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APRESENTAÇÃO-POLÍTICAS SETORIAIS

MULHERES E LGBTQIAP+

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Bom dia! Meu nome é Gabriely! Nosso grupo ficou com a temática das Mulheres e
LGBTQIAP+.

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As integrantes do grupo são: Alícia Verçosa, Gabriely Passos, que sou eu, Jamile Luíza e
Stephany Rayane..

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Aqui se refere a sequência que terá a apresentação, como se trata de dois grupos,
teremos uma espécie de divisão. Primeiro vamos tratar das mulheres, trazendo qual a
sua perspectiva histórica, ou seja, como eram vistas nas diferentes épocas. Depois disso
trazer todo um panorama no que diz respeito às conquistas femininas ao longo do
tempo, ou seja, o avanço de direitos. Falar sobre o Plano Nacional de Políticas para as
Mulheres, dentro desse tópico exemplo de programas executados. Continuar com a linha
do tempo de conquistas de direitos, trazendo algumas legislações que respaldam esses
direitos, como é o caso da Lei Maria da Penha, a partir disso trazer os tipos de violência
contra a mulher. Por fim, entender quais são os desafios para implementação desses
direitos.

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Depois de trazer todos esses aspectos, vamos dar continuidade falando sobre a
população LGBTQIAP+, qual o significado e evolução da sigla, trazer também o
contexto histórico, os direitos conquistados ao longo do tempo, os impasses sofridos.
Falar sobre a Política Nacional de Saúde para a população LGBTQIAP+, dados sobre a
criminalização da LGBTFOBIA. Por fim, trazer as semelhanças entre as políticas
direcionadas às mulheres e população LGBTQIAP+ e qual o papel do Serviço Social
nisso tudo.

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Então, como eu havia falado vamos começar falando sobre as mulheres e qual sua
perspectiva histórica. Porque antes de entender a realidade atual das mulheres se faz
necessário reconhecer que seus direitos são frutos de um longo processo histórico e só
assim a gente consegue compreender a formação da mulher enquanto grupo social.
Então para isso vou falar sobre como a mulher era vista na comunidade primitiva, na
antiguidade clássica, idade média, dentro da perspectiva de revoluções, como a
Revolução Industrial e Francesa e dentro da perspectiva das Grandes Guerras.

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Na comunidade primitiva havia uma divisão sexual natural, enquanto as mulheres
ficavam responsáveis pela reprodução, coleta de frutos; os homens ficavam responsáveis
por atividades consideradas mais arriscadas, como a caça. Já que existia a ideia que as
mulheres tinham que ser protegidas, pois era ela que tinha a capacidade de reproduzir e
garantir a continuidade da comunidade.

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Já na Antiguidade Clássica que correspondeu 4000 a.C – 476 d.C, em sociedades como a
egípcia, as mulheres não tinham acesso à escrita. Isso significa que as mulheres eram
marginalizadas do processo de documentação e produção de conhecimento e que sua
função social se limitava à constituição da família, inclusive era muito comum que elas
fossem vendidas sem direito de escolha, para que casamentos fossem formados.
Na Grécia antiga também não era muito diferente. Elas não podiam participar dos
debates políticos e públicos da sociedade, não tinham acesso à educação na infância e
concentravam os seus trabalhos no ambiente doméstico. Inclusive dependendo de suas
condições econômicas e sociais, era muito comum serem submetidas à escravidão, como
no caso da maioria das imigrantes, e também à prostituição.

