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8 De Março: Dia Internacional Da Mulher

É celebrado em 08 de março o Dia Internacional da Mulher, data que acabou sendo símbolo das
conquistas que as mulheres efetivaram no século XX.
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado em 8 de março pela ONU, em 1975.
O Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização
das Nações Unidas na década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para
terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à
reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas
contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

História do Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher existe, enquanto data comemorativa, como resultado da luta das
mulheres por meio de manifestações, greves, comitês etc. Essa mobilização política, ao longo
do século XX, deu importância para o 8 de março como um momento de reflexão e de luta. A
construção dessa data está relacionada a uma sucessão de acontecimentos.
Uma primeira história que ficou muito conhecida como fundadora desse dia narra que, em 8 de
março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio ocorrido nas instalações
de uma fábrica têxtil na cidade de Nova York. Supostamente, esse incêndio teria sido
intencional, causado pelo proprietário da fábrica, como forma de repressão extrema às greves e
levantes das operárias, por isso teria trancado suas funcionárias na fábrica e ateado fogo nelas.
Essa história, contudo, é falsa e, por isso, o 8 de março não está ligado a ela.
Existe, no entanto, outra história que remonta a um incêndio que de fato aconteceu em Nova
York, no dia 25 de março de 1911. Esse incêndio aconteceu na Triangle Shirtwaist Company
e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, sendo a maioria dos mortos judeus. Essa
história é considerada um dos marcos para o estabelecimento do Dia das Mulheres.
As causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à
composição do solo e das repartições da fábrica e, também, à grande quantidade de tecido
presente no recinto, o que serviu de combustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários
de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o
expediente como forma de conter motins e greves. No momento em que a Triangle pegou
fogo, as portas estavam trancadas.

Influência do movimento operário


O acontecimento em Nova York é significativo, pois evidenciou a precariedade do trabalho no
contexto da Revolução Industrial. Isso, no entanto, não pode apagar a influência da luta operária
e dos movimentos políticos organizados pelas mulheres. Sendo assim, é importante afirmar que
o Dia Internacional da Mulher não foi criado por influência de uma tragédia, mas sim
por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa.
A mobilização política de mulheres trabalhadoras contra a desigualdade de gênero, no âmbito
profissional, foi uma das grandes influências para o 8 de março.
Em 1910, na cidade de Copenhague, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres
Socialistas, que foi apoiado pela Internacional Comunista. Nesse evento, Clara Zetkin, membro
do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem,
entretanto, estipular uma data específica.
Essa proposta era fruto tanto do feminismo, que ascendia naquela época, quanto das correntes
revolucionárias de esquerda, como o comunismo e o anarquismo. Clara Zetkin era engajada
com campanhas que defendiam o direito das mulheres no âmbito trabalhista. Sua proposta
visava a possibilitar que o movimento operário pudesse dar maior atenção à causa das mulheres
trabalhadoras.
O incêndio de 1911 viria a ser sugerido, nos EUA, como dia simbólico das mulheres (tal como
sugerido por Clara Zetkin). A maioria dos movimentos reivindicavam melhorias nas condições
de trabalho nas fábricas e, por conseguinte, a concessão de direitos
trabalhistas e eleitorais (entre outros) para as mulheres.
Vários protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade
do século XIX. O movimento feminista e as demais associações de mulheres capitalizaram
essas manifestações, de modo a enquadrá-las, por vezes, à agenda revolucionária. Foi o que
aconteceu em 08 de março de 1917, na Rússia.
O ano de 1917, na Rússia, foi fortemente marcado pelo ciclo revolucionário que derrubou a
monarquia czarista. Nesse clima de agitação revolucionária, as mulheres trabalhadoras do setor
de tecelagem entraram em greve, no dia 8 de março, e reivindicaram a ajuda dos operários do
setor de metalurgia. Essa data entrou para a história como um grande feito de mulheres
operárias e também como prenúncio da Revolução Bolchevique.
Importância do Dia da Mulher

Entre outras ações, a mobilização feminina foi e ainda é muito importante para o combate das
desigualdades de gênero.
O Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais
às mulheres, mas diz respeito a um convite à reflexão referente a como a nossa sociedade as
trata. Essa reflexão vale tanto para o campo do convívio afetivo, familiar e social quanto para as
questões relacionadas ao mercado de trabalho.
Inúmeros estudos comprovam que ainda hoje as mulheres sofrem com a desigualdade no
mercado de trabalho em relação aos homens. A presença das mulheres no mercado de
trabalho ainda é menor do que a dos homens, uma vez que dados de 2018 apontam que, no
mundo, apenas 48% das mulheres maiores de 15 anos estão empregadas – para os homens, esse
número é de 75%|1|.
Atualmente, menos de 70% dos homens concordam com o fato de que muitas mulheres
preferem trabalhar a ficar em casa cuidando de serviços domésticos. As mulheres ainda sofrem
prejuízos no mercado de trabalho por engravidarem, uma vez que o número de mulheres que
abandonam o seu trabalho por conta de seus filhos chega a 30%, enquanto que somente 7% dos
homens abandonam seus empregos pelo mesmo motivo|2|.
Para agravar essa situação, metade das mulheres que engravidam perdem seus empregos quando
retornam da licença-maternidade|3| e ainda, em pleno século XXI, existem aqueles que
defendem que mulheres devem ganhar menos, simplesmente por poderem engravidar. Isso,
inclusive, é uma realidade no Brasil, pois as mulheres recebem, em média, 20% menos que os
homens|4|.
Todas essas estatísticas demonstram como o preconceito de gênero prejudica as mulheres no
mercado de trabalho. As mulheres, no entanto, não têm a sua vida prejudicada somente no
mercado de trabalho, uma vez que a violência de gênero, o abandono que muitas sofrem de seu
parceiro durante a gravidez e os assédios são realidades que muitas mulheres sofrem.
O 8 de março é um dia para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as
mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para combater o silenciamento que
existe e que normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um
momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e
preconceito de gênero
Por que dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?
O Dia Internacional da Mulher é comemorado em vários países no dia 8 de março por
representar a luta das mulheres em busca de maiores direitos. A data no calendário é motivada
por um protesto que aconteceu na Rússia, apesar de, no Brasil, muitas pessoas acreditarem que a
data está relacionada a um incêndio em uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos. A
verdadeira história é outra, um pouco diferente, como veremos a seguir.
Primeiros movimentos nos Estados Unidos e Europa
A primeira manifestação em relação às mulheres ocorreu em Nova York, no dia 26 de fevereiro
de 1909. A passeata contou com cerca de 15 mil mulheres que protestaram por melhores
condições de trabalho, que na época, eram muito precárias e exploradoras.
Portanto, em outubro do ano seguinte, em Copenhague, capital da Dinamarca, aconteceu a
Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, na qual a líder socialista alemã
Clara Zetkin sugeriu que houvesse uma agenda anual de ações em prol das mulheres.
Até o momento, não havia uma data estabelecida, mas já em fevereiro do ano seguinte, 1911,
diferentes manifestações foram iniciadas.
Primeiro 8 de março
A partir de 1911, as manifestações começaram a acontecer anualmente em diferentes datas entre
fevereiro e março, de acordo com cada país.
No dia 8 de março de 1917, um grupo de operárias saiu às ruas para protestar contra a fome e
contra a Primeira Guerra Mundial. Elas foram fortemente repreendidas e o episódio acabou
dando início à Revolução Russa.
Desde então, o movimento internacional socialista adotou a data como o Dia internacional da
Mulher e as comemorações passaram a ser realizadas no mesmo dia em vários países.
Oficialização da data pela ONU
A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou o ano de 1975 como o “Ano Internacional
da Mulher” e, foi a partir desse ano que o 8 de março foi oficializado como Dia Internacional da
Mulher.
Assim, anualmente, homens e mulheres de todas as idades vão às ruas nessa data para
manifestarem apoio às conquistas e lutarem por mais direitos e respeito.
A data foi mesmo motivada por um incêndio?
No Brasil, houve uma crença de que o dia 8 de março seria referente a um incêndio que
aconteceu na fábrica de tecidos Triangle Shirtwaist, em março de 1911. O incêndio teve como
vítimas 125 mulheres e 11 homens.
