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N° de matricula: 201808640030.
A autora Magda Ricci nos mostra os motivos que levaram oque um amalgama
de etnias diferentes que conviviam em um mesmo espaço se juntaram para lutar contra
as forças centrais do Rio de Janeiro, de forma geral, a condição de miséria imposto á
camada mais desamparada da sociedade imperial, e o autoritarismo do governo central.
O alvo das hostilidades foca – se na figura do branco, essencialmente portugueses mais
abastados, devido os mesmos serem o símbolo representavam as mazelas do antigo
regime colonizador. Esses fatores podem ser apontados como os motivos da soma de
forças entre diferentes povos e culturas e ,logo, uma identidade em comum de luta
política, é nesse aspecto que torna complexo pensar os motivos pelos quais as
hostilidades evoluíram para luta armada, já que que é resultado de demandas sociais
reivindicadas por diferentes agentes históricos: negros escravizados e o desejo de
liberdade; indígenas e a possibilidade de exercer seus modos de vida e se libertar do
modo ibérico de viver imposto; camponeses e as dificuldades econômicas e dentre
outras questões.
Ademais, a memória do movimento cabano originou um leque de narrativas
diferentes construídas conforme o momento histórico a qual o autor se remete ao
evento, a autora destaca que o primeiro intelectual a se debruçar sobre esse tema,
Domingos Antônio Raiol, argumenta que o único levante regencial a chegar ao poder
pode se enquadrar como mais um dentre os outros levantes regionais alastrados do
período. Na concepção do Barão do Guajará a culpa é das autoridades provinciais do
Grão-Pará pela sua omissão dando origem ao movimento, a qual teria impossibilitado
uma ação planejada do Estado imperial capaz de desbaratar o movimento antes da
tomada do poder, entretanto, Raiol justifica a matança na província por mãos do império
como retaliação a uma falta de ordem e a anarquia dos sublevados. Este olhar negativo
do acontecimento, foi feita sob o prisma de um ator súdito da corte imperial, foi
absolvido pela historiografia posterior como um fenômeno a ser compreendido dentro
dos ditames da organização social e política imperial.