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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS

SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE ARQUIVOLOGIA

TRABALHO FONTE DOCUMENTAL 1

Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai).

A Guerra do Paraguai, ou Guerra contra a Tríplice Aliança, foi o maior e mais letal conflito
armado ocorrido na América Latina. Entre 1864 e 1870, Brasil, Argentina e Uruguai, formando
a Tríplice Aliança, guerrearam contra o Paraguai liderado po Solano López.
O alistamento de escravos durante esse conflito foi uma medida improvisada pelo comandante
brasileiro, e não havia promessas de liberdade para os escravos. Depois do conflito, o governo
brasileiro mandou alforriar os escravos que serviram, compensando seus donos.
No Brasil do século XIX, os escravos fugiam cotidianamente para se alistar no Exército como
voluntários, en- quanto outros eram recrutados a força para desespero de seus clonos, os quais
eram obrigados, muitas vezes, a enfrentar longos e maçantes proce- dimentos legais e
administrativos para reclamar suas propriedades.
Por exemplo, a guerra do Paraguai, que se estendeu de 1864 a 1870. Milhares de escravos
foram libertados para combater no lugar de seus proprietários.
O recrutamento sistemático de escravos no Paraguai inicia-se em setembro de 1865, apenas
um ano depois do início da guerra, para preencher as baixas de feridos e de epidemias que
assolaram o exército.
As Consequências da Guerra da Tríplice Aliança na Definição da Identidade Brasileira houve
quatro caminhos para o ingresso de escravos nas fileiras das forças armadas durante o conflito
com o Paraguai: 1) alguns foram doados por seus donos como contribuição para o esforço de
guerra; 2) outros foram apresentados em substituição de homens livres alistados; 3) em 1867 e
1868 o governo pagou indenizações aos senhores que libertaram seus escravos para que
fossem alistados; e 4) alguns escravos fugitivos alistaram-se voluntariamente.

Além de convocados de forma compulsória, escravos ou seus descendentes libertos, sofriam


