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O socialismo tem longínqua raiz na eterna luta entre ricos e pobres, os que têm e os que
não têm, na constante reivindicação igualitária, no espírito coletivista, afirma
Chevallier, sem que nenhuma doutrina eficaz tivesse sustentado esse espírito antes, nem
na Antiguidade, Idade Média ou na Revolução Francesa, pois falar-se em socialismo, no
sentido moderno, foram necessárias transformações econômicas e sociais, ligadas ao
desenvolvimento da grande indústria e também ao surgimento do proletariado, classe
nova e à parte; e o protesto contra o individualismo econômico (liberalismo ou
capitalismo), segundo dito pensador francês.
Em 1839, a chamada “Liga dos Justos”, sociedade alemã que adotava a divisa “todos os
homens são irmãos”, junto à entidade secreta “Estações”, de Blanqui e Barbès, promove
fracassada insurreição operária em Paris. Em fevereiro de 1848, fruto do antecedente
publica-se edição precária, com apenas 23 páginas, de o “Manifesto do Partido
Comunista”, escrito por dois jovens intelectuais: Karl Marx, com 29 anos, alemão de
origem judia, que estudara Direito nas universidades de Bonn e Berlim e doutor em
filosofia pela universidade de Iena, e Friedrich Engels, com 27 anos, alemão também
formado na universidade de Berlim, filósofos emergentes, seguidores de Hegel e
colaboradores de jornais socialistas. Escrevem o texto a pedido da Liga dos Comunistas,
associação internacional de trabalhadores, clandestina, também editora da Revista
Comunista, e que preconizava o desmoronamento da burguesia, o domínio do
proletariado, a abolição da velha sociedade fundada sobre o antagonismo de classe; e a
fundação de outra, sem classes ou propriedade privada, propósitos adotados no
Manifesto.
Sobre a acusação de que busque a supressão da família, aludem que a família burguesa
se baseia no capital e sobre o ganho privado, e somente ela existe, eis que seu
complemento é a sua ausência forçada entre os proletários e a prostituição pública,
formas que desaparecerão com o perecimento do capital. Dizem, ainda, que a
enganadora retórica burguesa sobre a família e a educação, sobre a relação sagrada de
pais e filhos, torna-se tanto mais repugnante quanto mais, em consequência das ações da
indústria moderna, todos os laços de família dos proletários são rasgados e os seus
filhos transformados em simples artigos de comércio e instrumentos de trabalho.
De resto, não há nada mais ridículo do que moralíssima indignação dos burgueses sobre
a comunidade oficial das mulheres que eles pretendem que seja aberta e oficialmente
estabelecida pelos comunistas. Os comunistas não precisam introduzir o amor livre, ele
existiu quase sempre.
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Fontes: Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto do Partido Comunista”, 3e. São
Paulo: EDIPRO, 2015.Chevallier, Jean-Jacques. “As grandes obras políticas de
Maquiavel a nossos dias”. Rio de Janeiro: Livraria AGIR editora, 1957.
Reuni alguns compilados de artigos e ensaios escritos por Kollontai e expliquei a ideia
central contida em cada um destes. Dito isso, espero que gostem da leitura.
KOLLONTAI começa o artigo fazendo uma dualidade entre os interesses das feministas
burguesas do século XIX e o interesse das mulheres proletarias do século XIX. Nesse
sentido, a autora diz: “A questão feminina dizem as feministas, é questão de direito e
justiça. A questão feminina, respondem as proletárias, é questão de um pedaço de
pão”.