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Na Idade Média, que correspondeu aos anos 476 d.C a 1453, mais precisamente na
Europa, as mulheres começaram a exercer outros papéis dentro da sociedade. Além dos
afazeres domésticos e do artesanato, que não envolvia apenas a confecção de tecidos,
mas a fabricação de cosméticos, pentes e artigos de luxo, as mulheres da nobreza
também administravam propriedades como senhoras feudais.
Na França, entre 1152 e 1284, na região de Champagne, estima-se que dos 279
possuidores de terras, 58 eram mulheres. Claro que o número não é expressivo, mas até
então em grande parte das sociedades medievais as mulheres não podiam ter o domínio
de uma propriedade. Mesmo assim, do ponto de vista jurídico isso só acontecia com a
permissão dos homens, pois as mulheres não possuíam direitos políticos e eram
dependentes dos homens para ter participação na sociedade.
Tanto é que existia um documento denominado, No Livre Roisin, que continha os
costumes jurídicos da cidade de Lille (França), escrito no século XIII, as mulheres eram
subordinadas aos maridos que eram seus representantes perante a justiça.
Vale destacar também que o período medieval europeu também foi marcado pela grande
influência e poder da Igreja Católica na sociedade. Com isso, interpretações que
divergiam daquilo que a Igreja determinava eram consideradas heresias e tidas como
inaceitáveis. Tanto é que as mulheres sofreram muitas perseguições causadas por esse
movimento, que ficou conhecido como a Inquisição.
Rituais ou atitudes feitas por mulheres que divergiam dos ritos estabelecidos pela Igreja
eram apontados como bruxaria e, como condenação, muitas delas eram queimadas
vivas. Ou seja, todas as mulheres que diferenciavam do padrão da época, podia está
sujeita à inquisição. Inclusive atos sexuais fora do matrimônio também eram vistos
como “desviantes” de Deus e quem os cometia sofria punições. Agora eu vou passar um
vídeo que explica o padrão feminino dessa época, o vídeo traz características que eu já
disse e mais algumas outras.
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Então, o vídeo nos mostra que os direitos das mulheres ainda eram nulos nessa época.
Foi apenas muitos anos mais tarde que esses direitos começaram a ser reivindicados,
ganhando mais evidência na Idade Contemporânea, a partir de 1789 até hoje.

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Os primeiros direitos que influenciaram primeiro indiretamente depois diretamente às
mulheres no Ocidente surgem somente após a Idade Moderna, ou seja, como eu já falei
na Idade Contemporânea. Mais precisamente após a Revolução Francesa eclodir, em
1789, exigindo por liberdade, igualdade e fraternidade.
O evento é um marco para o que se conhece como Direitos Humanos e, como
consequência, diversos questionamentos em relação aos direitos civis e políticos da
humanidade começaram a ser debatidos. Apesar disso, a Revolução não resultou em
nenhum direito específico para as mulheres, mas influenciou a obra Reivindicação dos
Direitos da Mulher de Mary Wollstonecraft. Essa obra foi publicada em Londres no ano
de 1792 como uma resposta à Constituição Francesa elaborada em 1791, que excluía as
mulheres da categoria de cidadãs. Além disso, o documento denunciava a proibição do
acesso das mulheres a direitos básicos, como educação formal, e criticava a condição de
opressão em que as mulheres viviam na sociedade da época.

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Além de Mary, o período também é marcado pelas ideias de Olympe de Gouges, que foi
muito influenciada pelas ideias iluministas de luta por igualdade. Ela foi a responsável
por publicar na França a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em 1791,
como uma contraproposta da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
elaborada após a Revolução Francesa.
Sua crítica era a utilização da palavra “homem” como sinônimo de “humanidade” e
exigia que as mulheres e homens tivessem igualdade de direitos em relação à
propriedade privada, aos cargos públicos, à herança, à educação, entre outros.
Ambas as personagens históricas e as suas lutas foram importantes para que as
mulheres tivessem uma voz política e exigissem seus direitos. Mas, foi somente 1893, em
uma colônia no sul da Austrália, atual Nova Zelândia, que pela primeira vez na história
as mulheres ganharam o direito ao voto, por meio do Ato Eleitoral de 1893.
O documento é tido como o marco inicial dos direitos políticos das mulheres no mundo,
servindo de exemplo para os outros países. Até que a partir desse momento se iniciou o
avanço de direitos das mulheres em âmbito internacional, aqui no Brasil vamos expor
com mais detalhes daqui a pouco.

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Outra Revolução que influenciou diretamente os direitos das mulheres foi a Revolução
Industrial. O capitalismo e a revolução industrial modificaram, radicalmente, o trabalho
não só para os homens, mas para toda a família. Com a revolução, houve a redução do
salário dos homens, e um aumento na necessidade de mão de obra nas fábricas. A partir
disso, o homem que era o patriarcado e único responsável pelo sustento familiar, não
conseguia mais manter uma remuneração adequada e todos os integrantes da família
tiveram que sair para trabalhar nas indústrias
A inserção das mulheres no mercado de trabalho foi marcada pela dupla jornada, pois,
além de trabalhar nas indústrias, as mulheres mantiveram a responsabilidade dos
serviços domésticos. E apesar, da menor remuneração nas fábricas quando comparado
às do homem, essas mulheres começaram alguns direitos e autonomia que antes eram
nulos.
A partir disso, eu trouxe a perspectiva de Marx sobre o assunto. No livro: A origem da
família, da propriedade privada e do Estado de 1884, Engels traz a perspectiva de Marx
que teria falecido um ano antes da publicação deste livro e a partir das anotações de
Marx, Engels problematiza que na história a relação entre as formas de produção e as
formas de organização familiar, sempre teve como destaque o problema da opressão à
mulher e para respaldar o que eu tô falando trouxe uma citação do livro que reflete isso.