Apesar do fato ser verdadeiro e de muitas mulheres terem morrido nesse episódio, dois fatores
são determinantes para que ele não seja o principal motivador da escolha da data.
O primeiro é que o incêndio ocorreu no dia 25 de março e não no dia 8. O segundo é que
movimentos anteriores já sinalizavam a movimentação das mulheres em relação à luta por
melhores condições de trabalho e de igualdade de direitos, como mencionado anteriormente.
Uma diferente corrente falava sobre outro episódio ocorrido em 1857, em Nova York. Operárias
de uma fábrica têxtil em greve teriam sido mortas em um incêndio criminoso por seus patrões.
Contudo, não existe comprovação de que esse fato seja verídico, muito menos que tenha
ocorrido no dia 8 de março.
Assim, apesar desses momentos emblemáticos, a data do Dia Internacional da Mulher teve
como motor o protesto das operárias russas contra a Primeira Guerra Mundial e a fome.
Qual a importância dessa data?
Se você pensa que o Dia Internacional da Mulher é um dia exclusivo para dar flores e
chocolates para agradar as mulheres da sua vida, saiba que é possível ir muito além Existem sim
algumas ações interessantes para fazer nessa data.
Mas o dia 8 de março é, principalmente, a memória de um dia de muita luta e também um dia de
lembrar e celebrar todas as vitórias conquistadas. Assim, veja abaixo alguns pontos muito
importantes sobre a data.
Luta por direitos iguais
Apesar de já estarmos no século XXI, muitas mulheres enfrentam dificuldades em ter direitos
básicos garantidos ao redor do mundo. Desde casos mais extremos, como países árabes que
imputam uma série de proibições às mulheres, inclusive do direito de ir e vir, até países mais
liberais, como o Brasil, onde o machismo estrutural ainda dita muitas das do dia a dia.
Por isso a data é tão importante, pois ela faz com que o mundo pare por um dia para ouvir o que
as mulheres têm a dizer e, a cada pequena intervenção, as mudanças necessárias vão
acontecendo na sociedade.
Ressignificação do papel da mulher na sociedade
Antes do feminismo, as mulheres eram submissas aos seus maridos e não tinham vários dos
direitos que vemos hoje. Um exemplo disso é que, até a Constituição Federal de 1988, as
mulheres não tinham a igualdade de direitos assegurada por lei.
Nas primeiras décadas daquele século, elas precisavam de autorização do marido, registrada em
cartório, para trabalhar.
Hoje, a mulher é empoderada, tem seu papel muito mais forte e presente na sociedade. São,
muitas vezes, as principais fontes de sustento de seus lares e têm oportunidades de serem mais
valorizadas por seus talentos e habilidades.
Celebração das conquistas
O dia 8 de março também é um dia para celebrar as conquistas, que sempre foram tão difíceis de
alcançar. É um momento para lembrar que, por causa dessas manifestações, hoje as mulheres
podem votar e se elegerem, podem representar sua comunidade, podem ser independentes e ter
suas próprias carreiras.
A data ajuda a valorizar tudo o que aquelas que foram às ruas no passado representaram e
fizeram, que acreditaram em um mundo melhor e mais justo e proporcionaram às mulheres de
hoje todos os direitos e acessos que podem usufruir.
Lembrete de que a luta ainda é necessária
Apesar de tantos avanços e mudanças, ainda há muito a ser feito. A nossa legislação prevê
direitos e benefícios, mas na prática, existem diversas práticas realizadas com base na
misoginia.
A cada Dia Internacional da Mulher, é preciso voltar às ruas e lembrar que a luta não terminou e
que cada uma têm um papel fundamental nisso.
Conquistas das Mulheres ao longo dos anos
Ainda hoje, é comum ouvirmos de algumas mulheres que “os movimentos feministas não
serviram de nada”. Essa é afirmação que não se relaciona com a realidade e que pode ser
refutada facilmente se pararmos para analisar alguns dados históricos.
Para que você entenda melhor a importância dessas iniciativas, criamos uma linha do tempo
com as principais conquistas femininas ao longo dos anos.
