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Teologia Sistemática II - 1

Aspectos introdutórios e definições

1) Evolução histórica do ocidente.


- Origem do ocidente: Filosofia Grega, Direito Romano, Moral Cristã. Oficialmente começa no
século V com a queda de Roma.

- Feudalismo, Mercantilismo, Metalismo, Capitalismo, Revolução Industrial, Tecnologia,


consumismo (obsolescência programada).

2) Revoluções, Urbanização e Democratização.

3) O surgimento da sociologia e seu contexto.


a) Definição: estudo da sociedade, padrões de relações sociais, interação social e cultura da vida
cotidiana.

O pensamento sociológico clássico.

1) Émile Durkheim.
- Chamado de Pai da Sociologia

- Escreve As Regras do Método Sociológico – Define o Fato social: “consistem em modos de agir,
pensar e sentir externos ao indivíduo, que são investidos com um poder coercivo capaz de exercer
um controle sobre ele” – Ex.: Espiral do Silêncio.

- Fato social: É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o
indivíduo uma coação exterior. Que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo
tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais

- Características do fato social: generalidade, externalidade e coercitividade.

- As instituições que compõe a sociologia: Moralidade, Direito e Religião, são frutos da História –
Assim, pode ser percebida, manipulada e construída intencionalmente. (Dar exemplo do Islã).

-Fatores que alteram a consciência coletiva de uma sociedade:

a) Demografia
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b) Tecnologia

c) Transporte

d) Comunicação

- Teoria da Religião: “A religião é um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas


sagradas, isto é, separadas, proibidas, crenças e práticas que unem, numa mesma comunidade
moral chamada Igreja, todos aqueles que aderem.” Não usava a palavra Deus, mas Sagrado
Objeto, para definir o centro da Religião.

- Religião é uma característica da condição humana. Se o homem está em grupo, ele vai formar
uma religião.

- Estudando o aumento do índice de suicídio, concluiu que “a religião cristã não mais sustentava a
sociedade ocidental formalmente e que a vida moderna estava muito além da doutrina do
cristianismo. Assim, normas morais cristãs passaram a não mais fazer sentido, levando a uma crise
de moralidade e a um estado de desagregação.”

- A morte de velhos deuses traria um novo formato religioso que mudaria o mundo ocidental.

2) Karl Marx.

- Influenciado por uma doutrina chamada à época de “socialismo utópico” que preconizava que: (1)
a base determinante do comportamento humano residia na esfera moral/ideologia e (2) o
desenvolvimento das civilizações ocidentais estava a permitir uma nova era onde iria imperar a
harmonia social.

- Estabelece a “dialética marxista” que explica que as relações humanas são fruto de predominância
da materialidade sobre a ideia, ou seja, primeiro algo existe, depois se elabora o conceito sobre.

- O trabalho é a atividade fundante da humanidade, que se desenvolve socialmente, já que o ser


humano é um ser social.

- Sendo os homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas relações sociais
fundam todo processo de formação da humanidade.

- A alienação do trabalho é a alienação fundante das demais. E com esta base filosófica é que Marx
compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real influenciado cada dia mais a
ciência por sua consistência.

- Marx explicava a história humana a partir da economia, em contraposição às ideias clássicas de que
a formação humana derivava de crenças morais.
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- Classes sociais: Marx divide a sociedade entre os que detém os meios de produção (classe
dominante) e os que não detém (classe dominada). Para ele, o Estado surge para manter o interesse
da classe dominante.

- As infraestruturas políticas, econômicas, culturais e religiosas seriam criadas para manter a


dominação da classe dominante.

- Para Marx a crítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as concepções
religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências de seus atos (dominante) e
entorpecer o pobre para que não se revolte (dominado).

- “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o
espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.”

