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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (CCSA)

DISCIPLINA: Antropologia das Sociedades Contemporâneas

DOCENTE: Francisco Sá Barreto

DISCENTE: ANA KARLA DE FREITAS PEDROSA

Resenha etnográfica do filme “E Agora, aonde vamos?”.

PERNAMBUCO

2020
Resenha etnográfica do filme “E Agora, aonde vamos?”.

No filme dirigido e estrelado por Nadine Labaki, é abordado como um pequeno


vilarejo isolado do mundo tenta evitar a guerra entre duas religiões totalmente diferentes
e rivais e de como as mulheres fazem de tudo para evitar que os homens da aldeia
comecem uma guerra por suas religiões. Dessa forma, a autora mostra o protagonismo
feminino e de como elas lidam com essa problemática que é a intolerância religiosa.

Em primeiro plano, o protagonismo feminino exteriorizado ao longo do filme


retrata que as mulheres fazem de tudo para evitar a guerra entre seus homens na aldeia
em busca da paz, evitando que as notícias de fora chegassem até eles por meio de uma
televisão improvisada. Sob esse viés, a autora tenta mostrar como as mulheres lidam
com as questões do vilarejo querendo com o fim de acabarem as mortes entre eles, ao
contrario dos homens, por conta do seu ego, queriam resolver as diferenças apenas com
violência matando uns aos outros. Sendo assim, elas começam a criar distrações e a
tomar decisões pelos homens até chegar ao ponto de eles perguntarem a elas “e agora,
aonde vamos?”. Desse modo, assim como retratado no filme, atualmente, as mulheres
vêm ganhando espaço nos cargos públicos, onde, em outrora, eram apenas ocupados
pelos homens e mostrando novas formas de lidar com as questões difíceis da sociedade.

Em segundo plano, a tolerância religiosa é uma das faces do etnocentrismo, pois,


uma religião menospreza a outra e se diz melhor, isso cria guerras e sofrimento para
aquelas mulheres, as quais só querem viver em paz na aldeia e adorar a seu deus. O
filme evidencia que uma mãe, ao perder o seu filho inocentemente no conflito fora do
vilarejo, abriu de mão do seu luto e da sua convicção religiosa para evitar outra morte
de mais um inocente. Isso nos mostra como o etnocentrismo estava presente no meio
daquele povo, ao ponto de para não ser “menor” que o outro, teria de pagar na mesma
moeda. Assim, observa-se como devemos combater o etnocentrismo nos dias atuais e
evitar guerras e mortes de pessoas inocentes e lutar pela liberdade de expressão.

Dessa forma, pode-se aplicar a teoria de malha do antropólogo Tim Ingold, onde
a vida dos personagens são linhas que formam o emaranhado com várias pontas soltas.
De igual modo é a história dessas mulheres, apesar das suas diferenças se juntaram para
tecer uma nova malha, onde não tem espaço para o etnocentrismo, guerras, lutos etc.

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