1827 – Meninas são autorizadas a frequentar a escola
Nos dias de hoje, as mulheres são maioria quando o assunto é educação. A estimativa é que 25%
das mulheres ingressam em uma universidades, enquanto apenas 18% dos homens buscam um
curso superior.
Analisando esse cenário, é até estranho pensar que o direito à educação foi negado às mulheres
por tanto tempo. Só em 1827 elas receberam autorização para frequentar a escola. O acesso à
universidade veio ainda mais tarde, apenas em 1879.
1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto
Muitas das conquistas e direitos das mulheres foi fruto de muita pressão política, mas a
possibilidade delas entrarem nesse cenário não foi tão simples.
Apesar da Proclamação da República ter ocorrido em 1889, o primeiro partido político feminino
nasceu apenas vinte anos depois, para lutar pelo direito ao voto e emancipação das mulheres.
A vitória da luta chegou apenas em 1932, pelo primeiro Código Eleitoral Brasileiro. A conquista
só foi possível após a organização de movimentos feministas que atuaram intensa e
exaustivamente no movimento sufragista.
1960 - Criação da primeira pílula anticoncepcional
O direito ao controle de natalidade também foi uma conquista importante para a liberdade
feminina. O movimento foi mais social do que político e culminou na criação e comercialização
da primeira pílula anticoncepcional em 1960.
1974 – Mulheres conquistam o direito de portarem um cartão de crédito
Dá para imaginar que o direito ao uso do cartão de crédito foi, por tanto tempo, limitado apenas
aos homens? Sim, até 1974, os bancos queriam ditar como as mulheres deveriam gastar seu
próprio dinheiro.
Dessa forma, mesmo se você fosse uma mulher solteira ou separada, ainda precisaria levar um
homem para assinar o contrato ao solicitar um cartão de crédito. A liberação veio com a
aprovação da “Lei de Igualdade de Oportunidade de Crédito”.
1977 – Aprovação da Lei do Divórcio
O divórcio só se tornou uma opção legal no Brasil em 1977, a partir da Lei nº 6.515. Até então,
as mulheres eram obrigadas a permanecer legalmente em casamentos infelizes e abusivos.
Mesmo que não convivessem mais juntos, essas mulheres ainda precisariam da autorização do
marido para diversas situações.
1985 – Criação da primeira Delegacia da Mulher
Com foco em ações de proteção e investigação de crimes de violência doméstica e violência
sexual contra as mulheres, a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher
(DEAM) surgiu em 1985 em São Paulo. Logo depois, novas unidades começaram a existir em
outros estados do país.
1988 – A Constituição Brasileira passa a reconhecer as mulheres como iguais aos homens
Outra conquista importante dos movimentos populares feministas foi a igualdade constitucional.
Apenas na Constituição de 1988, as mulheres passaram a ser vistas pela legislação de forma
igualitária, tendo os mesmos direitos e deveres dos homens como cidadãs.
2006 – Sanção da Lei Maria da Penha
As conquistas mais recentes dizem respeito à luta contra a violência. Em 2006, foi criada a Lei
Maria da Penha, para reconhecer e combater a violência doméstica. Assim, a lei foi uma
homenagem à farmacêutica brasileira que ficou paraplégica após sofrer agressões do marido por
anos.
Nove anos depois, outra lei importante foi sancionada, a Lei do Feminicídio, que classifica
como crime hediondo o assassinato de mulheres por razões de condição de gênero.
2010 – O Brasil elegeu a primeira mulher presidente
A visibilidade política também foi uma conquista importante para as pautas feministas. Em
2010, o país elegeu sua primeira presidente mulher, Dilma Rousseff (PT).
As lutas das mulheres na atualidade
No início do século 20, a luta das mulheres era por direitos que hoje são básicos, como uma
jornada de trabalho justa, direito a escolher seus representantes na política e se elegerem para
representar outras mulheres. Até porque, um estudo do IBGE revela que, apesar dos avanços,
existem muitos desafios que as mulheres estão vencendo no dia a dia, como: o preconceito do
mercado com a maternidade, jornadas duplas e triplas e até uma renda menor.
