Tordesilhas.

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Para conquistar a Índia, o soberano D. Manuel organizou a esquadra de Pedro Álvares
Cabral que, em 13 embarcações, viajou ao “largo”, isto é, afastou-se do litoral africano e
acabou por descobrir o Brasil. A viagem de Cabral foi muito importante para Portugal.
Significou a esperança de novas conquistas, novos negócios, além do domínio definitivo da
Índia. Por esta razão é que festivamente a esquadra iniciou viagem saindo do Rio Tejo no dia
10 de março de 1500, com Cabral vieram os melhores navegantes além de Pero Vaz de
Caminha que seria o governador português na Índia. Foi Pero Vaz de Caminha quem
escreveu um diário de viagem, transformando mais tarde, na célebre Carta de Caminha que,
enviada ao rei D. Manuel, noticiou a descoberta do Brasil. Descoberto o Brasil, a esquadra
rumou diretamente para a Índia.
Gaspar de Lemos Levou a Carta de Caminha
a D. Manuel que ordenou que Gaspar de
Lemos voltasse ao Brasil para melhor
conhecer a nova terra. Então, Gaspar de
Lemos comandou a primeira expedição que,
viajando pelo litoral, deu nomes aos
principais acidentes geográficos, como por
exemplo, Cabo S. Roque, Baia de Todos os
Santos, Cabo S. Tomé, Rio de Janeiro, etc.
Gonçalo Coelho, Cristóvão Jacques, mas nada encontraram que desse a Portugal
oportunidade de um grande negócio.
A colônia foi abandonada e somente em 1530 os portugueses voltaram a interessar-
se por esta terra, isto porque os franceses aqui vieram extrair pau-brasil. Foi criado o sistema
de governo Capitanias Hereditárias – primeiro sistema administrativo do Brasil. Das quinze
existentes, somente duas prosperam: São Vicente e Pernambuco. Como o resultado não foi
o esperado, o governo de Portugal criou para o Brasil o Governo Geral. Foi nomeado como
primeiro governador, Tomé de Sousa. Ele trouxe para cá, D. Pero Fernandes Sardinha, nosso
primeiro Bispo. Além do mais fundou, com a ajuda de Caramuru, a Vila de Salvador para ser
a primeira Capital.
Os três primeiros governadores foram: Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de
Sá. O primeiro cumpriu bem o seu papel, instituiu uma estrutura administrativa, iniciou o
trabalho agrícola, fomentou a pecuária, iniciou a catequese, deu amparo às Capitanias do Sul.
Duarte da Costa foi péssimo, atacou a catequese e os jesuítas, desentendeu-se com
Caramuru e com os índios, provocou a morte de D. Pero Fernandes Sardinha. Curiosamente,
foi nesse governo, sem nenhuma participação governamental, que Manuel da Nóbrega, José
de Anchieta e Manuel de Paiva fundaram a Vila de São Paulo do Piratininga (1554).
A colônia brasileira arrastou-se na monotonia do tempo. Foi, ora esquecida, ora
explorada por Portugal. É evidente, entretanto, que uma nova sociedade aqui estava se
formando. Sociedade esta que se miscigenava a cultura do índio, do português e pouco mais
tarde, do negro. Foi esta sociedade que por instinto, por amor próprio, por necessidade,
passou a defender seus interesses, sua terra. A isto se deu o nome de Nativismo. Nativismo
é, portanto, amor à Terra Natal.
Os principais movimentos nativistas foram: Emboabas, Mascates, Aclamação de
Amador, Revolta de Beckman, Revolta de Felipe dos Santos e a Inconfidência Mineira. A
chamada “Guerra dos Emboabas”, no início do século XVIII, aconteceu na região de Minas
Gerais. Foi um movimento dos paulistas, que chegando primeiro, descobriram e exploraram
as minas de ouro, contra os portugueses, forasteiros, que chegaram depois fazendo
concorrência com os paulistas.
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A “Guerra dos Mascastes” aconteceu na mesma época de Emboabas, porém em
Pernambuco. Foi uma contenda entre os moradores de Recife, mascates, pescadores, gente
simples, contra a aristocracia portuguesa residente em Olinda. Recife, que lutou pela sua
autonomia, acabou por conseguir. O principal movimento nativista foi a Inconfidência Mineira.
Aconteceram principalmente na Vila de Ouro Preto, Minas Gerais. Dela participaram
intelectuais, padres, militares, fazendeiros, porém Tiradentes quem mais falou, mais propagou
o movimento fracassou, foi condenado à morte, enforcado para servir de exemplo à população
(21/04/1792). D. Maria, mãe de D. João VI, rainha de Portugal, foi quem assinou a condenação
de Tiradentes.
No início do século XIX, Napoleão queria dominar a
Europa, decretou o Bloqueio Continental e impondo-se,
pela força e pelo medo, invadiu os países aliados da
Inglaterra. Portugal foi um deles, D. João, que governava
como regente (D. Maria estava louca), fugiu para o Brasil
(1808), aqui chegando, procurou melhorar a colônia,
principalmente o Rio de Janeiro, a fim de instalar a sua
corte. Foi nesta ocasião que D. João VI construiu, no Rio
de Janeiro, o Jardim Botânico.
D. João não gostava da França, era inimigo de Figura 5 - Napoleão Bonaparte - Fonte:
Napoleão. D. Carlota Joaquina, espanhola de origem, Internet
estava aborrecida com o seu país porque havia ajudado Napoleão a invadir Portugal.
Ambiciosa, exigiu de D. João invadisse a região do Uruguai que pertencia aos espanhóis e
que foi anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. D. João VI, por sua vez,
mandou invadir, por vingança, a Guiana Francesa.
No governo D. João VI o Brasil progrediu. Em 1815, por decreto imperial, fez do Brasil
um Reino Unido de Portugal e Algarves. Em 1820, Portugal passou pela Revolução do Porto
que de imediato exigiu o retorno de D. João VI. Os revolucionários queriam novamente a corte
de Lisboa, sem outro meio, D. João VI voltou, deixando no Brasil o príncipe herdeiro. D. Pedro
assumiu o governo como regente. Com o regresso da Família Imperial, os nacionalistas
movimentaram-se no caminho da independência. Os políticos de Portugal queriam que D.
Pedro voltasse também, enquanto isso, nossos políticos perceberam que isto prejudicaria o
processo de independência e através de um abaixo assinado, solenemente entregue, pediram
ao príncipe que aqui permanecesse. Conseguiram o que pretendiam e este acontecimento
ficou conhecido como do Dia do Fico (09/01/1822).
D. Pedro proclamou a Independência do Brasil, às margens do Riacho Ipiranga, em
São Paulo, no dia 07 de setembro de 1822 dando início ao Primeiro Império que durou até
1831. Um governo necessita, além do chefe do executivo, de um ministério que atenda suas
múltiplas necessidades específicas. O Imperador, muito jovem, era de temperamento
intempestivo, arrojado, mas politicamente mal preparado. Por esta razão e por influência de
D. Leopoldina, convidou José Bonifácio, político idoso, paulista, experiente, para ser o seu
principal Ministro.
Proclamada a Independência, o Imperador convocou a Assembleia Constituinte.
Queria dar ao novo país uma Constituição. Os deputados foram eleitos, a Constituinte
instalada, porém logo se percebeu que a maioria dos deputados era contra D. Pedro, contra
os portugueses, contra a monarquia reinante. Um impasse político foi criado. O imperador foi
atacado política e pessoalmente. D. Pedro perdeu a paciência, e, fazendo valer seu ímpeto
despótico, fechou a Assembleia prendendo os deputados inimigos. (Noite da Agonia –
11/1823).
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Depois da Independência, o Imperador preocupou-se também, com o reconhecimento
internacional da nossa autonomia sem o que, seria impossível governar. O primeiro país a
reconhecer a nossa Independência foram os Estados Unidos. Depois de algumas
providências diplomáticas, a Inglaterra também reconheceu e forçou Portugal a fazê-lo. Os
outros países seguiram a tradição.
D. Pedro era um libertino. Sua vida foi
ponteada de romances, aventuras e
escândalos. O Imperador, casado com D.
Leopoldina, tinha muitas amantes e dentre
elas, a preferida era Domitila de Castro, a
Marquesa de Santos. No ano de 1824, D.
Pedro entregou ao povo a nossa primeira
Constituição que ficou conhecida como a
Carta Outorgada. Ele mesmo escreveu esta
Constituição em companhia de alguns
políticos de sua confiança.
Figura 6 - Independência do Brasil.
A dissolução da Assembleia
Constituinte motivou revolta nas províncias. No Nordeste, lideradas por Pernambuco, as
províncias rebelaram-se formando a Confederação do Equador. O movimento fracassou e
seu líder intelectual, Frei Joaquim do Amor Divina Caneca (Frei Caneca), foi condenado à
morte e executado. Este fato impopularizou D. Pedro.
D. Pedro não soube governar o Brasil, sua situação política não era das melhores.
Rompeu com José Bonifácio, perdeu a confiança e o apoio dos nacionalistas, permitiu a
condenação de Frei Caneca, escandalizou a corte com suas amantes, fez guerra contra a
Província Cisplatina, maltratou D. Leopoldina que acabou morrendo de parto, ficando assim,
impossibilitado de governar.
Quando viúvo, D. Pedro ficou desesperado e mandou à Europa embaixador a procura
de uma nova esposa. Não foi fácil. Em sua vida de escândalo, muitos o atrapalhou. Acabou
casando com Amélia de Leuchetenberg, filha do Príncipe Eugênio e neta da Imperatriz
Josefina, primeira esposa de Napoleão.
Politicamente, tudo ia mal. A Luta política entre nacionalista e monarquista estava cada
vez mais acirrada. Havia uma intranquilidade social e política, principalmente nas províncias
de Minas Gerais e de São Paulo. D. Pedro resolveu ir a Minas e tentar pessoalmente pacificar
a província. Foi um total constrangimento. Ele foi recebido friamente e percebeu que seu
governo estava no fim. Voltou ao Rio de Janeiro como um derrotado. Seus correligionários,
na maioria portuguesa, a fim de amenizar a situação, preparam-lhe uma festa. Foram,
entretanto, impedidos pelos nacionalistas. Portugueses e brasileiros brigaram durante três
noites. Este episódio ficou conhecido como A Noite das Garrafadas.
Desmoralizado, não mais conseguindo dominar a situação, D. Pedro resolveu, num
ato que surpreendeu a todos, abdicar a favor do príncipe herdeiro, D. Pedro de Alcântara, que
tinha apenas cinco anos de idade. Isto aconteceu no dia 07 de Abril de 1831 e o Brasil, por
esta razão, passou a ser governado por uma Regência. A Regência durou até 1840, neste
período destacaram-se: Padre Feijó, Araújo Lima e o legislador Antonio Carlos, irmão de José
Bonifácio, que encabeçou o movimento da maioridade.
Em 1840, D. Pedro II, com apenas 15 anos de idade, ocupou o governo. Ficou 49 anos
no poder, isto é, até a Proclamação da República, em 1889. Na segunda metade do século

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XIX, o Brasil assistiu a uma Campanha Republicana, nela se envolveram intelectuais,
religiosos, militares, fazendeiros e políticos liberais. Foi, entretanto, Deodoro da Fonseca
liderando os militares, que pela força derrubou o último gabinete imperial encabeçado pelo
Visconde de Ouro Preto. Deodoro proclamou, no Rio de Janeiro, a República brasileira. Isto
aconteceu no dia 15 de novembro de 1889.
Deodoro, na verdade,
não era um republicado
autêntico. Era sim, um
desgostoso com o governo
imperial. Ao liderar o
movimento revolucionário que
derrubou a monarquia, acabou
por assumir o governo
provisório republicano, que
então se instalou. Dois anos
Figura 7 - Proclamação da República depois, em 1891, numa
eleição discutível, foi eleito o
Presidente da República para o primeiro quatriênio. Não era um democrata, não era um liberal
e não soube governar juntamente com o poder legislativo. Foi um ditador, enfrentou uma
revolução da marinha e não conseguindo resolver a crise política, mesmo fechando o
Congresso, resolveu renunciar ficando apenas sete meses no governo. Foi o primeiro
presidente eleito e o primeiro a renunciar.
Muitos foram os presidentes da chamada República Velha ou Primeira República.
Depois de Deodoro da Fonseca veio Floriano Peixoto, depois Prudente de Moraes que foi
sucedido por Campos Sales. Prudente e Campos Sales foram os dois primeiros presidentes
civis, paulistas e republicanos autênticos. Rodrigues Alves, também paulista e civil, foi quem
sucedeu Campos Sales. Sales havia recuperado as finanças do país e deu a Rodrigues Alves,
a oportunidade de remodelar a cidade do Rio de Janeiro, bem como saneá-la. Foi o sanitarista
Oswaldo Cruz quem desempenhou este papel. Na ocasião, o governo decretou o uso
obrigatório da vacina. Foi o bastante para que os inimigos do governo tentassem, envolvendo
o povo, derrubar Rodrigues Alves do poder, liderou então, a Revolução da Vacina que
felizmente fracassou.
A partir de 1930, o país foi governado por Getúlio Vargas, caudilho, ditador, que
chegou ao governo com a Revolução de 1930. Impôs sua vontade, fez a sua lei, derrubou o
governo de Washington Luís e em 1932 venceu a Revolução. Constitucionalista de São Paulo,
em 1934 deu ao país uma Constituição que ele próprio não respeitou. No ano de 1937, através
de um golpe de Estado, fechou o Congresso instituindo o Estado Novo – período mais forte
de sua Ditadura.
De 1939 a 1945, aconteceu a Segunda Guerra Mundial, o Brasil entrou na guerra a
favor dos aliados A.F.E.B. – Força Aérea Brasileira desenvolveu suas atividades bélicas na
Itália. A Segunda Guerra terminou em 1945 – época e que o ditador alemão Adolf Hitler se
suicidou. No mesmo período, Getúlio Vargas perdeu o poder. O Brasil voltou à ordem
democrática. Eurico Gaspar Dutra foi eleito Presidente da República do Brasil, entretanto, no
ano de 1950, quando da eleição sucessória, os políticos foram procurar novamente Getúlio
Vargas, que desta vez, foi eleito pelo povo. Estando velho e já não possuindo a mesma
disposição política, deixou-se envolver por negociatas e escândalos, acabando por suicidar-
se. Era o ano de 1954.

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Depois de contornada a crise política que o suicídio
desencadeou, foi eleito presidente, o governador mineiro Juscelino
Kubitschek de Oliveira. O país passou então por um período de
grande desenvolvimento, industrialização e Democracia plena.
Juscelino assumiu o poder no Catete, no Rio de Janeiro e terminou
o seu mandato na Nova Capital, que ele mandou construir: Brasília.
O sucessor de Juscelino foi o presidente Jânio Quadros, político
intempestivo, populista ditatorial que, não tendo maioria no
Congresso, acabou por renunciar. Este ato surpreendeu o país que
mergulhou na maior crise política de sua história. João Goulart, vice-
presidente, mesmo contra a vontade dos militares, assumiu a
Figura 8 - Juscelino Kubitschek
presidência. Durou pouco, pois uma revolução no ano de 1964
acabou por derrubá-lo.
Nasceu da ditadura militar que mandou neste país durante 20 anos, Figueiredo foi o
último presidente, último ditador militar. Foi pressionado pela oposição e pelos trabalhistas,
permitiu a eleição de um civil.
Tancredo Neves foi o eleito, mas morreu antes da posse. O vice-presidente José
Sarney assumiu a presidência, levando o país à redemocratização plena. Foi substituído pelo
presidente Collor – tragédia nacional. Imaturo, arrogante, sem apoio político, envolve-se em
negociatas e acabou sofrendo um processo de cassação. Renunciou para não ser cassado,
mas de nada adiantou, pois o Congresso, numa atitude discutível, acabou concluindo o
processo e cassando-o.
Itamar Franco, vice-presidente, teve sua vez. Terminou o mandato Collor, colocou
como Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso que conseguiu a aventura de acabar
com a inflação. Fernando Henrique escudado no Plano Real foi eleito Presidente da República
do Brasil.

