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A obra inicia-se com uma breve análise de como era visto o fenômeno do comunismo ao
redor do mundo, sobretudo na Europa, onde sofria uma campanha difamatória pelos governos
dos grandes Estados. O âmbito político encarava o comunismo como algo maléfico e até
diabólico, tanto que o papa renegava-o veementemente. Tais fatos comprovavam a força que as
ideias comunistas já haviam ganhado força no mundo.
A partir de então Marx inicia as explanações sobre o que vem a ser burgueses e
proletários. A célebre frase “A história de todas as sociedades até agora tem sido a história das
lutas de classe” mostra a concepção de que as sociedades ao longo do tempo se notabilizavam
pelos confrontos entre a classe dos oprimidos e a classe dos opressores.
Desde a Grécia antiga, com a democracia escravista de Atenas, passando pela Roma
dividida nas classes de plebeus, patrícios e escravos. Na idade média e seus estamentos de clero e
nobreza senhores, vassalos e camponeses. Desse feudalismo é que gradativamente a sociedade
burguesa nasceria. Enfatiza o autor, continuaram existindo classe oprimida e opressora, o que há
de diferente agora são as condições de opressão e as formas de luta no interior da sociedade.
Tamanhas eram as descobertas no “Novo Mundo” que o modo feudalista já não dava
conta, era necessário aumentar a produção para as colônias, e para isso os meios precisavam
Resu o desti ado à avaliação da discipli a Eco o ia Política , i istrada pelo Professor Doutor Gilso Costa.
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Discente devidamente matriculado no 1º semestre do curso de graduação em Direito com matrícula nº
13016002101.
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mudar, e assim foram se desenvolvendo as manufaturas e máquinas no lugar dos artesãos e das
corporações. Tudo isso ocasionou a evolução nos meios de comunicação e transporte no mundo
e comércios cada vez mais vantajosos à burguesia.
Marx faz então considerações sobre o papel do direito na sociedade capitalista, segundo
ele: “o direito não é nada mais do que sua classe erigida em lei.” Em seguida reitera seu
posicionamento materialista ao afirmar que os valores normatizados pelo direito são
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determinados por condições materiais de vida. O direito é uma meio que a burguesia busca para
legitimar suas “leis naturais e racionais”. Inclusive se critica ironicamente a exploração do
trabalho infantil legalizado, comprovando-se assim que o material influencia no jurídico. Na obra
em questão, notam-se aspectos de base feminista, quando Marx afirma: “O burguês vê sua
mulher como instrumento de produção.”.
Marx faz críticas àquilo que chama de Socialismo feudal. Este foi gestado pelos
aristocratas do feudalismo que estavam cada vez mais insatisfeitos com o crescente poderio
político alcançado pela burguesia. Segundo o autor é contraditório, pois criticava a exploração
moderna sendo que esta era apenas fruto da ordem social anterior, a ordem feudal. Mais ainda
porque “sua principal acusação à burguesia é exatamente a de que, sob o regime desta,
desenvolve-se uma classe que vai mandar pelos ares toda a velha ordem social.”.
Tal qual o socialismo feudal, o socialismo pequeno-burguês é também criticado por ter
como proposta um retorno à ordem social anterior. A pequena-burguesia medieval, formada pelo
pequeno campesinato e comerciantes próximos às cidades estava cada vez mais sendo suprimida
pela burguesia, e não tinha mais como competir à altura com ela. O ritmo de produção da nova
burguesia era frenético e as contradições, superproduções, crises, jornadas extenuantes e as
desigualdades referentes a essa produção eram bem expostas e criticadas pelos socialistas
pequeno-burgueses. O tradicionalismo pequeno-burguês só acabaria por torná-los proletários
hierarquicamente mais elevados no sistema, nada mais do que isso.
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Depois Marx constrói uma análise daquilo que chama “verdadeiro” socialismo, o
socialismo alemão. Tal corrente defendia a manutenção do status quo favorecedora da burguesia
expressiva na Alemanha, num contexto de burguesia contrária aos senhores feudais e às
monarquias absolutistas, em suma defendia o movimento liberal por excelência. Essa pequena
burguesia alemã temia a ser dominada pela nova burguesia e temia do mesmo jeito o surgimento
de um proletariado revolucionário. O socialismo alemão era o representante dos interesses da
pequena burguesia retrógrada que subsistia ali. Essa corrente padronizava como socialista uma
sociedade homogênea de pequenos burgueses normais, a normalidade seria serem todos
pequenos burgueses. Foi esse tipo de literatura que predominou na Alemanha do século XIX.
por acreditarem nesse tipo de ação vindo daqueles que são os opressores e rejeitaram ações
radicais dos oprimidos, como exemplifica o autor: “Os owenistas na Inglaterra reagiram contra
os cartistas, os fourieristas na França contra os reformistas.”.
O manifesto se encerra com exposições sobre a luta política dos partidos comunistas
como oposição nas assembleias. Deixa claro que os comunistas objetivam lutar pelos interesses e
melhorias imediatas na vida da classe trabalhadora, sem, contudo, deixar de lado ou esquecer
seus projetos de futuro. Os partido comunistas da época eram aqueles que, por mais
contraditórios que as vezes fossem, discursavam contra conservadores, burgueses radicais,
monarquias absolutistas, pequenas burguesias e a propriedade feudal como um todo.
Todos os comunistas verdadeiros atuam e apoiam nos movimentos que visem contrariar a
ordem burguesa vigente, os comunistas são aqueles que anseiam por novas situações políticas e o
governo de todos que permitisse o real desenvolvimento humano. Trabalham por toda parte para
fomentar o dialogo entre partidos de viés democrático ao redor do mundo. Não ocultam suas
ideias, suas metas e objetivos e declaram abertamente suas aspirações por um intermédio
revolucionário violento, como única forma de se subverter a realidade produtiva burguesa em
favor da classe proletária. Por mais que seja violenta, os trabalhadores não tem nada a perder
com ela, pelo contrário, somente a ganhar sua libertação de um sistema explorador do trabalho e
da humanidade. Então, o livro se encerra com a simbólica frase que norteia o comunismo e os
trabalhadores sonhadores do mundo: “Proletários de todos os países, uni-vos!”.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BOGO, Ademar (org.). Manifesto do Partido Comunista. In. Teoria da organização política. 2.
Ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p. 83-125.