UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE- UFRN CENTRO
DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA GERAL
DOCENTE: DOUGLAS ARAÚJO
DISCENTE: MATHEUS ANDRADE SILVA – 20230016751
RESENHA SOBRE A OBRA O MANIFESTO COMUNISTA DE KARL MARX E
FRIEDRICH ENGELS
INTRODUÇÃO
O livro começa anunciando a notícia de que o comunismo deixou de ser
criminalizado, tornando-se um poder reconhecido por todas as nações europeias. Os comunistas veem isso como uma oportunidade para expressar abertamente suas opiniões, desafiando a antiga "lenda do fantasma do comunismo" com seu próprio manifesto.
1. CAPITALISTAS E TRABALHADORES
Iniciando o texto oficialmente, o capítulo observa que a luta de classes
esteve presente em todas as sociedades, resultando em revoluções ou na queda das classes em conflito. O livro contextualiza a origem da burguesia moderna, que emergiu das ruínas da sociedade feudal, estabelecendo novas formas de opressão. A burguesia moderna, fruto de desenvolvimentos históricos, conquistou o poder político através do avanço da indústria e do mercado global.
A burguesia, historicamente revolucionária, substituiu formas de
exploração baseadas em preceitos religiosos por uma exploração aberta e brutal. Sua constante necessidade de se reinventar está ligada ao desenvolvimento dos meios de produção. Apesar de sua influência, a burguesia é vulnerável a crises comerciais que ameaçam a sociedade burguesa.
Quanto ao proletariado, este evolui junto com a burguesia, enfrentando-a
desde seu surgimento. A luta de classes é vista como uma batalha política, sendo os proletários os únicos capazes de desafiar efetivamente a burguesia. A existência do proletariado é intrinsecamente ligada à burguesia, sendo considerado seu "coveiro".
2. PROLETÁRIOS E COMUNISTAS
No novo capítulo, os comunistas não são vistos como um partido
separado, mas como representantes dos interesses do proletariado. A meta imediata dos comunistas é transformar o proletariado em uma classe que conquiste o poder político e derrube a supremacia burguesa.
O comunismo não busca abolir a propriedade em geral, mas a
propriedade burguesa. A abolição da propriedade privada visa criar condições favoráveis para a inexistência ou falta de sentido dessa propriedade. O trabalho assalariado é discutido em termos de garantir o mínimo necessário para a subsistência do trabalhador.
Os comunistas rejeitam a ideia de abolir a família, defendendo-se de
acusações infundadas. Sua visão inclui mudanças na educação e na sociedade, não como invenções próprias, mas como transformações para resgatar a influência da classe dominante.
Quando os comunistas falam em acabar com a burguesia, significa a
extinção das classes. A classe trabalhadora deve assumir o papel de classe governante, vencendo a batalha pela democracia e pavimentando o caminho para uma revolução.
3. LITERATURA SOCIALISTA E COMUNISTA
3.1 - SOCIALISMO REACIONÁRIO
O socialismo feudal na França e na Inglaterra consistiu em panfletos aristocráticos que criticavam a sociedade burguesa de maneira não concreta. A aristocracia utilizou os proletários como estandarte, mas suas críticas eram muitas vezes cômicas e não levadas a sério.
3.2 - SOCIALISMO DO PEQUENO BURGUÊS
A pequena burguesia, precursora da burguesia moderna, aspira a
restaurar modos antigos de produção. Este socialismo é considerado reacionário e utópico, pois busca limitar o desenvolvimento dos meios modernos de produção.
3.3 - SOCIALISMO ALEMÃO OU "VERDADEIRO"
A literatura socialista francesa, introduzida na Alemanha, perdeu força
ao adotar uma visão alemã. O socialismo "verdadeiro" alemão serviu aos governos como arma contra a burguesia alemã, representando um interesse reacionário dos filisteus alemães.
3.4. SOCIALISMO CONSERVADOR OU BURGUÊS
O socialismo conservador busca compensar injustiças sociais, mas
apenas até certo ponto que não ameace a existência da sociedade burguesa. Ações filantrópicas são destacadas, mostrando uma reafirmação de que os burgueses são essencialmente burgueses.
3.5. SOCIALISMO E COMUNISMO CRÍTICO-UTÓPICOS
Os socialistas e comunistas crítico-utópicos, nas primeiras tentativas de
alcançar seus objetivos, falharam devido ao subdesenvolvimento do proletariado. Seu foco estava em representar os interesses da classe trabalhadora, mas seus ataques à luta de classes perderam valor prático e teórico.
4. POSIÇÃO DOS COMUNISTAS EM RELAÇÃO AOS VÁRIOS
PARTIDOS DE OPOSIÇÃO O capítulo final conclui que os comunistas voltaram sua atenção para a Alemanha, prevendo uma revolução burguesa iminente. O medo da burguesia estava relacionado ao potencial revolucionário dos proletários, que não tinham nada a perder e muito a ganhar. O livro encerra reafirmando os ideais comunistas e a famosa convocação: "PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!"
CONCLUSÃO
O "Manifesto Comunista" de Karl Marx e Friedrich Engels é uma obra
que transcende sua época, oferecendo uma análise profunda das dinâmicas sociais e econômicas do século XIX que ainda ressoa nos debates contemporâneos. A partir da resenha apresentada, é possível destacar várias reflexões sobre as relações entre as classes sociais, a evolução histórica da burguesia e do proletariado, e as diferentes correntes do pensamento socialista.
A narrativa inicia-se com a notícia auspiciosa de que o comunismo não é
mais criminalizado, abrindo caminho para uma reflexão franca e aberta sobre as ideias comunistas. A análise das relações entre burgueses e proletários revela uma compreensão aguda das mudanças sociais ocorridas ao longo da história, especialmente no que diz respeito à ascensão da burguesia como uma força dominante e à contínua luta de classes.
A ênfase na natureza revolucionária da burguesia e na inevitabilidade de
sua própria queda destaca a dinâmica intrínseca das relações de classe. A análise crítica do trabalho assalariado, da propriedade privada e da exploração ressalta a urgência de uma transformação social. A visão comunista de uma sociedade sem classes, baseada na abolição da propriedade burguesa, é apresentada como uma alternativa viável.
A discussão sobre os diferentes tipos de socialismo, desde o reacionário
até o crítico-utópico, revela uma compreensão profunda das diferentes correntes de pensamento que permeavam a época. A abordagem crítica aos socialistas conservadores destaca a necessidade de ir além das ações filantrópicas e buscar mudanças estruturais na sociedade.
A conclusão, com o apelo aos proletários de todos os países para se
unirem, ressoa como um chamado à ação. A atenção especial à Alemanha reflete a percepção de que o país estava à beira de uma revolução, com os proletários representando uma força imparável.
Em resumo, o "Manifesto Comunista" continua sendo uma obra
fundamental para se compreender as complexidades das relações de classe, as contradições do sistema capitalista e as possibilidades de transformação social. Suas ideias, ainda relevantes, proporcionam uma base sólida para discussões contemporâneas sobre desigualdade, exploração e os desafios enfrentados pelas classes trabalhadoras em todo o mundo.