Este ensaio resume um seminário sobre a historiografia da independência do Brasil nas últimas décadas, discutindo diferentes interpretações como a de Caio Prado Junior que via a independência ligada à transição para o capitalismo, e apresentando trabalhos que analisaram questões como o papel da família real e da imprensa, e a participação de negros e escravos nos movimentos de independência.
Este ensaio resume um seminário sobre a historiografia da independência do Brasil nas últimas décadas, discutindo diferentes interpretações como a de Caio Prado Junior que via a independência ligada à transição para o capitalismo, e apresentando trabalhos que analisaram questões como o papel da família real e da imprensa, e a participação de negros e escravos nos movimentos de independência.
Este ensaio resume um seminário sobre a historiografia da independência do Brasil nas últimas décadas, discutindo diferentes interpretações como a de Caio Prado Junior que via a independência ligada à transição para o capitalismo, e apresentando trabalhos que analisaram questões como o papel da família real e da imprensa, e a participação de negros e escravos nos movimentos de independência.
As Independências do Brasil: ponderações teóricas em perspectiva
historiográfica. História (São Paulo), vol. 24, n. 1, 2005, pp. 99-126.
O historiador e ensaísta Jurandir Malerba traz, neste ensaio, uma revisão
historiográfica sobre o processo de Independência do Brasil, fazendo comparações da interpretação histórica vigentes nas três últimas décadas. O ensaio foi produzido com base em um seminário organizado por ele mesmo na Universidade de Oxford. Malerba inicia com uma abertura preparada para este seminário, onde faz um breve relato sobre a historiografia da Independência do Brasil nos últimos 25 anos. Para o historiador, as mesmas questões que se levantam atualmente são as mesmas de 180 anos atrás, e são respondidas a seu modo a cada momento. Para Malerba, o autor mais influente da historiografia da Independência é Caio Prado Júnior, no qual entende que a história do Brasil explica-se pela expansão do capitalismo comercial europeu, quando ocorre no Brasil a transição de feudalismo para o capitalismo. Dentro do próprio sistema colonial desenvolvia-se a acumulação de capital, e esse próprio desenvolvimento culminava para seu desaparecimento, ou seja, são as origens da Revolução Industrial. A industrialização se tornava incoerente com o sistema escravista e com o domínio colonial, e é essa crise que insere o Brasil no movimento de Independência. Malerba acredita que o processo de Independência está ligado ao reajustamento e ruptura na passagem para o capitalismo moderno, ou seja, a Independência faz parte, senão, da crise do antigo sistema colonial europeu. Malerba relata também neste ensaio os trabalhos apresentados em Oxford, começando pelo Dr. Jorge M. Pedreira que defende a idéia de que o processo de Independência deve-se a mudança da família Real para o Brasil em 1808, ressaltando que as ascensão do Brasil à Reino Unido a Portugal preparava o cenário para ocorrer a Independência. Outro trabalho apresentado foi o do Dr. João Pinto Furtado que acredita estarem fundamentadas na Inconfidência Mineira as propostas de uma nova ordem política Uma autora que merece destaque no ensaio de Malerba é a Lilia Moritz Schwarc, no qual acredita que as festividades públicas e o caráter simbólico e cultural contribuíram para o processo de Independência, uma vez que os festivais procuravam naturalizar o clima tenso que permeava naquele momento. Já a autora Isabel Lustosa desenvolveu um trabalho voltado para o papel desempenhado pela imprensa, relatando foi o “Correio Braziliense” o responsável por inserir naquela sociedade os anseios por um país livre e com progresso. Neste jornal eram divulgadas todas as contradições e os erros da administração portuguesa analisando-os de acordo com as idéias liberais. Malerba falou também sobre o trabalho apresentado por João José Reis que analisa a participação dos negros nas lutas pela Independência ocorridas na Bahia. O sentido da Independência ia além dos interesses políticos, pois, para os escravos que lutavam, significava a probabilidade alcançar sua liberdade. Hendrik Kraay também trabalha com a questão dos escravos da Bahia no processo de luta pela Independência enfatizando a participação popular no movimento. Embora os desejos buscados por estas classes sociais sejam diferentes, Kraay coloca em questão o quanto é importante a participação destas figuras no processo de Independência, o qual a historiografia deixa de enfatizar. Malerba deixa claro que o Seminário apresentado partia do pressuposto de que a explicação do processo de Independência do Brasil pode ser entendida também através de várias outras questões que não estão presentes na historiografia tais como memória, identidade, rituais, linguagens e participação das camadas inferiores.
Acupuntura No Tratamento de Ansiedade Na Unidade Básica de Saúde Hélio Figueiredo em Bom Jesus - PI Uma Proposta de Intervenção Autor Jessica Pieta e Leila Leal Leite