FILOSOFIA
CAPÍTULO

ÚNICO

O QUE É FILOSOFIA?
“Se deve filosofar, deve-se filosofar e, se não deve filosofar, deve-se
filosofar, de todos os modos, portanto, se deve filosofar” (Aristóteles). “O
que pretendo sob o título de filosofia, como fim e campo das minhas
elaborações, seio-o, naturalmente. E, contudo não o sei...” (Husserl).
Qual o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia
deixou de ser um enigma? “Só os pensadores secundários que, na
verdade, não se podem chamar de filósofos, estão contentes sem
as suas definições” (Husserl).

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 13


A FILOSOFIA DE VIDA
Na medida em que somos seres racionais e sensíveis, estamos sempre dando
sentindo às coisas. Ao “filosofar” espontâneo de todos nós, costumamos chamar filosofia de
vida. Segundo Gramsci, “Não se pode pensar em nenhum homem que
não seja também filósofo, que não pense, precisamente, porque pensar
é o próprio do homem como tal”. Isso significa que as questões
filosóficas fazem parte do nosso cotidiano. Se o filósofo da educação
investiga os fundamentos da pedagogia, qualquer pessoa também se
preocupa a escolher critérios não que sejam pouco rigorosos, a fim de
decidir sobre a educação de seus filhos, ou para os jovens do seu
tempo. Estamos diante de diferentes filosofias de vida quando
preferimos morar em casa e não em apartamento, quando deixamos o
emprego bem pago por outro não tão bem remunerado, porém mais
atraente, quando escolhemos alternar a jornada de trabalho com a
prática de esporte ou com a decisão de ficar em casa assistindo à tevê. Figura 9 - Antônio Gramsci
É preciso reconhecer que existem critérios bem diferentes
fundamentando tais decisões: há valores que entram em jogo aí.
Com isso, não estamos confundindo a filosofia de vida com a reflexão do filósofo que,
como vemos, tem suas exigências de rigor que o bom senso não preenche. O que
percebemos, no entanto, ao verificar que filosofia interessa a todo ser humano, é que, ainda
segundo Gramsci, o especialista filósofo é diferente dos outros especialistas (como o físico
ou o matemático). Por exemplo, podemos bem pensar que enquanto grande parte dos
indivíduos não precisa se ocupar com assuntos como trigonometria, o mesmo não acontece
com o objeto de estudo do filósofo, cujo interesse se estende a qualquer um.
Por isso, consideramos importante o ensino de filosofia nas escolas, não propriamente
para despertar futuros filósofos especialistas, mas para aprimorar a reflexão crítica típica do
filosofar e inerente a qualquer ser humano. Nesse sentido, o ensino da filosofia deveria se
estender a todos os cursos e não só às classes de ciências humanas.

O PROCESSO DE FILOSOFAR
Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mística. Quando se
dá a passagem da consciência mística para a racional, aparecem os primeiros sábios, sophos,
como se diz em grego.
Pitágoras (séc. VI, a.C.) era um dos filósofos pré-socráticos e também matemático,
teria usado pela primeira vez a palavra filosofia (philos sophia) que significa “amor à
sabedoria”. Assim, com o auxílio da etimologia, podemos ver que a filosofia não é puro lagos,
pura razão, ela é a procura amorosa da verdade.
Se a filosofia é essencialmente teórica, isso não significa que ela esteja à margem do
mundo, nem que constitua um corpo de doutrina ou saber acabado, com determinado
conteúdo, ou que seja um conjunto de conhecimentos estabelecidos de uma vez por todas.
Ao contrário, a filosofia supõe uma onipresente disponibilidade para a indagação. Por isso,
segundo Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. Essa é a condição para
problematizar, o que marca a filosofia não como da verdade, mas como sua busca. Ou seja,
se o filósofo é capaz de se surpreender com o óbvio e questionar as verdades dadas, aceita
a dúvida como desencadeadora desse processo crítico.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 14


Para Kant, “não há filosofia que se possa aprender, só se pode aprender a filosofar”.
Isso significa que a filosofia é, sobretudo, uma atitude, um pensar permanente. É um
conhecimento instituíste sentido de questionar o saber instituído.
O próprio tecido do pensar do filósofo é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano.
Por isso a filosofia se encontra no seio mesmo da história. Está mergulhada no mundo e fora
dele, eis o paradoxo enfrentado pelo filósofo, como explica Marleau-Ponty em elogio da
filosofia: “Pois é impossível negar que a filosofia coxeia. Habita a história e a vida, mas
quereria instalar-se no seu centro, naquele ponto em que é adventos, sentido nascente.
Sente-se mal no já feito. Sentido expressão, só se realiza renunciando a coincidir com aquilo
que exprime e afastando-se dele para lhe captar o sentido. É a utopia de uma posse a
distância.”
A filosofia surge no momento em que o pensar é posto
em causa, tornando-se objeto de reflexão. Não se trata,
porém, de qualquer reflexão. Quando vemos nossa imagem
refletida no espelho, há um “desdobramento”, pois estamos
aqui e estamos lá, no reflexo da luz, ela vai até o espelho e
refletirá, em latim, significa “fazer retroceder”, “voltar atrás”.
Portanto, refletir é retornar o próprio pensamento, pensar o já
pensado, voltar para si mesmo e colocar em questão o que já
conhece.
É ainda Gramsci quem diz: “o filósofo profissional ou
técnico não só ‘pensa’ com maior rigor lógico, com maior Figura 10 - Dermeval Saviani
coerência, com maior espírito de sistema do que os outros
homens, mas conhece toda a história do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento que
o pensamento teve até ele, é capaz de retomar os problemas a partir do ponto em que se
encontram, depois de terem sofrido as mais variadas tentativas de solução”.
O professor Dermeval Saviani conceitua a filosofia como uma reflexão radical, rigorosa
e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta, interpretarão esses tópicos.

• RADICAL: a palavra latina radis, raditis, significa “raiz”, e no sentido figurado,


“fundamento base”. Portanto a filosofia radical não no sentido corriqueiro de ser
inflexível (nesse caso seria a antifilosofia), mas na medida em que busca explicar os
conceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar e do agir. Por exemplo,
a filosofia das ciências examina os pressupostos do saber científico, do mesmo modo
que, diante da decisão de um vereador em aprovar determinado projeto, a filosofia
política investiga as “raízes” (os princípios políticos) que orientam sua ação.
• RIGOROSA: enquanto “filosofia de vida” não leva as conclusões até as últimas
consequências, nem sempre examinando os fundamentos delas, o filósofo deve dispor
de um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor. É assim que os
filósofos inovam nos seus caminhos de reflexão, tais como o fizeram Platão,
Descartes, Espinosa, Kant, Hegel, Husserl, Wittgenstein, etc. São inúmeros os
métodos filosóficos em que se apoiam os filósofos para desenvolver um pensamento
rigoroso, fundamentado a partir de argumentação, coerente em suas diversas partes
e, portanto, sistemático. Além disso, o filósofo usa de linguagem rigorosa para evitar
as ambiguidades das expressões cotidianas, o que lhe permite discutir com outros
filósofos a partir de conceitos claramente definidos. Por isso o filósofo sempre “inventa
conceitos”, criando expressões novas ou alterando o sentido de palavras usuais. Aliás,
quanto os gregos souberam fazer isso, no nascimento da filosofia!

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 15


• DE CONJUNTO: a filosofia é globalizante, porque examina os problemas sob a
perspectiva de conjunto, relacionando os diversos aspectos entre si. Nesse sentido, a
filosofia visa ao todo, à totalidade. Mais ainda, o objeto da filosofia é tudo, porque nada
escapa a seu interesse. Aí, sua função de interdisciplinaridade, ao estabelecer o elo
entre as diversas formas de saber e agir humanos. Sob esse enfoque, a filosofia se
distingue da ciência e de outras formas de conhecimento.

A FILOSOFIA E A CIÊNCIA
No século XVIII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências
particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde
esse período até os dias atuais, ciências como física, astronomia, química, biologia,
psicologia, sociologia, economia, etc., se especializam e investigam “recortes” do real. Apesar
dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da
mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a considerar o seu
objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou seja,
o problema nunca é examinado de modo parcial. Se a ciência tende cada vez mais para a
especialização, a filosofia, no sentindo inverso, quer superar a fragmentação do real, daí sua
função interdisciplinar, que busca estabelecer o elo entre formas do saber e do agir.
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos
os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a
respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a
química se denominam ciência e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico
ou do químico saber o que é ciência, o eu distingue esse conhecimento e quando o fazem,
estão colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo
define o conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia.
Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas
e a sua verificabilidade permitem uniformidades de conclusões e, com isso, a ciência adquire
maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma
forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e,
consequentemente, como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque
o filósofo parte da experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é,
mas como deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as
consequências éticas de um experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação,
sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à experiência.

QUAL É A “UTILIDADE” DA FILOSOFIA?


Para responder à questão, precisamos saber primeiro o que entendemos por utilidade.
Ora, vivemos em um mundo marcado pela busca dos resultados imediatos do conhecimento.
Sob essa perspectiva, é considerada importante a pesquisa da cura do câncer, ou o estudo
de matemática no ensino médio porque “entra no vestibular”, ou ainda a seleção de disciplinas
que vão interessar o exercício de determinada atividade. Por isso, com frequência, o
estudante se pergunta “Para que irei estudar filosofia, se não precisarei dela na minha
profissão?”.
Seguindo essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente “inútil”, não serve para
nenhuma alteração imediata de ordem pragmática. Neste ponto, ela é semelhante à arte. Se
perguntarmos qual é a finalidade de uma obra de arte, veremos que ela tem um fim em si
mesmo e, nesse sentido é “inútil”. Entretanto, não ter utilidade imediata não significa ser
desnecessário. A filosofia é necessária.
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 16
Onde está a necessidade da filosofia? Está no fato de que, por meio de reflexão
(aquele desdobramento, lembra-se?), a filosofia nos permite ter mais de uma dimensão, além
da que é dada pelo agir imediato no qual o “indivíduo prático” se encontra mergulhado. É a
filosofia que dá o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos
fins a que eles se destinam, reúne o pensamento fragmentado da ciência e o reconstrói na
sua unidade. Retorna a ação pulverizada no tempo e procura compreendê-la.
Portanto, a filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a
capacidade de superar a situação não escolhida. Pela transcendência, a pessoa surge como
ser do projeto, capaz de ser livre e de construir o seu destino. O distanciamento é justamente
o que provoca a nossa aproximação maior com a vida. Whitehead, lógico e matemático
britânico, disse que “a função da razão é promover a arte da vida”. A filosofia recupera o
processo perdido no imobilismo das coisas feitas (mortas porque já ultrapassadas), ela
impede a estagnação.
Por isso, o filosofar sempre se confronta com o poder, e sua investigação não fica
alheia à ética e a política. É o que afirma o historiador da filosofia François Chatelet: “Desde
que há Estado da cidade grega às
burocracias contemporâneas, a ideia de
verdade sempre se voltou, finalmente,
para o lado dos poderes (ou foi
recuperada por eles, como testemunha,
por exemplo, a evolução do pensamento
francês do século XVII ao século XIX).
“Por conseguinte, a contribuição
específica da filosofia que se coloca ao
serviço da liberdade, de todas as
liberdades, é a de minar, pelas análises
que ela opera e pelas ações que desencadeia as instituições repressivas e simplificadoras,
que se trate de ciência, do ensino, da tradução, da pesquisa, da medicina, da família, da
política, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer à
máscara, deslocá-la, arrancá-la.
A filosofia é, portanto, a crítica da ideologia, entendida como forma ilusória de
conhecimento que visa à manutenção de privilégios. Atentando para a etimologia do vocábulo
grego correspondente à vontade (a-létheia, a lethe-úein, “desnudar”), vemos que a verdade
consiste em pôr nu aquilo que está escondido. Eis a vocação do filósofo: o desvelamento do
que está encoberto pelo costume, pelo convencional, pelo poder.
Finalmente, a filosofia exige coragem. Filosofia não é um exercício puramente
intelectual, descobrir a verdade é ter a coragem de enfrentar as formas estagnadas do poder
que tentam manter o status quo, é aceitar o desafio da mudança. Saber para transformar.
Lembremos que Sócrates foi aquele que enfrentou com coragem o desafio máximo da morte.
É bem verdade, alguns dirão que sempre houve e haverá os pensadores bajuladores
do poder, aqueles que estão a serviço da manutenção do status quo e que emprestam suas
vozes e argumentos para defender tiranos. Mas, aí, estamos diante das fraquezas do ser
humano, seja por estar sujeito a enganar-se, seja por sucumbir ao tempo ou ao desejo de
prestígio e glória. Segundo Karl Jaspers, “a antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida,
que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação”.

APRENDENDO A FILOSOFAR

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 17


A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de
compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude diante da
vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações limites que exigem decisões
cruciais.
Por isso, no encontro com a tradição filosófica não devemos nos restringir a receber
passivamente como um produtor, mas sermos capazes, cada um de nós, de nos
aproximarmos da filosofia como processo, ou seja, como reflexão crítica e autônoma a
respeito da realidade vivida.
Lembrando Jaspers mais uma vez, a filosofia é a procura da verdade, não a sua posse,
porque “fazer filosofia é estar a caminho, as perguntas em filosofia são mais essenciais que
as respostas transformam-se numa nova pergunta”.

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA MORAL


OS VALORES
Diante de pessoas e coisas, estamos constantemente fazendo avaliações. “Esta
caneta é ruim, pois falha muito”; “Esta moça é atraente”; “Acho que João agiu mal não
ajudando você”; “Prefiro comprar este, que é mais barato”. Essas afirmações se referem a
juízos de realidade, quando partimos do fato de que a caneta e a moça existem, mas a juízos
de valor, quando lhes atribuímos uma qualidade que mobiliza nossa atração ou repulsa. Nos
exemplos, destacamos valores que se referem à utilidade, à beleza, ao bem e mal, ao aspecto
econômico.
Dessa forma, os valores podem ser lógicos, utilitários, estéticos, afetivos, econômicos,
religiosos, éticos, etc. Mas o que são valores? Embora a temática dos valores seja tão antiga
como a humanidade, só no século XIX surge a teoria dos valores ou axiologia (do grego axios,
“valor”). A axiologia não se ocupa dos seres e o sujeito que os aprecia.
Diante dos seres (sejam eles coisa inertes, seres vivos ou ideias) somos mobilizados
pela nossa afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou
provocam nossa repulsa. Portanto, algo possui valor quando não permite que permaneçam
indiferentes. É nesse sentido que Garcia Morente diz: “Os valores não são, mas valem. Uma
coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu
ser, mas dizemos que não é indiferente. A não indiferença constitui esta variedade ontológica
que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valer”.
Os valores são, num primeiro momento, herdados por nós. Ao nascermos, o mundo
cultural é um sistema de significados já estabelecido, de tal modo que aprendemos desde
cedo como nos comportar à mesa, na rua, diante de estranhos, como, quando e quanto falar
em determinadas circunstâncias, como andar, correr, brincar, como cobrir o corpo e quando
desnudá-lo, qual o padrão de beleza, que direitos e deveres temos. Conforme atendemos ou
transgredimos os padrões, os comportamentos são avaliados como bons ou maus.
A partir da valoração, as pessoas podem achar bonito ou feio o desenho que
acabamos de fazer ou criticar-nos por não termos cedido lugar à pessoa mais velha no metrô,
ou acham bom o preço que pagamos pela bicicleta, ou nos elogiam por termos mantido a
palavra dada, ou nos criticam por termos faltado com a verdade. Nós próprios nos alegramos
ou nos arrependemos de nossas ações ou até sentimos remorsos dependendo do que
praticamos. Isso quer dizer que o resultado de nossos atos está sujeito à sanção, ou seja, ao
elogio ou à reprimenda, à recompensa ou à punição, nas mais diversas intensidades: a críticas
de um amigo, “aquele” olhar da mãe, a indignação ou até a coerção física (isto é, a repressão
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 18
pelo uso da força, por exemplo, quando alguém é preso por assassinato). Embora haja
diversos tipos de valores, vamos considerar neste capítulo apenas os valores físicos ou
morais.
A MORAL
Os conceitos de moral e ética, ainda que diferentes, são com frequência usados como
sinônimos. Aliás, a etimologia dos termos é semelhante: moral vem do latim mos, moris, que
significa “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso”, e de moralis, morale,
adjetivo referente ao que é “relativo aos costumes”. Ética vem do grego ethos, que tem o
mesmo significado: de “costume”.
No entanto, podemos estabelecer algumas diferenças entre esses dois conceitos. A
moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo
de pessoas. Em um primeiro momento dessa discussão, podemos dizer de modo simplificado
que o sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgrede as
regras morais. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a
respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão pode seguir
as mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomado como ponto de
partida.
À pergunta: “O que é o bem e o mal”? Respondemos diferentemente, caso o
fundamento da moral esteja na ordem cósmica, na vontade de Deus ou em nenhuma ordem
exterior à própria consciência humana. Podemos perguntar ainda: Há uma hierarquia de
valores a obedecer? Se houver, o bem supremo é a felicidade? É o prazer? É a utilidade? É
o dever? É a justiça?
Por outro lado, é possível questionar. Os valores são essenciais? Têm conteúdo
determinado, universal, válido em todos os tempos e lugares? Ou, ao contrário, são relativos:
“verdade aquém, erro além dos Pirineus”, como dizia Pascal?