- Marx considerava que toda revolução é necessariamente violenta, ainda que isso dependa, em
maior ou menor grau, da constrição ou abertura do Estado. A necessidade de violência se justifica
porque o Estado tenderia sempre a empregar a coerção para salvaguardar a manutenção da ordem
sobre a qual repousa seu poder político, logo, a insurreição não tem outra possibilidade de se realizar
senão atuando também violentamente.

- Marx não entende revolução enquanto algo como reconstruir a sociedade a partir de um zero
absoluto. Na Crítica ao Programa de Gotha, por exemplo, indica claramente que a instauração de
um novo regime só é possível mediada pelas instituições do regime anterior. O novo é sempre
gestado tendo o velho por ponto de partida.[65] A revolução proletária, que instauraria um novo
regime sem classes, só obteria sucesso pleno após a conclusão de um período de transição que Marx
denominou socialismo.

- O que move o mundo? Para Marx é o “Drama histórico” em oposição ao “Determinismo histórico”.
“Sendo a história uma produção humana, e sendo as ideias produto das circunstâncias em que tais
ideais brotaram, fazer história racionalmente é a grande meta.” Ou seja, o homem não reage, mas
age. Isso possibilita você direcionar as ideias para produzir as ações desejadas. Semente do
Marxismo Cultural”

- Mais-Valia (Lucro) – Para Marx, os produtos deveriam ter o seu custo real na venda, não com o
lucro agregado. Ex: se você produz 100 carros em uma fábrica por mês, o valor seria o salário, o
custo de uso das máquinas e as contas dividido por 100. O que é agregado a isso é a mais-valia, que
por ser almejada, gera exploração do pobre nas duas pontas (diminuir o salário e impede o pobre
de ter acesso ao que ele produz).

- Socialismo – Momento em que o Estado se apropriaria de todos os meios de produção e


propriedades para administrar de forma mais justa. – seria uma transição para o Comunismo – que
seria uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e
nos meios de produção. - "de cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas
necessidades".

- Marxismo, academia e cultura – Gramsci e o Marxismo Intelectual.


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- Marxismos e Covid-19 – desestruturação da sociedade como abertura para inserção ideológica.

3) Max Weber
- Ética Protestante e Espírito do Capitalismo: Weber procurou mostrar que o protestantismo de
caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um influxo direto com o conceito de vocação
profissional, base motivacional do moderno sistema econômico capitalista.

- Weber mostra a preferência educacional dos católicos por uma formação humanista (artes
liberais), enquanto os protestantes preferiam formação técnica (artes mecânicas). Diferença da
reflexão e do pragmatismo.

- O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma ética de vida, uma orientação na qual o
indivíduo vê a dedicação ao trabalho e a busca metódica da riqueza como um dever moral.

- Weber acentua claramente que o 'espírito' do capitalismo não deve ser confundido com a 'forma'
do capitalismo. Por forma, Weber entende o capitalismo enquanto sistema econômico, cujo centro
é representado pela empresa capitalista, reunião de meios de produção, trabalho organizado e
gestão racional.

- Passo seguinte, ele dedicou-se a analisar a contribuição do luteranismo. Na tradição de Martinho


Lutero, ao contrário da concepção católica, "vocação" deixa de ter o sentido de um chamado para
a vida religiosa ou sacerdotal e passa a ter o sentido do chamado de Deus para o exercício da
profissão no mundo do trabalho.

- Estratificação social. Diferente de Marx que entendia que a classe dominante criava estruturas
para impedir a ascensão da classe dominada, Weber entendia que a estratificação ocorria a partir
da dedicação do indivíduo, que se conseguisse produzir (dinheiro e prestígio social) ascenderia.

- Origem da “meritocracia”. Ex: a questão das cotas e a dívida histórica.

- Explicar aos alunos a dinâmica social no Marxismo e no Capitalismo – Progressismo x


Conservadorismo.

- Liberalismo x Social-Democracia x Socialismo.

