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Apontamentos de Introdução às ciências Sociais-

ORIGENS- EMERGÊNCIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO

Auguste Comte
O que podemos dizer de Auguste Comte?

Auguste Comte nasceu em Montpelier em 1978. Teve uma educação católica e monárquica
mas afastou-se da sua formação tradicional tendo-se tornado agnóstico e republicano.

Foi ele que fundou o positivismo na filosofia e nas ciências sociais, particularmente na
sociologia. Foi ele também quem utilizou pela primeira vez a designação de sociologia para
referir a análise positiva dos fenómenos sociais e políticos que, ele julgava, estarem sujeitos às
leis naturais.

As contribuições de Comte para a Sociologia atual possuem uma importância desigual.

Comte ao ter definido o termo “positivismo” quis, sobretudo, significar os princípios


epistemológicos e metodológicos próprios da atividade científica. Segundo ele, o modelo do
pensamento científico conhecia características próprias, que passavam pela observação
sistemática e pela verificabilidade das afirmações. A ciência “positiva” diferenciava-se, assim,
do pensamento especulativo, filosófico, religioso ou político, caracterizados por serem
frequentemente “críticos” ou “negativos”. Neste sentido, Comte quis retirar o pensamento
social e a sociologia do seio da filosofia e da crítica política.

Comte e a sua teoria filosófica vai ao encontro das seguintes ideias:

1. A ciência não é fonte de dogmas. Comte procura verdades definitivas, que não voltem a ser
questionadas. Tem a convicção de que o homem é feito, não para duvidar, mas para crer. As
leis estabelecidas pelos sábios (para ele comparáveis a dogmas) devem ser aceites de uma vez
por todas e não perpetuamente postas em questão.

2. Augusto Comte pensa que o conteúdo essencial da verdade científica é representado por
aquilo a que chama leis. A ciência, segundo ele, não é a busca de uma explicação última, não
pretende atingir as causas. Limita-se a constatar a ordem que reina no mundo. A ciência é,
desta maneira, duplamente paradigmática. É o princípio de onde se extraem “receitas”
técnicas como outras tantas consequências inelutáveis, têm um valor educativo em relação à
nossa inteligência, ou melhor, à nossa consciência. Esta conceção de ciência conduz,
logicamente, no sentido da sociologia e da moral, como no sentido do culminar e da realização
plena da sua intenção imanente.

3. Quando Comte tenta reunir os resultados e os métodos das ciências, crê descobrir, uma
estrutura do real, essencial para a compreensão do homem por si próprio e das sociedades
pelos sociólogos, uma estrutura hierárquica dos seres, segundo a qual cada espécie de ser está
submetida a leis. Há, segundo ele, na natureza uma hierarquia de fenómenos, dos mais
simples aos mais complexos. A ideia mestra desta interpretação do mundo é que o inferior
condiciona o superior, mas não o determina.

4. As ciências, que são a expressão e o desabrochar do espírito positivo e devem fornecer os


dogmas da sociedade moderna, não deixam de ser rondadas por um perigo iminente, ligado à
sua natureza, o da dispersão na análise.
O que podemos dizer do método positivo e a lei dos três Estados de Auguste Comte?

Comte fez da sua lei de três estados o próprio centro da sua sociologia. Segundo o sociólogo, o
pensamento humano passa por três fases ou estados, isto é:

 o estado teológico (ou fictício)- este consiste num espírito humano que explica os
fenómenos atribuindo-os a seres sobrenaturais. O pensamento é, então, baseado em
especulações. Segundo Comte, o sentido especulativo não é inteiramente desprezável:
existe uma necessidade histórica no seu desenvolvimento, pois é nele que se começa a
desenhar o esforço de desenvolver as futuras “teorias”. O estado teológico tem uma
evolução própria, caminhando do feticismo para o politeísmo e, daqui, para o
monoteísmo, fase mais avançada da evolução.

