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REBELIÕES REGENCIAIS

▪ Revolta dos Malês: Bahia 1835 (Salvador).


▪ Organizada por escravos e libertos africanos, a
maioria da etnia nagô (ou iorubá) com
participação de jejês e haussás.
▪ Malê trata-se de palavra provavelmente de
origem iorubá para designar africanos
convertidos ao islã.
▪ A maioria dos malês sabiam ler e escrever em
árabe, saber árabe era fundamental para
conhecer o Corão (livro sagrado muçulmano.
▪ Os malês eram em sua maioria escravos de
ganho (pedreiros, carpinteiros, alfaiates,
ambulantes,etc). Tinham relativa autonomia de
mobilidade e por isso construíram relações
solidárias contra o cativeiro.
▪ Outros malês urbanos: carregadores,
trabalhadores domésticos, sapateiros e
ferreiros.
▪ Outros malês eram: marinheiros,
remadores, canoeiros, pescadores e
lavradores na periferia de Salvador.
▪ A rebelião mobilizou cerca de 1500 negros,
organizados em uma sociedade secreta.
▪ A rebelião foi liderada pelos malês, mas
nem todos rebeldes participaram da revolta.
▪ Nem todos rebeldes eram seguidores do
islã.
▪ O levante estava previsto para 25 de
janeiro, no final do mês sagrado do
Ramadã, o mês sagrado do jejum dos
muçulmanos, mas uma escrava em troca
de favores pessoais, preveniu as
autoridades.
▪ Assim acabou o fator surpresa da rebelião.
▪ Os crioulos não participaram da rebelião,
que foi exclusivamente de africanos.
▪ Uma patrulha chegou a uma casa da
Ladeira da Praça, onde estavam reunidos
os rebeldes, ao forçarem a porta, foram
atacados por 60 guerreiros africanos.
Ladeira da Praça em Salvador
Origem dos malês
Malês muçulmanos
Câmara Municipal
Praça Piedade foi local de execuções de
malês
Corão e amuleto sagrado
Africano nagô
Negra malê vendedora
Versículo do Corão pertencente ao escravo
malê Antônio
Igreja da Lapinha em Salvador situada no bairro
da Liberdade: influência islâmica na arquitetura
Interior na nave da Lapinha
▪ Foi travada uma pequena batalha na Ladeira
da Praça. Depois partiram para a Câmara
Municipal (funciona no mesmo lugar).
▪ O ataque à Câmara era para libertar o líder
malê idoso que estava preso, Pacífico
Licutan, cujo nome muçulmano era Bilal.
Bilal não estava preso por rebeldia e sim
porque seu senhor tinha dívidas vencidas e
seus bens foram confiscados para leilão em
benefício dos credores. O ataque à prisão foi
frustrada.
▪ Rebeldes fugiram ao Recôncavo Baiano
e atacaram os canaviais, mas foram
severamente reprimidos.
▪ Malês tentaram insuflar a revolta aos gritos em
bairros de Salvador sob fogo cruzado como: Vitória,
Campo Grande, em torno do forte São Pedro,
Centro, Terreiro de Jesus, Pelourinho, Ladeira do
Taboão e foram até a Cidade Baixa, mais de 70
malês foram mortos.
▪ Na época da revolta, Salvador tinha cerca de
65000 habitantes, sendo 40% escravos, os brancos
não passavam de 22% e cerca de 7% eram
africanos libertos.
▪ Economia da Bahia
1.Produção açucareira;
2.Produção de fumo, fundamental ao tráfico
negreiro;
3.Escravidão negra
4.Farinha de mandioca era fundamental à dieta
dos pobres da Bahia.
▪ Provável projeto dos malês
1.Escravizar brancos, mestiços e crioulos, vistos
como cúmplices dos senhores.
2.Tomar o poder e instalar uma Bahia só de
africanos.
3.Eliminar os católicos.
▪ Muitos malês foram deportados para seus
lugares de origem, Lagos (Nigéria) e Daomé
(atual Benim). Até mesmo os malês que não
participaram da rebelião foram deportados, era o
medo branco ou o medo do “haitianismo” que
rondava o imaginário dos brancos.
▪ Punições: torturas, açoites, prisões, deportações
e execuções.
▪ A pena de morte, foi imposta para 16
acusados, porém, quatro no final foram
executados, o liberto Jorge da Cruz (iorubá) e
carregador de cal; Gonçalo e Joaquim
(nagôs) foram executados por um pelotão de
fuzilamento no Campo da Pólvora em
14/05/1835. Assim, findou a Revolta dos
Malês.
Farroupilha (1835/1845)
▪ Com o fim da Guerra Guaranítica, o RS
passou ao controle português, no caso
determinou-se que a região das missões
ficaria com Portugal e a colônia do
Sacramento com os espanhóis.
▪ O extremo sul foi palco de conflitos por
terras e gado. Além disso, nas terras do sul
havia um lucrativo fluxo de contrabando
pela região do Prata, no caso a. prata de
Potosí.
▪O sul destacou-se com a carne
marmorizada, o charque (carne desidratada
e salgada).
▪ O sul tornou-se abastecedor da região
mineira com charque e outros produtos.
▪ Estancieiros do RS discordavam das altas
taxas que recaíam sobre o gado e
principalmente o charque.
▪ Para Bento Gonçalves (Sucre), o Império
transformou o Rio Grande numa grande
estalagem.
▪ Bento Gonçalves era estancieiro, militar,
general e maçon.
▪ Farroupilhas ou Farrapos eram todos que
estavam contra o Império.
Bento Gonçalves
▪ Em 1832 foi fundado o Partido Farroupilha
1.Eram contra todos portugueses que
monopolizavam os mais altos cargos do Império
e do Exército.
2.Acreditavam que somente com a
Independência, mudariam a situação de
exploração do Império sobre o Rio Grande.
▪ O momento mais exponencial foi a
proclamação da República Rio-Grandense em
11/9/1836, cuja capital seria Piratini.
▪ República Rio-Grandense: o primeiro
presidente seria Bento Gonçalves, forma
republicana e modelo federalista. Porém, sem
abolir a escravidão e mantendo o voto
censitário.
▪ Muitos escravos em troca de liberdade,
lutaram na guerra dos farrapos. Afinal, a
guerra longa consumiu muitos homens livres,
dinheiros e esforços de senhores
estancieiros.
▪ O cessar fogo se deu em 28/02/1845 com a
assinatura do Tratado de PonchoVerde, o
acordo para os farroupilhas ficou conhecida
como “Paz Honrosa”, pois antigas
reivindicações foram alcançadas:
1.A dívida contraída durante o conflito seria
paga pelo Império.
2.Oficiais do Exército Farroupilha integrariam
o Exército Imperial com a mesma patente.
3.Concedeu-se liberdade aos escravos que
lutaram na guerra dos farrapos.
4.A segurança individual e a propriedade foram
garantidas.
5.Prisioneiros de guerra seriam soltos.
6.Os ex-revoltosos poderiam escolher
livremente o seu presidente de província.
▪ Obs: A Farroupilha terminou somente no II
Reinado.
Antônio Parreira: Proclamação da
República Rio-Grandense
Batalha do Pampa

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