Igualdade salarial
Quem não se lembra do protesto da jogadora de futebol Marta, na Copa do Mundo de Futebol
Feminino que aconteceu em 2019, na França. No mesmo jogo em que se consagrou a única
jogadora de futebol do mundo a marcar gols em 5 mundiais, o que mais chamou a atenção foi
seu protesto na comemoração. Na chuteira, no lugar de um patrocínio, um símbolo pela
equidade de gênero no esporte.
Ela, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, maior artilheira em Mundiais entre homens e
mulheres, recusou o patrocínio porque o valor estava muito abaixo do que é praticado para
atletas do mesmo nível do sexo masculino.
Portanto, com tantos feitos e visibilidade, Marta precisou se manifestar e dar um basta, imagine
quantas mulheres não recebem salários inferiores que seus colegas que exercem a mesma
função? É uma luta no mercado de trabalho que, infelizmente, precisa seguir firme.
Violência contra as mulheres
A violência contra a mulher está estampada na capa dos jornais diariamente. A Lei Maria da
Penha é uma importante conquista, mas os agressores ainda existem e resistem. A grande
maioria, maridos e companheiros que não aceitam o fim de uma relação ou que se sentem donos
da mulher.
Apenas no período entre janeiro a julho de 2023, o Brasil registrou 1.153 feminicídios , sem
falar nos casos de agressão física e sexual. O Dia Internacional da Mulher deve ser usado para
ressaltar a importância da denúncia e para educar os homens desde novos para que eles não
cometam tais crimes.
Feminismo negro
Outra corrente de luta social bastante relevante no Brasil é contra o racismo. Se as mulheres já
sofrem diferentes tipos de preconceitos e estigmas, quando falamos das mulheres negras o
problema se multiplica.
A cor da pele e os traços étnicos são suficientes para que elas sejam classificadas como pessoas
inferiores, criminosas e coisas similares. Além de lutarem por seus direitos como mulher, elas
precisam lutar por direitos básicos, como acesso à saúde, educação, alimentação e emprego.
Preconceito contra mulheres LGBTQIAP+
Por fim, precisamos falar do universo LGBTQIAP+. Uma sigla que engloba diferentes tipos de
pessoas marginalizadas, das quais várias são mulheres. As lésbicas e trans são as que mais
sofrem preconceito, por não se encaixarem no padrão tradicional da sociedade, que já mostrou
que têm dificuldades em aceitar o diferente.
Mulheres inspiradoras
Conhecer as principais conquistas e lutas é muito importante para entender de onde saímos e o
que ainda podemos alcançar. Mas, mais do que isso, é válido conhecer e homenagear figuras
femininas que contribuíram significativamente para suas respectivas áreas e para a sociedade
em geral.
A seguir, listamos 5 personalidades importantes, que podem ser homenageadas e lembradas
neste Dia Internacional da Mulher.
Marie Curie
A cientista e física polonesa Marie Curie foi a primeira mulher da história a ganhar um Prêmio
Nobel e a única a ganhá-lo duas vezes. Também foi a primeira mulher a ser admitida como
professora na Universidade de Paris.
Assim, conhecida como uma das mentes mais brilhantes do século passado, Marie fez pesquisas
importantes para a teoria da radioatividade e nomeou dois elementos químicos descobertos por
ela: o polônio e o rádio.
Malala Yousafzai
Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa que luta pelo direito à educação para meninas, um
grande símbolo em todas as comemorações de Dia Internacional da Mulher. Em 2008, o líder
talibã exigiu que as escolas interrompessem as aulas dadas para as meninas. Dessa forma,
Malala seguiu frequentando a escola escondida e foi baleada na cabeça enquanto voltava para
casa.
Após sobreviver ao ataque, Malala se mudou para o Reino Unido, onde vive com a sua família
desde então, e continua lutando pelos direitos de todos à educação. Por conta de seu
engajamento na causa, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos, tornando-se a pessoa mais
jovem a receber o prêmio.
Maria Quitéria
Maria Quitéria foi uma militar e heroína da Guerra da Independência, que fugiu de casa
disfarçada de homem para conseguir entrar em combate. Assim, ela é a primeira mulher a
assentar praça numa unidade militar das Forças Armadas Brasileiras e a primeira a entrar em
combate pelo Brasil, em 1823.