 O estado metafísico (ou abstrato)- não é mais que uma simples modificação geral da
primeira fase. Os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas (como a
Natureza), verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos
seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por si próprias todos os
fenómenos observados, cuja explicação consiste, então, em assimilar para cada um a
entidade correspondente.

 O estado positivo- o espírito humano reconhece a impossibilidade de obter noções


absolutas, recusando a procura da origem e do destino do Universo e a conhecer as
causa intimas dos fenómenos, pela utilização do raciocínio e da observação. As leis
efetivas significam as relações invariáveis de sucessão e de semelhança. A explicação
dos factos, é doravante ligação estabelecida entre os diversos fenómenos particulares
e alguns factos gerais, de que os progressos da ciência tendem cada vez mais a
diminuir o número.

Segundo Comte, as características do método positivo são as seguintes:

Subordinação constante da imaginação à observação.


Relatividade do espírito positivo: não é possível encontrar o conhecimento “absoluto”
dos fenómenos.
Capacidade de “previsão racional” através de leis positivas: dada a invariabilidade das
leis naturais, é desnecessário acumular factos e observações.
Dogma da invariabilidade das leis naturais: o que só é comprovado pela consistência
das observações científicas.

Karl Marx
O que podemos dizer deste teórico?

Marx concebeu o homem como um ser necessariamente produtivo. Esta necessidade


derivaria da própria lógica da sobrevivência. Este impulso para o trabalho é eminentemente
social pois o homem é por natureza um ser social.

Segundo ele, este processo produtivo foi subvertido ao longo da história e culminou no
sistema capitalista, que constitui uma destruição das relações produtivas comunitárias naturais
e conduziu à alienação do trabalho de uns em favor de outros.
 Existência material

As relações jurídicas, não se podem explicar nem por si sós, nem pela pretensa evolução geral
do espírito humano. Pelo contrário, as relações jurídicas têm as suas raízes nas condições
materiais que Hegel inclui no seu conjunto sob o nome de “sociedade civil”.

Os homens, na produção social da sua própria existência, estabelecem relações determinadas,


nomeadamente, relações de produção independentes da sua vontade. Essas relações de
produção correspondem a um grau determinado do desenvolvimento das forças produtivas
materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura económica da
sociedade, o alicerce real sobre o qual se levanta uma superstrutura jurídica e política, que
corresponde a determinadas formas de consciência social (formas ideológicas - jurídicas,
politicas, religiosas, artísticas ou filosóficas).

O modo de produção da vida material domina, em geral, o desenvolvimento da vida social,


politica e intelectual. Segundo o autor, numa determinada fase do desenvolvimento, as forças
produtivas entram em contradição com as relações de produção, o que vai levar a uma época
de revoluções e lutas sociais. Marx identifica quatro grandes modos de produção, os asiáticos,
os antigos, os feudais e os burgueses modernos, e prevê que a superação do último deles se
dará através da revolução social comandada pelo proletariado que acabará, após uma fase
transitória (a ditadura do proletariado) com a propriedade privada e com as classes sociais.

 materialismo histórico

A posição de Marx acerca da sociedade é demarcada pela singular importância atribuída à