Traduzo essa frase com a seguinte observação: Para Kollontai o interesse das mulheres
proletárias eram diferentes dos interesses das mulheres burguesas da época. Nesse
sentido, as mulheres burguesas queriam os mesmos direitos que os homens burgueses
tinham (trabalhar, estudar, ocupar cargos políticos). Porém, mulheres proletárias ja
estavam inseridas no mercado de trabalho pois precisavam se sustentar e sustentar os
filhos. Por isso, a questão do pedaço de pão, como KOLLONTAI cita. Ademais, as
mulheres proletárias ou trabalhavam em péssimas condições de trabalho ou passavam
fome por que nao haviam escolha para elas, diferente das mulheres burguesas que eram
sustentadas pelos pais ou maridos. No entanto, as mulheres burguesas tinham dinheiro,
por isso, nunca se preocuparam em trabalhar. Essa situação só mudou quando as
mulheres burguesas começaram a querer estudar e ter os mesmos direitos que os seus
pais, irmãos e marido,s tiveram a vida toda. Além disso, quando mulheres burguesas
gritavam aos quatros cantos que queriam ter os mesmos direitos que os homens, essas
estavam se referindo ao homem burguês, mesmo por que o homem proletário era
desprovido de direitos na sociedade. Só servia para ser explorado pelo capital.
Entretanto, por mais que o homem proletário fosse explorado pelo capitalismo, as
mulheres trabalhadoras eram duplamente exploradas: trabalhavam excessivamente em
fabricas têxteis e trabalhavam excessivamente no trabalho do lar ou doméstico: limpar a
casa, fazer comida, cuidar dos filhos.
Esse trecho citado exemplifica bem a situação da dupla jornada de trabalho da mulher
trabalhadora daquela época. KOLLONTAI também nos revela como eram as péssimas
condições de trabalho nas fábricas — ambiente esses que as mulheres se viam na
posição de inalar fumaça e odores insuportáveis. Concomitante a isso as trabalhadoras
ainda eram assediadas pelos administradores das fábricas — e nem podiam ousar
reclamar senão perderiam o trabalho. Esta era a condição da vida da mulher
trabalhadora no séc XIX na Rússia e em muitos outros países: duplamente exploradas.
Fica a questão: Quando feministas burguesas falavam que todas as mulheres deveriam
ter liberdade para trabalhar, que liberdades teriam as mulheres trabalhadoras? Visto que
trabalhar como as proletárias já trabalhavam, era sinônimo de exploração. Qual
liberdade então seria a fonte de alternativa para as mulheres trabalhadoras, que já se
viam cansadas de serem exploradas?
“Quanto piores as condições, quanto mais baixos os salários, quanto mais longa a
jornada, mais se empregam mulheres. (…) Oprimida há séculos, tocada pela fome, a
mulher concorda com as condições mais aviltantes, mais inferiores”.
“E quando ela tem uma família para cuidar? Quando crianças pequenas esperam em
casa? Sem tempo nem mesmo para aprumar a coluna depois no trabalho na indústria, a
mulher é obrigada a cuidar do minucioso trabalho domésico…Seus membros cansados
doem, sua cabeça pesada pende…Não há descanso para a mãe trabalhadora
profissional”.
**Selecionei esse artigo para dissertar, por que ele é muito rico de conhecimento acerca
de como era precária a vida da mulher trabalhadora do século XIX e aborda também,
como o pensamento de Alexandra Kollontai foi importante para implementar melhores
de condições de vida para essas mulheres trabalhadoras.
4. O DIA DA MULHER
Nesse texto de 1913 intitulado “O dia da mulher” KOLLONTAI reflete no fato de que
tanto as mulheres burguesas tantos as mulheres trabalhadoras deveriam ter o direito de
ter um dia no ano em que reivindicariam seus direitos e se manifestariam pelas ruas com
o intuito de demonstrar para a sociedade que, as mulheres também sao importantes, que
elas merecem ter seus direitos garantidos e que em um dia especial do ano, que logo
viraria o 8 de março, todas as mulheres do mundo sairiam em marcha para fazer
revolução. No entanto, neste texto, Kollontai nos informa que, deveria existir um
panfleto com pautas das mulheres trabalhadoras e um panfleto com pautaa das mulheres
burguesas. Pois, não deveria apenas existir as pautas políticas solicitadas pelas mulheres
burguesas como a pauta geral do movimento feminista, visto que, os interesses das
mulheres burguesas, enquanto mulheres ricas, eram diferentes dos interesses das
mulheres trabalhadoras, que eram pobres e trabalhavam para tirar o próprio sustento.
