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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (CCSA)


DISCIPLINA: Teoria Política I – 2020.2
DOCENTE: David Wallace Cavalcante da Silva

“IGUALDADE E ESPECIFICIDADE”

Discente (GRUPO 09):

 Alexsandro André Pereira de Lima


 Ana Karla de Freitas Pedrosa
 Antônio Vinício Cândido Felipe do Vale
 Luiza Ferreira Duarte
 Victor Coutinho Leitão

PERNAMBUCO

2021
IGUALDADE E ESPECIFICIDADE

De início é importante destacar, que o século XIX foi um século importante e decisivo
para experiência feminina, no qual, apesar de toda opressão e inferiorização que ocorriam
com a mulher naquela época, também foi quando surgiu o feminismo e a participação das
mulheres em movimentos sociais. Baseando-se nas teorias iluministas do século XVIII,
algumas mulheres passaram a lutar pelos seus direitos, acreditando na ideia de que todo
indivíduo tinha direitos inalienáveis.

A Revolução Americana e a Revolução Francesa foram fundamentais para mostrar às


pessoas a possibilidade de quebrar os dogmas e poderes da sociedade, ainda que em breve um
discurso de mulher doméstica fosse ficar ainda mais forte. Assim, a Revolução Americana no
século XVIII alimentou as esperanças das mulheres, pois já que elas haviam sido muito úteis
durante as guerras, era de se esperar que finalmente os governos percebessem o valor da
mulher na sociedade, mas não foi bem isso que aconteceu. Na verdade, a ideia dos
republicanos era justamente a idéia de “mãe”, que deveria se dedicar à família e formar
cidadãos que prezam pela liberdade. após a independência, surgiram movimentos feministas
e associações de mulheres que passariam a lutar pelos seus direitos entrando na vida pública e
buscando a emancipação feminina. Já a Revolução Francesa foi bem parecida com a
revolução Americana para as mulheres, já que as mulheres francesas se empenharam muito
em fazer a revolução andar e lutaram não só por melhorias para a sua classe, mas para todas
as outras, no entanto, mesmo após toda luta das francesas, elas não foram reconhecidas pelos
homens líderes da revolução, que queriam uma figura de mulher do lar, mulher doméstica
que para eles era o ciclo natural das coisas. Ainda que naquele momento, toda a luta das
mulheres tenha sido esquecida, mais tarde ela seria um legado e a base para novas lutas.

No século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo e da industrialização no


mundo, a vida das pessoas se tornou melhor e mais confortável em comparação a vida na era
pré-industrial, agora, as mulheres tinham mais tempo para ficar em casa cuidando dos filhos
enquanto o marido estava no trabalho, também por uma questão cultural, onde, o lazer da
mulher significava sucesso na tarefa do marido de prover a família. Este processo começou
na inglaterra e depois foi se espalhando pelo resto do mundo, com o tempo, cada vez mais
senhoras puderam contratar outras mulheres para fazer o trabalho doméstico enquanto elas
cuidavam da educação dos filhos, então esse pensamento de distinção de papéis entre homem
e mulher se fortaleceu e se espalhou para os diversos âmbitos da sociedade com o tempo.
Ao longo de todo o século XIX, diversos direitos eram frequentemente negados às
mulheres, no geral, a democracia era ineficaz, já que apesar de várias mudanças terem
ocorrido nas leis, as mulheres sempre ficavam de fora dos benefícios de qualquer lei, e no
pior dos casos, a lei prejudicava as mulheres ou faziam com que as mulheres se
tornassem dependentes de seus maridos, assim tudo que ela pudesse possuir, pertencia ao
marido. Ainda que as mulheres pudessem se divorciar, elas seriam julgadas pela sociedade e
viveriam economicamente pior do que se estivessem casadas. No mundo todo, o direito de
participar da política nacional permanecia negado às mulheres, sob a justificativa de que isso
traria desordem ao equilíbrio da natureza. O ideal de domesticidade impôs para as mulheres
um modo de vida restrito ao trabalho doméstico. Porém, algumas mulheres passaram a
assumir posições e atividades além do convencional, elas passaram a atuar em áreas como
literatura, artes e filantropia. Sob esse viés, é válido ressaltar que o reconhecimento da
competência da mulher no campo social deu-lhes legitimidade para buscar coisas maiores:
como melhor educação, acesso às profissões intelectuais e ao voto.

