Você está na página 1de 15

Brasil Imperial:

Do período regencial ao Segundo Reinado

Aos 5 anos já era rei, pois Dom Pedro I abdicou do


trono em 1831 e foi embora para Portugal deixando
no Brasil quatro filhos pequenos. Aos 9, o imperador
era órfão de pai e mãe. Num soneto escrito em 1850,
quando tinha, portanto, 25 anos, Dom Pedro II
abordou a conotação trágica de sua infância.

''Coube-me o mais funesto dos


destinos: vi-me sem pai, sem mãe, na
infância linda''

Trecho de soneto escrito por Dom Pedro


II aos 25 anos
O período regencial foi muito conturbado com muitas revoltas
províncias que colocaram em risco a unidade territorial do Brasil. Os motivos
eram diversos, mas no geral eram contra a cobrança abusiva de impostos,
insatisfação com o governo opressor, a pobreza em que vivia a maior parte
da população.

A Cabanagem explodiu no Pará onde a situação da população pobre


era péssima. os cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos
rios, o que provocou a revolta desta população sobretudo composta de índios
e mestiços.A Sabinada foi uma revolta feita por militares, integrantes da
classe média e rica da Bahia. A Revolta dos Malês também aconteceu na
Bahia, foi uma revolta de o negros islâmicos, muitos apesar de livres,
sofriam discriminação, tinham como um dos principais objetivos a libertação
dos escravos. A Balaiada ocorreu no Maranhão onde grande parte da
população pobre do estado era contra o domínio econômico de um grupo de
fazendeiros da região. Revolução Farroupilha ocorreu no rio Grande dos Sul,
teve caráter republicano e a principal causa foi a grande insatisfação dos
estancieiros( fazendeiros criadores de gado) relacionada com a cobrança de
impostos realizada pelo governo sobre a produção de charque da região.
O Golpe da Maioridade de D. Pedro

Em 1840 para tentar acabar definitivamente com as


revoltas e impedir uma possível divisão do território
brasileiro em diversos países independentes, o
congresso aprovou uma proposta dos políticos
liberais de antecipar a maioridade D. Pedro. Assim,
com apenas 14 anos, o príncipe foi aclamado rei do
Brasil com o título de D. Pedro II, em 1840 e foi
imperador do Brasil até 1889 - 49 anos.
Aclamação de D. Pedro II
Aclamação de dom Pedro II, gravura de Jean-Baptiste Debret

(foto: Editora Leya/Reprodução)


Segundo Império:
Estabilidade Política e Manutenção dos Interesses da Elite

A coroação de D. Pedro II representou a manutenção


dos privilégios da elite, representada pelos grandes
fazendeiros e comerciantes. Dois partidos políticos
dominaram o cenário político: liberais e conservadores, que
na prática não apresentavam profundas divergências
ideológicas, portanto, se alternavam no poder sem realizar
grandes mudanças.
Revolução Praieira

A Revolução Praieira ou Insurreição Praieira de Pernambuco, representou um


levante armado de caráter liberal e republicano. Foi considerada a última revolta
do período imperial, tendo como principal objetivo pôr fim ao sistema político
vigente das elites conservadoras, donde o poder local era monopolizado pelas
famílias aristocráticas: Cavalcanti e Rego Barros.
Em 1845, os praieiros assumiram o poder de Pernambuco quando conseguiram
a nomeação de Antônio Pinto Chichorro para ser o presidente da província,
iniciando uma perseguição aos conservadores. O estopim foi a reviravolta
política que aconteceu no país quando os conservadores retomaram o poder no
Rio de Janeiro, em 1848. Consequentemente, o presidente da província de
Pernambuco foi demitido da função e substituído por um conservador.
Liderada por Pedro Ivo Veloso da Silveira, a revolta ocorreu na província de
Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. O termo “praieira” associado a
revolta, remete ao nome da rua (rua da praia), local onde era a sede do “Diário
Novo”, principal meio de comunicação do grupo liberal, o qual recebeu o nome
de “praieiros”. Representou o choque de interesse entre os políticos liberais e
conservadores. A Revolução Praieira fracassou, e os liberais pagaram um alto
preço.
Parlamentarismo às Avessas