Dito isso, seria equívoco tratar a falta de direitos enfrentados pelas mulheres ricas
como — nao poder ir a faculdade ou nao poder trabalhar em grandes empresas, como
seus pais, e associá-los com a mesma falta de direitos que enfrentava a mulher
trabalhadora, mesmo por que a mulher proletária já trabalhava, porém, em péssimas
condições de trabalho, ganhando um salário baixo e tendo que trabalhar em ambientes
hostis e nada higiênicoa. Nesse viés, mulheres burguesas estavam reivindicando o
direito ao voto, o direito de ocupar altos cargos políticos, o direito de estudar em
universidades pagas — enquanto mulheres proletárias queriam direitos básicos, como ter
o que comer todos os dias, ter um lugar digno para deixar seus filhos, enquanto essas e
os maridos trabalhavam. Nesse sentido, KOLLONTAI nos diz que é muito importante
que todas as mulheres tenham um dia no ano para ir as ruas reivindicar seus direitos,
porém, deve-se atentar que as pautas solicitadas pelas mulheres burguesas e proletárias
são diferentes e que só haverá emancipação feminina completa se tanto os direitos das
mulheres burguesas quanto os direitos das mulheres trabalhadoras forem garantidos.
Portanto, as mulheres trabalhadoras devem ter o direito de comemorar o dia 8 de março
junto com as feministas burguesas pois, não existe libertação apenas de um lado do
grupo, só existirá completa libertação quando todas as mulheres forem livres e que, as
pautas solicitadas pelas mulheres trabalhadoras devem sim fazer parte das pautas
feministas, e que as mulheres proletárias também tem o direito de ir para as ruas fazer
revolução.
“Deixem que, com sentimento de alegria de servir a uma questão comum as classes de
lutar junto com elas por sua libertação feminina, as trabalhadoras participem do dia da
mulher”.
Atentar ao fato de que, muitas mulheres burguesas não queriam que mulheres
trabalhadoras incorporassem no movimento feminista com suas pautas trabalhistas pois,
mulheres burguesas precisavam explorar as empregadas de suas casas e de seus filhos.
Dessa forma, existiu esse enfrentamento e dificuldade para que a mulher trabalhadora
conseguisse se adentrar no movimento feminista por que muitas mulheres burguesas
não queria garantir direitos para suas empregadas. Por isso, KOLLONTAI nos revela
que os direitos exigidos pelas proletárias eram diferentes dos direitos exigidos pelas
mulheres burguesas, mesmo por que mulheres burguesas exploravam mulheres
trabalhadoras.
Esse texto de Kollontai de 1914 informa que na Rússia também haverá um dia da
mulher socialista. Separei algumas citações desse texto que demonstram com
vivacidade o pensamento de Kollontai acerca do dia da mulher comemorado na Rússia.
Segue:
“Vamos comemorar o dia da mulher no 8 de março pela segunda vez. Na ordem do dia
estao incluídas as seguintes exigências: que as mulheres tenham direito a voz, que
recebam do governo o apoio à maternidade e que se combata o aumento do custo de
vida. A exigência da garantia a maternidade é especialmente para às trabalhadoras da
Rússia”.