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“… a mulher se viu degradada, transformada em serviçal, em escrava da luxúria do
homem, em um simples instrumento de reprodução. Esta baixa condição da mulher, que
se manifesta sobretudo entre os gregos dos tempos heróicos, e mais ainda nos tempos
clássicos, foi gradualmente retocada, dissimulada e em certos lugares, até revestida em
formas mais suaves, mas nunca e muito menos, abolida” (ENGELS, 1884, p. 132).
Ou seja, Marx e Engels denunciavam o lugar subordinado que ocupavam as mulheres
nas sociedades classistas, de modo que além de serem vistas apenas como reprodutoras,
nesse momento as mesmas também eram superexploradas nas fábricas, possuindo
dupla, tripla jornada, porque tinha que dá conta disso tudo.
Vale ainda destacar que muitos dos autores que Engels se baseou, como Bebel, Morgan e
Kautsky consideravam que a opressão à mulher foi natural desde as primeiras formas
de organização social, inclusive da comunidade primitiva. Mas para Engels, a opressão
às mulheres surge junto com a propriedade privada e a divisão das classes como núcleo
da organização social. Ou seja, para os autores não existe nada de natural na opressão à
mulher e sim é um fenômeno constituído socialmente com a divisão de classes, que foi a
perspectiva apresentada inicialmente quando eu falei sobre a comunidade primitiva e
tudo mais.

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Então, aqui são duas representações que demonstram a sobrecarga de trabalho das
mulheres. Em ambas dá para analisar o quanto as mulheres têm que se dividir para
desempenhar diversas funções. Aqui nessa charge diz assim. Ler charge. Ou seja, na
charge a gente pode observar um contexto mais atual, já que tem um computador, mas
expressa igualmente a primeira uma sobrecarga de trabalho.

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Aí eu pergunto para vocês, vocês acham que a concepção sobre o papel da mulher
mudou desde a Revolução Industrial? Essa perspectiva da mulher de ter que ser
responsável pelos afazeres domésticos, ser esposa, mãe, trabalhadora, mudou desde a
Revolução Industrial ou esse estereótipo continua?
Então, a gente vai ver ao longo da apresentação que mesmo com o avanço de direitos
tanto no âmbito mundial, quanto aqui no Brasil, essa padronização da mulher ainda é
forte.

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Então, voltando para o papel da mulher na história, o mesmo foi mudado dentro da
perspectiva da Grandes Guerras. As duas grandes guerras mundiais também foram de
grande importância para as mulheres conquistarem o seu espaço, e, demonstrarem sua
importância no mercado de trabalho. Os homens tinham que sair para lutar, e deixavam
seus cargos vazios nas indústrias, cargos esses que foram muito bem ocupados pelas
mulheres e crianças.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os países europeus estavam
arrasados com as destruições e os danos causados em seus territórios e populações.
Foram muitas violações de Direitos Humanos cometidas, além de todas as suas
consequências negativas. Diante disso, diversas nações se uniram, incluindo o Brasil, e
fundaram a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945. A organização nasce com
o objetivo de estabelecer a paz e a segurança mundial, ou seja, um órgão mundial com o
objetivo de solucionar os conflitos e divergências entre os países de maneira pacífica e
diplomática.
Nesse sentido, a ONU elabora a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948,
reconhecendo o caráter universal dos Direitos Humanos, em que todas as pessoas do
mundo, sem exceção, devem ter direitos fundamentais garantidos para viver uma vida
digna.
Porém, apesar da amplitude dos Direitos Humanos, a comunidade internacional,
principalmente por pressão de movimentos de mulheres no mundo, que possuíam vozes
poderosas como Eleanor Roosevelt, tomou consciência de que era preciso estabelecer
direitos específicos para as mulheres.
Na Declaração Universal, pouco é citado sobre questões envolvendo gênero e na
primeira Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada no México em 1975, foi
discutido que os direitos internacionais dos Direitos Humanos estabelecidos não
conseguiam suprir de maneira adequada às necessidades das mulheres ao redor do
mundo, que ainda sofriam com a desigualdade de gênero e discriminações.
A partir disso foi feita a promulgação da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), em 1979, pela ONU. A
Convenção é um marco na história dos direitos das mulheres.