D. Pedro II sentiu a necessidade de mudar a


forma de governo. Seguindo, assim, ao sistema que
tem origem na Inglaterra, em 1847 é implantado o
parlamentarismo no Brasil. Este sistema ficou
conhecido como parlamentarismo às avessas,
dado que o Presidente de Conselho era escolhido
de uma lista de tripla pelo imperador e não
necessariamente era o candidato mais votado,
como na Inglaterra. O imperador também detinha o
moderador.
Economia
A base econômica do Brasil continuou sendo a
Agricultura de exportação. O café passou a ser o principal
produto de exportação brasileiro, superando o açúcar,
que continuou sendo um dos principais, seguido por
cacau, borracha e algodão. Havia a necessidade de
aumentar a mão de obra. Por isso, os fazendeiros de café
viam com maus olhos as tentativas de qualquer lei que
favorecesse a abolição da escravidão. Em decorrência do
crescimento da exportação de café são construídas as
primeiras ferrovias e formaram-se muitas cidades. Nessa
época, houve o início do desenvolvimento industrial, pois
começam a ser montadas as primeiras fábricas no Brasil
"Café", de Cândido Portinari (1935)
(a maioria têxteis).
Segundo Reinado: A escravidão continua.
Porquê?

D. Pedro II propôs ao parlamento a abolição da


escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos
fazendeiros por 40 anos. O Parlamento sempre negava
o projeto de lei, pois muitos tinham influências diretas ou
indiretas com os grandes cafeicultores escravocratas. Se
tratando de uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL
PARLAMENTARISTA, o imperador não tinha o poder
para decretar leis sem aprovação da maioria do
Pedro II e Isabel / Crédito: Wikimedia commons
parlamento
A Lei de Terras - 1850

No Segundo Reinado, o Brasil tomou uma medida que seria


determinante para a sua histórica concentração fundiária. Em 18
de setembro de 1850, o imperador dom Pedro II assinou a Lei de
Terras, por meio da qual o país oficialmente optou por ter a zona
rural dividida em latifúndios, e não em pequenas propriedades.
Antes de chegar às mãos de dom Pedro II, a primeira lei
agrária do Brasil independente percorreu um lento e tortuoso
caminho dentro do Senado e da Câmara. Após sete anos de
debates, negociações, impasses e reviravoltas, os senadores e
deputados enfim deram ao projeto de lei a versão definitiva. Lei agrária de 1850 impediu acesso de
Os próprios senadores e deputados eram, em grande parte, ex-escravos à terra (foto: Projeto
Monumenta)
senhores de terras. um dos argumentos apresentados pelo
senador Costa Ferreira era que os pequenos camponeses não Fonte: Agência Senado
tinham força para expulsar os indígenas e que, por isso, era
natural que a terra fosse para os grandes senhores.
Fonte: Agência Senado
o imperador viajou muito, dentro e fora do país e se aproximou de
intelectuais, pesquisadores e artistas estrangeiros. “Foi ele também
que trouxe o telégrafo, o telefone e a fotografia para o Brasil. Era um
cara antenado com tudo o que acontecia no mundo. Acho que o grande
legado dele é o seu modelo de governo. Houve pouquíssimos como
Dom Pedro II que colocaram o Brasil acima de tudo, dos partidos
políticos, ao ponto de nomear ministros republicanos pensando no
melhor para todos. O foco sempre foi o país”, diz Rezzutti.

O historiador e autor do livro Dom Pedro II: a história não contada, Paulo
Rezzutti, diz que “Áreas como a ciência e a cultura eram especialmente
caras para ele, bem como a preservação do passado. Ele ficava bravo
quando ia ao Egito, país que adorava, e via que os monumentos
históricos recebiam menos verba que as novas construções”.
Acontece que a partir dessa lei, as terras se
tornaram ainda mais difícil de serem obtidas, ou
seja, o valor elevado das terras foi a maneira
mais eficiente que encontraram de impedir que
imigrantes recém chegados, escravos e seus
descendentes, não tivessem a oportunidade de
ter o seu próprio espaço, sendo assim, os
mesmos estariam condenados a trabalhar nas
grandes fazendas da elite rural.

Imigrantes trabalhando no campo


https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/dom-ped
ro-ii-grafitava-seu-nome-nos-lugares-em-que-passava-durante-viag
ens-internacionais.phtml

https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2019/09/04/interna_cultur
a,1082186/biografo-de-dom-pedro-ii-relata-as-dores-e-os-amores-d
o-imperador.shtml

https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/h
a-170-anos-lei-de-terras-desprezou-camponeses-e-oficiali
zou-apoio-do-brasil-aos-latifundios

Você também pode gostar