Esse artigo de KOLLONTAI de 1917 fala sobre como o lema da paz civil discursado
pelos capitalistas e imperialistas foi falacioso. Nesse sentido, ao final da I Guerra
Mundial, os países que lutaram na guerra se viram devastados pela fome, miséria,
doenças e nesse cenário quem foi mais atingido por esta situação foi a classe
trabalhadora. Inúmeros partidos socialistas da época eram antimilitaristas. Contrário a
isso, inúmeras campanhas de diversos países chamavam os homens para lutar pela
pátria — esse patriotismo exacerbado que era gritado aos 4 cantos pelos países
capitalistas como forma de implantar na cabeça das pessoas que era (muito lindo o ato
de um jovem defender seu país na guerra). O que os capitalistas e os militaristas não
disseram é como a guerra foi horrível para toda a população: inúmeros jovens que foram
lutar pelo seu país na certeza de que estariam fazendo um bem pela pátria, foram
mortos. Famílias inteiras foram mortas. E o que ficou da guerra? Pessoas morrendo de
fome, inúmeros feridos sem cuidados médicos, inúmeras crianças órfãs. Entretanto, os
capitalistas não falavam isso na impressa, ao contrário disso, falavam que a guerra foi
muito boa para a sociedade e que agora reinava a paz civil entre as nações. Dessa forma,
a pergunta que fica é: qual paz? Com inúmeros trabalhadores morrendo de fome. Qual
paz? Essa é a pergunta sem respostas. Nesse viés, Kollontai critica veementemente a
atitude dos governos capitalistas e imperialistas ao tentarem mascarar o horror que foi a
I guerra Mundial. Critica o fato do governo considerar a guerra como algo bom para a
população enquanto existiam milhões de mortos e feridos. Entretanto, a classe
trabalhadora foi a luta, socialistas de todo o mundo reivindicavam melhorias para o
povo que há tanto sofria com a guerra. Observa-se que Kollontai descreve bem nesse
texto as inúmeras problemáticas que a guerra civil trouxe para toda a população mesmo
assim o governo insistia em dizer que a guerra trouxe paz. Fecho essa parte do texto
com essa citação brilhante de Kollontai:
“Se hoje o lema da paz civil ameaça transforma-se em seu oposto, a responsabilidade é
daqueles que causaram as calamidades e horrores da guerra mundial; que em favor de
seus lucros atentaram sem pena contra a vida de milhões de pessoas; que em prol da
ganância sacrificaram o auge da humanidade contemporânea: os jovens ! Que a classe
dos opressores e proprietários se lembre da seguinte frase do Evangelho: Todos que
empunham a espada pela espada morrerão”!
Nesse texto de Kollontai ela nos revela como a participação e apoio do líder comunista
Lênin foi importante para ajudar a mulher trabalhadora a se emancipar. Kollontai nos
mostra como Lênin apoiou as pautas construídas pelas mulheres proletárias e que esteve
presente também, no I Congresso de trabalhadoras, onde Alexandra era uma das
organizadoras do evento. Dessa forma, Lênin proferiu um discurso neste congresso
dizendo como era importante que as mulheres proletárias fizessem parte da União
Soviética.
“A particularidade da União Soviética esta no fato de que não são as mulheres que
exigem do governo o direito ao trabalho, a educação, a proteção a maternidade, mas o
próprio governo as atrai a toda as esferas de trabalho em que elas ainda não são de
maneira nenhuma admitida na maioria dos países burgueses, além de proteger seus
interesses como mães. Isso esta incluído na Constituição soviética. O mundo ainda não
viu nada parecido”.
“Nao só entre nós, mas as mulheres em todo o mundo devem saber que Vladimir Ilitch
foi um precursor da emancipação feminina. (…) Em todo mundo e em toda a história da
humanidade não existe um pensador e estadista que tenha feito tanto para a
emancipação da mulher como Vladimir Ilitch”.
Esse texto de Kollontai escrito em 1920 enviesa como iniciou o movimento das
proletárias na Rússia e por que era tao importante ter um movimento para as mulheres
trabalhadoras.
“Esse foi o caminho pelo qual o movimento proletário levou a mulher trabalhadora
rumo a emancipação, não apenas enquanto vendedora da força de trabalho, mas também
enquanto mulher, esposa, mãe e dona de casa”.
Nesse texto, Kollontai demonstra sua indignação ao ver que numa reunião entre os
sindicatos do partido comunista o número de mulheres que compunham a mesa como
organizadoras e o número de mulheres que faziam parte da plateia era muito pouco.
Nesse viés, Kollontai indaga o por que disso estar acontecendo sendo que o Partido
Comunista Russo havia inserido em suas diversas pautas que as mulheres proletárias
deveriam ter espaço nos sindicatos, que deveria também, ocupar os cargos que os
homens proletários ocupavam no Partido Comunista. Entretanto, na prática,as diversas
diretrizes criadas para que a mulher participasse ativamente dos sindicatos e reuniões do
partido nao foram cumpridas. Embora O partido comunista fosse contra a exploração
capitalista ainda havia inúmeros homens machistas e patriarcais que compunham o
partido e foi isso que Kollontai criticou nesse texto. Kollontai deixa claro que a mulher
trabalhadora deve urgentemente, ser incluída nas pautas políticas do Partido Comunista
pois sem as mulheres não haverá de fato, a Revolução Social.
