Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ação e reação
As origens do comunismo se situam num lugar e num tempo perfeitamente definidos: a Europa ocidental de meados
do século XVIII. A industrialização, começada com o emprego das primeiras máquinas a vapor e desenvolvida sem
método nem planejamento, criara condições sociais terríveis, especialmente no setor do trabalho. À medida que os
países mais adiantados da Europa ocidental - Inglaterra, França, Alemanha - passavam de uma economia agrária e
artesanal para os novos processos de produção industrial, surgiram problemas graves no tratamento que então se
dava à mão-de-obra assalariada. Havia castigos corporais, mulheres e crianças eram usadas em tarefas pesadas,
trabalhava-se dezoito horas por dia nas condições mais duras e com remuneração ínfima.
A toda ação corresponde uma reação. O preço humano do progresso, medido pela quase escravidão do proletariado,
foi considerado alto demais por muitos pensadores, que passaram a condená-lo cada vez mais violentamente, até
que, no ano de 1848, uma onda de agitações sociais varreu a toda a Europa. O resultado não foi uma revolução
comunista - que na época só era desejada por uma minoria de extremados - mas é certo que os direitos dos
trabalhadores - menos horas de trabalho por dia, melhores condições materiais, possibilidades de fazer
reivindicações, etc. - começaram a ser admitidos. Lançavam-se as primeiras bases, ainda imperfeitas e nem sempre
reconhecidas, de um relacionamento de trabalho mais humanitário, mais racional e mais eficaz.
Revolução de 1848: Em 22 de Fevereiro de 1848 o povo de Paris tomou as ruas. Centenas de milhares de
insatisfeitos com o desemprego, mas sem um programa político claro, descobriram que queriam derrubar o governo
do rei Luís-Filipe, de seus ministros e de todo o sistema econômico que os enriquecia às custas dos trabalhadores. O
governo ensaiou oferecer reformas de esquerda, mas já era tarde: no dia 24 de Fevereiro, o rei abdicou, o
parlamento se dissolveu, e um governo provisório que juntava a oposição eleita constitucionalmente e
representantes da multidão se formou. Muitos viram neste movimento a expressão—embora vaga—da insatisfação
popular ao ver que o ideal de igualdade defendido e em grande parte conquistado durante a Revolução
Francesa não havia se estendido à esfera econômica. O governo provisório instituiu o sufrágio universal masculino e
convocou eleições, as quais deram vitória aos candidatos da burguesia e dos latifundiários. O novo governo não
tocou no direito à propriedade privada, mas instituiu Oficinas Nacionais, como forma de ocupar os desempregados.
Essas oficinas drenaram o tesouro francês, e a comunicação de que elas seriam fechadas levaram a uma nova
insurreição, que desta vez foi sufocada pelo exército francês à força de bala.
Uma nova insurreição ocorreu em 1871, no episódio que ficou conhecido como Comuna de Paris. Após Napoleão
III ter sido derrotado na Guerra Franco-Prussiana e assinado um armistício em, o povo de Paris se levantou contra a
ocupação alemã, e constituiu um governo revolucionário formado por uma federação de representantes de bairro (a
guarda nacional, uma milícia formada por cidadãos comuns). Uma das suas primeiras proclamações foi a "abolição
do sistema da escravidão do salário de uma vez por todas". A guarda nacional se misturou aos soldados franceses,
que se amotinaram e massacraram seus comandantes. O governo oficial, que ainda existia, fugiu, junto com suas
tropas leais, e Paris ficou sem autoridade. O Comitê Central da federação dos bairros ocupou este vácuo, e se
instalou na prefeitura. O comitê era formado por Blanquistas, membros da Associação Internacional dos
Trabalhadores,Proudhonistas e uma miscelânea de indivíduos não-afiliados politicamente, a maioria trabalhadores
braçais, escritores e artistas.
Eleições foram realizadas, mas obedecendo à lógica da democracia direta em todos os níveis da administração
pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada, a previdência social foi
instituída, uma comissão de inquérito sobre o governo anterior foi formada, e se decidiu por trabalhar no sentido da
abolição da escravidão do salário. Noventa representantes foram eleitos, mas apenas 25 eram trabalhadores, e a
maioria foi constituída de pequenos-burgueses. Entretanto, os revolucionários eram maioria. Em semanas, a recém
nomeadaComuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores
combinados. Serviços públicos se tornaram gratuitos, a educação foi secularizada, a igualdade entre os sexos foi
instituída e o serviço militar obrigatório e o exército regular foram abolidos.