- A continuação do estímulo da luta de classes. O Capitalismo diminuiu a pobreza e a desigualdade


social, o Marxismo precisa de “novas classes oprimidas” (homossexuais, negros, índios, latinos,
mulheres)
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Sociologia contemporânea

1) Zygmunt Bauman.

- Sociólogo Judeu-Polonês socialista, reconhecido pelo termo “modernidade líquida” – “As relações
escorrem pelos vãos dos dedos.

- Analisou o comportamento e as relações das pessoas com outras, com valores, trabalho e coisas,
concluindo que as relações são cada vez menos 1) frequentes e 2) duradouras.

- Em “Amor líquido”, pontuou que as relações amorosas deixam de ter aspecto de união e passam a
ser mero acúmulo de experiências.

- Em “Medo líquido”, define que a insegurança é parte estrutural do sujeito pós-moderno (Ex:
reações frente à pandemia).

- Em “Modernidade líquida” termo que preferia à pós-modernidade, pontua o ritmo intenso das
transformações da sociedade: facilmente adaptáveis, fáceis de serem moldadas. As formas de vida
moderna, se assemelham pela vulnerabilidade e fluidez, incapazes de manter a mesma identidade
por muito tempo, o que reforça esse estado temporário das relações sociais.

- O conceito de “moderno” envolvia encontrar a perfeição ou a completude. O “pós-moderno”


reconhece que isso não existe, focando no progresso constante sem necessidade de resultado final.

- Conexões do mundo moderno foram individualizadas: A sociedade de produção se transformou na


sociedade de consumo. Antes, propósito de vida era coletivo, em somar para construir. Agora,
propósito é individual, no prazer que se tem.

- “A ideia de progresso foi transferida da ideia de melhoria partilhada para a de sobrevivência do


indivíduo”

2) Byung-Chul Han.

- A sociedade do cansaço - Han caracteriza a sociedade atual como um cenário patológico de


distúrbios neurais, como depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno
de personalidade limítrofe e exaustão (burnout). Ele afirma que essas não são "infecções", mas
"ataques cardíacos", que não são causados por um fenômeno negativo da imunologia nas pessoas,
mas por um "excesso de positividade".

- A Agonia do Eros - ele desenvolve em sua forma discursiva usual a imagem de uma sociedade cada
vez mais dominada pelo narcisismo e pela auto-referência. O diagnóstico de Han se estende até ao
que ele chama de "perda do desejo", o desaparecimento da capacidade de se dedicar ao "outro", o
estranho, o não-eu. Nós giramos em torno de nós mesmos, restringimos a nós mesmos, incapazes
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de construir relacionamentos com os outros. Até o amor e a sexualidade permeiam essa mudança:
socialmente, sexo, pornografia e exibicionismo estão substituindo o amor, o erotismo e o desejo aos
olhos do público.

- A sociedade do trabalho e do desempenho: Aqui aborda-se a crítica a generalização das pressões


sobre o indivíduo, a quem é exigida uma atividade constante e ele exige, uma obrigação que acaba
por mergulhá-lo na depressão. A sociedade que acolhe o ser humano deixa de existir e se torna uma
sociedade de obrigação. A seguinte citação de seu trabalho Psicopolítica: Neoliberalismo e novas
técnicas de poder exemplifica muito bem seu pensamento:

"Quem falha na sociedade neoliberal de desempenho se responsabiliza e envergonha, em vez de


questionar a sociedade ou o sistema. Essa é a inteligência especial do regime neoliberal. (...) No
regime neoliberal de auto-exploração, a pessoa dirige a agressão a si mesma. Essa auto-
agressividade não torna o explorado revolucionário, mas depressivo.”

Sociologia e a Missão

a) Desenvolvimento social – Da era clássica à pós-modernidade.


1) Do paganismo ao Cristianismo;
2) Do Cristianismo ao Iluminismo;
3) Do Iluminismo à era Moderna;
4) Da Modernidade à pós-modernidade.
b) Cosmovisão do Homem Urbano.
c) Contextualização na plantação e revitalização de igrejas.

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