Neste texto de 1927, Alexandra nos mostra como a Revolução de Outubro — que foi
organizada por homens e mulheres trabalhadoras pela reivindicação de direitos —
contribuiu para que as mulheres ficassem mais ativas politicamente. Dessa forma, antes
das mulheres serem inseridas no mercado de trabalho elas viviam para a família e para o
lar. A partir do momento que o capitalismo nasceu e que as mulheres pobres precisaram
trabalhar para sustentar os filhos e com isso, sentiu o peso da dupla exploração do
sistema capitalista, essa mesma mulher saiu as ruas para reivindicar melhores condições
de trabalho. Nesse viés, essa nova mulher passou a questionar direitos políticos e a
confrontar o governo e o sistema capitalista exigindo melhores condições de vida. A
nova mulher não aceita calada as péssimas condiçoes em que foi obrigada a viver
muitos anos atrás — sendo escrava de seus maridos e escravas dos seus chefes em
grandes fábricas. A nova mulher sabe dos seus direitos e luta por eles. Sendo assim,
Kollontai nos diz que o que outubro deu as mulheres ocidentais — além de consciência
de classe, também raiva e fúria, desejo de ter uma sociedade melhor. Assim sendo,
mulheres proletárias da Rússia se viram como a nova mulher que parte para o front e
luta por seus direitos:
Nesse artigo Kollontai nos conta que sem as mulheres lutando na Revoluçao Russa
contra os governos czaristas talvez os sovietes nao sairiam vitoriosos. Nesse sentido, as
proletárias junto com os homens proletários foram as ruas protestar e mais que isso —
foram pro front de batalhas lutar, guerrear contra os inimigos autoritaristas que
governavam a Rússia czarista na época. Ademais, Kollontai pede para que nunca os
historiadores esqueçam de todas as mulheres que lutaram por uma Rússia melhor. Dessa
forma, Alexandra afirma que muitas mulheres lutaram mas que algumas se destacaram
na luta comunista contra governos autoritários. Sendo assim, cito os nomes falados por
Kollontai em seu texto para que nunca nos esquecemos daquelas que morreram fazendo
revolução. Segue alguns nomes de mulheres brilhantes que foram essenciais na
Revolução Russa:
• Nadiédja Konstantínovna
• Klávdia Nikoláieva
• Konkórdia Samóilova
• Vera Slútskaia
• Evgenia Boch
• Inessa Armand
• Varvára Nikoláievna
• Anna Ilinitchna
• Maria Uliánova
Esses foram alguns dos nomes das milhares de mulheres que lutaram na Revolução
Russa citados por Kollontai. Alexandra ainda acrescenta:
“Será que estamos considerando todas elas? E quantas anônimas? Todo um exército de
mulheres heroínas de outubro. Podemos esquecer seus nomes, mas a abnegação delas
vive na própria vitória de Outubro, nas conquistas e realizações de que as mulheres
trabalhadoras usufruem na União”.
Este é um ensaio escrito por Alexandra Kollontai que está divido em capítulos. Dessa
forma, citarei cada capítulo e dissertarei um pouco sobre esses.
No primeiro capitulo Alexandra diz que com a nova sociedade capitalista e tendo os
velhos costumes mudados com este sistema, a mulher já não depende financeiramente
do homem, mesmo por que essa já está inserida no mercado de trabalho e tem como se
sustentar. Além disso, podemos também citar o fato de que o divórcio — que era apenas
concedido para famílias ricas burguesas — passou a ser concedido para o proletariado.
Sendo assim, se a mulher vivesse em um casamento em que o homem a espancava ou
era muito ruim para ela (ou simplesmente pelo fato de que a mulher não gostava do
marido) essa mulher proletária poderia solicitar o divórcio. Nota-se que com a mudança
do feudalismo para o capitalismo surgiram novas formas de se reconhecer uma família e
que muitas mulheres já nao buscavam mais o casamento e sim, a independência.