problemática das classes sociais. Para ele o traço essencial caracterizador da sociedade
contemporânea é o capitalismo. Este que é marcado por haver detentores dos meios de
produção e proletários, trabalhadores produtivos assalariados. A lógica da produção capitalista
deverá, de acordo com Marx, levar a uma autodestruição, uma vez que a acumulação
anárquica do capital levará a sucessivas crises de sobreprodução. E neste sentido, o
capitalismo tornar-se-á um obstáculo ao desenvolvimento das forças produtivas e deverá, por
isso, ser historicamente superado. Estes processos económicos serão, naturalmente,
acompanhados de um agravamento tendencial das lutas de classe entre capitalistas e
proletários. Essas lutas terminarão apenas com a vitória dos proletários. Tal só é possível com
o desaparecimento da propriedade privada dos meios de produção e a reorganização planeada
e consciente da produção pelo conjunto da sociedade, isto é, por processos políticos. Na
sociedade terão, entretanto, deixado de existir classes diferenciadas. Trata-se, resumindo, da
substituição do capitalismo pelo socialismo. Começa, então, uma era de revolução social. A
tese central de Marx é a necessidade de superação do Estado como mediatização da vida
social oposta a esta. Para ele, a sociedade existe como sociedade civil, ou seja um sociedade
separada do Estado e submetida a este, na medida em que se encontra, por assim dizer,
separada de si própria. A sua reivindicação política central é a dos direitos políticos plenos,
nomeadamente o sufrágio universal e a república democrática unitária. É por isso que o seu
ideário politico é o de uma republica democrática, de que assume conscientemente a
característica de uma ditadura da maioria (o proletariado), e que concebe para a abolição da
propriedade privada dos meios de produção e a reorganização radical da sociedade em moldes
tais, com o sentido de o Estado desaparecer, uma vez que este foi sempre o instrumento de
dominação de uma classe sobre outras, fosse ela uma dominação material, física como uma
dominação espiritual.

 Classes sociais

Os pensamentos da classe dominante são, também, em todas as épocas, os pensamentos


dominantes, ou seja, a classe que tem o poder material dominante numa dada sociedade é
também a potência dominante espiritual.

A classe que dispõe dos meios de produção material dispõe igualmente dos meios de
produção intelectual, de tal modo que o pensamento daqueles a quem são recusados os meios
de produção intelectual está submetido igualmente à classe dominante. Numa classe
dominante podemos chegar a encontrar categorias diferentes de indivíduos. Uns serão os
pensadores da classe (os ideólogos ativos) e os outros que têm uma atitude mais passiva e
mais recetiva face a esses pensamentos e a essas ilusões, porque são, na realidade, os
membros ativos da classe e dispõe de menos tempo para produzirem ilusões e ideias sobre as
suas próprias pessoas. No seio da classe, esta cisão só pode dar origem a uma certa oposição e
a uma certa hostilidade entre as duas partes em presença. A existência de ideias
revolucionárias numa época determinada pressupõe já a existência de uma classe
revolucionária que traduz a diferença de categorias dentro da classe dominante e a
consequente hostilidade entre as partes coexistentes.

Émile Durkheim
O que podemos dizer deste teórico?

Durkheim é visto como um herdeiro intelectual de Comte. O teórico Durkheim considerou


como tarefa principal da sociologia o estudo dos factos sociais, estes que por sua vez, são
distintos dos factos individuais.

O pensamento Durkheimiano é um pensamento multifacetado, nesse sentido ele tem uma


certa tendência para dicotomias, isto é, para “oposições binárias” que se estruturam como
principais conceitos do autor, ou seja, consciência coletiva, representações coletivas e factos
sociais.

Durkheim entendia a ciência como um conjunto definitivo de proposições sobre a realidade,


Durkheim, entendia a ciência, como um projeto inacabado. Importante referir, e neste
sentido, que Durkheim apresenta uma definição para a sociologia- os factos sociais. E ainda
enuncia:

 vários tipos de regras relativas à observação;


 distinção entre fenómenos ditos normais e patológicos;
 constituição de tipos sociais;
 explicação
 utilização da prova;

O que podemos dizer dos factos sociais?


Factos sociais são as “maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a notável
propriedade de existir fora das consciências individuais” (Durkheim, 1980).

São dotados de um poder imperativo e coercivo em virtude do qual se lhe impõem (ao
individuo), quer queira quer não. E neste sentido, a exterioridade e o poder coercivo são, para
o autor, os elementos definidores dos factos sociais. Uma vez que são “representações e
ações”, e estas não se confundem com os “fenómenos orgânicos” (estudados pela biologia) e
sendo exteriores ao individuo , os factos socias distinguem-se dos fenómenos psíquicos
(estudados pela psicologia), que só têm existência na e pela “consciência individual”.

