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COMUNISMO

Comunismo é uma doutrina social, segundo a qual se pode e deve


"restabelecer" o que se chama "estado natural", em que todos teriam o mesmo
direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada. Nos séculos XIX
e XX, o termo foi usado para qualificar um movimento político.
Esta palavra tem origem no latim comunis, que significa comum.
O comunismo procurou uma fundamentação teórica nas teorias do estado dos
sofistas gregos e na obra "República" de Platão. No entanto, o comunismo
encontrou bem cedo críticos severos, como Aristóteles.

O comunismo continuou a se fazer sentir em muitos movimentos sectários


depois disso, como é o caso de Thomas Münzer e dos anabatistas, em seitas
puritanas da América do Norte nos séculos XVII e XVIII e outras, mas com a
suposição de que o "amor ao próximo" resultaria de uma regulamentação
pública, o que era exatamente o contrário do pensamento cristão. A doutrina
comunista começou a se inspirar sobretudo numa filosofia tutelar do estado.
Por esse motivo reapareceu nas utopias políticas dos séculos XVI e XVII.

A grande reanimação do comunismo ou do socialismo (termos utilizados nos


primeiros momentos de forma indistinta como sinônimos), no princípio do
século XIX, está relacionada com a Revolução Industrial. Os abusos do
capitalismo e do liberalismo econômico, cometidos pela tremenda
transformação da economia e da indústria, provocaram um movimento crítico
que, em muitos casos, vem a se relacionar com as ideias comunistas.

O comunismo moderno se exprime primeiramente como uma doutrina através


do marxismo, depois no marxismo-leninismo e, em parte, também no
maoísmo marxista e é fundamentalmente uma doutrina destinada à igualdade
compulsiva da maioria.
De acordo com K. Marx e F. Engels (no Manifesto do Partido Comunista de
1848), o comunismo do século XX considera a história, desde a Antiguidade,
como a sucessão de lutas entre as classes trabalhadoras e sem posses, e as
classes exploradoras, que não trabalham ou trabalham pouco, mas que
dispõem dos meios materiais de produção.

O comunismo afirma que as condições de vida (principalmente as econômicas)


do homem determinam a sua consciência e considera que o desenvolvimento
da capacidade de produção graças à técnica e também à ciência
desencadeiam uma evolução dialética onde a sociedade esclavagista deveria
dar lugar à sociedade feudal, depois à sociedade burguesa e finalmente à
sociedade socialista.
Segundo esta doutrina, o último ponto culminante da luta de classes é a luta da
classe proletária contra a burguesia. Esta luta levará ao fim da sociedade
burguesa, ao desaparecimento das classes e à sua substituição por uma
sociedade socialista ou comunista. Esta luta seria verificada de maneira
internacional, visto que a burguesia também se organizou de modo
internacional, os laços da classe são mais importantes do que as realidades
nacionais, e nesses termos a classe operária de um país tem mais
responsabilidade para com a classe operária de outro país do que para com os
seus próprios nacionais.

O que caracteriza o comunismo são os raciocínios gerais e as argumentações


pela consequência, pelo que muitas vezes as suas deduções são falsas.
Assim, o fato real da crescente concentração do capital não eliminou a
relevante dinâmica das pequenas empresas e a importância do sistema de
produção não trouxe a importância dos seus agentes, mas sim o papel
crescente do setor ligado ao mercado. Por sua vez, a dinâmica social ligada às
concepções comunistas não se revelou exata, pelo contrário, se tornou claro
que é um erro considerar que as nações mais desenvolvidas industrialmente
seriam as primeiras a conduzir a uma revolução socialista. Também é errônea
a hipótese de que em toda a parte seriam os operários industriais a força
motora do movimento revolucionário.

Numa certa altura, o comunismo passou a ser reivindicado pelos partidos


comunistas, que revelaram grande combatividade em revoluções na Alemanha,
Áustria e Hungria, em 1918. Entre 1917 e 1921 foram fundados quase todos os
partidos comunistas que posteriormente vieram a ser importantes: o alemão
(no final de 1918 e princípio de 1919), o partido comunista de França e
Indonésia (1920), e em 1921 o italiano e chinês.

Atualmente não existe no mundo comunista a mesma centralização que havia


nos anos 30 e 40. De igual forma, os partidos comunistas já não são em toda a
parte a força política mais revolucionária.

Comunismo e socialismo
Muitas vezes as expressões comunismo e socialismo são usadas como
sinônimos, o que não é correto.

No entanto, os dois conceitos representam ideologias com algumas


semelhanças, pois representam uma forma de protesto ou uma alternativa ao
capitalismo. Muitos autores a favor do comunismo descrevem o socialismo
como uma etapa para se chegar ao comunismo, que organizaria a sociedade
de forma diferente, eliminando as classes sociais e extinguindo o Estado
opressor.

A forma de atuação do comunismo e do socialismo também é diferente.


Enquanto o socialismo prevê uma mudança gradual da sociedade e um
afastamento do capitalismo, o comunismo pretendia uma diferenciação mais
brusca e muitas vezes usando o conflito armado como método de atuação.

Comunismo primitivo
De acordo com alguns autores, o comunismo primitivo consiste no forma de
vida que se verificava desde a Pré-História. Quando foram formadas as
primeiras tribos, as propriedades eram partilhadas por todos os elementos,
assim como os meios de produção e de distribuição. As atividades para
obtenção de comida eram feitas em comum.

Desta forma, o comunismo primitivo foi essencial para o desenvolvimento da


sociedade humana, criando laços na comunidade e facilitando a sobrevivência,
que era essencial graças às condições adversas existentes.

Além disso, o comunitarismo cristão da Igreja Primitiva (revelado na Bíblia no


livro de Atos dos Apóstolos), é por vezes visto como uma forma de comunismo,
por apresentar alguns dos mesmos princípios, como o desinteresse pelos bens
materiais e um amor generalizado pelo próximo.

Comunismo no Brasil
O Partido Comunista do Brasil, fundado no Rio de Janeiro em Março de 1922,
foi de grande importância para o Brasil, pois dele surgiram vários partidos que
potenciaram a política brasileira. No seu princípio e mais ou menos até 1935, o
Partido Comunista teve que lutar contra o anarquismo pela liderança sindical.

Durante muito tempo o Partido Comunista foi proibido de funcionar e por isso
teve que funcionar de forma clandestina. Por esse motivo, o Bloco Operário
Camponês foi criado, com o objetivo de participar nas eleições.

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