“Não há nenhuma razão para nos enganarmos: a família normal dos tempos passados na
qual o homem era tudo e a mulher era nada -posto que não tinha vontade própria, nem
tempo do qual dispor livremente-, este tipo de família sofre modificações dia a dia, e
atualmente é quase uma coisa do passado, o qual não deve nos assustar”.
Neste segundo capitulo Kollontai nos leva a refletir que, a vida familiar antiga e a vida
familiar moderna sofreram mudanças. O homem nao é o único que paga as contas da
família. Nesse sentido, com a mulher inserida no mercado de trabalho e se tornando
mais independente, essa já não precisa mais viver sobre o teto de um marido violento só
por que precisa dele para sobreviver economicamente. Dessa forma, as revoluções
sociais tiveram uma grande contribuição com os novos moldes familiares, pois, com
mulheres emancipadas e proletários mais conscientes as pessoas passaram a querer
desenvolver a própria individualidade — diferente de tempos antigos como no
feudalismo em que a mulher vivia unicamente para procriar e o homem para prover
economicamente a família.
“A mulher casada, a mãe que é operária, sua sangue para cumprir com três tarefas que
pesam ao mesmo tempo sobre ela: dispor das horas necessárias para o trabalho, o
mesmo que faz seu marido, em alguma indústria ou estabelecimento comercial; dedicar-
se depois, da melhor forma possível, aos afazêres domésticos e, por último, cuidar de
seus filhos.
Neste capítulo Kollontai salienta que, com o trabalho, mulheres e homens operários mal
tinham tempo de cuidar dos filhos, e por isso, alguns laços familiares foram se
perdendo, mesmo por que a mulher nem o homem não tinham tempo nem para cuidar
da casa quanto mais para namorar.
“Em que consistía a força da família nos tempos pasados? Em primeiro lugar, no fato de
que era o marido, o pai, quem mantinha a família; em segundo lugar, o lar era algo
igualmente necessário a todos os membros da família e em terceiro e último lugar,
poque os filhos eram educados pelos pais”.
“O que fica atualmente disso tudo? O marido, como vimos, deixou de ser o sustento
único da família. A mulher, que vai trabalhar, se converteu, nesse sentido, igual a seu
marido. Fica todavía, não obstante, a função da família de criar e manter seus filhos
enquanto são pequenos. Vejamos agora, na realidade, o que sobra dessa obrigação”.
• O TRABALHO CASEIRO NÃO É MAIS UMA NECESSIDADE
Neste capítulo Kollontai nos revela a diferença da mulher que vivia num sistema feudal
e a diferença da mulher que vive no sistema capitalista. A mulher que vive no sistema
capitalista não tem mais tempo de cozinhar e nem fazer a própria roupa, por isso prefere
comprar, diferente da mulher que vivia numa sociedade feudal em que plantava seu
próprio alimento e produzia sua própria roupa.
Neste capítulo, Alexandra nos mostra como a mulher que vivia no sistema feudal
contribuía também, para a mercantilização da época, visto que, as coisas que eram feitas
pela própria mulher em casa serviriam como moeda de troca por outros alimentos ou até
mesmo para troca de roupas. Ex: uma mulher produzia manteiga e a trocava por um
pedaço de pão (isso na idade média no sistema feudal). No capitalismo, a mulher
compra a própria manteiga pronta pois, não tem mais tempo para produzir.
Este capítulo, se entrelaça com o capítulo anterior por isso deixo apenas esta citaçao
para maior entendimento:
“ A máquina substituiu os ágeis dedos da dona de casa. Que mulher trabalharia hoje
modelando velas ou manipulando tecidos? Todos esses produtos podem ser adquiridos
na venda mais próxima. Antes, todas as garotas tinham que aprender a tecer suas
roupas. É possível encontrar em nossos tempos uma jovem operária que faça suas
roupas? Em primeiro lugar, carece do tempo necessário para tal. O tempo é dinheiro e
não há ninguém que queira perdê-lo de uma maneira improdutiva, quer dizer, sem obter
nenhum proveito. Atualmente, toda a mulher operária prefere comprar suas roupas a
perder tempo fazendo-as”.