No entanto, o facto social também pode ser definido pela difusão que tem no interior de um
grupo, isto é, pela sua generalidade, na condição de se recordar que os fenómenos sociais são
gerais porque são coletivos. Para o autor os factos sociais impõem-se ao indivíduo do exterior
graças à autoridade moral de que se revestem.

Durkheim afirma que o homem é caracterizado por uma dualidade constitucional, ou seja, se
por um lado, é um ser individual uma vez que detêm consciência individual, por outro lado
também é um ser social, pois detêm consciência coletiva. Desta forma, o homem detêm uma
dupla existência, uma puramente individual, que tem as suas raízes no nosso organismo, e
outra, social, que não é mais do que o prolongamento da sociedade.

O que podemos dizer do método sociológico?

Este é constituído por duas fases, isto é, pela observação e pela explicação, pela prova.

 OBSERVAÇÃO

Com base na definição de facto social, Durkheim propôs algumas regras para a observação
sociológica. A regra principal consiste em “considerar os factos sociais como coisas”. A
justificação desta regra apoia-se em dois argumentos:

1. Eles são os únicos dados de que o sociólogo dispõe (que se


oferecem à sua observação)
2. Têm as características da coisa, isto é, são exteriores aos
indivíduos e independentes da sua vontade, são portanto
objetivos.

Uma outra regra que ele nos dá, é que nunca devemos tomar como objeto de investigação
senão um grupo de fenómenos previamente definidos por certas características exteriores que
lhes sejam comuns, e incluir na mesma investigação todos os que correspondem a esta
definição. Isto significa que é fundamental identificar de forma objetiva os fenómenos a
estudar, o que só acontece se nos concentrarmos apenas naquilo que neles é visível, deixando
de lado qualquer intuição.

O autor entende que os conceitos, as definições científicas, partem sempre da sensação,


dependem dos dados sensíveis disponíveis. Contudo, imaginando que a sensação poderia abrir
o caminho à subjetividade, o autor considerou necessária a introdução de uma outra regra,
que indica que quando o sociólogo empreende a exploração de uma qualquer ordem de factos
sociais, deve esforçar-se por consideralos sob um ângulo em que eles se apresentem isolados
das suas manifestações individuais. E neste sentido as estatísticas, tornam-se fundamentais,
uma vez que vão permitir isolar esses factos sociais das suas manifestações individuais. Essa
capacidade que atribui aos números estatísticos resulta do facto de estes incluírem de forma
indistinta todos os casos particulares e de o autor acreditar que, por isso mesmo, as
circunstâncias individuais que podem ter influência na produção do fenómeno se neutralizam
mutuamente e, por conseguinte, não contribuem para o determinar.

 EXPLICAÇÃO E PROVA

Durkheim desenvolve uma argumentação que se apoia na critica de todas as conceções que
fundam a explicação sociológica na ideia de finalidade ou utilidade dos fenómenos.

Em sua opinião, as causas e os fins de um fenómeno são independentes, daí que quando
tentamos explicar um fenómeno social, devemos investigar separadamente a causa que o
produz e a função que ele desempenha. Neste sentido, o autor pensa garantir a objetividade
da análise funcional, a qual não é, para si, menos importante do que a análise causal no que
respeita à explicação.

A análise funcional, deve vir sempre em segundo lugar pela razão lógica de a causa anteceder
o efeito. De acordo com o autor, a causa determinante de um facto social deve ser procurada
entre os factos sociais antecedentes e não nos estados da consciência individual. Isto significa
que um facto social só pode ser explicado por outro facto da mesma natureza.