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Aqui são alguns marcos internacionais dos direitos das mulheres, que demos a vocês.
Não dá para falar de cada um deles, porque senão a apresentação ficaria muito mais
extensa e nós queremos detalhar os marcos aqui no Brasil. Mas ao longo da minha fala
acabei citando algum deles e vocês dão uma olhadinha depois.
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Agora finalmente, depois de ter trazido toda uma perspectiva histórica e alguns marcos
internacionais que configuraram avanços nos direitos das mulheres, vamos falar
especificamente aqui no Brasil.
Em 1827, as meninas são liberadas para frequentarem a escola. Hoje em dia através de
estudos é possível concluir que as mulheres brasileiras são maioria no que se refere ao
acesso à formação, mas não imaginamos que o acesso à educação básica por muito
tempo foi negado às meninas. Foi apenas em 1827, a partir da Lei Geral, promulgada
em 15 de outubro, que mulheres foram autorizadas a ingressar nos colégios e estudassem
além da escola primária.
Outro marco importante foi em 1832 com a obra “Direitos das Mulheres e Injustiças dos
Homens” de Nísia Floresta. Hoje em dia ainda é um desafio falar sobre o avanço dos
direitos femininos, imagina em 1832. Nísia foi a primeira mulher brasileira a denunciar
em uma publicação o mito da superioridade do homem e de defender as mulheres como
pessoas inteligentes e tão capazes como os homens de assumir cargos de liderança ou
qualquer outra função. Seu livro é considerado o pioneiro do feminismo brasileiro.
Em 1879, as mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades, mas isso não
impediu que o machismo estrutural da sociedade ainda oprimisse as mulheres que
queriam estudar e realizarem seus objetivos, o preconceito ainda foi um mal muito
presente na vida das jovens estudantes daquela época.
Em 1910, o primeiro partido político feminino é criado, mesmo que a Proclamação da
República no Brasil tenha ocorrido em 1889, foi apenas 20 anos depois, em 1910, que
nasceu o Partido Republicano Feminino, como ferramenta de defesa do direito ao voto e
emancipação das mulheres na sociedade.

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Dando continuidade ao avanço dos direitos femininos aqui no Brasil, em 1932 as
mulheres conquistam o direito ao voto.O sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro
Código Eleitoral brasileiro. Essa conquista só foi possível após a organização de
movimentos feministas no início do século XX, que atuaram intensa no movimento
sufragista, influenciados pela luta das mulheres nos EUA e na Europa por direitos
políticos.
Já em 1962 é criado o Estatuto da Mulher Casada. Em 27 de agosto, a Lei nº 4.212/1962
permitiu que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para
trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a chance
de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. No mesmo ano, a pílula
anticoncepcional chegou ao Brasil.
Em 1974, as mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito. O que
hoje está presente na vida da maioria das pessoas, por muito tempo foi um direito
exclusivo dos homens. Mulheres solteiras ou divorciadas que solicitassem um cartão de
crédito ou empréstimo eram obrigadas a levar um homem para assinar o contrato. A
mulher não tinha liberdade de escolha e era vista como objeto que pertencia ao pai ou ao
marido, sem voz ativa alguma. Somente em 1974 foi aprovada a “Lei de Igualdade de
Oportunidade de Crédito”, para que clientes não fossem mais discriminados baseados
no gênero ou estado civil.
Em 1977 – A Lei do Divórcio é aprovada. Somente a partir da Lei nº 6.515/1977 é que o
divórcio tornou-se uma opção legal no Brasil. Porém, é importante ressaltar que anos
após a validação da lei, as mulheres divorciadas permaneciam vistas com maus olhos
pela sociedade. Esta pressão social fez muitas mulheres optarem por casamentos
infelizes e abusivos em vez de pedirem o divórcio.