Ada Lovelace
Nascida em 1815, no Reino Unido, Augusta Ada King, mais conhecida como Ada Lovelace, foi
uma matemática e escritora inglesa considerada a primeira programadora do mundo. Assim,
muito à frente de seu tempo, ela é responsável pelas primeiras linhas de código processadas por
uma máquina. Além disso, ela é grande referência para empoderar meninas e mulheres a
consquistarem seu espaço no Dia Internacional da Mulher.
Valentina Tereshkova
Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a viajar para o espaço e a única, até hoje, a ter
realizado um voo solo. A russa se destacou de outras candidatas por suas habilidades de
paraquedismo e sua representação com uma heroína da União Soviética. Após o feito, Valentina
ingressou na vida política
Formas de violência contra a mulher
Quando falamos em violência contra a mulher, pensamos apenas em agressões físicas. No
entanto, os tipos de violência praticados contra mulheres não se resumem à agressão que resulta
em lesão corporal. A Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, discrimina cinco formas de violência, entre
outras. São eles:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou
uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou
injúria.
A higiene íntima

A higiene íntima faz parte dos cuidados ginecológicos. Mas é importante que ela seja feita
corretamente. A ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Madre Theodora
(Campinas/SP), a Dra. Renata Sztejnsznajd Navarro explica que a vulva - que é a região externa
da vagina - tem sua própria proteção natural, formada por um equilíbrio de bactérias que
compõem a flora vaginal e a mantém com um pH mais ácido, impedindo que microrganismos
externos sobrevivam.
“A falta ou o excesso de higiene ou o uso de produtos inadequados podem afetar esse equilíbrio,
resultando em corrimentos oriundos de doenças provocadas por fungos, como a candidíase, ou
por bactérias, como a vaginose bacteriana. As doenças causam alterações na secreção normal da
vagina, tornando-as mais espessa e/ou amarelo-esverdeada, e também desencadeiam coceira e
odor mais forte, mesmo após a higiene”, afirma a Dra. Renata. Sintomas como esse
recomendam procurar o ginecologista, que orientará sobre o tratamento adequado.
Mas, afinal, o que é certo e o que é errado na hora de cuidar da higiene íntima? Com base nas
informações da Dra. Renata, preparamos algumas dicas sobre como realizar a higiene íntima
corretamente e o que evitar. Confira:
Faça a higiene íntima usando água corrente e sabonete específico para a região vaginal. Evite o
sabonete em barra. Além de ser de uso comum (usado por mais de uma pessoa da casa e nas
várias áreas do corpo), o sabonete em barra (inclusive o de glicerina e os vendidos em lojas de
produtos naturais) tem componentes que retiram a proteção natural do organismo e podem
irritar a pele.
Em dias quentes, a higiene íntima deve ser realizada entre três e quatro vezes ao longo do
período. Também deve ser feita após atividades intensas, como prática de esportes, caminhadas,
etc.
Não use constantemente o absorvente diário, que é feito com nylon. Mesmo que trocado várias
vezes ao longo do dia, ele acumula umidade e impede a transpiração da região, favorecendo o
surgimento de outros microrganismos. Se você ficar fora o dia todo, tente, ao longo do dia,
higienizar a região com produto apropriado e trocar de lingerie. O lenço umedecido pode ser
utilizado, mas não em excesso.
Durante a menstruação, nunca fique com o mesmo absorvente externo por mais de 8 horas. No
caso de absorvente interno ou de coletor menstrual (descartável ou não), esse período não deve
ultrapassar 4 horas. No ciclo menstrual, troque o absorvente regularmente, de acordo com o
fluxo, se possível, conjuntamente com a realização da higiene.
A roupa íntima mais indicada é a confeccionada em algodão. As de tecidos sintéticos, assim
como calça de lycra ou jeans apertado, impedem a transpiração e criam condições para
proliferação de fungos e bactérias. Em casa, utilize roupas mais confortáveis, como saias ou
calças de algodão e que não apertam. Também é importante passar algum tempo sem a roupa
íntima, como na hora de dormir, por exemplo.