As mulheres tiveram várias oportunidades, desafios e perigos nas cidades para onde
cada vez mais migravam, com a expansão industrial, cresceu a oferta de empregos. No
entanto, as fontes de renda para essas mulheres se limitavam a trabalhos domésticos, fabris ou
a prostituição, além disso, elas recebiam um salário menor do que o dos homens. Uma vez
que, foram criadas leis que protegiam a mulher no ambiente de trabalho, diminuíram a carga
horária para mulheres e crianças e proibiam o trabalho dessas pessoas em locais de trabalho
perigosos. Sob essa perspectiva, o reflexo dessa desigualdade nos movimentos operários, era
notória pois a participação feminina era baixa, pois os trabalhadores homens não as viam
como aliadas capazes, sendo que as trabalhadoras tinham dificuldades para se organizar, pois
corriam grande risco de perder seus empregos. Porém, o grau de sindicalização das mulheres
cresceu, apesar delas ainda sofrerem discriminação, não conseguiu parar essas mulheres em
busca dos seus direitos.

Consoante a isso, as mulheres não desperdiçaram as novas oportunidades que


sugiram, em serviços e funções que pretendiam atender as novas demandas do mercado,
mesmo ainda sofrendo forte discriminação em seus empregos em relação as posições que os
homens ocupavam, muitas das vezes sem perspectiva de chegar a um cargo de chefia e sendo
bem menos remunerada ainda que exercesse a mesma função; a mentalidade conservadora
permeava as ideias dos empregadores que davam preferência a jovens solteiras, numa suposta
defesa do bem-estar da família, estimulavam estas a deixarem seus empregos se resolvessem
se casar, como consequência, muitas mulheres preferiam permanecer solteiras e manter seus
empregos, tanto no setor público, quanto no privado. É com o surgimento do feminismo que
vem a possibilidade de organização das mulheres em quanto classe social na luta contra a
opressão da sociedade tradicionalista e do sistema capitalista, onde até mesmo mulheres
feministas de classes mais abastadas, se uniram a grupos de mulheres trabalhadoras na causa
operaria, na luta por igualdade diante das situações explicitas de discriminação que passavam
em seus empregos com relação aos homens.

Com o passar dos anos, mais especificamente com a chegada do século XX e XIX,
grandes mudanças tomaram conta da sociedade, trazendo uma melhoria nas condições de
vida das mulheres, resultando em concessões de direitos e reivindicações atendidas. Tendo
em vista que, todas as conquistas femininas vieram à base de muita luta por parte delas e com
o aumento da industrialização, a necessidade por igualdade de direitos em relação aos
homens só aumentou. Observa-se que para desfazer a ideia, na qual a função da mulher
imposta pela sociedade é de ser mãe e esposa, houve muitas batalhas travadas, mas,
atualmente ainda há quem pense dessa forma machista, mesmo o público feminino mostrando
sua força por anos com reivindicações por voto, direitos trabalhistas e políticos, leis a seu
favor, a escolha sobre ser mãe ou não, o uso de métodos contraceptivos, descriminalização do
aborto, estudar, alcançar cargos de chefia, enfim, melhores condições de sobrevivência na
sociedade. Sob essa ótica, é válido ressaltar que em escala mundial, os direitos concedidos às
mulheres vieram em épocas diferentes. Entretanto, atualmente muitas mulheres ainda tem que
provar o seu valor e capacidade, não sendo suficiente a cidadania concedida, leis e liberdade
garantidas, o público feminino ainda sofre com preconceito, machismo e violência, atitudes
ultrapassadas, retrogradas, que veem o sexo feminino como o sexo frágil, que de frágil não
tem nada, as lutas de séculos e ainda diárias de mães solo, trabalhadoras, esposas, donas de
casa e feministas ainda provam que são fortalezas.

Em síntese, é válido destacar que ainda distante de ser completa a conquista pela
igualdade, as mulheres têm obtido vitória em vários âmbitos. Embora que no Ocidente, no
qual o avanço tem sido grande e a subordinação social das mulheres tem sido reduzida,
todavia elas ainda têm sofrido violência, salários menores e preconceitos de diferentes tipos.
Dessa forma, o Estado deve investir em políticas públicas na proteção das mulheres em suas
diversas esferas.

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