▪ Organizada por escravos e libertos africanos, a maioria da etnia nagô (ou iorubá) com participação de jejês e haussás. ▪ Malê trata-se de palavra provavelmente de origem iorubá para designar africanos convertidos ao islã. ▪ A maioria dos malês sabiam ler e escrever em árabe, saber árabe era fundamental para conhecer o Corão (livro sagrado muçulmano. ▪ Os malês eram em sua maioria escravos de ganho (pedreiros, carpinteiros, alfaiates, ambulantes,etc). Tinham relativa autonomia de mobilidade e por isso construíram relações solidárias contra o cativeiro. ▪ Outros malês urbanos: carregadores, trabalhadores domésticos, sapateiros e ferreiros. ▪ Outros malês eram: marinheiros, remadores, canoeiros, pescadores e lavradores na periferia de Salvador. ▪ A rebelião mobilizou cerca de 1500 negros, organizados em uma sociedade secreta. ▪ A rebelião foi liderada pelos malês, mas nem todos rebeldes participaram da revolta. ▪ Nem todos rebeldes eram seguidores do islã. ▪ O levante estava previsto para 25 de janeiro, no final do mês sagrado do Ramadã, o mês sagrado do jejum dos muçulmanos, mas uma escrava em troca de favores pessoais, preveniu as autoridades. ▪ Assim acabou o fator surpresa da rebelião. ▪ Os crioulos não participaram da rebelião, que foi exclusivamente de africanos. ▪ Uma patrulha chegou a uma casa da Ladeira da Praça, onde estavam reunidos os rebeldes, ao forçarem a porta, foram atacados por 60 guerreiros africanos. Ladeira da Praça em Salvador Origem dos malês Malês muçulmanos Câmara Municipal Praça Piedade foi local de execuções de malês Corão e amuleto sagrado Africano nagô Negra malê vendedora Versículo do Corão pertencente ao escravo malê Antônio Igreja da Lapinha em Salvador situada no bairro da Liberdade: influência islâmica na arquitetura Interior na nave da Lapinha ▪ Foi travada uma pequena batalha na Ladeira da Praça. Depois partiram para a Câmara Municipal (funciona no mesmo lugar). ▪ O ataque à Câmara era para libertar o líder malê idoso que estava preso, Pacífico Licutan, cujo nome muçulmano era Bilal. Bilal não estava preso por rebeldia e sim porque seu senhor tinha dívidas vencidas e seus bens foram confiscados para leilão em benefício dos credores. O ataque à prisão foi frustrada. ▪ Rebeldes fugiram ao Recôncavo Baiano e atacaram os canaviais, mas foram severamente reprimidos. ▪ Malês tentaram insuflar a revolta aos gritos em bairros de Salvador sob fogo cruzado como: Vitória, Campo Grande, em torno do forte São Pedro, Centro, Terreiro de Jesus, Pelourinho, Ladeira do Taboão e foram até a Cidade Baixa, mais de 70 malês foram mortos. ▪ Na época da revolta, Salvador tinha cerca de 65000 habitantes, sendo 40% escravos, os brancos não passavam de 22% e cerca de 7% eram africanos libertos. ▪ Economia da Bahia 1.Produção açucareira; 2.Produção de fumo, fundamental ao tráfico negreiro; 3.Escravidão negra 4.Farinha de mandioca era fundamental à dieta dos pobres da Bahia. ▪ Provável projeto dos malês 1.Escravizar brancos, mestiços e crioulos, vistos como cúmplices dos senhores. 2.Tomar o poder e instalar uma Bahia só de africanos. 3.Eliminar os católicos. ▪ Muitos malês foram deportados para seus lugares de origem, Lagos (Nigéria) e Daomé (atual Benim). Até mesmo os malês que não participaram da rebelião foram deportados, era o medo branco ou o medo do “haitianismo” que rondava o imaginário dos brancos. ▪ Punições: torturas, açoites, prisões, deportações e execuções. ▪ A pena de morte, foi imposta para 16 acusados, porém, quatro no final foram executados, o liberto Jorge da Cruz (iorubá) e carregador de cal; Gonçalo e Joaquim (nagôs) foram executados por um pelotão de fuzilamento no Campo da Pólvora em 14/05/1835. Assim, findou a Revolta dos Malês. Farroupilha (1835/1845) ▪ Com o fim da Guerra Guaranítica, o RS passou ao controle português, no caso determinou-se que a região das missões ficaria com Portugal e a colônia do Sacramento com os espanhóis. ▪ O extremo sul foi palco de conflitos por terras e gado. Além disso, nas terras do sul havia um lucrativo fluxo de contrabando pela região do Prata, no caso a. prata de Potosí. ▪O sul destacou-se com a carne marmorizada, o charque (carne desidratada e salgada). ▪ O sul tornou-se abastecedor da região mineira com charque e outros produtos. ▪ Estancieiros do RS discordavam das altas taxas que recaíam sobre o gado e principalmente o charque. ▪ Para Bento Gonçalves (Sucre), o Império transformou o Rio Grande numa grande estalagem. ▪ Bento Gonçalves era estancieiro, militar, general e maçon. ▪ Farroupilhas ou Farrapos eram todos que estavam contra o Império. Bento Gonçalves ▪ Em 1832 foi fundado o Partido Farroupilha 1.Eram contra todos portugueses que monopolizavam os mais altos cargos do Império e do Exército. 2.Acreditavam que somente com a Independência, mudariam a situação de exploração do Império sobre o Rio Grande. ▪ O momento mais exponencial foi a proclamação da República Rio-Grandense em 11/9/1836, cuja capital seria Piratini. ▪ República Rio-Grandense: o primeiro presidente seria Bento Gonçalves, forma republicana e modelo federalista. Porém, sem abolir a escravidão e mantendo o voto censitário. ▪ Muitos escravos em troca de liberdade, lutaram na guerra dos farrapos. Afinal, a guerra longa consumiu muitos homens livres, dinheiros e esforços de senhores estancieiros. ▪ O cessar fogo se deu em 28/02/1845 com a assinatura do Tratado de PonchoVerde, o acordo para os farroupilhas ficou conhecida como “Paz Honrosa”, pois antigas reivindicações foram alcançadas: 1.A dívida contraída durante o conflito seria paga pelo Império. 2.Oficiais do Exército Farroupilha integrariam o Exército Imperial com a mesma patente. 3.Concedeu-se liberdade aos escravos que lutaram na guerra dos farrapos. 4.A segurança individual e a propriedade foram garantidas. 5.Prisioneiros de guerra seriam soltos. 6.Os ex-revoltosos poderiam escolher livremente o seu presidente de província. ▪ Obs: A Farroupilha terminou somente no II Reinado. Antônio Parreira: Proclamação da República Rio-Grandense Batalha do Pampa