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A participação das mulheres na história quase sempre foi silenciada e velada, levando em
consideração que o olhar e a voz de que se contava a história era através de uma
concepção masculina.
O contexto em que viviam, voltadas para os cuidados com a casa e a família foi
atravessado pelo anseio de participar do movimento Iluminista que se espalhava pela
França e mesmo que os ideais que se propagavam com a revolução eram pautados pela
liberdade e igualdade, isso não se estendeu até às mulheres.
Que inclusive, um dos filósofos da época Jean Jacques Rousseau escreveu no seu livro
Émile onde a mulher deveria permanecer: no caso educando seus filhos, cuidando da casa
e de seu marido, chamando atenção para desaprovação que sentia em relação às que se
ousavam se desproteger (aventurar) fora do seu lar.
Nesse mesmo livro Rousseau realçou:
"a primeira educação dos homens depende dos cuidados da mãe; das mulheres dependem
também sua moral, suas paixões, gostos, prazeres e ate sua felicidade. Assim, toda a
educação das mulheres tem que ser relativa aos homens." O que Tânia Machado em
Virtuosas e Perigosas também chama atenção como a maternidade era algo importante
para as mulheres demonstrarem seu patriotismo, sua conduta e civilização, assim tendo
uma falsa sensação de que estavam participando da construção de uma sociedade correta,
integra formando os futuros cidadãos franceses.
No entanto, com a desigualdade social, a fome, os preços altos dos alimentos, desemprego
e a má gestão política as fizeram pressionar o rei, fazendo com que ele convocasse os
Estados Gerais e registrasse as reivindicações. O terceiro Estado decidiu criar uma nova
constituição e tentou conter a realização da Constituinte, mas houve a queda da Bastilha
derrubando também o símbolo de opressão absolutista. E mesmo no mês seguinte com a
Declaração dos direitos do homem e do cidadão sendo aprovada, não contemplava as
mulheres.
À medida que a Revolução se tornou mais radical, a influência das salonnières foi reduzida
e os clubes femininos proibidos de funcionar. Mesmo assim, houve uma série de manifestos
em favor dos direitos das mulheres. Uma das principais personalidades da revolução se
chamava Olympe de gouges, queria o fim da "tirania que os homens exerciam sobre as
mulheres", publicou a sua declaração dos direitos da mulher e da cidadã:
CITAÇÃO
"a lei deve ser a expressão da vontade geral; todas as cidadãs e todos os cidadãos devem
(tem o direito de) concorrer pessoalmente, ou por seus representantes, a sua elaboração;
ela tem que ser a mesma para todos (para proteger ou punir): todas as cidadãs e cidadãos
sendo iguais aos seus olhos, devem ser igualmente admissíveis a todas as dignidades,
posições e empregos públicos, segundo suas capacidades, e sem outras distinções que
não sejam aas das suas virtudes e seus talentos."
Morreu guilhotinada e antes de morrer, ela disse: "filhos da pátria, vocês vingarão a minha
morte."
Essas foram algumas obras e pontos que mostram a importância da participação da mulher
nesses marcos históricos.