SOCIOLOGIA
CAPÍTULO

ÚNICO

O QUE É SOCIOLOGIA?
A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a
sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos,
instituições e associações. Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a
Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as
diferentes formas de constituição das sociedades e suas
culturas.
O termo Sociologia foi criado em 1838 (séc. XVIII)
por Auguste Comte, que pretendia unificar todos os estudos
relativos ao homem — como a História, a Psicologia e a
Economia. Mas foi com Karl Marx (luta de classes sociais),
Émile Durkheim (fatos sociais) e Max Weber (ação social)
Figura 11 - Karl Marx

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 19


que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram institucionalizados.
Apenas a partir do século XVII, a Sociologia foi institucionalizada, e isso ocorreu como
resposta acadêmica para um desafio que estava surgindo: o início da sociedade moderna.
Com a Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se
uma nova era no mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados
nacionais no Ocidente. Surge então essa ciência para compreender as novas formas das
sociedades, suas estruturas e organizações.
A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se
repetem nas relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato
social –, como também se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o
surgimento do capitalismo ou do Estado Moderno, explicando seus significados e importância
que esses eventos têm na vida dos cidadãos.
Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a
totalidade do seu universo de pesquisa. O conhecimento sociológico, por meio dos seus
conceitos, teorias e métodos, constitui um instrumento de compreensão da realidade social e
de suas múltiplas redes ou relações sociais, capazes de desenvolver uma consciência crítica
e analítica em relação à sociedade.

OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
• AUGUSTE COMTE
O núcleo da filosofia de Comte radica na ideia de que a sociedade
só pode ser convenientemente reorganizada através de uma completa
reforma intelectual do homem. Ele achava que antes da ação prática,
seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar de acordo
com o estado das ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema
Comteano estruturou-se em torno de três temas básicos: em primeiro
lugar, uma filosofia da história com o objetivo de mostrar as razões pelas
quais certa maneira de pensar (chamada por ele filosofia positiva ou
pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em segundo lugar, Figura 12 - Auguste
uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia Comte
positiva. Finalmente, uma sociologia que, determinando a estrutura e os
processos de modificação da sociedade, permitisse a reforma prática das instituições.
A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método
científico como base para a organização política da sociedade industrial moderna. O estado
positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em
oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago.
É o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo. Ex: a
explicação da queda de um objeto ou corpo: o primitivo explicaria a queda como uma ação
dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a queda pela essência dos corpos pesados,
cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar natural; Galileu, espírito positivo,
não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se contentaria em
descrever como o fenômeno da queda ocorre.
Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se
aproximava das ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo
constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um
modelo físico ou mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 20


• Émile Durkheim
Durkheim viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a
classe dos empresários e a classe dos trabalhadores. É também uma
época em que surgem novos problemas sociais como favelas, suicídios,
poluição, desemprego etc. No entanto, o crescente desenvolvimento da
indústria e tecnologia fez com que Durkheim tivesse uma visão otimista
sobre o futuro do capitalismo. Ele pensava que todo o progresso
desencadeado pelo capitalismo traria um aumento generalizado da
divisão do trabalho social e, por consequência, da solidariedade orgânica,
a ponto de fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem Figura 13 - Émile
conflitos e problemas sociais. Durkheim

Com isso, Durkheim admitia que o capitalismo é a sociedade perfeita; trata-se apenas
de conhecer os seus problemas e de buscar uma solução científica para eles. Em outras
palavras, a sociedade é boa, sendo necessário, apenas, "curar as suas doenças". Tal forma
de pensar o progresso de um jeito positivo fez com que Durkheim concluísse que os
problemas sociais entre empresários e trabalhadores não se resolveriam dentro de uma LUTA
POLÍTICA, e, sim, através da CIÊNCIA, ou melhor, da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a
tarefa da SOCIOLOGIA: compreender o funcionamento da sociedade capitalista de modo
objetivo para observar, compreender e classificar as leis sociais, descobrir as que são falhas
e corrigi-las por outras mais eficientes.
E como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim? A estrutura da sociedade
é formada pelas esferas política, econômica e ideológica. Estas esferas formam a estrutura
social responsável pela consolidação do Capitalismo.
Outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de
uma ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso, na emergência do
proletariado, era preciso encontrar formas de controle de tal forma que o indivíduo se integre
à ordem. Este princípio será aplicado na educação.
A contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia
adquirisse o status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os fenômenos sociais da
Psicologia, construindo um Objeto e um Método. A obra ‘As regras do Método Sociológico’
publicada em 1895, definiu o método a ser usado pela Sociologia e as definições e parâmetros
para a Sociologia tornar-se uma ciência, separada da Psicologia e Filosofia. Ele formulou o
tipo de acontecimentos sobre os quais o sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais. Estes
constituiriam o objeto da Sociologia.

• Max Weber
Max Weber nasceu e teve sua formação intelectual no período em
que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais
começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha. Filho
de uma família da alta classe média, Weber encontrou em sua casa uma
atmosfera intelectualmente estimulante. Seu pai era um conhecido
advogado e desde cedo o orientou no sentido das humanidades. Weber
recebeu excelente educação secundária em línguas, história e literatura
clássica. Em 1882, começou os estudos superiores em Heidelberg;
continuando-os em Göttingen e Berlim, em cujas universidades dedicaram- Figura 14 - Max
se simultaneamente à economia, à história, à filosofia e ao direito. Weber

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 21


Concluído o curso, trabalhou na Universidade de Berlim, na qual idade de livre-
docente, ao mesmo tempo em que servia como assessor do governo. Em 1893, casou-se e;
no ano seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se
transferiu para a Universidade de Heidelberg, em 1896. Dois anos depois, sofreu sérias
perturbações nervosas que o levaram a deixar os trabalhos docentes, só voltando à atividade
em 1903, na qualidade de coeditor do Arquivo de Ciências Sociais (Archiv für
Sozialwissenschatt), publicação extremamente importante no desenvolvimento dos estudos
sociológicas na Alemanha. A partir dessa época, Weber somente deu aulas particulares, salvo
em algumas ocasiões, em que proferiu conferências nas universidades de Viena e Munique,
nos anos que precederam sua morte, em 1920.
A Sociologia weberiana caracteriza-se por um dualismo, racionalismo – irracionalismo:
Racionalismo: rotina social; estabilidade; tradição; legalidade; continuidade; espírito
científico e pragmático do ocidente, sacrificando a espontaneidade da vida aos cálculos e à
seleção dos meios, para serem atingidos fins previamente escolhidos.
Irracionalismo: crenças; mitos; sentimentos; ação carismática. Para Weber a
sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em Durkheim. Para ele, a
sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente
referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação social.

O que é ação social?


Para Weber ação social é qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação
de outros. Por exemplo, um eleitor. Ele define seu voto orientando-se pela ação dos demais
eleitores. Ou seja, temos a ação de um indivíduo, mas essa ação só é compreensível se
percebemos que a escolha feita por ele tem como referência o conjunto dos demais eleitores.
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é,
algum tipo de sentido entre várias ações sociais terá então relações sociais. A ação social é
a conduta humana dotada de sentido. O sentido motiva a ação individual.
Para Weber, cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por
interesses racionais ou pela emotividade. O objetivo que transparece na ação social permite
desvendar o seu sentido, que é social na medida em que cada indivíduo age levando em
conta a resposta ou reação de outros indivíduos.
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. É o indivíduo que através
dos valores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação social. A transmissão destes
valores comuns de uma geração para outra é chamada socialização, que é uma forma
inconsciente de coerção social. Ex. de valores sociais: respeito, virgindade, honestidade,
solidariedade, etc.
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação,
a partir de suas ações, com os demais.

IDEOLOGIA: UM CONCEITO POLÊMICO


O conceito da ideologia foi criado por Destrutt de Tracy, filósofo francês, no final do
século XVII. Tracy tinha pressuposto que as ideias não poderiam ser compreendidas como se
possuísse vida própria, segundo ele, a ideologia deveria ser compreendida como “ciência das
ideias”, assemelhando-se às ciências naturais. Na elaboração desse conceito, partia-se da
crença na razão (própria do espírito iluminista do século XVII) e no poder da ciência submeter

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 22


às ideias ao mesmo processo de análise e compreensão dos objetos naturais. Essa é a razão
da concepção da Ideologia como ciência de ideias.
Raymond Williams afirma que o conceito de ideologia pode ser definido, basicamente,
de acordo com três concepções básicas:
1. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção
estariam incluídos os valores, ideias e projetos de um grupo de classe social
específicos.
2. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção
estariam incluídas crenças ilusórias, baseadas em critérios impossíveis de ser
comprovados, contrastariam com o conhecimento verdadeiro ou científico.
3. Como o processo geral de produção de significados e ideias.
Conforme Williams, as duas primeiras conotações serão as mais encontradas no
pensamento marxista, vertente que se destacou no estudo da ideologia.
No livro A ideologia Alemã, Marx e Engels apresentaram os três elementos básicos
que caracterizaram sua compreensão da sociedade capitalista e sua definição de ideologia
(definição como vê fortemente apoiada nas duas concepções destacadas por Williams).
Esquematicamente, esses três elementos são:

• Separação – resultante da afirmação da divisão da vida humana em duas instâncias


específicas: a infraestrutura que é a esfera da produção material, e a superestrutura,
esfera da produção de ideias. De maneira muito simplificada, podemos dizer que a
infraestrutura se compõe da economia (a produção dos bens necessários à
sobrevivência dos homens) e a superestrutura se constituí da moral, do direito, da
política e das artes.
• Determinação – relação decorrente da separação observa-se o domínio estabelecido
pela infraestrutura sobre a superestrutura. Serão as relações de produção que irão
determinar (definir) a organização social – as formas de comportamento e de convívio
entre os homens. Conforme o princípio da determinação apontado por Marx e Engels,
as ideias têm sua origem na vida material – e são por ela determinadas. Mas o que é
essa vida material? É relações desses homens o meio de produção que os homens
estabelecem entre si, as quais dependem, por sua vez, das relações desses homens
com os meios de produção – terra, máquinas, matérias-primas, fábrica, força de
trabalho. Será, portanto, a esfera econômica (a organização da produção material,
com a sua diferenciação entre possuidores e não possuidores dos meios de produção)
que irá organizar as ideias sobre essa sociedade.
• Inversão – Elemento constitutivo fundamental do conceito da ideologia, considerada
distorção da realidade. Numa metáfora famosa do livro A ideologia Alemã, a ideologia
faz com que a vida apareça para os homens como no interior de uma câmera
fotográfica: de cabeça para baixo. Isto é, ela aparece para os homens de maneira
inversa àquilo que é na realidade. Nesse contexto, o conhecimento científico, ou saber
dela, será o elemento capaz e desmascarar a ideologia, recolocando o mundo de
cabeça para cima, mostrando a realidade tal como ela é. Segundo Marx e Engels,
destruindo a inversão que a ideologia produz, o conhecimento científico vai revelar os
mecanismos de separação e determinação.
Para compreender a sociedade capitalista a partir dessas três relações (separação,
determinação e inversão) estabelecidas por Marx e Engels, não podemos torná-las como
formas imutáveis e inquestionáveis. No que diz respeito à definição da ideologia, por exemplo,

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 23


é fundamental que se note que, ao longo do tempo, os próprios autores acabaram
relativizando a conotação mistificadora que inicialmente deram ao conceito (essa relativização
aparece no prefácio de Para a Crítica da Economia Política, escrito por Marx, 1859).
Além disso, eles também relativizaram a questão de determinação estrita da esfera
econômica (infraestrutura) sobre a superestrutura (em cartas que escreveu a outros
pensadores, Engels reconheceu certo grau de independência ou autonomia relativa da
superestrutura diante da infraestrutura). É preciso que se diga finalmente que, ao longo do
tempo, os elementos formais congelados e irretocáveis de compreensão da realidade.
De qualquer modo, retomando o tema da ideologia na obra desses autores, é
interessante observar que ele veicula uma relação fundamental, que é a oposição entre os
conceitos de falso e de verdadeiro. Em A Ideologia Alemã, parece haver espaço para dois
tipos de ideias, as falsas ou distorcidas (em resumo, a própria ideologia) e as verdadeiras,
essas ideias verdadeiras seriam construídas pela ciência e funcionariam como as armas
necessárias para combater a classe dominante. Para Marx, a ciência seria a ciência do
proletariado, a única classe capaz de transformar a sociedade. Produto de uma época em que
se acreditava que a sociedade poderia e deveria ser transformada por meio da razão, A
ideologia Alemã, conforme a antropóloga brasileira Eunice Durham, apresenta a ciência como
instrumento capaz de alcançar a justiça social que a ideologia impediria de ser obtida.

OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS
Os Grupos Sociais
A própria natureza humana exige que os
homens se agrupem. A vida em sociedade é
condição necessária à sobrevivência da espécie
humana. Desde o início, os homens têm vivido
juntos, formando agrupamentos, como as famílias,
por exemplo. Para o sociólogo Karl Mannheim, os
contatos e os processos sociais que aproximam ou
afastam os indivíduos provocam o surgimento de
formas diversas de agrupamentos sociais, de
acordo com o estágio de integração social. Tais
formas são os grupos sociais e os agregados
sociais.
Vamos analisar inicialmente os grupos sociais: aqueles, devido aos contatos sociais
mais duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração social. Nos grupos sociais
há normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e posições sociais definidas.
Como exemplos têm: família, a escola, a Igreja, o clube, o Estado, etc.
O grupo social é a união de duas ou mais pessoas, associadas pela integração, e, por
isso, capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum. O indivíduo ao longo de
sua vida participa de vários grupos sociais, e os principais são:

• Grupo familiar – família;


• Grupo vicinal – vizinhança;
• Grupo educativo – escola;
• Grupo profissional – empresa;
• Grupo político – estado, partidos políticos.
As principais características de um grupo social são:
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 24
• A pluralidade de indivíduos – Há sempre mais de um indivíduo no grupo.
• Grupos secundários – São os grupos mais complexos, como as igrejas e o
Estado, em que predominam os contatos secundários; os contatos sociais,
neste caso, realizam-se de maneira pessoal e direta – mas sem intimidade –
ou de maneira indireta, através de cartas, telegramas, telefone, etc.
• Grupos intermediários – São aqueles que se alternam e se completam as
duas formas de grupos sociais (primários e secundários). Um exemplo deste
tipo é o grupo de escola.
• Interação Social – No grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros.
• Organização – Todo grupo, para funcionar bem, precisa de certa ordem
interna.
• Objetividade e exterioridade – Os grupos sociais são superiores e exteriores
ao indivíduo, isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando
sai, ele continua a existir.
• Conteúdo intencional ou objetivo comum – Os membros de um grupo
unem-se em torno de certos princípios ou valores para atingir um objetivo de
todo o grupo; a importância dos valores pode ser percebida pelo fato de que o
grupo geralmente se divide quando ocorre um conflito de valores; um partido
político, por exemplo, pode dividir-se quando uma parte de seus membros
passa a discordar de seus princípios básicos.
• Consciência grupal ou sentimento de “nós” – São as maneiras de pensar,
sentir e agir próprias do grupo; existe um sentimento mais ou menos forte de
compartilhar uma série de ideias, de pensamentos, de modos de agir; um
exemplo disso é o torcedor que, quando fala da vitória de seu time dizemos
“Nós ganhamos”.
• Continuidade – As interações passageiras não chegam a formar grupos
sociais organizados, para isso, é necessário que elas tenham certa duração,
como exemplo, temos a família, a escola, a Igreja, etc. Há, porém, grupos de
duração efêmera, que aparecem e desaparecem com facilidade, como, por
exemplo, o mutirão.