O autor vem a acrescentar a esta regra um enunciado complementar, em que, a função de um


facto social deve ser sempre procurada na relação existente entre ele e um determinado fim
social, uma vez que este fim social (função) consiste apenas na produção de efeitos
socialmente úteis, a questão psicológica estará, assim, definitivamente afastada. Por último, o
autor avança um conjunto de princípios relativos ao que designa de utilização da prova. Indica,
em primeiro lugar, que para provar a existência de uma relação de causalidade entre dois
fenómenos, se impõe comparar os casos (método comparativo) em que estão
simultaneamente presentes ou ausentes, e procurar saber se as variações por eles
apresentadas nessas diferentes combinações de circunstâncias testemunham que um depende
do outro. Neste método, o autor distingue diversas variantes, de entre as quais, elege o
método das variações concomitantes, o qual consiste na observação das variações regulares e
concomitantes de dois fenómenos, ou seja, na verificação da existência ou não de uma relação
regular entre eles. A utilização deste método funda-se no princípio de que a um mesmo efeito
corresponde sempre uma mesma causa.

Em suma, com Durkheim a sociologia adquiriu o seu estatuto científico e tornou-se uma
disciplina autónoma, com teorias e métodos próprios.

IV.4. Max Weber

O que podemos dizer deste teórico?

Weber considerou a teoria marxista demasiado simplista e demasiado economicista. E neste


sentido, Recusa- se aceitar os ideais de Marx. Ou seja, ideais estes que iam ao encontro de um
mundo material que tinha surgido a partir do capitalismo.

Weber considerou o mundo das ideias como sendo autónomo em relação à economia e
capazes de a afetar de forma decisiva.
E neste sentido Weber, escreveu uma tese que se tornou central no pensamento sociológico, a
ética protestante e o espírito do capitalismo (1905). A sociologia compreensiva, O método
compreensivo de Weber só pode ser compreendido se olharmos para um quadro da polémica
metodológica entre a compreensão e a explicação.

Desta forma, A sociologia de Weber visa a compreensão interpretativa da ação social e os


sentidos dessa ação, sendo que cada ator confere sentido às suas ações.

O que podemos dizer de uma sociologia compreensiva?

A sociologia compreensiva, é uma ciência que pretende entender e interpretar o conceito:


ação social, de forma a explicar-se, de uma forma casual, o desenvolvimento dos seus efeitos.

O termo “ação” deve ser entendido como uma conduta humana o sujeito ou os sujeitos da
ação lhe deem um sentido subjetivo. Já a “ação social” é uma ação onde o sentido pensado
pelo seu sujeito ou sujeitos está referido à conduta de outros, orientando-se por esta no seu
desenvolvimento. Esta conceção de compreensão que é usada por Weber deriva de um campo
disciplinar chamado Hermenêutica. A Hermenêutica é uma abordagem particular que permite
a interpretação e compreensão de textos escritos, tendo como objetivo perceber o raciocínio
do autor e a estrutura básica do texto.

Para Weber, a sociologia resulta de um esforço sistemático e rigoroso para melhor


compreender a realidade social. Por outro lado, a lógica da ação social não resulta de uma
atribuição de sentido produzida pelo observador em relação ao observado mas sim de uma
compreensão do sentido da conduta elaborado pelo protagonista da ação.

Segundo o autor, o sentido e o significado das coisas só surgem pela ação social, isto é, quando
um sujeito confere um sentido subjetivo ao comportamento. O “sentido” deve ser lido como o
sentido pensado e subjetivo dos sujeitos da ação, existente quer num caso historicamente
dado. A sociologia, para Weber, não é uma ciência de reações ela é uma ciência das ações
intencionais, em que estas são baseadas em motivos ou em sentimentos.

A sociologia visa uma compreensão interpretativa da ação social, de forma a ter um síntese
entre uma variante hermenêutica e uma dimensão mais positiva. O sociólogo deve interpretar
o sentido da ação social com o mesmo rigor que está presente nas ciências naturais. Ou seja, O
conhecimento objetivo e a certeza constituem, segundo Weber, os alvos da sociologia, ainda
que a natureza da realidade impeça que se atingir o desejado.

