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RESUMO
1- INTRODUÇÃO
2- UM BREVE HISTÓRICO
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Com a decadência do feudalismo e a chegada do capitalismo, houve o
esgotamento das possibilidades de trabalho no campo, o que levava as
jovens trabalhadoras para a cidade. A mulher burguesa tinha como função
ajudar o marido no trabalho exercido, isso se tornava um trabalho para ela. As
mulheres da aristocracia já não exerciam um trabalho propriamente dito,
contudo administravam os serviços da casa, e ainda conquistaram o direito de
discutir com seu marido assuntos como literatura e filosofia. Enfim as
mulheres conseguiram maiores oportunidades na área social, contudo, não foi
sinônimo de grandes perspectivas para elas. O capital assalariado multiplicou
sua opressão, principalmente por meio do trabalho manual a domicílio.
O papel da mulher na sociedade começou a mudar a partir da
Revolução Francesa (1789), quando as mulheres passaram a atuar de forma
significativa na sociedade, mas a exploração e a limitação de direitos
marcaram essa participação feminina.
Na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, a
absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como forma de baratear os
salários, inseriu definitivamente a mulher na produção. Ela passou a ser
obrigada a cumprir jornadas de até 17 horas de trabalho em condições
insalubres e submetidas a espancamentos e humilhações, além de receber
salários até 60% menores que os dos homens.
Segundo Fatima Nazareth (2006), as manifestações operárias surgiram
na Europa e nos Estados Unidos, tendo como principal reivindicação a
redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Em 1819, depois de um
enfrentamento em que a polícia atirou contra os trabalhadores, a Inglaterra
aprovou a lei que reduzia para 12 horas o trabalho das mulheres e dos
menores entre 9 e 16 anos. Foi também a Inglaterra o primeiro país a
reconhecer, legalmente, o direito de organização dos trabalhadores, com a
aprovação, em 1824, do direito de livre associação e os sindicatos se
organizaram em todo o país.
Apesar de grandes conquistas durante a Revolução, principalmente no
meio trabalhista, a mulher se encontrava longe de um reconhecimento
profissional e ainda se estava vedada de qualquer participação da vida
política e do exercício da cidadania.
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No mercado de trabalho brasileiro, as mulheres também encontraram
muitas dificuldades, recebendo salários muito inferiores aos dos homens,
exercendo em sua grande maioria atividades de média e baixa qualificação
profissional. Além dessas dificuldades, enfrentava a dupla jornada de
trabalho ou trabalho redobrado (no emprego e no lar) que sobrecarrega
violentamente a mulher.
Além de receberem baixos salários e de exercerem a dupla jornada de
trabalho, as mulheres eram vítimas de preconceitos (por exemplo, o da
chamada "inferioridade" do sexo feminino em relação ao masculino) e abusos
(por exemplo, o assédio sexual no trabalho) que são reveladores do
tratamento desigual a que estavam sujeitas. Ainda hoje, apesar de grandes
conquistas, o caráter patriarcal e machista da sociedade brasileira está na
base da marginalização profissional da mulher (MENEZES, 2004).
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vida social e política de cada país. A primeira geração dos direitos humanos
trava luta pela conquista dos direitos individuais ou de liberdade. A segunda
geração considerou como direitos fundamentais “os direitos sociais,
econômicos e culturais”. A terceira geração foi marcada pela ampliação da
noção desses direitos. Foram incorporados os direitos à paz, à
autodeterminação dos povos e a um meio ambiente saudável e
ecologicamente equilibrado. (LOCHE; FERREIRA; SOUZA; IZUMINO, 1999).
Essas afirmações não podem ser esquecidas e deveriam ter valor real para
todos, mas infelizmente quanto à desigualdade entre gêneros a realidade
ainda está distante do ideal “garantido” pela declaração.
É possível inferir de um senso comum a grande precarização ainda
existente quanto à igualdade entre direitos femininos e masculinos.
Historicamente a busca pela igualdade entre os gêneros teve um grande
avanço quando no modo de produção capitalista fez-se necessária a entrada
das mulheres no campo de trabalho. Não que antes disso as mulheres não
trabalhassem, elas sempre foram encarregadas da administração da casa,
dos filhos, enfim, as tarefas que até hoje ainda cabem por excelência às
mulheres.
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O exemplo do trabalho a domicílio, que é precário, não exige
escolaridade e não proporciona um plano de carreira, pode ilustrar a situação
feminina no campo do trabalho, o gênero feminino é muito procurado para a
realização de serviços mais precários.
A reestruturação do trabalho trouxe uma nova realidade, muitas
fábricas optam por terceirizar parte da produção, a idéia de linha de produção
já não existe mais. A confecção de roupas é um bom exemplo de como a
produção está se tomando ocorrendo com uma nova dinâmica, com a
intenção de baratear o custo de produção e aumentar os lucros o empresário
procura então costureiras que trabalham em suas casas e pagam por peça
feita, a roupa que sai da fábrica muitas vezes passa pelas mãos dessas
costureiras que fazem pequenos trabalhos nas peças e ganham muito pouco
pelo serviço.
A pesquisa feita em Goiânia sobre as costureiras que trabalham em
casa fazendo pequenos trabalhos para empresas maiores demonstra o
quanto que existe uma predominância do gênero feminino nesse meio e a
enorme exploração dessa mão-de-obra. (NUNES, 2006)
A questão aqui colocada não é o fato de a mulher encontrar ou não
espaço no mercado de trabalho, mas sim quais são esses espaços que ela
pode ocupar. Dados da Fundação Carlos Chagas apontam que o número de
mulheres empregadas aumentos de 7,3 milhões em 1976, para 15, 2 milhões
em 2002.
De acordo com os dados do balanço social e ambiental da Petrobras, a
empresa possui políticas internas que tentam buscam a inclusão das
mulheres na mão-de-obra e a igualdade entre os gêneros dentro do trabalho
da empresa. O balanço informa que “A participação das mulheres na força de
trabalho cresceu de 12% em 2003 para 15,5% em 2007”.
A Declaração sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher
feita pelas Nações Unidas em 1979, e reconhecida pelo Brasil em 1984
possui trinta artigos que determinam o caminho para que a discriminação
contra o gênero feminino seja extinta. Mas seus artigos não possuem
aplicação real, a discriminação contra a mulher está no seio da sociedade,
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não é uma prática unicamente masculina, muitas mulheres reproduzem esse
pensamento arcaico.
A realidade encontrada no mercado de trabalho é também um reflexo
da enorme discriminação que o gênero feminino sofre. A precarização, a
diferença salarial, e todas as outras características encontradas nos
empregos que são predominantemente femininos são produtos da realidade
social.
5- CONCLUSÃO
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Referências Bibliográficas