OS ESTUDOS DA SOCIEDADE HUMANA


De que se ocupam as Ciências Sociais?
Observando a sociedade, percebemos que as pessoas caminham, correm, respiram.
Mas elas também cooperam umas com as outras no trabalho, recebem um salário, descontam
cheques, fazem reuniões para melhorar a produção, entram greve, casam-se, estudam,
divertem-se.
Como vemos, as pessoas apresentam os mais variados comportamentos. Alguns
desses comportamentos como andar, respirar, dormir são estritamente individuais, que se
originam no indivíduo enquanto organismo biológico. Esses tipos de comportamento são
estudados pelas Ciências Físicas e Biológicas. Por outro lado, receber salário, fazer greve,
casar-se são comportamentos sociais, pois só existem porque existe a sociedade, porque ao
longo da História o homem organizou sua vida em grupo. Cabe às Ciências Sociais pesquisar
e estudar o comportamento social humano e suas formas de organização.

• Sociologia – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as


interações que ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia abrange, portanto, o
estudo dos grupos sociais, da divisão da sociedade em camadas, da mobilidade social,
dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 25
• Economia – estuda as diversas atividades humanas ligadas à produção, circulação,
distribuição e consumo de bens e serviços. São fenômenos estudados pela Economia
a distribuição da renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa,
etc.
• Antropologia – estuda as semelhanças e diferenças culturais entre os vários
agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. Atualmente,
tem-se preocupado não só com a cultura dos povos pré-letrados, como também com
a diversidade cultural existente na sociedade industrial. São objetos de estudo da
Antropologia os tipos de organização famílias, as religiões, a magia, os ritos de
iniciação dos jovens, os casamentos, etc.
• Ciência Política – estuda, por exemplo, os partidos políticos, os mecanismos
eleitorais, etc.
Não existe uma divisão nítida entre essas disciplinas. Embora cada uma se ocupe
preferencialmente de um aspecto da realidade social, elas complementam-se umas às outras
e atuam frequentemente juntas para aplicar os complexos fenômenos da vida em sociedade.
O objetivo das Ciências Sociais é aumentar o Máximo possível o conhecimento sobre o
homem e a sociedade, através da investigação científica. As ciências sociais cumprem,
portanto, um papel fundamental num mundo de mudanças e agitações sociais. Elas nos
permitem entender melhor a sociedade em que vivemos e compreender os fatos e processos
sociais que nos rodeiam.

As Desigualdades entre os Homens


Ao menor contato com a vida social, percebe-se, de imediato, que os indivíduos são
diferentes entre si. Essas diferenças se expressam no plano das coisas materiais, da religião,
da personalidade, da inteligência, do físico, da raça, do sexo, da cultura, entre outros. As
diferenças citadas acima devem ser consideradas como os aspectos elementares da
manifestação das desigualdades, que podem ser físicas ou sociais.
Ao olharmos mais atentamente para a sociedade em que vivemos, logo percebemos
que há indivíduos que moram em favelas, outros em mansões, pessoas que morrem de fome,
de desnutrição, enquanto outras se alimentam em excesso. Há indivíduos analfabetos que
nunca tiveram acesso a escolas e há aqueles que possuem a melhor formação escolar.
Cada sociedade gera formas de desigualdade específicas que são resultado de como
essas sociedades se organizam. As desigualdades se manifestam de um modo diferente no
Brasil, nos EUA, na Índia, nas Filipinas ou na África de Sul. As desigualdades assumem
feições distintas porque são constituídas a partir de um conjunto de elementos econômicos,
políticos e culturais próprios.

Desigualdade: A pobreza como fracasso


O desenvolvimento da Industrialização, a partir do século XVIII, propiciou o
crescimento econômico capitalista, e as relações entre o capital e o trabalho tomaram formas
correspondentes a essa sociedade que se solidificava. O capitalismo (o patrão) e o
trabalhador (o operário) passaram a ser os personagens principais dessa nova organização
social.
O Liberalismo que se desenvolveu no século XVIII foi a justificativa encontrada para o
novo mundo e o novo homem que surgiram com o crescimento do capitalismo. Em outras
palavras, o liberalismo tinha como base a defesa da propriedade privada, a liberdade de

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 26


comércio, a igualdade perante a lei. A concepção de sociedade e de homem que vigorava na
sociedade medieval estava sendo absolutamente transformada.
O triunfo do homem de negócios do capitalismo era exaltado como uma virtude
(burguesa), de fato que justificava a necessidade de dar-lhe todas as credenciais, uma vez
que ele realizaria a riqueza para o bem de toda sociedade. O enriquecimento particular era
apresentado na forma de benefício para todos os indivíduos.
Louvava-se o homem de negócios como a expressão do sucesso, e sua conduta servia
de modelo para a sociedade como um todo. A riqueza era mostrada como fruto do trabalho e
a todos acessíveis por intermédio dele. A pobreza (indicador fundamental das desigualdades),
em contraposição, seria produto do fracasso pessoal, e a sociedade não era responsável por
sua existência.
Os pobres, no entanto, tinham que colaborar para a preservação dos bens dos ricos,
uma vez que eles davam trabalho, e, mais ainda, não deviam se revoltar contra a sua situação
para não criar dificuldades para os patrões, que não eram culpados de serem ricos.
Divulga-se a ideia de que os pobres deviam preservar o bem de seus patrões, tais
como máquinas e ferramentas, e que Deus os vigiava constantemente no seu trabalho.
Portanto, perder tempo na execução de sua tarefa era roubar o patrão que lhe estava pagando
por uma jornada de trabalho.
Ao pobre recomendava-se paciência, religiosidade e seriedade como forma de
aceitação das novas regras morais que iam se estabelecendo. É interessante notar que não
era mais apenas pela ausência da graça divina que se justificava a pobreza, como ocorria até
o século XVII. Combina-se, agora, o fracasso e a ausência da graça.
Edmund Burke, no século XVIII, ao discutir se o governo e os ricos deviam ou não
atender as necessidades dos pobres, argumentava que ninguém podia ajudá-los, uma vez
que a providência divina os havia abandonado.

11
CAPÍTULO

BIOLOGIA
INTRODUÇÃO À BIOLOGIA
A biologia é a ciência que estuda os
seres vivos. Este estudo pode ser realizado
sob diversos pontos de vista, dependendo do
interesse do biólogo.
ALGUMAS SUBDIVISÕES DA BIOLOGIA
A Biologia constitui um campo de
conhecimento muito extenso e complexo. Dessa forma há diversos ramos da Biologia.
Podemos citar:

• Citologia – estudo das células


• Histologia – estudo dos tecidos

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 27


• Fisiologia – estudo das funções e do funcionamento orgânico dos seres vivos
• Ecologia – estudo dos seres vivos com o meio ambiente
• Botânicos – estudos dos vegetais
• Zoologia – estudos dos animais
• Genéticos – estudos da transmissão das características hereditárias

CITOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda as células e seu comportamento nos


seres vivos, os níveis de organização dos seres vivos obedecem ao seguinte critério:
CÉLULAS – TECIDOS – ÓRGÃOS E SISTEMAS ou APARELHOS, como veremos a seguir.

CÉLULA: é a menor unidade morfofisiológica de todo organismo vivo, formada por


MEMBRANA, CITOPLASMA e NÚCLEO. As células apresentam formas e características
variadas. O tamanho das células também é variado. Elas são classificadas em: microscópicas
(a maioria) e macroscópicas (a gema do ovo, fibras de algodão).
O número de células nos seres vivos é variável. Eles podem ser unicelulares (uma
única célula) ou pluricelulares (mais de uma célula).
As células ainda podem ser procariontes (quando não possuem núcleo organizado), é
o caso de seres bem simples como as bactérias, ou eucariontes (quando o núcleo é
organizado), é o caso da grande maioria dos seres vivos, como no homem, no peixe, no
mosquito, na árvore, etc.

I – COMPONENTES CELULARES:

• MEMBRANA PLASMÁTICA: é um
envoltório lipoproteico, responsável
pela propriedade seletiva da célula.
Tem como principal característica
ser semipermeável.
• CITOPLASMA: é a porção líquida
gelatinosa disposta ao redor do
núcleo e limitada pela membrana
plasmática, onde ocorrem os
processos metabólicos, tais como
respiração e digestão.
• NÚCLEO: é um corpúsculo
geralmente esférico, envolvido pelo
citoplasma. No seu interior
encontra-se uma massa
filamentosa chamada cromatina
que comanda as funções celulares. Contém em seu interior os cromossomos, sendo
46 a quantidade de cromossomos na espécie humana.
OBS: a parede celular é a estrutura que diferencia uma célula animal de um vegetal.

II – ORGANELAS CELULARES:

- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO: é um complexo sistema de bolsas achatadas que


podem ser:

• LISO – quando constituído por membrana lisa;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 28


• RUGOSO – quando apresenta grânulos aderidos à sua superfície, chamados
RIBOSSOMOS.
OBS: Ribossomos têm a função da síntese proteica e do armazenamento e transporte
de substância.

• COMPLEXO DE GOLGI: tem como função o armazenamento e a secreção de


substâncias.
• MITOCÔNDRIAS: têm como função a respiração intracelular.
• LISOSSOMOS: têm como função a digestão celular.
• CENTRÍOLOS: tem como função a divisão celular, formação de cílios e flagelos.
• PLASTOS: são organelas celulares responsáveis pelo armazenamento da clorofila.

III – DIVISÃO CELULAR:

- MITOSE: é a divisão celular de tipo equacional. Uma célula diploide (2n) divide-se em
duas outras células diploides (2n), genericamente e morfologicamente idênticas. Nessa
divisão a célula mãe desaparece. A mitose divide-se nas seguintes fases:
a) Interfase (duplicação de DNA);
b) Prófase (os centríolos se
duplicam);
c) Prometáfase (desaparece a
carioteca);
d) Metáfase (forma-se a placa
equacional);
e) Anáfase (ocorre a retração das
fibras do fuso);
f) Telófase (fase final da mitose onde ocorre a citocinese).
- MEIOSE: também conhecida como divisão reducional. Uma célula diploide (2n) origina
quatro células haploides (n). É a parte da divisão celular responsável pela formação dos
gametas. Está dividida em dois períodos e cada um subdividido em fases:
- Divisão I
a) Prófase I (nesta fase é que ocorre o fenômeno diplóteno chamado CROSSING-OVER,
que consiste na troca de material genético);
b) Prometáfase I (desaparece a carioteca);
c) Metáfase I (formação de placa equacional);
d) Anáfase I (ocorre a retração das fibras de fuso);
e) Telófase I (ocorre a redução dos cromossomos de 46 para 23);
- Divisão II
a) Prófase II;
b) Metáfase II;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 29


c) Anáfase II;
d) Telófase II.

- HISTOLOGIA: é o ramo da Biologia que estuda os tecidos, a partir das células e suas
organelas, a fim de uma melhor compreensão dos processos vitais.

IV – TECIDOS: é a reunião de várias células morfologicamente iguais, que realizam


uma mesma função. Existem quatro tipos fundamentais de tecidos.
a) TECIDO EPITELIAL: que está subdividido em:

• Tecido epitelial de revestimento. Ex: pele.


• Tecido epitelial glandular, formado por células secretoras: Glândula Exócrina
ou de Secreção Externa (exemplo: glândula sudorípara, glândula sebácea,
glândula salivar); Glândula Endócrina ou de Secreção interna, sua secreção é
o hormônio (exemplo: hipófise, tireoide, suprarrenais, ovários, testículos) e
Glândula Mista que possui unidade secretora interna e externa (exemplo:
pâncreas que produz o suco pancreático – secreção externa – e a insulina –
secreção interna).
b) TECIDO CONJUNTIVO: que está subdividido em:

• Tecido conjuntivo adiposo (que origina uma porção gordurosa). Forma a


gordura. Ex.: a camada de gordura sob a pele.
• Tecido conjuntivo cartilaginoso (formado por células chamadas cartilócitos).
Forma a cartilagem. Ex: orelhas, nariz.
• Tecido conjuntivo ósseo (formado por células chamadas osteócitos). Formas
os ossos. Ex: esqueleto.
• Tecido conjuntivo hematopoiético (encontrado na medula óssea responsável
pela formação das células sanguíneas).
- HEMÁCIAS: glóbulos vermelhos responsáveis pelo transporte de substâncias na
corrente sanguínea.
- LEUCÓCITOS: glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 30


- PLAQUETAS: responsáveis pela coagulação.
c) TECIDO NERVOSO: é o conjunto de células especializadas, que formam os órgãos
do sistema nervoso. Suas células recebem o nome de NEURÔNIOS, que formam uma rede
denominada SINAPSE, que é responsável pela transmissão dos estímulos nervosos.

LEITURA
O perigo de álcool e das drogas

De forma popular, usa-se a palavra “droga”, ou “tóxico”, para falar de substâncias


que atuam sobre o sistema nervoso alterando a forma de pensar, de sentir e de perceber as
coisas. Neste sentido, o próprio álcool, a maconha, a cocaína e até solventes como aqueles
que existem na cola de sapateiro podem ser considerados drogas. Além dos efeitos que essas
substâncias têm sobre o indivíduo que as consome, são extremamente graves as
consequências que elas acabam causando às famílias e à sociedade.
O álcool
Os efeitos do álcool sobre o organismo humano são hoje bem conhecidos. O consumo
de altas doses de uma só vez pode levar à morte. Também conhecemos os males causados
pelo consumo regular de doses menores. O álcool provoca nítidas mudanças no
comportamento de quem bebe conhecida, em conjunto, como embriaguez: ocorre inicialmente
uma sensação de “euforia e desinibição”, mais tarde, esse estado é seguido de um
abatimento conhecido como depressão. Com o tempo, o sistema nervoso sofre danos
permanentes: o alcoólatra acaba tendo enfraquecimento da memória e diminuição de sua
atenção e seus reflexos. Também já foram bem estudados os efeitos nocivos do álcool sobre
o fígado, que muitas vezes terminam por causar a cirrose hepática e, eventualmente, a morte
do indivíduo. Pode-se dizer que a droga mais consumida no Brasil (no sentido de substância
modificadora do comportamento) é, sem dúvida, o álcool.
As demais drogas
De forma simplificada, as drogas podem ser classificadas, conforme a sua ação, em
depressores, euforizantes e alucinógenos.
Os depressores, entre os quais se incluem o álcool, a cola de sapateiro, a benzina, o
ópio e alguns remédios para dormir, causam sensação de tontura, confusão mental e
desinibição inicial. Mais tarde, ocorre uma sensação de sonolência. Algumas dessas
substâncias têm uso médico, como certos elixires usados para controlar distúrbios intestinais,
ou ainda certos xaropes calmantes da tosse.
Dos euforizantes, a mais conhecida é a cocaína. São também euforizantes de certos
remédios moderadores de apetite, usados em regimes de emagrecimento. Essas substâncias
causam euforia e sensação de maior eficiência e poder. Dão à pessoa, passageiramente, a
impressão de que ela pensa melhor e de forma mais ágil.
Os alucinógenos causam alucinações. Em outras palavras, a pessoa passa a ouvir
vozes, sentir cheiros e ver objetos que não existem. A mais comum dessas drogas é a
maconha. Também são alucinógenos o LSD e substâncias presentes em certos cogumelos.
A dependência

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 31


As drogas apresentam alguns efeitos comuns, independentemente da ação particular
de cada uma. Uma das consequências mais graves de se usar drogas é a dependência. Uma
pessoa dependente é aquela que não consegue abandonar o uso da droga, mesmo que ela
tenha consciências profissionais. Muitas vezes, essas pessoas tentam abandonar o uso, mas
a privação da droga lhe traz sensações de mal-estar tão grandes que elas voltam a se drogar
para se sentirem melhor. As drogas causam desajuste social, distúrbios de comportamento e
diminuição da capacidade sexual. Estão em curso, no mundo todo, pesquisas que deverão
revelar ainda muitas outras desvantagens de seu uso. Vamos ficar longe delas!