O que podemos dizer relativamente à construção de tipos ideais?

O tipo ideal é como um segundo momento de seleção necessário para a abordagem do real,
segundo um ponto de vista dado, e uma relação com os valores.

Se a relação com os valores permite a seleção temática, o tipo ideal confere à investigação o
rigor necessário. O tipo ideal não resume os traços comuns. Daí que Weber defina tipo ideal
como uma utopia, ou seja, como algo que só raramente pode ser encontrado na realidade tal
como foi definido pelo investigador. Os tipos ideais têm que ser usados em combinações, uma
vez que o mundo é uma mistura de vários tipos.

O tipo ideal é sinónimo de conceito-limite puramente ideal, em função do qual se mede a


realidade a fim de se esclarecer o conteúdo empírico de alguns dos seus elementos
importantes e com o qual esta é comparada.
Ele não representa uma verdade autêntica. Muito pelo contrário ele afasta-se da realidade
para melhor a dominar. Por outro lado, temos que ter o cuidado de perceber que o termo
ideal não tem qualquer conotação ética ou moral, isto é, não implica nenhum dever, nem se
assume como algo de exemplar. Não se pode, pois, confundir tipo ideal com um modelo
axiológico. A sua natureza é lógica e não moral, excluindo mesmo todas as formas avaliativas.
Trata-se de uma prática experimental criada voluntária e arbitrariamente pelo investigador,
que pode rapidamente ser abandonada se os resultados não forem os esperados. O critério de
avaliação não é dado pela dicotomia verdadeiro-falso, mas pela comparação entre útil e inútil.
Assim, ele não é uma descrição da realidade, mas uma construção mental que incorpora as
propriedades essenciais e não as médias de um fenómeno particular.

O que podemos dizer da Significação e possibilidades objetivas?

Para Weber, a explicação causal de um fenómeno cultural ou de uma individualidade


histórica, isto é, o conhecimento das leis da causalidade, não deverá ser visto como o objetivo
mas apenas como o meio para o estudo de um dado fenómeno social. A causalidade é definida
de modo probabilístico, não bastando procurar analogias, repetições e termos constantes para
encontrar uma relação causal. O investigador deve procurar as razões e os sentidos das
transformações sociais. Tudo o que é produzido, produz por sua vez uma ação. Aquilo que, sob
um ponto de vista, é tido como uma causa, pode, noutra situação, ser visto como um efeito.

Estreitamente ligados a esta questão surgem os conceitos como:

 possibilidade objetiva- imaginação de um conjunto de consequências esperadas que


resultam do conhecimento de que o investigador dispõe dos dados. A possibilidade é
objetiva porque se baseia no nosso saber das condições existentes e no nosso
conhecimento apoiado em regras de experiência. Não há nada de arbitrário, mas sim
uma argumentação racional apoiada em elementos conhecidos.

 causa adequada, ou seja aquilo que significa- o sociólogo limita-se a emitir afirmações
probabilísticas sobre as relações entre fenómenos sociais (por exemplo: se ocorrer
uma revolução é provável que ocorra violência)..

Tanto um conceito como outro servem para explicar que um facto singular tem de ser
enquadrado numa constelação de fenómenos. Mas, nesta constelação, nem todos os
acontecimentos têm o mesmo peso e importância, tornando-se necessário que o investigador
proceda a uma seleção.

Convém, no entanto, salientar que a possibilidade objetiva é uma mera possibilidade, nada
tendo de imperativo ou necessário. Poder-se-ia dar o caso de a evolução ser outra. Quando a
possibilidade que resulta desta construção, que é objetivamente possível, é muito grande, ou
quase inevitável, Weber utiliza a expressão causalidade adequada. No caso de ser pequena,
falar-se-á de causalidade acidental.

