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“Atualmente, a ordem – o que eles entendem por ordem – são os nove décimos da
humanidade trabalhando para procurar o luxo, os gozos, a satisfação das paixões mais
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execráveis, para um punhado de mandriões. A ordem é a privação para estes nove décimos,
de tudo que é a condição necessária de uma vida higiênica, de um desenvolvimento das
faculdades intelectuais. Reduzir nove décimos da humanidade a um estado de bestas de
carga, vivendo dia a dia, sem nunca se atrever a pensar nos gozos dados ao homem pelo
estudo das ciências, pela criação artística – eis a ordem. A ordem é a fome e a miséria
tornadas em estado normal da sociedade. A ordem é a mulher que se vende para dar
alimento aos filhos, é a criança reduzida a ser encerrada numa fábrica, ou a morrer de
inanição, é o operário reduzido ao estado de máquina”
Piotr Kropotkin, Palavras De Um Revoltado, 1885.
2.B. Exemplos
1 “A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe,
jamais alcançarei. Então, para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Eduardo Galeano
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● Saint Simon: sociedade estável, única, integrada, sem ociosos ou intrigas entre as
classes. Sociedade seria governada por sábios e artistas, capazes de uma administração
justa e igualitária. A ciência poderia desempenhar a mesma função de conservação social
que a religião tivera no período feudal. Os cientistas, assim, assumiriam a função do clero.
● Charles Fourier (cunhou o termo “feminismo”): falanstérios, fazendas
agroindustriais autossuficientes, pautada pela organização coletivista e liberdade sexual.
● Robert Owen: fábricas na Escócia, ele instaurou uma administração em conjunto
com os trabalhadores, reduziu para dez horas a jornada de trabalho, instituiu um fundo de
pensão para os trabalhadores, criou para eles hospitais, escolas, creches e centros de lazer.
● Papa Leão XIII: Bula Rerum Novarum (“Das coisas novas”), de 1891, apelou para o
espírito cristão dos capitalistas, intimando-os a tratar bem seus operários. A conciliação
entre patrões e operários seria a condição para a construção de uma sociedade harmônica.
2 Observação: É errôneo falar que Marx acreditava numa “Teleologia”: para muitos, Marx acreditava que a história teria um “sentido específico” (a
Teleologia), regido por “leis determinadas”. Apesar de caracterizar esses princípios gerais do capitalismo e sua superação, Marx sempre aceitou o acidental e o
imponderável. Para saber isso, basta ler o 18 Brumário de Luís Bonaparte, e ver como trabalha o Marx historiador. Vale ler também uma de suas cartas de 1877, na
qual ele nega “qualquer teoria histórico-filosófica da marché-generale imposta pelo destino a todos os povos.” Se, em cartas escritas quando Marx era mais jovem, ele
chegou a falar que a Revolução ocorreria nos países mais industrializados, no texto A luta de classes na Rússia, escritos por Marx e Engels entre 1875 e 1894, eles
analisam as condições desse país como aquelas que engendrarão a Revolução Socialista.
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sociedade; ela existe para vocês exatamente porque para nove décimos ela não existe.
Vocês nos acusam de querer suprimir a propriedade cuja premissa é privar de propriedade a
imensa maioria da sociedade. Vocês nos acusam, em resumo, de querer acabar com a sua
propriedade. De fato, é isso que queremos.”
Manifesto Comunista