• Euforia = sensação de ânimo, de excitação.


• Privação = falta de uso.

LÍNGUA PORTUGUESA
1
CAPÍTULO

E LITERATURA
COMUNICAÇÃO: é a capacidade de entender e receber mensagens. Existem várias
formas de se comunicar, pelos gestos, pela fala, pela escrita, pelo desenho, etc.
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO:
a) EMISSOR OU REMETENTE: é aquele que envia a mensagem ao receptor.
b) RECEPTOR OU DESTINATÁRIO: é aquele que recebe a mensagem.
c) MENSAGEM: é a informação que o emissor deseja enviar ao receptor.
d) CÓDIGO: é o conjunto de sinais organizados e escolhidos pelo emissor para
transmitir a mensagem. Se emissor e receptor não tiverem o mesmo código, não ocorrerá
comunicação.
e) CANAL: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida.
f) REFERENTE: é o código ou situação a que se refere a mensagem.
DENOTAÇÃO: quando a palavra é empregada em seu sentido usual, próprio, não
figurado. Ex.: Agora é tempo de abacaxi.
CONOTAÇÃO: quando uma palavra adquire sentido especial, passível de várias
interpretações, dependendo do contexto onde ela se encontra. Ex.: Hoje tivemos vários
abacaxis para resolver.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
FUNÇÕES
FINALIDADE RECURSOS
PREDOMINANTES
Referencial ou Denotativa Transmitir informações Frase declarativa e objetiva
Frase exclamativa,
Exprimir sentimentos e
Emotiva ou Expressiva interjeições, superlativos,
emoções
hipérboles, etc.
Frase imperativa,
Apelativa ou Conativa Influenciar o recebedor
convincente.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 32


Gerar, favorecer e facilitar a
Fática ou de Contato Frase breve, exata, clara.
comunicação.
Iludir e esclarecer o código
Metalinguística Explicações, definições.
linguístico.
Valorizar a forma da
Poética Frases ou valor artístico.
linguagem

DEFINIÇÃO DE LITERATURA: Simplificando, podemos dizer que literatura é a arte


que se manifesta por meio da palavra escrita ou falada.
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO: Um mesmo tema pode ser tratado sob dois
aspectos, dependendo do objetivo que o emissor quer atingir. No texto literário, o ficcionista
idealiza a realidade, recriando-se segundo sua imaginação. No texto não literário, o emissor
tem de ater-se à verdade. Deve apresentar os fatos e os seres tais como são na realidade.
GÊNERO LITERÁRIO: é o conjunto de obras dotadas de características comuns. De
acordo com a concepção clássica dos gêneros literários, pode-se esquematizar didaticamente
da seguinte maneira:
- LÍRICO: predomina o subjetivismo que reflete o mundo interior do artista, os seus
sentimentos e emoções, como o amor, a saudade, a tristeza, a melancolia, etc. O gênero lírico
apresenta poemas de forma fixa como sonetos, balada, triolé, rondó, etc. e poemas de forma
livre como ode, ditirambo, elegia, canção, etc.
- GÊNERO ÉPICO: é uma narrativa feita essencialmente em versos, é um canto, um
poema de exaltação. A epopeia narra grandes feitos heroicos. Sua principal característica é
ter um narrador que fala dos acontecimentos grandiosos e heroicos da história de um povo.
- GÊNERO NARRATIVO: é uma variante do gênero épico, enquadrando as narrativas
em prosa, onde há um narrador, personagens e uma sequência de fatos. As principais
manifestações são o romance, a novela, o conto e a crônica.
- GÊNERO DRAMÁTICO: neste gênero não há narrador, por isso os textos são
próprios para serem encenados. No palco, os atores representam as personagens que ora
dialogam, ora monologam. No texto literário, quando encenado, a linguagem verbal combina-
se com o não verbal. Os tipos pertencentes a este gênero são a tragédia, a comédia, a
tragicomédia, o drama, a farsa, o ato.
ESTILOS DE ÉPOCA OU ESCOLAS LITERÁRIAS: estilo de época é o conjunto de
características semelhantes empregadas por diversos indivíduos numa determinada época.
Logo, os escritores de uma mesma época apresentam características comuns que
expressam, tanto no conteúdo quanto na forma, as tendências da época em que vivem ou
atuam. Os estilos de época do Brasil, em relação aos de Portugal, são praticamente os
mesmos, com a diferença de que o Brasil, além de não ter tido a Idade Média, isto é, não ter
desenvolvido o Trovadorismo e o Humanismo, ainda recebia influência dos diferentes
movimentos literários de Portugal com muitos anos de atraso.

PERIODIZAÇÃO LITERÁRIA
Portugal Brasil
TROVADORISMO 1189 – 1434 -
HUMANISMO 1434 – 1527 -
CLASSICISMO 1527 – 1580 -

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 33


LITERATURA INFORMATIVO-JESUÍTICA - 1500 – 1601
BARROCO 1580 – 1756 1601 – 1768
ARCADISMO 1756 – 1825 1768 – 1836
ROMANTISMO 1825 – 1865 1836 – 1881
REALISMO/NATURALISMO/PARNASIANISMO 1865 – 1890 1881 – 1902
SIMBOLISMO 1890 – 1915 1893 – 1902
PRÉ-MODERNISMO - 1902 – 1922
1922 – 1945,
estendendo-se em sua
1915 em
MODERNISMO FASE
diante
CONTEMPORÂNEA
até os dias atuais.

TROVADORISMO: é o tempo que designa o primeiro movimento literário surgido em


língua portuguesa. Panorama histórico: as cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o
poder do clero. Essa época foi marcada por uma visão teocêntrica (Deus como centro do
universo). Os poemas produzidos nesse período eram feitos para serem cantados por poetas
e músicos (trovadores, menestréis, jograis e segréis) e recebiam o nome de cantigas porque
eram acompanhadas por instrumentos de corda e sopro.
As cantigas foram reunidas em dois gêneros: Cantigas
líricas: de amigo e de amor; Cantigas satíricas: de
escárnio e de maldizer. Seus principais representantes
foram: D. Dinis, Paio Soares de Tasveirós, Martim Codax,
D. Afonso Mendes de Besteiros, Fernando Esguio e outros.
Nessa mesma época, a prosa de ficção teve grande
Figura 15 – Trovadorismo (Fonte: internet)
importância, chamada novela de cavalaria. As novelas de
cavalaria narravam aventuras de cavaleiros andantes ou de guerreiros investindo contra os
mouros. Lancelote que abrangia A Demanda do Santo Graal e A Morte do Rei Arthur, Tristão
e Isolda, Galaaz, Amadis de Gaula e outras.
HUMANISMO: foi um movimento cultural de transição entre a Idade Média e o
Renascentismo. As produções artísticas revelam a
passagem do teocentrismo para o antropocentrismo,
isto é, o homem começa a preocupar-se com o próprio
homem, a voltar-se para si mesmo e para o mundo
material. Principais representantes: Poesia: Garcia de
Resende, João Roiz de Castelo Branco, Francisco de
Sousa, Gil Vicente, Sá de Miranda e outros; Crônica:
Fernão Lopes, Rui de Pina, D. Duarte e outros; Teatro: Figura 16 - Humanismo (Fonte: internet)
Gil Vicente (autos e farsas): Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira, Alto da Barca do
Inferno, Auto da Visitação, etc.
CLASSICISMO: ao redescobrirem os valores do ser humano, abafados
pela Igreja durante a Idade Média, os artistas desse período voltam-se para a
Antiguidade. Os escritores obedecem às rígidas normas de composição de
seus modelos e incorporam temas pagãos, o ideal do amor platônico, a visão
Figura 17 - antropocêntrica, além dos elementos próprios de cada país em que o
Classicismo (Fonte: Classicismo se manifestou. Portugal viveu seu apogeu com Vasco da Gama
internet) chegando às Índias e Cabral descobrindo o Brasil. A literatura incorporou
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 34
formas e motivos da Antiguidade: elegias, éclogas, cartas, etc. Além do soneto. Principais
representantes: Sá de Miranda, João de Barros, Bernardim Ribeiro, Fernão Mendes Pinto,
Fernão Cardim e a figura máxima desse período, Luiz Vaz de Camões. Ele escreveu poesias
de Vasco da Gama à Índia que serve de pretexto para que se conte a história de Portugal,
que Camões procura glorificar em seus versos.
LITERATURA INFORMATIVA: os primeiros escritos acerca do Brasil foram
documentos de caráter informativo, referente à terra rica e fecunda, à fauna, à flora, aos
nativos, ao clima tropical, etc. Essa literatura informativa feita por viajantes e missionários,
embora não seja, própria literatura, tem valor inestimável como documentação dos primeiros
tempos do Brasil Colônia. A Carta de Pero Vaz de Caminha foi o primeiro registro de contato
com a nossa terra.
LITERATURA JESUÍTICA: era composta de textos destinados a converter os índios
ao catolicismo. Consideram-se como literatura informativa dos jesuítas, as obras dos padres
Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.

BARROCO: PORTUGAL – inicia-se em 1580 e é um tempo de conflitos e contradições


em consequência do panorama político, econômico e religioso da
Europa. Duas correntes se distinguem: o cultismo (um estilo
marcado pela erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de
inversões brutais e de numerosas figuras de linguagem) e o
conceptismo (um estilo fluente, pouco rebuscado, expondo
através do raciocínio lógico, ideias e conceitos e emprego da
linguagem figurada). Principais representantes: Bento Teixeira
Pinto, Gregório de Matos – o “Boca do Inferno” (poesias líricas,
sacras e satíricas), Manuel Botelho de Oliveira (poesia: Música
do Parnaso), Frei Manuel de Santa Maria Itaparica (epopeia:
Eustáquidos; poesia: Descrição da cidade da Ilha de Itaparica),
Pe. Antonio Vieira (Sermão da primeira dominga de Quaresma;
Figura 18 - Fachada barroca da Sermão de Santo Antônio; Sermão dos peixes; Sermão da
Igreja da abadia em Portugal. Sexagésima).
ARCADISMO: PORTUGAL: esse movimento reflete as grandes mudanças sociais do
século XVIII, grandes descobertas científicas com consequente incremento tecnológico.
Nesse período, a literatura busca despojar-se dos exageros e das sutilezas do Barroco,
procurando recuperar a simplicidade e a clareza da cultura Greco latina e da Renascença. O
Arcadismo português inicia em 1765 com a fundação da Arcádia Lusitânia. Principais
representantes: Antônio Dinis da Cruz e Silva, Filinto Elísio, Correi Garção, Manuel Maria
Barbosa Du Bocage e Pe. José Agostinho de Macedo.
BRASIL: embora já se note preocupação em afastar-se dos modelos portugueses
(começa a aparecer a realidade brasileira nas obras do momento), a literatura brasileira ainda
revela características neoclássicas apontadas no Arcadismo português. O movimento teve
início com a publicação de Obras de Claudio Manuel da Costa. Principais representantes:
Tomás Antônio Gonzaga (Marília de Dirceu. Cartas Chilenas), Claudio Manuel da Costa
(Obras poéticas), Silva Alvarenga (Glaura), Basílio da Gama (poesia épica – O Uruguai) e Frei
José de Santa Rita Durão (poema épico: Caramuru).
FIGURAS DE LINGUAGEM OU DE ESTILO: são modos de falar e escrever que dão
mais beleza, mais força à expressão. Estudaremos aqui apenas algumas figuras.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 35


FIGURAS DE PALAVRAS
1 - METÁFORA: é o emprego de um termo que se associa a outro que o substitui
baseando-se numa comparação mental de ordem pessoal e subjetiva (há 2 elementos). Ex.:
Eu sou uma ilha longe de você/ “Amor é um fogo que arde sem se ver”.

2 – METONÍMIA: é a substituição de um termo por outro, baseando-se numa estreita


relação de sentido. Ex: A professora leu Camões (o autor pela obra) / Ela usa gilete todo dia
(a marca pelo produto).

3 – CATACRESE: é o emprego de um termo figurado pela falta de um termo próprio.


Ex. a perna da mesa quebrou / Consertou as casas da camisa.

FÍGURAS DE CONSTRUÇÃO.

1 – PLEONASMO: é a repetição da ideia com outras palavras. Ex.: Vi com estes olhos
que a terra há de comer. / Ao rapaz deram-lhe o prêmio.

2 – SILEPSE: é a concordância com a ideia e não com a palavra expressa


(concordância ideológica). Ex: A vítima era alta e morena. (silepse de gênero)/ Saía gente de
todo o lado e chorava. (silepse de número)/Os dois íamos andando distraídos. (silepse de
pessoa).
ELIPSE: é a omissão de um termo facilmente subtendido no contexto. Ex: Iremos a
cavalo (nós). / Espero tenha gostado (que).

FIGURAS DE PENSAMENTO
1- ANTÍTESE: é a utilização de expressões de sentido contrário para realçar as ideias.
Ex: Céu ou inferno ainda não sabe qual é o melhor lugar. / “Amor é ferida que dói e não se
sente”.

2- HIPÉRBOLE: consiste em realçar a ideia por meio do emprego de uma expressão


exagerada de propósito. Ex: Eles morreram de rir. / Já pedi silêncio mil vezes.
3- IRONIA: consiste em expressar exatamente o contrário do que se quer dizer com o
intuito de criticar ou desprezas. Ex: Parabéns! Metade da sala teve nota vermelha. / Com a
cara assim fechada, seu humor deve estar excelente.

FONOLOGIA
A - FONEMA: é a unidade sonora elementar empregada na língua falada (som).

1 – VOGAIS: VOGAIS ORAIS: a, é, ê, i, ó, ô, u. Ex: já, pé, vê, ali, pó, dor, uva.

VOGAIS NASAIS: a nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas
letras n e m. Ex: mãe venda pomba, nunca.

2 –SEMIVOGAIS: i, e, u quando juntos de uma vogal, formam com ela uma mesma
sílaba. Ex: Pa/pai, coi/sa.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 36


3 – CONSOANTES: b, c, d, f, g, etc.

B – ENCONTRONS VOCÁLICOS: podem ser:

1 – DITONGOS: é o encontro de uma vocal e uma semivogal (ou vice-versa mesma


sílaba). Ex: pai, ginásio.
Pode ser: DESCRESCENTE: vogal + semivogal. Ex: He/rói, Fei/jão.
CRESCENTE: semivogal + vogal. Ex: Ge/nio. Vá/ cuo.

2 – TRITONGO: é o encontro de uma semivogal com um vogal e outra semivogal numa


mesma sílaba. Ex: Paraguai averiguou.

3 – HIATO: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a


sílabas diferentes, pois nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Ex: sa/í/da, ju/íz.