O governo oficial, agora instalado em Versalhes e sob o comando deThiers, fez a paz com a Alemanha para que
tivesse tempo de esmagar a Comuna de Paris. A Alemanha libertou prisioneiros de guerra para compor as forças que
o exército francês usaria contra a Comuna. Esta, perdeu terreno rapidamente, pois possuía menos de 15 mil
milicianos defendendo a cidade contra 100 mil soldados de Versalhes. Durante a lenta derrota, os revolucionários
atearam fogo aos símbolos do Império francês - os prédios administrativos, o palácio do governo - e executaram seus
reféns, compostos em sua maioria por clérigos, policiais e juízes. A defesa também sofreu pela incompetência militar
dos representantes escolhidos para organizá-la. Ao todo, a Comuna executou 100 pessoas e matou 900 na defesa de
Paris. As tropas de Thiers, por outro lado, mataram de 50 a 80 mil parisienses, tanto nos combates quanto nas
execuções sumárias que se seguiram. 40 mil pessoas foram presas, e muitas pessoas foram executadas por terem
sido confundidas com membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de
cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças.
Divergências entre Stalin e Trotsky
As dificuldades internas do sistema se agravaram vertiginosamente, logo nos primeiros anos do governo de Stalin,
impondo sacrifícios brutais ao povo russo. No plano político, a primeira crise ocorreu entre Stalin e Trótski, um dos
líderes da Revolução Russa. Internacionalista, Trótsky queria a continuação do processo revolucionário, no interior
da Rússia e em toda parte, até chegar a algo parecido com o comunismo imaginado por Marx: um mundo sem
classes sociais e sem fronteiras nacionais (ver:revolução mundial eTeoria da revolução permanente). Contra essa
orientação, Stalin respondeu com sua teoria do "socialismo em um só país", ampliando os poderes de atuação do
Estado e de si mesmo, para só depois disso, promover a expansão revolucionária em outras partes do
mundo,1 exilando Trótski (que foi assassinado, no México, em 1940) e fixando a revolução na sua fase de repressão a
quaisquer adversários. Por outros motivos, sobretudo a tirania pessoal de Stalin, outros líderes da revolução,
como Bukharin, Zinoviev, Kamenev,Radek, também acabaram por voltar-se contra o ditador. Este revidou, nos anos
de 30, com uma série de processos e expurgos que eliminaram centenas de milhares de pessoas, inclusive a quase
totalidade dos velhos companheiros de Lenin.2 3 4 No plano administrativo, os programas lançados por Stalin, em
particular, a industrialização em ritmo acelerado da URSS e a coletivização forçada da terra produziram uma reação
por parte dos camponeses5e mesmo de setores da classe operaria e do Partido Comunista, à qual os stalinistas
responderam com o mais implacável terror de massa.6 Os campos de concentração se encheram de trabalhadores
e,7 8 no fim do processo, uma nova burocracia privilegiada se assenhorou definitivamente do país.9 10 Mas Stalin fez a
União Soviética crescer significativamente, assumindo o caráter de superpotência no mundo e criando um império
proporcional ao Antigo Império Russo. A partir de 1928, impôs uma industrialização intensiva e a coletivização da
agricultura, o que gerou uma reorganização social.11
Sovietcentrismo X Policentrismo
Depois da morte de Stalin, em 1953, as contradições do comunismo se alastraram. Houve uma tentativa de
liberalização do regime no interior da União Soviética, liderada por Kruschev, que governou de 1958 a 1964, mas
quando essa tendência alcançou os seus países-satélites, ou foi brutalmente reprimida, como na Hungria, em 1956, e
na Checoslováquia, em 1968, ou provocou divisões irremediáveis no mundo comunista, como a ruptura da China e,
em menor escala, a temporária rebeldia cubana. Os cubanos voltariam a se alinhar com a URSS. Mas a ruptura com
os chineses se acentuaria. Por outro lado, os partidos comunistas europeus, sobretudo o italiano e o espanhol,
tenderam a se separar tanto da URSS quanto da China, procurando um eurocomunismo, semelhante à
tradicional social-democracia europeia.
Revolução Russa de 1917
Revolução Espartaquista Alemã - (1918 - 1919)
República conselhista da Baviera - (1918 - 1919)
República conselhista Húngara - (1918 - 1919)
Revolução Espanhola - (1936 - 1939)
Revolução Chinesa - (1949)
Revolução Húngara de 1956
Resistência Francesa - (1941 - 1944)
Guerra do Vietnã - (1957 - 1975)
Intentona Comunista - (1935)
Guerra dos CamponesesHolodomor
Diggers
Socialismo
Karl Marx
Friedrich Engels
Karl Kautsky
Leninismo
Nacional-Comunismo