O preservativo (feminino), além de ser um método anticoncepcional, o preservativo protege
contra doenças sexualmente transmissíveis, como HPV (vários tipos de vírus que podem
provocar o surgimento de verrugas na região genital e no ânus e também estão associados
desenvolvimento de cânceres, como os de colo de útero, vagina e vulva), HIV (o vírus da
AIDS), sífilis, gonorreia e herpes genital, entre outras.
Após a relação sexual, esvazie a bexiga e faça a higienização normal da área externa da vagina.
Não utilize ducha interna após a relação sexual ou em qualquer circunstância. Ela pode ser
prejudicial, pois elimina a defesa natural do organismo.
Não permaneça muitas horas com biquíni ou maiô molhado porque isso facilita o
desenvolvimento de fungos e bactérias.
Não sente em vasos sanitários de banheiros públicos.
A depilação parcial da vulva é uma opção que reduz o calor e o acúmulo de secreção na área.
Mas a depilação total pode causar hipersensibilidade e ressecamento em algumas mulheres.
Em algumas mulheres, reações alérgicas podem ser provocadas por componentes do sabão em
pó ou do amaciante utilizado na lavagem das roupas íntimas. Nesses casos, opte por produtos
específicos para lavar peças desse tipo.
Como fazer a higiene íntima feminina da forma correta?

A região íntima feminina é uma porta de entrada para bactérias, fungos e vírus que podem
causar ardências, irritações, corrimentos, mau cheiro e até doenças. Mas, alguns cuidados
simples com a higiene íntima feminina, na hora do banho, de se vestir e em como usar o papel
higiênico, podem evitar essas complicações.
A começar pelo banho. Lave a região com bastante água, por cerca de dois minutos, sempre no
sentido região vaginal para a anal, para evitar infecções que podem ser causadas por
microrganismos presentes nas fezes. Logo após, seque a região com toalha de algodão.
Antes de usar um produto para a higiene íntima veja se ele respeita o pH vaginal (que é
ácido). O ideal é usar sabonetes neutros. Evite os que têm fórmulas com perfume, isso pode
causar alergias. O mesmo vale para desodorantes íntimos e absorventes perfumados.
Outra dica para a higiene íntima durante o banho é afastar delicadamente os lábios vaginais para
limpar os sulcos entre eles. Mas as chamadas duchas íntimas não são indicadas para isso. Ao se
limpar com o papel higiênico, sempre faça o movimento no sentido da frente para trás (da vulva
para o ânus).
Na hora de se vestir, você também deve estar atenta à sua região íntima. As calcinhas de lycra
ou renda impedem a ventilação e criam um ambiente mais propício para que os fungos e
bactérias se proliferem. Opte por calcinhas de algodão – que devem ser lavadas com sabão
apropriado e secas no sol. Você também deve evitar ficar muito tempo com biquíni molhado.
Os absorventes também impedem a ventilação da região. Por isso, os utilize apenas no período
menstrual. E os troque com frequência. Por fim, na hora de se depilar, ao invés de raspar tudo,
mantenha os pelos aparados – eles funcionam como barreira natural.
O que a falta de higiene íntima pode causar?
A falta de higiene íntima pode causar dois tipos de infecções vaginais, a candidíase –muito
comum nas mulheres, tem como sinal a irritação vaginal, coceira intensa e corrimento branco, e
a vaginose bacteriana – tem como sintomas o corrimento branco-acinzentado que pode ou não
ter cheiro e a coceira vaginal. Ambas as complicações podem ser tratadas com medicamentos.
Mensagem para você mulher
Celebrar o Dia Internacional da Mulher na escola é muito importante para
demonstrar gratidão e reconhecimento aos talentos femininos tão
importantes. Não estaremos aqui reunidas para romantizar o dia com flores
e chocolates.
E sim promover as ações de igualdade que precisam prevalecer mantendo-
se firmes no cotidiano.
Para isso, é essencial dar lugar de fala para mulheres, sejam elas líderes ou
lideradas. Escutar o que o time feminino tem a dizer e acrescentar é
fundamental para garantir uma maior participação feminina nas decisões.
Quero aqui reconhecer o trabalho de cada uma colaboradora desta
instituição de ensino.
Feliz Dia da Mulher para você que não tem medo de mostrar sua
personalidade e suas opiniões, e que inspira outras mulheres a fazerem o
mesmo.

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