C – ENCONTROS CONSONANTAIS: quando há grupos de consoantes sem vogal


intermediária. Ex: Flor, grade, digno.
- DÍGRAFOS: quando há duas letras que representam apenas um fonema. Podem
ser:
CONSONANTAIS: quando o grupo de letras representa um fonema consonantal. Ex:
chuva, filho, vinho.
VOCÁLICOS: quando o grupo de letras representa um fonema vocálico. Ex: tampa,
mundo.
SÍLABA: é um fonema ou um grupo de fonemas pronunciados num só impulso
expiratório. Ex: pé, a/vó, ma/dei/ra.
Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser classificadas em:
1- MONOSSÍLABAS: tem apenas uma sílaba. Ex: mãe, pé, flor.
2- DISSÍLABAS: tem duas sílabas. Ex: den/te, pon/te, da/do.
3- TRISSÍLABAS: tem três sílabas. Ex: mé/di/co, a/mi/go, Ca/dei/ra.
4- POLISSÍLABAS: tem quatro ou mais sílabas. Ex: a/mi/za/de, me/di/ci/na,
li/te/ra/tu/ra.
SÍLABA TÔNICA E SÍLABA ÁTONA: a sílaba de pronúncia mais forte é chamada de
tônica, as demais são átonas. Ex. in/de/pen/den/te (sílaba tônica den, as demais são átonas)
es/pe/ci/al/men/te (sílaba tônica = men, as demais são átonas).
- Se a sílaba tônica for a última, a palavra será oxítona. Ex: A/ma/pá, tra/ba/lhar.
- Se a sílaba tônica for a penúltima, a palavra será paroxítona. Ex: ja/ne/la, lá/pis.
- Se a sílaba tônica for a antepenúltima, a palavra será proparoxítona. Ex: re/lâm/pa/go,
fós/fo/ro.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 37


ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ACENTUAM-SE: OBS: as paroxítonas terminadas em n são
acentuadas, mas as que terminam em ens
1 – Todos os vocábulos proparoxítonos. não são acentuadas.
Ex: Pêssego, tímpano
4 – Os oxítonos terminado em:
2 – Os paroxítonos terminados em a (s), e (s), o (s), em, ens
ditongo crescente. Ex: Pará, ipê, avó, além.
Ex: Férias, óleo
5 – Os monossílabos tônicos abertos:
3 – Os paroxítonos terminados em: a (s), e (s), o (s)
ã (s), ao (s), ei (s) Ex: Lá, Três, pó.
i (s), us
on (s) 6 – Os ditongos tônicos abertos:
um, uns éi (s), eu (s), oi (s)
l, n, os Ex: Fogaréu, caracóis
r, x
Ex: Imãs, benção, jóquei 7 – O i e u tônicos quando forma hiato
Júri, Vênus com a vogal anterior, estando eles
Íon, elétrons sozinhos na sílaba ou acompanhados
Álbum, álbuns apenas de s.
Túnel, pólen, fórceps. Ex: Saída, saúde.
Revólver, clímax

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 38


PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS: basicamente, são dois os processos
de formação das palavras.

A – DERIVAÇÃO: através da derivação de uma palavra, outras se formam, por meio de afixos
(prefixos e sufixos)

1 – PREFIXAL: quando uma nova palavra é formada com o acréscimo de um prefixo.


Ex: desrespeito, rever.

2 – SUFIXAL: quando uma palavra é formada com o acréscimo de um sufixo. Ex: livro
– livraria, moderno – modernizar.

3 – REGRESSIVA: quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por
redução. Ex: beijar – beijo, caçar – caça.

4 – IMPRÓPRIA: quando uma palavra não sofre mudança de forma e sim de classe
gramatical. Ex: substantivo usado como adjetivo = homem morcego/ verbo como substantivo
= o jantar foi ótimo.

5 – PARASSINTÉTICA: quando juntamos simultaneamente um prefixo e um radical.


Ex: anoitecer/desalmado.

B – COMPOSIÇÃO: é o processo que consiste em criar palavras por meio da junção de


radicais ou palavras já existentes na língua. Pode ser:

1 – JUSTAPOSIÇÃO: ocorre quando os radicais estão ligados, mas não sofrem


alteração fonética ou gráfica. Ex: guarda-noturno / passatempo / beija-flor.

2 – AGLUTINAÇÃO: ocorre quando os radicais se ligam de tal forma que passam a


constituir uma palavra com um único acento tônico. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto
(plano + alto).

MORFOLOGIA
ESTRUTURA DAS PALAVRAS: as palavras são compostas pelos elementos
mórficos.
1 – RADICAL: é a parte mínima indivisível que indica o sentido básico da palavra, seu
significado. Ex: certo, incerto, certeza.
2 – VOGAL TEMÁTICA: é o elemento que se interpõe entre o radical e a desinência
de uma palavra. Nos verbos, vogal temática indica a conjugação a que o verbo pertence. Ex:
cantar (ar – 1ª conjugação), correr (er – 2ª conjugação), partir (ir – 3ª conjugação).
3 – TEMA: é o radical já acrescido da vogal temática. Ex: amava, vender.
4 – AFIXOS: são elementos que ajuntamos ao radical, para lhe diversificar o
significado. Quando antepostos ao radical, são chamados de prefixo (ex: bisneto, repor),
quando postos, são chamados de sufixos (ex: rouparia, civilizar).
5 – DESINÊNCIAS: são elementos que servem para indicar as flexões de gênero
(masculino e feminino) e número (singular e plural) nos nomes (nominais). Ex:
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 39
menino/menina/meninos/meninas, e as flexões (de pessoas e número, termo e modo) nos
verbos (verbal). Ex: canto, cantamos, cantam, cantei.
6 – VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO: são as que trazem nenhuma
informação gramatical ou modificação de sentido, vêm entre dois morfemas para facilitar a
pronúncia. Ex: paulada = pau = radical; l = consoante de ligação, Ada = sufixo / gasômetro =
gás = radical; ô = vogal de ligação; metro = sufixo.

1
CAPÍTULO

INGLÊS
PERSONAL PRONOUNS (PRONOMES PESSOAIS)
SINGULAR
1ª pessoa I Eu
2ª pessoa YOU Você
HE Ele
3ª pessoa SHE Ela
IT Ele, ela (usado somente para objetos, animais e locais)

OBS: Observe a correspondência dos


pronomes do singular com os do plural. As
terceiras pessoas do singular (He, She, It)
fazem o plural com o pronome da terceira
pessoa do plural: THEY.
O pronome pessoal pode substituir o
sujeito na frase. Ex: Peter is American (Peter =
ele = He) = He is American. / Ann is beautiful
(Ann = ela = she) = She is beautiful. / Paul and
Charles are friends. (Paul e Charles = eles =
They) They are friends.

ARTICLES (ARTIGOS)
- DEFINITE ARTICLES (ARTIGOS DEFINIDOS): os artigos definidos são o, a, os, as
que são representados em inglês pela palavra THE. Usamos THE para o masculino do
singular ou plural e para o feminino singular ou plural. Ex. The boy/ The boys (o menino/ os
meninos) / The girl/ The girls (a menina/ as meninas).
- INDEFINITE ARTICLES (ARTIGOS INDEFINIDOS): os artigos indefinidos são um,
uma que são representados em Inglês pelas palavras A, AN e são usados só em orações no
singular. Usamos A antes de palavras singulares começadas por som consonantal
(consoante). Ex.: A pen, a door, a teacher; e usamos AN antes de palavras singulares
começadas por som vocálico (vogal). Ex.: An Orange, an animal, an egg.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 40


DEMONSTRATIVES (DEMONSTRATIVOS)

THIS/THESE (este, esta, isto): são THAT/THOSE (aquele, aquela, aquilo): são
pronomes demonstrativos usados para algo pronomes demonstrativos usados para algo
que está próximo. que está longe.

SINGULAR = THIS SINGULAR = THAT


PLURAL = THESE PLURAL = THOSE

Ex: This city is big. (Esta cidade é grande). Ex: That job is good. (Aquele trabalho é
These girls are beautiful. (Estas garotas são bom).
bonitas). Those exercises are difficult. (Aqueles
exercícios são difíceis).

TO BE (VERBO SER E ESTAR) – PRESENTE TENSE (PRESENT)


AFFIRMATIVE FORM CONTRACT FORM (FORMA
(FORMA AFIRMATIVA) CONTRACTA - ABREVIADA)
I am (eu sou, eu estou) I’m
You are (tu és, você é, tu estás, você está) You’re
He is (ele é, ele está) He’s
She is (ela é, ela está) She’s
It is (ele ela é; ele, ela estão) It’s
We are (nós somos, nós estamos) We’re
You are (vós sois, vocês são, vós estais, You’re
vocês estão)
They are (eles/elas são, eles/elas estão) They’re

NEGATIVA FORM CONTRACT FORM

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(FORMA NEGATIVA) (FORMA ABREVIADA)
I am not I’m not
You are not You aren’t
He is not He isn’t
She is not She isn’t
It is not It isn’t
We are not We aren’t
You are not You aren’t
They are not They aren’t
A forma negativa é feita colocando-se NOT após o verbo.
Ex: You aren’t a teacher. / I am not a student. / He isn’t a doctor.

INTERROGATIVE FORM
(FORMA INTERROGATIVA)
Am I? A forma interrogativa é feita
Are you? colocando-se o verbo antes do
Is he? sujeito.
Is she? Não existe forma
Is it? abreviada para Ex: He is American. (forma afirmativa)
Are we? interrogativas. Is He american? (forma interrogativa)
Are you?
They are brothers. (forma afirmativa)
Are they? Are they brothers? (forma interrogativa)

Para respondermos as perguntas, normalmente usamos as respostas curtas.


Ex: Is he American? / Yes, he is. (Afirmativa) / No, he isn’t. (Negativa)
OBS: Não usamos a forma abreviada nas respostas afirmativas. Não se esqueça do
ponto de interrogação nas frases interrogativas.

NUMBERS (NÚMEROS)
CARDINAL NUMBERS - (NÚMEROS CARDINAIS)

1 – one 11 – eleven 21 – twenty-one 100 – one hundred


2 – two 12 – twelve 22 – twenty-two 200 – two hundred
3 – three 13 – thirteen 23 – twenty-three 300 – three hundred
4 – four 14 – fourteen 30 – thirty 400 – four hundred
5 – five 15 – fifteen 40 – forty 500 – five hundred
6 – six 16 – sixteen 50 – fifty 600 – six hundred
7 – seven 17 – seventeen 60 – sixty 700 – seven hundred
8 – eight 18 – eighteen 70 – seventy 800 – eight hundred
9 – nine 19 – nineteen 80 – eighty 900 – nine hundred
10 – ten 20 – twenty 90 – ninety 1000 – one thousand

OBS: - A partir do número 21, coloca-se o número 20 + hífen + o número de 1 a 9 e a partir


do número 31, coloca-se o número 30 + hífen + o número de 1 a 9, e assim por diante.
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 42
ORDINAL NUMBERS - (NÚMEROS ORDINAIS)

Abreviação DATAS: as duas letras que


Português Inglês
em inglês acompanham o número são as duas
1º - first 1st últimas letras do número quando
2º - second 2nd escrito por extenso.
3º - third 3rd • Utilizamos os números ordinais para
4º - fourth 4th escrevermos o dia em Inglês. Ex.: dia
5º - fifth 5th 03 = 3rd.
6º - sixth 6th • Utilizamos os números cardinais
7º - seventh 7th para escrevermos o ano, dividindo as
8º - eighth 8th dezenas. Ex.: 1996 = nineteen nine-
9º - ninth 9th six.
• Na data, colocamos primeiro o mês,
10º - tenth 10th
depois o dia e por último o ano.
11º - eleventh 11th
12º - twelfth 12th Ex.: - 28 de fevereiro de 1996 =
13º - thirteenth 13th February 28th, 1996.
14º - fourteenth 14th - 01 de julho de 1996 = July 1st, 1996.
15º - fifteenth 15th
16º - sixteenth 16th
MONTHS OF THE YEAR
17º - seventeenth 17th (MESES DO ANO)
18º - eighteenth 18th Inglês Português
19º - nineteenth 19th
January Janeiro
20º - twentieth 20th February Fevereiro
21º - twenty-first 21st March Março
22º - twenty-second 22nd April Abril
23º - twenty-third 23rd May Maio
June Junho
24º - twenty-fourth 24th
July Julho
25º - twenty-fifth 25th August Agosto
26º - twenty-sixth 26th September Setembro
27º - twenty-seventh 27th October Outubro
28º - twenty-eighth 28th November Novembro
29º - twenty-ninth 29th December Dezembro
OBS: os meses em Inglês iniciam-se
30º - thirtieth 30th
com letra maiúscula.

INTERROGATIVES (INTERROGATIVOS)
Usamos algumas palavras para fazermos perguntas em Inglês:

Question Words Example


- What is his occupation? (Qual é sua
WHAT = o quê...?, qual...?, quais...? ocupação?)
- He is a teacher. (Ele é um professor)
- Where is Luisa from? (De onde é Luisa?)
WHERE = onde…?, de onde…? - Luisa is from São Paulo. (Luisa é de São
Paulo)
HOW = como...? - How are they? (Como eles estão?)
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 43
- They are fine. (Eles estão bem).
- How old are you? (Quantos anos você
HOW OLD = quantos anos...? tem?).
- I am 20 years old. (Eu tenho 20 anos)
- Who are you? (Quem é você?)
WHO? = quem...?
- I am Peter. (Eu sou Peter).
- When is your birthday? (Quando é seu
WHEN = quando...? aniversário)
- It’s today. (É hoje).
- Why are you happy? (Por que você está
feliz?)
WHY = por quê...?
- Because I study English. (Porque eu estudo
inglês.)

THE DAYS OF THE WEEK (OS DIAS DA SEMANA)


Sunday Domingo
Monday Segunda-feira
Tuesday Terça-feira
Wednesday Quarta-feira
Thrusday Quinta-feira
Friday Sexta-feira
Saturday Sábado
OBS: Os dias da semana em inglês iniciam-se com letra maiúscula.

THERE TO BE (VERBO HAVER, EXISTIR) PRESENT TENSE


(PRESENTE)
SINGULAR
Ex: There is a cat under the chair. (Há
um gato embaixo da cadeira).

AFFIRMATIVE FORM: PLURAL


Ex: There are cats under the chair. (Há
gatos embaixo da cadeira).
OBS: o artigo a (um) só é usado no
singular.
SINGULAR
Ex: There is not a cat under the chair.
NEGATIVE FORM:
PLURAL
Ex: There are not cats under the chair.
SINGULAR
Ex: Is there a cat under the chair.
INTERROGATIVE FORM:
PLURAL
Ex: Are there cats under the chair.
SINGULAR
Yes, there is. / No, there isn`t.
RESPOSTAS CURTAS:
PLURAL
Yes, there are. / No, there aren`t.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 44


PLURAL OF NOUNS (PLURAL DOS SUBSTRANTIVOS)
A) De maneira geral, faz-se o plural acrescentando – s à forma do singular.
Ex: table – tables / girl – girls.
B) Exceções:
1 – Acrescenta-se – es aos substantivos terminados em –s, -ch, -sh, -x, -z e –o.
Ex: bus – buses/ box = boxes/ church –churches / brush – brushes/ buzz – buzzes/
tomato – tomatoes.
2 – Nos substantivos terminados em –y precedidos de consoante, substitui-se o –y por
–i e acrescenta-se – es.
Ex: Lady – Ladies/ Sky – Skies.
OBS: os substantivos terminados em –y precedidos de vogal, seguem a regra geral,
ou seja, acrescenta-se –s.
Ex: Key, Keys/ Toy, Toys.
3 – Os substantivos terminados em –f ou –Fe mudam essas terminações para –v e
recebem –es.
Ex: Knife/knives / leaf – leaves / life – lives / thief – thieves / wife – wives.
4 – Palavras estrangeiras abreviadas terminadas em –o recebem –s.
Ex.: Casino – casinos / photo – fotos/ piano – pianos.
C) Plural irregular:
Man-men/ foot –feet / woman – women / tooth – teeth / mouse – mice / child –
children.

POSSESSIVE ADJECTIVES (ADJETIVOS POSSESSIVOS)


Vêm antes dos substantivos a que se referem. Ex: Your name is Mary.
CORRESPONDÊNCIA DOS PRONOMES PESSOAIS E DOS ADJETIVOS POSSESSIVOS

ADJETIVOS
PRONOMES PESSOAIS Portuguës
POSSESSIVOS
I My (meu)
You Your (seu, sua)
He His (dele)
She Her (dela)
It Its (dele/dela)
We Our (nosso (s)/nossa(s))
You Your (seus, suas)
They Their (deles, delas)

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 45


Ex: I have my car. (Eu tenho meu carro). / Your teacher is young. (Seu professor é
jovem). / Her name’s Jane. (O nome dela é Jane).