Neste capítulo, Kollontai demonstra que mesmo que a mulher trabalhadora queira
produzir o próprio alimento ainda assim ela não terá tempo pra isso pois, precisa
trabalhar fora de casa e também, diferente das épocas passadas, por mais que ela
produza dificilmente conseguiria trocar esse produto por outro produto, mesmo por que
não existia dinheiro no sistema feudal, como existe nos modelos capitalistas.
Nesta parte do capítulo, Alexandra fala que na sociedade comunista a mulher não
precisará ter tantos afazeres domésticos em casa, visto que, terá almoço e janta
comunitários e também, terá creches e escolas públicaa para que seus filhos não fiquem
sozinhos na rua descuidados. Kollontai salienta a importância do trabalho coletivo numa
sociedade e o tanto que o peso da dupla jornada de trabalho da mulher trabalhadora
diminui quando a sociedade a ajuda.
Neste capítulo, apenas citarei algumas palavras de Kollontai pois, estas palavras se
entrelaçam com o assunto dito no capítulo anterior.
“ Já não existirá a mãe oprimida com um bebê nos braços. O Estado dos Trabalhadores
se encarregará da obrigação de assegurar a subsistência a todas as mães, estejam ou não
legitimamente casadas, desde que amamente seu filho; instalará por todas as partes
casas de maternidade, organizará em todas as cidades e em todos os povos creches e
instituições semelhantes para que a mulher possa ser útil trabalhando para o Estado
enquanto, ao mesmo tempo, cumpre suas funções de mãe”.
Neste capítulo, Kollontai afirma que na sociedade comunista a mulher nãoo dependerá
mais do seu marido. A união será livre para trocar afetos e camaradagem e não ser um
lugar hostil para violênias e dominação.
Escolhi falar de Alexandra Kollontai por que ela foi uma mulher comunista muito
importante para a luta da emancipação das mulheres trabalhadoras. Alem disso,
juntamente com Clara Zetkin criou o dia internacional da mulher. Neste texto que fiz,
citei apenas algumas de suas vastas obras. Acredito que o pensamento de Kollontai é
muito importante para a sociedade atual. Por conseguinte, espero que este texto atinja
seu objetivo: informar quem foi Alexandra Kollontai e qual a importância da sua obra
para a sociedade contemporânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revolução sexual
A revolução sexual ou liberação sexual é uma perspectiva social que desafia os
códigos tradicionais de comportamento relacionados à sexualidade humana e aos
relacionamentos interpessoais. O fenômeno ocorreu em todo o mundo ocidental dos
anos 1960 até os anos 1970.[1] Muitas das mudanças no panorama desenvolveram novos
códigos de comportamento sexual, muitos dos quais tornaram-se a regra geral de
comportamento.[2]
A liberação sexual inclui uma maior aceitação do sexo fora das relações heterossexuais
e monogâmicas tradicionais (principalmente do casamento).[3] A contracepção e a
pílula, nudez em público, a normalização da homossexualidade e outras formas
alternativas de sexualidade e a legalização do aborto foram fenômenos que começaram
a ganhar força nas sociedades ocidentais.[4][5]
A expressão "revolução sexual" tem sido utilizada pelo menos desde o final da década
de 1910[6] e, muitas vezes, lhe é atribuída ter sido influenciada pelos estudos de Freud
sobre a liberação sexual e as questões psicossexuais.[carece de fontes] Freud, entretanto,
considerava todo ato sexual cujo propósito não fosse reprodutivo como uma
perversão.[7][8]
No final dos anos 1970 e 1980, a recentemente conquistada "liberdade sexual" foi
explorada pelo grande capital, que procurou lucrar numa sociedade mais aberta com o
advento da pornografia pública e da pornografia hardcore.[9] O historiador David Allyn
argumenta que a revolução sexual foi o momento de a sociedade "sair do armário" em
relação ao sexo antes do casamento, masturbação, fantasias eróticas, pornografia e
sexualidade.[1] .