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Em 1979 – Mulheres garantem o direito à prática do futebol. No Decreto da Era Vargas
dizia que as mulheres não podiam praticar esportes incompatíveis com as “condições de
sua natureza”. O argumento era de que a prática feria a chamada “natureza feminina”.
A regulamentação do futebol feminino veio em 1983, mas devemos lembrar o quanto a
proibição trouxe reflexos negativos no esporte até hoje, como o pouco incentivo ao
futebol feminino e a falta de patrocinadores.
Em 1985 – É criada a primeira Delegacia da Mulher.A Delegacia de Atendimento
Especializado à Mulher (DEAM) surge em São Paulo e, logo depois, outras unidades
começam a ser implantadas em outros estados. Essas delegacias especializadas da Polícia
Civil realizam, essencialmente, ações de proteção e investigação dos crimes de violência
doméstica e violência sexual contra as mulheres.
Em 1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos
homens. Somente após as pressões da pauta feminista, aliada com outros movimentos
populares que ganharam as avenidas na luta pela democracia que as mulheres foram
incluídas legalmente como cidadãs com os mesmos direitos e deveres dos homens – pelo
menos na Constituição.
Em 2002 – A “Falta da virgindade” deixa de ser motivo para anular o casamento.
Apenas neste ano é que o Código Civil brasileiro extinguiu o artigo que permitia que um
homem solicitasse a anulação do seu casamento caso descobrisse que a esposa não era
virgem antes do matrimônio. Até este momento, a não virgindade feminina era julgada
como uma justificativa aceitável para divórcios.

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Entre os direitos citados, algum deles você não vê em prática no dia a dia? O direito à
educação, ao voto, à prática de futebol, algumas leis, todos esses que eu citei de fato se
efetivam. Ou seja, realmente se constituem avanços nos direitos femininos. Claro que
existem impasses, mas veremos adiante.

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Dando continuidade na evolução dos direitos femininos. Em 2003, no governo de Lula é
criado o Plano Nacional de Políticas para as mulheres. A Secretaria Nacional de
Políticas para as mulheres foi criada em 1º de janeiro de 2003, com status de ministério
e previa à formulação, coordenação e articulação de políticas que promovam a
igualdade entre mulheres e homens. O plano também reconhece o papel fundamental do
Estado, através de ações e políticas públicas, no combate a estas e outras desigualdades
sociais.
A Política Nacional para as Mulheres orienta-se pelos seguintes pontos fundamentais:
Igualdade e respeito à diversidade, Equidade, Autonomia das mulheres, Laicidade do
Estado, Universalidade das políticas, entre outros. Ou seja, se trata da formulação de
políticas para qualquer mulher que pode ser criança, jovem ou idosa, negra, branca ou
indígena, apresentar ou não alguma deficiência, ser imigrante ou estar em situação de
rua, dentre outras particularidades. Essas políticas devem prever o acesso aos direitos
sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres.
Antes de dar continuidade para os avanços de direitos femininos a partir de 2003, vou
abrir um parênteses e falar sobre exemplo de políticas, ações e projetos mais atuais para
mulheres.
O Projeto-Piloto Qualifica Mulher, instituído por meio da Portaria nº 3.175, de 10 de
dezembro de 2020, e alterada pela Portaria nº 595, de 19 de fevereiro de 2021, tem a
finalidade de estimular ações que promovam a autonomia econômica da mulher em
contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país. Ou seja, são ações de
qualificação profissional, trabalho e empreendedorismo, para geração de emprego e
renda para as mulheres em situação de vulnerabilidade social. Existe um critério de
quais mulheres são atendidas como prioridade, são aquelas que possuam renda mensal
de até um salário mínimo e meio, que estejam cursando ou tenham concluído o ensino
fundamental e/ou médio, ou que não tenham escolaridade.
Existe também o Projeto Mais Mulheres no Poder, instituído pela Portaria nº 2.027, de
26 de agosto de 2020. Esse projeto em teoria é uma estratégia de conscientização sobre a
participação política das mulheres em cargos eletivos, de poder e de decisão, bem como o
pleno exercício da democracia representativa e participativa, que tem como público alvo
mulheres pré-candidatas e mulheres interessadas em conhecer e participar mais
ativamente do ambiente político brasileiro. Ou seja, no geral o projeto visa estimular a
ampliação da participação das mulheres em cargos de poder e decisão.
Existe também o Programa Pró-Equidade que busca disseminar novas concepções na
gestão de pessoas e na cultura organizacional para alcançar a igualdade de
oportunidades e direitos entre mulheres e homens no mundo do trabalho. Desta forma,
ele é dirigido a empresas/instituições de médio e grande porte, públicas e privadas, com
personalidade jurídica própria. Ou seja, o projeto se refere a promoção de novas
relações no mundo do trabalho, visando combater formas de discriminação no acesso,
remuneração e ascensão das mulheres no emprego.

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Então, entendido alguns exemplos atuais de políticas desenvolvidas para mulheres,
voltando para o avanço de direitos após 2003 com a constituição do Plano Nacional para
Mulheres, em 2006 houve a promulgação da Lei Maria da Penha.

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