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No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, uma data que vem
carregada de reflexões e emoções. (A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na
Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.)
A mulher não precisava e não deveria ganhar dinheiro. As que ficavam viúvas, ou
eram de uma classe empobrecida, e precisavam de sustentar os filhos, faziam doces por
encomendas, arranjo de flores, bordados, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco
valorizadas, essas atividades eram mal vistas pela sociedade. Mesmo assim algumas
mulheres conseguiram transpor as barreiras do papel de ser apenas esposa, mãe e dona
do lar.
Aqui vamos ver a evolução das mulheres no mundo de trabalho.
Vamos começar a linha do tempo explicando que a mulher trabalha desde os primórdios
da raça humana, porém o seu trabalho sempre foi dentro de casa. Trabalhar, para uma
mulher na era medieval, significava preparar refeições, dar atenção às pessoas enfermas,
limpar espaços compartilhados, entre outras tarefas da casa.
Não existe relato histórico de que as mulheres escolheram isso para si. Essa sempre foi
uma imposição vinda das figuras masculinas que usavam de sua força física para manter
tudo a funcionar conforme queriam. Então o primeiro trabalho da mulher na sociedade foi
o do cuidado (trabalho esse que permanece até os dias atuais).
Let's start the timeline by explaining that women have been working since the beginning of the human
race, but their work has always been indoors. Working, for a woman in medieval times, meant preparing
meals, caring for the sick, cleaning shared spaces, among other household chores.
There is no historical account of women choosing this for themselves. This was always an imposition
coming from the male figures who used their physical strength to keep everything running as they wanted.
So women's first job in society was that of caring (a job that still remains to this day).
It is also worth mentioning that during part of the Medieval Era female figures who did not surrender to the
traditions imposed by men were persecuted and considered sorcerers or witches. There was even a manual
for hunting these women, which ended up leading thousands of them to the bonfire. Vale citar ainda
que durante parte da Era Medieval as figuras femininas que não se rendiam às tradições
impostas pelos homens foram perseguidas e consideradas feiticeiras ou bruxas. Existiu
até um manual para caça a essas mulheres, que acabou por levar milhares delas para a
fogueira.
Rainha de Sabá: um símbolo de beleza, amor, paz e alguém que se esforçou na busca
de conhecimento. Já para os etíopes, ela é um verdadeiro ícone.
Revolucionárias: Rainha de Sabá Com enorme desejo de saciar a sua sede de conhecimento,
esta rainha lendária fez uma visita ao sábio rei de Israel, Salomão, a Jerusalém. Relatos
escritos do encontro sugerem que ela deu ao rei um filho.
Os avanços das ciências cresciam, mas a participação feminina era negada. A maior
parte das mulheres não tinha o direito de aprender a ler, escrever, estudar e se
profissionalizar.
O resultado dessa diferença é que até trabalhos que antes eram liderados por mulheres,
como realizar o parto de bebês que vinham ao mundo, foram tomados por homens, já que
eles passaram a se tornar estudiosos. O trabalho da parteira foi substituído pela
obstetrícia - setor exclusivo à figura masculina na época.
O papel da mulher negra foi afetado de forma mais profunda pois eram obrigadas a gerar
filhos de quem não queriam para aumentar a mão de obra escrava. As meninas mais
novas eram obrigadas a trabalhar oferecendo seus corpos aos senhores de engenho.
É importante entender diante deste cenário que mulheres brancas buscavam seu direito
de independência e igualdade social e financeira enquanto mulheres negras e indígenas
eram mão de obra de trabalho pesado sem remuneração. Esse aspeto não pode ser
ignorado uma vez que a libertação dos corpos femininos pela luta de gêneros na época
não visava a libertação de corpos negros, portanto parte da população feminina era ainda
mais inferiorizada.
Esta situação só começou a mudar em 1871, com a Lei do Ventre Livre que tirava das
mulheres negras a necessidade de engravidar para fazer nascer mais mão de obra
escrava e oferecendo o mínimo de segurança a família destas mulheres.
A luta das mulheres pela diminuição da assimetria na relação com os homens ganhou
impulso na virada dos séculos 19 e 20 e se estendeu ao longo de todo o século passado.
O ápice aconteceu na década de 1960, marcado por uma ampla revolução no âmbito dos
costumes. Datam dessa época movimentos femininos como o NOW - National
Organization of Women, comandado pela norte-americana Betty Friedan, e obras como
"O Segundo Sexo", da filósofa francesa Simone de Beauvoir, que demonstra que a
hierarquia entre os sexos não é uma fatalidade biológica, mas uma construção social.
“É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem,
somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”
— Simone de Beauvoir
Mas a realidade mais comum da época era a de famílias pobres, em que o trabalho dos
homens não era suficiente para sustentar a casa e muitos deles estavam lutando na
guerra. Por essa realidade, a mulher partiu para o mercado de trabalho como empregada,
lavadeira, cozinheira, cuidadora de idosos, telefonistas e secretárias ou dentro dos
comércios. Mas não pense que a realidade foi florida para elas.
As mulheres negras e indígenas não eram bem vistas no mercado de trabalho. Muitas
vezes até pelas mulheres brancas. Em fábricas ou empresas onde o número de mulheres
em postos de trabalho eram grandes, era habitual ver espaços divididos entre mulheres
brancas e não-brancas. Porém a possibilidade de conseguir trabalho nestes lugares, não
sendo branca, era ainda menor. Dentro desse contexto as trabalhadoras menos
favorecidas eram tidas como profundas ignorantes, irresponsáveis e incompetente, tidas
como seres irracionais e as mulheres de classes sócias médias e altas, eram vistas como
menos racionas que os homens.
O ano de 1975 foi decretado pela ONU como “Ano Internacional da Mulher” e pouco a
pouco a ideia de que a mulher represetava o sexo frágil passou a desagradar. No
mercado de trabalho, primeiro as mulheres tiveram que atuar nos batalhões da base ou
linhas de produção e depois foram subindo lentamente na linha hierárquica.
É muito importante ressaltar ainda que as mulheres são 70% da força de trabalho da
saúde e do setor social (o mais afetado pela pandemia). Ou seja, o sexo feminino é
maioria na linha de frente contra a Covid-19.
O que fica de reflexão para todos nós sobre a mulher e o trabalho: dupla ou tripla jornada
- são mães, chefes de família, ganham menos, ainda tem a obrigação social de cuidar da
casa, tornaram-se as principais responsáveis por cuidar de outras pessoas enfermas, o
número de assédios e abusos nos espaços de trabalho aumentou no mundo online e ficou
ainda mais mascarado e a violência doméstica contra elas ganhou força.