PRESENTE CONTINUOUS TENSE (PRESENTE CONTÍNUO)


- Observe alguns verbos:
INFINITIVO
To speak (falar)
To listen (ouvir)
To sleep (dormir)
To go (ir)
To do (fazer)
To work (trabalhar)

PARTÍCIPIO PRESENTE
Speaking (falando)
Listening (ouvindo)
Sleeping (dormindo)
Going (indo)
Doing (fazendo)
Working (trabalhando)

- O “Present Continuous” é formado pelo presente do Verbo TO BE + o particípio


presente do verbo principal (verbo + -ing). Ex: The cat is sleeping is the Garden. (O gato está
dormindo no jardim).
- O “Present Continuous” é usado para expressar ações que estão acontecendo. É
geralmente empregado com advérbios de tempo: now (agora), att his moment (neste
momento), etc.
- O “Present Continuous” na forma negativa é formado pela forma negativa do verbo
“TO BE” + o particípio presente do verbo principal (verbo + ing). Ex: The Cat isn’t sleeping
in the Garden. (O gato não está dormindo no jardim).
- O “Present Continuous” na forma interrogativa é formado pela forma interrogativa do
verbo “TO BE” + o particípio do verbo principal (verbo + -ing). Ex: He is sleeping in the
Garden? (Ele está dormindo no jardim?)
- Respostas Curtas:
- Afirmativa: Yes, it is.
- Negativa: No, it isn’t.

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 46


REVIEW
TEXT (Mary está visitando o Nordeste e escreveu um cartão postal para sua amiga Beth):

Dear Beth,
I am writing from Maceió, It’s a beautiful day.
It’s a 9 o’clock and I am at the hotel.
Here there are many beautiful beaches and
the people are very nice.
I am going to stay here until October 21st.
Love,
Mary.

1 – Where is Mary writing from? She is writing from Maceió.


2 – Is it a beautiful day? Yes, it is.
3 – Is Mary at the hotel or at the beach? She is at the hotel.
4 – Are there many beautiful beaches in Maceió? Yes, there are.
5 – How are the people? The people are very nice.
6 – When is Mary going to return? She is going to return on October 21st

Vocabulary:

• To write: escrever;
• People: pessoas;
• Many: muitos;
• Verynice: Muito agradável;
• Until: até;
• Here: aqui;
• From: de;
• To stay: ficar.
• Beaches: praias;
• Beautiful: Bonito(s), Bonita(s);
• To return: retornar;

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 47


ARTES
CAPÍTULO

ÚNICO

A ARTE
A arte é uma forma de o ser humano expressar suas
emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores
estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser
representada através de várias formas, em especial na música, na
escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras. Após seu
surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando
um importantíssimo espaço na sociedade, haja vista que algumas
representações da arte são indispensáveis para muitas pessoas nos
dias atuais, como, por exemplo, a música, que é capaz de nos deixar
felizes quando estamos tristes. Ela funciona como uma distração Figura 19 - Romero Britto é um
dos artistas contemporâneos
para certos problemas, um modo de expressar o que sentimos aos (Foto Ilustrativa)
diversos grupos da sociedade.
Muitas pessoas dizem não ter interesse pela arte e por movimentos ligados a ela,
porém o que elas não imaginam é que a arte não se restringe a pinturas ou esculturas,
também pode ser representada por formas mais populares, como a música, o cinema e a
dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o mundo, em diferentes culturas.
Atualmente a arte é dividida em clássica e moderna e qualquer pessoa pode se informar sobre
cada uma delas e apreciar a que melhor se encaixar com sua percepção de arte.

ARTES PLÁSTICAS
No início da década de 1830, um grupo de pintores, entre os quais Théodore
Rousseau, Charles- François Daubigny e Jean-François Millet, se estabeleceram no povoado
francês de Barbizon com a intenção de reproduzir as características da paisagem local. Cada
um com seu estilo enfatizaram em seus trabalhos o simples e ordinário, ao invés dos aspectos
grandiosos da natureza. Millet foi um dos primeiros artistas a pintar camponeses, dando-lhes
um destaque até então reservado a figuras de alto nível social. Outro importante artista francês
frequentemente associado ao realismo foi Honoré Daumier, ardente democrata que usou a
habilidade como caricaturista a favor de suas posições políticas.
O primeiro pintor a enunciar e praticar deliberadamente a estética realista foi Gustave
Courbet. Como a enorme tela "O estúdio" foi rejeitda pela Exposition Universelle de 1855, o
artista decidiu expor esse e outros trabalhos num pavilhão especialmente
montado e deu à mostra o nome de "Realismo, G. Courbet". Adversário
da arte idealista incitou outros artistas a fazer da vida comum e
contemporânea motivo de suas obras, no que considerava uma arte
verdadeiramente democrática. Courbet chocou o público e a crítica com a
rude franqueza de seus retratos de operários e camponeses em cenas da
vida diária. O realismo tornou-se uma corrente definida na arte do século
XX. A ela se integram as cenas quase jornalísticas do lado mais
Figura 20 - Gustave desagradável da vida urbana produzidas pelo grupo americano conhecido
Courbet como Os Oito, e a expressão do cinismo e da desilusão do período após

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a Primeira Guerra Mundial na Alemanha, presente nas obras do movimento conhecido como
Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade).
O realismo socialista, adotado como estética oficial na União Soviética a partir dos
primeiros anos da década de 1930, foi pouco fiel às características originais do movimento.
Embora se propusesse também a ser um espelho da vida, sua veracidade deveria estar de
acordo com a ideologia marxista e as necessidades da construção do socialismo. O maior
teórico do realismo socialista foi o húngaro György Lukács, para quem o realismo não se limita
à descrição do que existe, mas se estende à participação ativa do artista na representação
das novas formas da realidade. Essa doutrina foi implementada na União Soviética por Andrei
Jdanov. Em pintura, destacou-se entre os soviéticos Aleksandr Gherassimov. Os retratos de
intrépidos trabalhadores produzidos dentro da linha do realismo socialista, no entanto, deixam
transparecer um positivismo heroico, mas a ambição realista perde-se na idealização de uma
organização social perfeita. Grande número de artistas soviéticos, partidários de uma
sociedade de justiça social, mas cerceados em sua liberdade essencial de criar, abandonaram
o realismo socialista, deixaram a União Soviética e se integraram aos movimentos artísticos
do Ocidente.

ARTE NA HISTÓRIA
Ao longo do tempo, percebemos que a existência do homem não se limita à simples
obtenção dos meios que garantem a sua sobrevivência material. Visitando uma expressiva
gama de civilizações, percebemos que existem
importantes manifestações humanas que tentaram
falar de coisas que visivelmente extrapolam a
satisfação de necessidades imediatas. Em geral,
vemos por de trás desses eventos uma clara tentativa
de expressar um modo de se encarar a vida e o mundo.
Paulatinamente, essa miríade de expressões passou a
ser reconhecida como sendo “arte”. Para muitos, este
conceito abraça toda e qualquer manifestação que
pretenda ou permita nos revelar a forma do homem Figura 21 - A Noite Estrelada de Vincent Van
encarar o mundo que o cerca. Contudo, o lugar Gogh
ocupado pela arte pode ser bastante difuso e nem sempre cumpre as mesmas funções para
diferentes culturas. Não por acaso, sabemos que, entre alguns povos, o campo da expressão
artística esteve atrelado a questões políticas ou religiosas.
Na opinião de alguns estudiosos desse assunto, o campo artístico nos revela os
valores, costumes, crenças e modos de agir de um povo. Ao detectar um conjunto de
evidências perceptíveis na obra, o intérprete da arte se esforça na tarefa de relacionar estes
vestígios com algum traço do período em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte passa
a ser interpretada com um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que o artista
disse através da obra. Com isso, podemos concluir que a arte é um mero reflexo do tempo
em que o artista vive? Esse tipo de conclusão é possível, mas não podemos acabar vendo a
arte como uma manifestação presa aos valores de um tempo.
Em outras palavras, é complicado simplesmente acreditar que a arte do século XVI
tem somente a função de exprimir aquilo que a sociedade desse mesmo século pensava. Sem
dúvida, o estudo histórico do campo artístico é bem mais amplo e complexo do que essa mera
relação.

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GRAFITE
A arte do grafite é uma forma de manifestação
artística em espaços públicos. A definição mais popular
diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes.
Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império
Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea
se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos
Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar
suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo
depois, essas marcas evoluíram com técnicas e Figura 22 - Grafite: arte contemporânea
desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para
esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive
principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas. O grafite
foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se
contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um
toque brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o
mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite
é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e
vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros,
edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde
tradicionais latas de spray até o látex.
Principais termos e gírias utilizadas nessa arte:
• Grafiteiro/writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
• Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo.
• Tag: é a assinatura de grafiteiro.
• Toy: é o grafiteiro iniciante.
• Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.

DANÇA
Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional
da dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé
moderno, Jean-Georges Noverre. A Dança é a arte de mexer o corpo,
através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia
própria. Não é somente através do som de uma música que se pode
dançar, pois os movimentos podem acontecer independentes do som que
se ouve, e até mesmo sem ele. A história da dança retrata que seu
surgimento se deu ainda na Pré- História, quando os homens batiam os
pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons,

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descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através
das palmas.
O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que
as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros
registros dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.
Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em
virtude das comemorações aos jogos olímpicos. O Japão preservou o caráter religioso das
danças. Até hoje, elas são feitas nas cerimônias dos tempos primitivos. Em Roma, as danças
se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao Deus Baco (Deus do vinho), e
dançava-se em festas e bacanais. Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram
a ter caráter teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse
propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé, apresentados como
espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário, iluminação e cenário compõem sua
estrutura.
No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, em que cada localidade
apresentava características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares,
como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais
conservadores, até que no século XX surgiu o rock’n’roll, que revolucionou o estilo musical e,
consequentemente, os ritmos das danças.
Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se
difundindo. O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas
dos negros, dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram. Hoje em dia as danças
voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o
mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do ventre é muito difundida; e no Brasil, o funk
e o samba são populares. Além desses, o strip-tease tem tido grande repercussão,
principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, também conhecida como a dança do
cano.

TEATRO
A origem do teatro refere-se às
primeiras sociedades primitivas que
acreditavam nas danças imitativas como
favoráveis aos poderes sobrenaturais para o
controle dos fatos indispensáveis para a
sobrevivência. Em seu desenvolvimento, o
teatro passa a representar lendas referentes
aos deuses e heróis. O teatro apareceu na
Grécia Antiga, no séc. IV a.C., em decorrência
dos festivais anuais em consagração a Dionísio,
o deus do vinho e da alegria. A palavra teatro
significa uma determinada arte, bem como o Figura 23 – Teatro (Fonte: internet)
local físico em que tal arte se apresenta. A
implantação do teatro no Brasil ocorreu em razão do empenho dos jesuítas em catequizar os
índios.

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AS CORES
A ciência que estuda a medida das cores é chamada de calorimetria. A calorimetria
desenvolve métodos de quantificação da cor e estuda o tom, a saturação e a intensidade da
cor.
O tom da cor é que faz com que ela seja identificada como azul, verde, amarela etc. A
saturação da cor mostra se a cor é natural ou pigmentada artificialmente. A intensidade
caracteriza a força da cor.
As cores são divididas em primárias, secundárias, terciárias e neutras.
Cores Primárias
As cores primárias são: vermelho amarelo e azul. São consideradas as primeiras
cores. O vermelho é uma cor quente que mostra vitalidade energia e coragem. O amarelo é
uma cor suave e alegre que simboliza o otimismo. O azul é a cor que dá concentração e
melhora a mente.
Cores secundárias
As cores secundárias são formadas pela mistura de duas cores primárias. As cores
secundárias são: verde, roxo e laranja.
O azul misturado com o amarelo origina o verde. O azul misturado com o vermelho
origina o roxo, e o vermelho misturado com o amarelo origina a laranja.
Cores terciárias
As cores terciárias resultam da mistura de uma cor primária com uma ou duas cores
secundárias. São todas as outras cores, como o marrom, que é a mistura de amarelo ou
vermelho com preto.
Cores neutras
As cores neutras são usadas para complementar uma cor desejada, sendo que as
cores neutras têm pouco reflexo. Entre as cores neutras podemos citar o branco, a cinza e o
marrom. O branco é luz isenta de cor, o preto é a ausência de cor e os tons cinza são a mistura
do branco com o preto.

A ESTRUTURA DAS CORES.


A estrutura da cor é dividida em estrutura física e psicológica. A estrutura física se
subdivide em matiz, que é a que difere uma cor da outra; luminosidade, que é o componente
que provoca alteração nas cores entre claro e escuro; saturação, que produzem várias
nuances de acordo com a pureza e intensidade da cor. A estrutura psicológica relata a
sensação inconsciente que a cor traz para o homem. A temperatura traz a sensação de que
determinada cor é quente, fria ou morna. O contraste sucessivo traz a sensação de
modificação das cores quando vistas em conjunto. Dimensão traz a sensação que a cor
aproxima, distancia. Peso e tamanho traz a sensação que as cores escuras são menores e
mais pesadas que as cores leves. No sabor, as cores quentes estimulam o apetite.
Em pesquisa realizada com 236 pessoas da Ásia, África e Europa, foi constatado que
as mulheres percebem mais as cores do que os homens. Os pigmentos responsáveis pela
absorção das cores, chamados opsinas, estão presente no cromossomo X. A mulher possui

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dois X enquanto o homem possui um só, e isso faz com que a mulher tenha duas cópias de
opinas.

1
CAPÍTULO

QUÍMICA
MATÉRIA
• Tudo aquilo que ocupa lugar no espaço recebe o nome de MATÉRIA.
• Uma porção limitada da matéria constitui um CORPO.
• Todo corpo que se presta à determinada finalidade constitui um OBJETO.
Exemplo:
MATÉRIA CORPO OBJETO
FLORESTA MADEIRA BANCO

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PROPRIEDADES DA MATÉRIA
As propriedades da matéria são:

• INÉRCIA: é a propriedade pela qual a matéria conserva seu estado de repouso ou não
altera seu estado de movimento, a menos que uma força aja sobre ela.
• PESO: o peso de um corpo é a força de atração que a Terra exerce sobre ele.
• IMPENETRABILIDADE: é a propriedade que duas porções de matéria têm de não
poderem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar no espaço.

ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA


A matéria se apresenta em três estados físicos:

• ESTADO SÓLIDO: tem forma própria e volume definido;


• ESTADO LÍQUIDO: não tem forma própria e seu volume é definido;
• ESTADO GASOSO: não tem forma própria e não tem volume definido.

MUDANÇA DE ESTADO
A matéria pode mudar de um estado para outro.

MUDANÇAS DE FASE
Uma substância pode passar de uma fase para outra através do recebimento ou
fornecimento de calor. Essas mudanças de fase são chamadas de:
a) Fusão: é a passagem de uma substância da fase sólida para a fase líquida;
b) Solidificação: é a passagem de uma substância da fase líquida para fase sólida;
c) Vaporização: é a passagem da fase líquida para fase gasosa;
d) Condensação ou liquefação: é a passagem da fase gasosa para líquida;
e) Sublimação: é a passagem direta da fase sólida para a fase gasosa ou da fase
gasosa para a fase sólida.

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TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA
Qualquer transformação da matéria é considerada um fenômeno que pode ser
classificado em:

• FENÔMENO FÍSICO: não altera a natureza da matéria, isto é, a sua composição;


• FENÔMENO QUÍMICO: altera a natureza da matéria, ou seja, a sua composição.
Exemplo: a queima de um papel, a queima de fogos de artifício.

ESTUDO DA MATÉRIA
Todo o universo material é constituído de pequenas partículas denominadas
ÁTOMOS. Um conjunto de átomos com as mesmas propriedades químicas constitui um
ELEMENTO QUÍMICO.

SUBSTÂNCIAS
• SUBSTÂNCIAS SIMPLES: formadas por um único elemento químico, ou seja, por um
único tipo de átomo.
Exemplo: H2; CI2; O2; F2, etc.

• SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS: apresentam em sua composição mais de um


elemento.
Exemplo: H2; H2SO4HCI, etc.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ÁTOMO


• NÚMERO ATÔMICO (Z): é o número que indica a quantidade de prótons existentes
no núcleo de um átomo.
Exemplo: 20Ca Z = 20 e p = 20 Z = número de prótons Z=p

• NÚMERO DE MASSA (A): é a soma do número de prótons com o número de nêutrons


presentes no núcleo de um átomo.
Exemplo: 20Can = 20 A=Z+n A = p + n ou A = Z +n
40 = 20 + 20

ELEMENTO QUÍMICO: é o conjunto de átomos e íons que apresentam mesmo


número atômico. Uma forma esquemática dessa representação é dada por:
AX ou X²__________ número de massa
Z z___________ número atômico

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SEMELHANÇA ATÔMICA
• ISÓTOPOS: são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), mas
apresentam diferentes número de massa (A).
Exemplos:20 Ne 21Ne 22Ne
10 10 10

• ISÓBAROS: são átomos que apresentam diferentes números atômicos (Z), mas que
possuem o mesmo número de massa (A).
Exemplo: 40Ca 40Ar
20 18

• ISÓTONOS: são átomos que apresentam o mesmo número de nêutrons (n) com
diferentes números atômicos (Z) e de massa (A).
Exemplos: 26MG {n = 14 28Si {n = 14
12 14

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA
Os elétrons estão representados em camadas ao redor do núcleo:
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 32, P = 18, Q = 2.
Exemplos:
-20Ca K = 2; L = 8; M = 8; N = 2
-35BR K = 2; L = 8; M = 18; N = 7

NÚMEROS QUÂNTICOS
• NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL(n): indica o nível de energia do elétron.
Camadas K; L; M; N; O; P; Q;
Nível de energia 1 2 3 4 5 6 7

• NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO (l): indica que cada nível de energia é


constituído por um ou mais subníveis, designados pelas letras minúsculas.
Subníveis → s; p; d; f;
Valores de ℓ → 0 1 2 3

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DIAGRAMA DE LINUS PAULING
Linus Pauling determinou, num diagrama, a ordem crescente de energia dos subníveis
para os elementos conhecidos.

Ordem crescente de energia:


1s², 2s², 2p6 ,3s², 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p6, 6s², 4f14, 5d10, 6p6, 7s², 5f14,
6d10
Exemplos:
- 17 Cl → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p5
- 19 K → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s¹
- 50Sn → 1s², 2s², 2p6, 3s², 3p6, 4s², 3d10, 4p6, 5s², 4d10, 5p²

TABELA PERIÓDICA
Na tabela periódica atual, os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente
de número atômico, originando na horizontal os períodos e na vertical as famílias.

CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS

• METAIS: são bons condutores de calor e corrente elétrica. Apresentam brilho


metálico.
Exemplo: Mg, Na, K, Ag, Au, etc.

• NÃO-METAIS: nas condições ambientais apresentam-se nos seguintes estados


físicos:
o sólido → C, P, S, Se, I, At.
o líquido → Br.
o gasoso → N; O; F; Cl.
• SEMI-METAIS: apresentam propriedades intermediárias entre metais e não metais.
Exemplo: B, Si, Ge, As, Sb, Te e Po.

• GASES NOBRES: nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso.


Exemplo: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn.

• HIDROGÊNIO: é um gás.

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PROPRIEDADES PERIÓDICAS
• ELETRONEGATIVIDADE: é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma
ligação.
• ELETROPOSITIVIDADE: é a capacidade de um átomo perder elétrons, originando
cátions.

LIGAÇÕES QUÍMICAS
• LIGAÇÕES IÔNICAS: a ligação iônica é a única em que ocorre a transferência
definitiva de elétrons.
• TEORIA DO OCTETO: a maioria dos átomos adquire estabilidade eletrônica quando
apresenta oito elétrons na sua camada mais externa.
• VALÊNCIA: é um número puro e indica quantas ligações um átomo pode fazer.
• ÍON: é a espécie química que apresenta o número de prótons diferente do número de
elétrons.
o íons positivos: cátions
o íons negativos: ânions
Exemplos:
- Ligação entre o sódio (Na) e o cloro (Cl)
11 Na -> 1s²; 2s² ; 2p6; 3s¹
1s² 2s² 2p6 3s¹

- Ligação entre o cálcio (Ca) e enxofre (S)


20Ca -> K = 2, L = 8, M = 8, N = 2
16S -> K = 2, L = 8, M = 6.
Ca: perde 2e-[Ca]²+
Se ganha 2e-[S]² = Ca2+S²- -> Ca2 S2 ->CaS

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LIGAÇÕES COVALENTES OU MOLECULARES
Ocorre entre átomos com tendência de receber elétrons. No entanto, como não é
possível que todos recebam elétrons, os átomos envolvidos na ligação apenas compartilham
um ou mais pares de elétrons de camada de valência, sem “perdê-los” ou “ganhá-los”
definitivamente.

NÚMERO DE OXIDAÇÃO (Nox)


O Nox de cada átomo em uma substância simples é sempre igual a zero.
Exemplo:
H2Cl2
Zero zero
Existem elementos que apresentam Nox fixo em seus compostos.
- Família 1A ->Nox +1
Na ; K ; Li
+1+1 +1
- Família 2A ->Nox +2
Mg ; Ca; Sr

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+2 +2 +2
- O flúor (f) por ser mais eletronegativo será sempre igual a -1.
- O oxigênio (O), na maioria dos seus compostos, é igual a -2.
- A soma do Nox de todos os átomos constituintes de um composto iônico ou molecular
é sempre igual a zero.
Exemplos:
HCI NaCl CaO
+1-1+1-1 +2-2
H3PO4 Al2 (SO4)3
+1 x -2 +3 x -2
+3 x – 8 = 0 +6 3x -24 = 0

1
CAPÍTULO

FÍSICA
CINEMÁTICA
CINEMÁTICA é a parte da Física que estuda os movimentos dos corpos, não se
preocupando com a causa dos mesmos.
1- MOVIMENTO E REPOUSO: um corpo está em movimento quando a distância entre
este corpo e o referencial varia com o tempo. Quando a distância entre o corpo e o referencial
não variar no decorrer do tempo, dizemos que o corpo está em repouso.
2- TRAJETÓRIA: é uma linha
determinada pelas diversas posições
que um corpo ocupa no decorrer do
tempo.
3- ESPAÇO: é a distância
entre dois pontos. A distância
normalmente é medida em: metro
(m), quilômetros (km) e centímetro
(cm).
4- TEMPO: é o intervalo existente entre dois ou mais acontecimentos e pode ser
determinado pelas seguintes unidades: segundo (seg), minuto (min) e hora (h).
Obs.: 1 minuto = 60 segundos;
1 hora = 60 minutos;
1 hora = 3.600 segundos.
5 – VELOCIDADE: é a relação existente entre o espaço percorrido por um móvel e o
tempo gasto em percorrê-lo. As unidades mais usadas em velocidade são: metros por
segundo (m/s) quilômetros por hora (km/h).

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MOVIMENTO UNIFORME (M.U)
Um corpo realiza um M.U. Quando percorre distâncias iguais em intervalos de tempos
iguais, isto é, a velocidade constante é diferente de zero.

Função horária S = So + vt.


S = Espaço | So = Espaço inicial | V = Velocidade | T = Tempo

Exemplo:
Dada a função horária S= 20 +5t, S = 20 m
determine:
a) O espaço inicial
b) V = 5 m/s.
b) A velocidade
c) O espaço no instante t = 2 seg.
c) S = 20 +5t
Resolução:
S = 20 +5.(2)
a) S = S0 + vt
S = 20 + 10
S =20 + 5t
S = 30 m

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DINÂMICA
1 – DEFINIÇÕES GERAIS
A Dinâmica tem por objetivo a resolução de dois problemas básicos.
- Conhecendo-se o movimento de um corpo, caracterizar as forças que agem sobre
ele.
- Conhecendo-se as forças que agem sobre um corpo, caracterizar o seu movimento.

2 – FORÇAS RESULTANTES
É a força que, se substituísse todas as outras que agem sobre um corpo, produziria
nele o mesmo efeito que todas as forças aplicadas.
- Duas forças concorrentes e perpendiculares entre si.

3 – PRINCÍPIOS DA DINÂMICA (LEIS DE NEWTON)


a) PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU PRIMEIRA LEI DE NEWTON
Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.
b) Fr
--------------------------------------- m EM MÓDULO: FR = m.a
A unidade de força no SI (Sistema Internacional) é o NEWTON, que se indica por N.
C) PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO (TERCEIRA LEI DE NEWTON):
Sempre que um corpo A exerce uma força sobre o corpo B, este reage exercendo em
A uma outra força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido contrário.
Exemplo:
F AB é a força que A aplica em B ----------------------------------
FBA F AB
F BA é a força que B aplica em A

CÁLCULO DA FORÇA RESULTANTE:


Exemplo:
Dadas as forças F1 = 4N e F2 = 3N, determine a resultante nos seguintes casos:
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 63
A) F1 e F2 têm a mesma direção e sentido.

B) F1 e F2 têm mesma direção e sentido contrário:

C) F1 e F2 são perpendiculares.

ESTÁTICA
1- FORÇA RESULTANTE
É a força única que produz o mesmo efeito causado por várias forças agindo sobre um
mesmo corpo.
R = força resultante encontrada pela soma vetorial.
R = F1 +F2 + ........ + Fn
Se houver duas forças concorrentes, teremos:
Fr = F1 + F2 + 2 F1.F2. cos α
Ou Fr = F1 + F2

2 – COMPONENTES RETANGULARES DE UMA FORÇA


Fx = F cos α
Fy = F sen α

3 – EQUILÍBRIO
Um corpo pode estar em equilíbrio das seguintes maneiras:
a) Equilíbrio estático: quando V= 0
O corpo está em repouso em relação a certo referencial, isto é, a velocidade é nula
para qualquer ponto do corpo.
b) Equilíbrio dinâmico: quando V é diferente de O, ou seja, V = constante.
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 64
O corpo está em movimento retilíneo uniforme de referencial escolhido, isto é, a
velocidade é constante para qualquer ponto.
4 – MOMENTOS DE UMA FORÇA
Momento de uma força F, em relação a um ponto O fixo, é o produto da intensidade
da força F pela distância do ponto à reta suporte da força.
- Rotação no sentido anti-horário = momento positivo.
- Rotação no sentido horário = momento negativo.

1
CAPÍTULO

MATEMÁTICA
I – CONJUNTOS
a) Definição: chamamos de conjunto toda a reunião de elementos. Podemos
representá-lo por:
- Sua propriedade característica.
Ex.: A = {x/x é o conjunto das vogais}
- Enumerando seus elementos entre chaves:
Ex.: A = {a, e, i, o, u}
- Por diagrama de Venn:

a u e
o
i

b) Tipos de conjuntos:
- Universo: quando possui mais de um elemento.
Ex.: A = {x/x é o conjunto dos números naturais}
- Unitário: quando possui apenas um elemento.
Ex.: A = {x/x é p conjunto dos dias da semana começados pela letra d}
- Vazia: quando não possui nenhum elemento.
Ex.: {x/x é o conjunto dos dias da semana começados pela letra x}

Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 65


c) Operações com conjuntos:

- União: A U B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}
- Intersecção: A ∩ B = {x/x ∈ A ou x ∈ B}

- Diferença: A – B = {x/x ∈ A e x ∉ B}

d) Conjuntos numéricos:
- N = conjunto dos números naturais (são todos os números inteiros e positivos).
- Z = conjunto dos números inteiros (são todos os números inteiros + e -).
- Q = conjunto dos números inteiros racionais (são todos os números na forma de
fração A onde B≠0).
B
- I = conjunto dos números irracionais (são números cuja representação decimal não
é exata, nem periódica).
- R = conjunto dos números reais (Q + I).
Exercício resolvido:
1- Dado o conjunto A = {x/x é o conjunto dos números naturais entre 0 e 6} e B = {x/x
é o conjunto dos números naturais entre 1 e 8}, determine:
a) Represente os números acima enumerando seus elementos entre chaves.
b) Identifique o tipo de conjunto representado.
c) Encontre AUB, A∩B e A – B
d) Dentre os conjuntos numéricos estudados, a qual grupo pertence?

Resolução:
a) A = {1, 2, 3, 4, 5}
B = {2, 3, 4, 5, 6, 7}
b) A e B => são do tipo de universo.
c) A U B = {1, 2, 3, 4, 5} U {2, 3, 4, 5, 6, 7} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}
d) Naturais.

II – FUNÇÃO
a) Definição: sendo A e B dois conjuntos não vazios e uma relação ƒ de A em B, essa
relação ƒ é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado
um e um só elemento y do conjunto B.
ƒ: A → B
Ex.: y = x + 5 => f(x) = x + 5
Apostila Curso Preparatório para Ensino Médio Página | 66
b) Conjunto domínio (D): é o conjunto de partida de uma função.
c) Conjunto imagem (Im): é o conjunto de chegada de uma função.

Exercício Resolvido:
a) Dado A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} definir a função ƒ: A →B onde y = x + 1 e
determine domínio e Im.
Resolução:

b) Estudo das funções:


FUNÇÃO DO 1º GRAU
1 – Função linear: é uma função de 1º grau do tipo y =a x + b, seu gráfico será sempre
uma reta.

2 – Função afim: é uma função incompleta de 1º grau do tipo y = a x, seu gráfico será
também uma reta.
Ex.: y =2x

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3 – Função identidade: é uma função de 1º grau do tipo x = y, seu gráfico será uma
reta que corta o ponto origem (0,0).
Ex.: x = y

4 – Função constante: é toda função do tipo y = b e seu gráfico será sempre uma
reta paralela ao eixo x.
Ex.: y = 2

III- EQUAÇÃO ESPONENCIAL E LOGARÍTMICA


a) Exponencial: é toda equação do tipo y = ax
Exemplos práticos:

1) 4x= 32 22x= 25 2x= 5 x=5


2

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2) 2x= 1 2x= 2-4 x=-4
16

3) 2x = 3√4 2x = 4¹/³ 2x = (2²)1/3


2x=2²/³ x=2
3

b) Logaritmo: é toda equação do tipo loga b = x


Propriedade dos logaritmos:
logb (a.c) = logba + logbc
logba = logba - logbc
c
logban = n. logba
logb
n √a = logba 1/n =1 . logb a
n

Exemplos práticos: Observe que log. é transformado em uma potência.


1) log4 x = 2 x = 4² x = 16
2) log5 x² = 0 x² = 60 x² = 1 x² = ±√1 x=±1

RAIZ QUADRADA
Raiz quadrada, de certa forma, lembra um pouco a Potenciação. Na potenciação
temos, por exemplo: 2² = 4. Se fosse um exercício de raiz seria: √4 = 2. O símbolo √ é chamado
de radicando. Para saber como calcular raiz quadrada, o aluno deve conhecer a tabuada,
principalmente o resultado dos números multiplicados por eles mesmos. Veja a tabela abaixo:
2.2=4
3.3=9
4 . 4 = 16
5 . 5 = 25
6 . 6 = 36
7 . 7 = 49
8 . 8 = 64
9 . 9 = 81
10 . 10 = 100

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Com base na tabela anterior, se for perguntado qual a raiz quadrada de 49, qual seria
o resultado? A resposta certa seria 7 pois: 7x7 = 49. Com base nisso, podemos concluir que
a raiz quadrada de um número, é o número real que multiplicado por ele mesmo tem como
resultado o número que está debaixo do radicando.

Resolvendo um exercício de raiz Ex: qual raiz quadrada de 169


quadrada:
√4 = 2, pois 2 x 2 = 4,
√36 = 6, pois 6 x 6 = 36,
√81 = 9, pois 9 x 9 = 81 ,
√121 = 11, pois 11 x 11 = 121
√169 = 13, pois 13 x 13 = 169, Raiz quadrada de 169 é 13.
√324 = 18, pois 18 x 18 = 324
Para Raízes quadradas exatas, se o
número terminar em:
1, sua raiz termina com 1 ou 9
4, sua raiz termina com 2 ou 8
5, sua raiz termina com 5
6, sua Raiz termina com 4 ou 6
9, sua raiz termina com 3 ou 7

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