Os esquemas weberianos pressupõem um modelo de multicausalidade. Weber não defende


nem relações necessárias, nem inevitabilidades quando analisa constelações de fenómenos
sociais.
Estrutural funcionalismo-parsons – enquadrar o autor à teoria a que pertence, principal
autores do estrutural funcionalismo, pois alem de tentar perceber a importância da estrutura
social, introduziu o conceito das estrutura da própria função, ou seja, de que forma qualquer
fenómeno social, deve cumprir e respeitar para conseguir responder às necessidades dos
indivíduos.

A partir daqui dedicam-se à teoria de PARSONS. Pergunta do autor, De que forma as


sociedades mantêm-se coesas?, a grande pergunta da teoria do mesmo.

Descrever o sistema cultural e social. Descrever de que forma era importante compreender a
estrutura social, mas também os valores e a cultura de cada sociedade. Sociedade é um
sistema vivo. Parsons defende que a sociedade é autossuficiente, OU SEJA, Parsons compara a
um organismo vivo, ou seja, todas as partes tinham de estar interligadas e eram
interdependentes.

Depois de isto, temos de explicar que acima de tudo, uma sociedade para se manter em
equilíbrio , tinha de garantir a satisfação dos quatro imperativos funcionais. Que são o
esquema AGIL.

Adaptação ao meio- qualquer sociedade deve conseguir usar os recursos do meio ambiente
onde vive e adaptar-se aos mesmos.

Realização de objetivos- qualquer sociedade tem de permitir os recursos para que todos os
seus indivíduos, alcancem os seus objetivos.

Integração dos atos- a vivencia em sociedade exige a existência de regras e normas que
limitem o comportamentos dos indivíduos.

Manutenção dos modelos latentes- com a definição das regras a sociedade consegue
padronizar os comportamentos dos indivíduos.

Para concluir temos de responder à pergunta inicial, ou seja , alem do cumprimento dos
imperativos funcionais, as sociedades serão ainda mais coesas, se tiverem valores fortes, e
aceites por todos os indivíduos.

Para finalizar, Parsons defende a importância do processo de socialização, ou seja, ele


considera, que sempre que seja verificado um comportamento desviante isso significa que a
socialização não foi bem feita. Pelo que, esse individuo deve ser ressocializado.

(não temos de estudar as criticas)

~
Na teoria funcionalista

explicar as ideias principais do interacionismo. única teoria que defende que o foco de
investigação não está na sociedade mas sim nos indivíduos, e por essa razão, nos devíamos
procurar perceber as especificidades que cada individuo da ao comportamentos que tem.

A segunda grande ideia é tentar perceber porque é que os indivíduos interagem e de que
forma satisfazem as suas necessidades.

Principal ideia de Mead, para este, os indivíduos interagem tendo em conta o comportamento
dos outros, sendo apenas uma reação natural a esse comportamento. Esta analise da
personalidade dos indivíduos vai ser aprofundada, por BLUMEr, que apresenta um conceito de
interacionismo simbólico que os indivíduos tem um conjunto de símbolos através dos quais,
interagem e desempenham papeis na sociedade, de todos os símbolos existentes, a linguagem
é a mais importante porque obriga, à partilha de significados.

Estes dois primeiros autores, caracterizam ainda o individuo em duas parte, a primeira é o eu
( que é, o individuo na sua plenitude sem qualquer filtro social) e o mim que é o individuo na
sua interação com os outros. De acordo que aquilo que considera é esperado do seu
comportamento social

O terceiro autor da teoria Erik Goffmam. Goffman defende que a interação é semelhante a um
teatro onde cada individuo desempenha vários papeis ao longo da sua vida. Por isso o mais
importante é preciso compreender de que forma os indivíduos interagem na vida publica.
Assumindo as funções que lhes são entregues.

Goffman afirma que o individuo se divide na região da frente (corresponde ao eu) e na região
da retaguarda (que corresponde ao mim). Independentemente do momento do espaço da
ação é realizada, os indivíduos interagem, de acordo com a identidade social.

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