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Movimento feminista:

Uma luta pela igualdade


Origem e História do Dia da Mulher
Não há um evento específico que explique sua origem: a data nasceu de um conjunto de movimentos no final do
século 19 e começo do século 20 contra as péssimas condições de trabalho às quais as trabalhadoras eram
submetidas. Há quatro marcos históricos que foram decisivos para a criação da data

Alemã Clara Zetkin propõe a criação de um dia


das mulheres (1910): A proposição da data veio
em 1910, na Segunda Conferência Internacional
das Mulheres Socialistas, e foi feita pela
professora e jornalista alemã Clara Zetkin.

Mulheres protestam nas ruas de Nova York (1909):


Em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York, 15 mil
mulheres que viviam em condições insalubres
saíram às ruas reivindicando melhores condições
de trabalho.
Incêndio em fábrica de Nova York (1911): O incêndio Russas vão às ruas contra a guerra (1917):
deixou 146 vítimas, sendo 125 mulheres e 21 Naquele ano, aproximadamente 90 mil mulheres
homens. E com a Primeira Guerra Mundial, as russas foram às ruas com o lema “paz e pão”,
mulheres assumiram postos de trabalho antes pedindo comida para seus filhos e o retorno dos
exclusivamente masculinos pela ausência dos maridos das trincheiras. “Esta é a data mais
homens que lutavam na guerra. próxima da data comemorada hoje. No
calendário antigo russo seria 23 de fevereiro,
mas no calendário gregoriano é oito de março.”
O 8 de março, no entanto, só foi oficializado pela ONU (Organização
das Nações Unidas) mais tarde, em 1975.

O Dia da Mulher tem o objetivo de ser um momento de


reflexão das condições femininas em diversas esferas,
especialmente no trabalho. Apesar de não ter sido criado
como uma data comercial, o Dia Internacional da Mulher
foi ressignificado com o tempo como uma comemoração
da presença feminina em qualquer ambiente, assim como
acontece com o Dia das Mães ou dos Namorados
Movimento feminista: desde
o início até os dias atuais
No século 18, as mulheres realizavam
encontros e reuniões para reivindicar direitos. Sua
atuação no Ocidente foi impulsionada por ideais
Iluminista e por dois marcos: a Revolução Francesa
e a guerra de independência dos Estados Unidos.
Mulheres tiveram um papel ativo na Revolução Francesa .
Mas suas reivindicações não estavam sendo ouvidas. A
ativista francesa Olympe de Gouges publica “A declaração
dos direitos da mulher e da cidadã” em 1791. Mas foi
executada na guilhotina por fazer críticas ao poder
instituído.
Apenas um ano depois da publicação da declaração de
Olympe de Gouges, a ativista Mary Wollstonecraft lança, em
1792, seu livro “Reivindicação dos direitos das Mulheres"
A história do feminismo a partir do século 19 é
contada por meio de uma periodização em ondas.
Primeira Onda:
A primeira onda feminista teve início no final do
século XIX, e foi comandada pelas mulheres do
Reino Unido e dos Estados Unidos, se tratava de
mulheres brancas e de classe média que,
inspiradas pela Revolução Francesa, buscavam
que o conceito de liberdade, igualdade e
fraternidade fossem estendidos a elas. Entre os
direitos pelos quais elas lutavam estavam o direito
ao voto e uma relação equilibrada no casamento.
As mulheres realizaram petições, apresentando
emendas à Constituição e sendo presas por
tentarem votar.
Segunda onda do feminismo

Tem início na década de 1960 e termina nos


anos 1980. Com os direitos buscados durante a
primeira onda conquistados, as mulheres
feministas da época almejavam uma ampliação,
especialmente àqueles ligados à sexualidade.
Entre as reivindicações estavam o controle sobre a
anticoncepção, a maternidade e o aborto. Também
entravam na luta a igualdade de acessos ao
trabalho remunerado e aos estudos em
universidades, garantindo mais autonomia para a
mulher e menos submissão em relação ao homem
Terceira onda do feminismo

A terceira onda do feminismo surge a partir de


1990 e, pela primeira vez, engloba o
feminismo negro, busca combater os
preconceitos de classe e passa a considerar,
também, as mulheres trans. A feminista
Rebecca Walker foi a responsável por cunhar
o termo "terceira onda do feminismo",
lançando luz nas lutas queer e de mulheres
não-brancas, saindo da bolha de privilégios
em que estruturalmente as mulheres brancas,
cis e de classe média se encontram
historicamente
Quarta onda do feminismo

A quarta onda é também conhecida como


ciberativismo feminista e se caracteriza
pelo uso massivo das redes sociais. Ela
tem como principal ferramenta, veículo e
voz a tecnologia. Evidenciando a luta
contra o assédio e a violência sexual.
Conquistas
Direito à Educação
A educação oferecida às mulheres só ocorreu a partir do século 18,
com escolas e universidades voltadas exclusivamente para elas.
No Brasil, em 1827, teve a primeiras legislação para a educação de
mulheres, mas era discriminatória: elas não aprendiam todas as
disciplinas ensinadas aos meninos. O direito de cursar o ensino
superior foi oficialmente estendido às mulheres por uma lei de 1879.