A revolução sexual pode ser vista como uma consequência de um processo na história
recente, apesar de suas raízes poderem ser rastreadas até o iluminismo (Marquês de
Sade) e a era vitoriana (poemas de Algernon Charles Swinburne de 1866). Seu
desenvolvimento aconteceu no mundo moderno, que assistiu a uma perda significativa
do poder de valores de uma moral enraizada na tradição cristã e à ascensão das
sociedades permissivas, que começaram a aceitar uma maior liberdade e
experimentação sexual que se espalharam por todo o mundo, fenômeno este sintetizado
pela expressão amor livre.
O período do puritanismo da Guerra Fria, dizem alguns, levou a uma rebelião cultural
na forma da "revolução sexual". Apesar disso, no entanto, antes da década de 1920 e
durante a era Vitoriana, a sociedade era muito mais conservadora do que nos anos 1930
e 1950. Devido à invenção da televisão e ao seu uso cada vez mais amplo, a grande
maioria dos estadunidenses tinham um aparelho de televisão na década de 1960.
A difusão dessas novas ideias para a população através das mídias foi radical e durante
o final dos anos 1960 a contracultura estava se tornando bem conhecida no rádio,
jornais, televisão e outros meios de comunicação.
Outros dados sugerem que a "revolução" foi mais diretamente influenciada pela
independência financeira adquirida por muitas mulheres que entraram na força de
trabalho durante e após a Segunda Guerra Mundial, fazendo com que a revolução fosse
mais sobre a igualdade individual ao invés da independência biológica. Muitas pessoas,
no entanto, dizem que é difícil apontar uma causa específica para este fenômeno de
grande porte.[10]
Revoluções modernas
Outro fator que contribuiu para esta revolução mais moderna da liberdade sexual foram
os estudos de Herbert Marcuse e Wilhelm Reich, que assumiu a filosofia de Karl Marx
e outros filósofos e a misturou à liberdade dos direitos sexuais e à cultura moderna.
Família Monoparental
É a família constituída por uma pessoa, independente de sexo, que encontra-se sem
companheiro, porém vive com um ou mais filhos. Pode ocorrer do fim de uma família
bioparental, ou seja, como ocorre com as viúvas, separadas, adoção, divorciadas e
solteiras que a princípio viviam em união estável, ou até mesmo em casos de ser por
opção.
Família Nuclear
Era considerado como único e legítimo modelo de família, onde tinha o homem, a
mulher e seus descendentes. Era o modelo inspirado na Revolução Industrial.
Refletia a idéia de sociedade dinâmica e mais produtiva. Pois era um como um núcleo
pequeno, onde um chefe provedor do lar, poderia com facilidade resolver questões
geográficas ou sociais.
Família Reconstituída
Quando ocorre o divórcio, surge então a chance de uma nova família. Além de juntar
marido e mulher, também os filhos provenientes de relações anteriores, vivendo todos
sobre o mesmo teto. Seja proveniente de um novo casamento ou uma união estável, os
filhos possuem origens distintas quanto a paternidade biológica. Diante da realidade
atual, este modelo tende a aumentar sua incidência.
União Estável
É definida como aquela formada por um homem e uma mulher livre de formalidades
legais do casamento, com o animus de conviverem e constituir família.
Em assim sendo, se a união estável é entidade familiar, como também o casamento, não
há como se fugir da conclusão de que as regras do instituto da guarda devem ser
aplicadas à união estável.
Família Anaparental
É a convivência de pessoas sem vínculos parentais que convivem por algum motivo,
possuindo uma rotina e dinâmica que os aproximaram, podendo ser estas afinidades
sociais, econômicas ou outra qualquer.
Família Eudemonistas
A princípio pode ter uma formação convencional, pais, filhos, mas ao observar sua
constituição, nota-se que em seus indivíduos existe pouco apego a regras sociais que
formulam as famílias mais tradicionais, religião, moral ou política.