Direitos políticos
O movimento pelo sufrágio feminino irrompeu na segunda metade do século
19, obtendo os primeiros ganhos na virada para o século 20.Após a Segunda
Guerra Mundial, elas haviam alcançado o direito ao voto em mais de cem
países, a partir de 1954, a Convenção sobre os direitos políticos das mulheres
, elaborada pelas Nações Unidas, estabeleceu que mulheres teriam o direito
de votar em todas as eleições nos mesmos termos que os homens, sem
nenhuma discriminação.
Liberdades civis
No século 19, elas começaram a conquistar direitos financeiros,
como o de herdar bens e ter controle sobre o próprio patrimônio.
A igualdade jurídica só foi formalizada no século 20. A conquista
de direitos iguais no casamento ocorreu a partir do século 19.

Direitos trabalhistas
A licença-maternidade remunerada virou lei em muitos países, junto
com a adoção de mecanismos legais que buscam impedir a
demissão durante ou logo após a gravidez, tendo sido concedida no
fim do século 19. A equiparação salarial em relação a homens que
exercem a mesma função também é legalmente reconhecida por
uma série de países desde meados do século 20.
Direitos reprodutivos
Políticas de planejamento familiar foram introduzidas no século 20 e, a partir da
década de 1960, a pílula anticoncepcional passou ser amplamente
disponibilizada para as mulheres em várias partes do mundo. Ao redor do
mundo, mulheres lutaram pelo direito ao aborto ao longo do século 20, obtendo
alguns ganhos a partir dos anos 1960 em países como os EUA e a França.
Houve também vitórias mais recentes em países como Portugal , Uruguai ,
Irlanda , Irlanda do norte , que o conquistaram nos anos 2000 e 2010.
* Brasil é um dos países a adotarem ainda hoje uma legislação restritiva ao
aborto, que só é permitido em três casos: quando a gravidez resulta de estupro,
implica risco para a vida da mãe ou se o feto é anencéfalo.

Integridade física
A criminalização e as ações de proteção às vítimas começaram a acontecer em
diferentes países na segunda metade do século 20.No Brasil, a lei Maria da
Penha , de 2006, de combate à violência doméstica, a lei do feminicídio , de
2015, que agrava a pena de assassinatos cometidos com motivação ligada ao
gênero e a lei de importunação sexual, de 2018, que trata do abuso sexual e da
divulgação de imagens íntimas, foram resultado do movimento feminista
brasileiro.
O feminismo no Brasil
Na época do Brasil Colônia vivia-se uma grande repressão à mulheres. Durante o Império, passou a
ser reconhecido o direito à educação da mulher, onde Nísia Floresta foi fundadora da primeira
escola para meninas no Brasil. Algumas mudanças começam a ocorrer no mercado de trabalho
durante as greves realizadas em 1907 e 1917, com a influência de imigrantes e de inspirações
anarco-sindicalistas, que buscavam melhores condições de trabalho em fábricas. E foi aprovada a
resolução para salário igualitário.

Em 1932, no governo de Getúlio Vargas, é garantido o sufrágio feminino. No Estado Novo, as


militantes do feminismo divulgavam suas ideias por meio de reuniões, jornais, explicativos, e da arte
de maneira geral. E houve conquistas como a criação da Fundação das Mulheres do Brasil,
aprovação da lei do divórcio, e a criação do Movimento Feminino Pela Anistia no ano de 1975,
considerado como o Ano Internacional da Mulher, realizando debates sobre a condição da mulher.
Nos anos 80 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

a Lei Maria da Penha foi uma das grandes vitórias do movimento feminista. O nome homenageia a
farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica após anos de violência
doméstica, a lei visa punir de forma mais efetiva os homens agressores no âmbito familiar e
doméstico, e contribuiu para a diminuição em 10% sobre os casos de assassinatos contra mulheres.
Mulheres relevantes do
movimento feminista
Nísia Floresta
Nasceu em 1810, no Rio Grande do Norte. A
educadora, escritora e poetisa viveu ainda em
diferentes estados brasileiros e na Europa e é
considerada a primeira feminista brasileira. Em
1838, funda, no Rio de Janeiro, um dos primeiros
colégios exclusivos para meninas, o Colégio
Augusto. A legislação brasileira previa escolas
femininas desde 1827, porém o ensino era
limitado à educação do lar. O Colégio Augusto,
então, previa as mesmas aulas que os meninos
recebiam, como matemática, português e história.
Angela Davis
Conhecida por sua luta anticapitalista, antirracista
e feminista, nasceu em 1944 nos Estados
Unidos.Davis luta pelos direitos da população
negra e das mulheres. Intelectualmente, ela é
influenciada pelo marxismo. E participou
ativamente como integrante do Partido dos
Panteras Negras e do Partido Comunista, seu nome
ressoa como um símbolo de resistência, justiça e
luta incansável.
Simone de Beauvoir
Nasceu em 09 de janeiro de 1908, em Paris, na
França. Foi feminista, defensora do amor livre e
existencialista, e foi profesora de filosofia.Ela
questionava os papéis sociais impostos às
mulheres e aos homens, e mostrava as
desigualdades entre os sexos, e a forma como a
mulher é considerada em importância social.
Bell Hooks
Nasceu em 1952,no sul dos Estados Unidos.Seus
principais estudos estão dirigidos à discussão
sobre raça, gênero e classe. Ela escreveu poemas,
livros teóricos e também literatura infantil,
contribuindo enormemente para um maior
pensamento crítico na sociedade, para além de seu
país.

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