com a discriminação racial dentro do próprio exército. O contingente sulista (Rio Grande do Sul
e Bahia foram as províncias que mais contribuíram com homens para a guerra) recebia mal os
homens de cor do Norte e do Nordeste.
Para dar conta do conflito que já durava quase dois anos, o Império do Brasil criou uma Lei que
permitia a alforria de escravos em troca de serviço militar – e dinheiro para o “seu senhor”.
A esperança em uma solução rápida para a guerra desapareceu, deixando o alistamento cada
vez mais difícil. Fugas, confrontos locais, brigas políticas, casamentos forjados e muitos outros
problemas passaram a ser enfrentados pelos que buscavam soldados pelo país. As tentativas
de forçar membros da Guarda Nacional a irem para os campos de batalha provocavam
sucessivas reações. Na imprensa, as querelas envolvendo o recrutamento eram assunto
rotineiro. Foi nesse contexto que, em outubro de 1866, D. Pedro II enviou ao Conselho de
Estado três quesitos para consulta. A primeira questão era a de se, caso prosseguisse a guerra,
seria “conveniente lançar mão da alforria de escravos para aumentar o número de soldados do
Exército”. O Imperador também queria saber quais escravos seriam “preferíveis para o fim de
que trata o primeiro quesito, os da Nação, os das Ordens Religiosas ou os de particulares”. Por
fim, a última pergunta do monarca era: “como realizar essa medida?”. Uma proposta ousada: a
solução que D. Pedro II estava propondo era audaciosa e polêmica, pois tocava em dois temas
importantes, sensíveis e, ao mesmo tempo, definidores do Brasil de então: a escravidão e a
Guerra do Paraguai. Não à toa, a reunião para deliberar sobre os três questionamentos foi
marcada para uma semana depois do envio dos mesmos pelo Imperador, que presidiu o
encontro. Por horas, membros do Gabinete Ministerial e membros efetivos do Conselho de
Estado debateram sobre as possibilidades de recrutar os libertos e sobre as prováveis
consequências de tal mobilização. O medo e a apreensão cercavam a fala da maioria dos
conselheiros que estavam na sessão. Para Antônio Paulino Limpo de Abreu, por exemplo, o
processo de manumissão deveria ser realizado com “discernimento e prudência”. José Antônio
Pimenta Bueno também alertava para a necessidade de cautela, pois, na sua visão, o
recrutamento de libertos poderia ser encarado como o princípio da emancipação geral dos
escravos. O conselheiro Visconde de Itaboraí engrossava o coro dos temerosos: em seu voto,
Joaquim Rodrigues Torres classificou a proposta de libertar escravos para a guerra como
“impolítica, indecorosa, ineficaz ou para deixar de sê-lo, se tornará minimamente onerosa ao
Tesouro Público”. Outros conselheiros insistiam na questão da segurança. O receio de que as
alforrias incentivassem a movimentação de escravos pelo país esteve presente em diferentes
votos. Afinal, ao propor uma medida de libertação dos cativos, mesmo que vinculada à atuação
na guerra, o governo poderia, na opinião de alguns, estar fomentando fugas e sublevações pela
abolição. Foi também recorrente o argumento de que a libertação de escravos para guerra
traria sérios transtornos para a agricultura nacional. Retirar mão-de-obra das lavouras naquele
período pós-proibição do tráfico internacional de escravos, sem a previsão de substituição da
força de trabalho aterrorizava os grandes senhores e fazendeiros representados no Conselho
de Estado. Mas, apesar de todos os obstáculos colocados pelos conselheiros que eram
contrários à medida, o caráter emergencial do recrutamento para o conflito no Paraguai
pareceu guiar a decisão final. No dia seguinte à sessão, 6 de novembro de 1866, o decreto nº
3.725 concedeu liberdade gratuita aos escravos da nação que pudessem servir na guerra. Mas
um dos pontos de tensão – que era o cuidado para com os senhores de escravos – não foi
deixado de lado. Na prática, tal determinação abriu espaço para que os senhores vendessem
seus escravos para o governo com esta finalidade. No início de 1867, os primeiros grupos de
escravos comprados pelo Império foram encaminhados para o Exército e a Marinha do Brasil.
Homens que, repentinamente, viram chegar suas cartas de alforrias, seus uniformes e a missão
de defender a pátria que até então lhes negava a cidadania.
Morro da Favela (atual Providência), em 1927. Após a Lei Áurea, os negros libertos foram
buscar moradia em regiões precárias e afastadas dos bairros
centrais das cidades. Uma grande reforma urbana no Rio de Janeiro, em 1904, expulsou as
populações pobres para os morros. A campanha abolicionista, em fins do século XIX, mobilizou
vastos setores da sociedade brasileira. No entanto, passado o 13 de maio de 1888, os negros
foram abandonados à própria sorte, sem a realização de reformas que os integrassem
socialmente. Por trás disso, havia um projeto de modernização conservadora que não tocou no
regime do latifúndio e exacerbou o racismo como forma de discriminação. A campanha que
culminou com a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, foi a primeira manifestação
coletiva a mobilizar pessoas e a encontrar adeptos em todas as camadas sociais brasileiras. No
entanto, após a assinatura da Lei Áurea, não houve uma orientação destinada a integrar os
negros às novas regras de uma sociedade baseada no trabalho assalariado.
Esta é uma história de tragédias, descaso, preconceitos, injustiças e dor. Uma chaga que o
Brasil carrega até os dias de hoje.
A importância das fontes históricas para a Arquivologia: As fontes históricas são essenciais
para o historiador realizar o seu trabalho. Esse trabalho do historiador nos ajuda a entender
um pouco da nossa realidade e só é possível a partir desses vestígios, que são chamados de
fontes históricas, também conhecidas como documentos históricos.
Trata-se de discussão sobre interdisciplinaridade a partir da prática de pesquisa e trabalho com
documentos de arquivo permanente. O objetivo principal é apontar alguns pontos de
convergência entre História e Arquivologia por meio das fontes históricas, sua preservação e
conservação em arquivos públicos. Objetiva-se também relatar uma experiência de
organização de acervo a partir do olhar de um historiador que se aproxima da arquivologia pela
necessidade de compreender e instituir ferramentas específicas para preservar e disponibilizar
informações históricas.

Referências:

https://www.fflch.usp.br/43329#:~:text=A%20Guerra%20do%20Paraguai%2C
%20ou,Paraguai%20liderado%20por%20Solano%20L%C3%B3pez.
https://www.scielo.br/j/rbh/a/gzWDrtcmgTZYvJCTJD6JqQF/abstract/?
lang=pt#:~:text=O%20alistamento%20de%20escravos%20durante,que
%20serviram%2C%20compensando%20seus%20donos.
20855-Artigo-71202-1-10-20170119
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/abolicionismo-como-foi-o-
processodefimdaescravidao.htm#:~:text=Por%20exemplo%2C%20a%20guerra
%20do,favor%C3%A1veis%20ao%20fim%20da%20escravatura.
https://www.scielo.br/j/ea/a/Zz5JrdgQR5hQMtMwj7dnfTd/#:~:text=O
%20recrutamento%20sistem%C3%A1tico%20de%20escravos,epidemias
%20que%20assolaram%20o%20ex%C3%A9rcito.

As Conseqüências da Guerra da Tríplice Aliança na ...


Revista UFRJ
https://revistas.ufrj.br › article › download
de LCVG Santos · Citado por 1 — 32. Page 3. 44 – Luís Cláudio Villafañe G.
Santos. Militares e Política, n.º 3 (jul.-dez. 2008), pp. 42-58. da Corte
portuguesa para o Brasil, em 1808 ...
https://www.scielo.br/j/ea/a/Zz5JrdgQR5hQMtMwj7dnfTd/#:~:text=Al%C3%A9m
%20de%20convocados%20de%20forma,do%20Norte%20e%20do
%20Nordeste.
https://www.cafehistoria.com.br/comprando-soldados-guerra-do-paraguai/
#:~:text=No%20dia%20seguinte%20%C3%A0%20sess%C3%A3o,que
%20pudessem%20servir%20na%20guerra.
https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?
option=com_content&id=2673%3Acatid%3D28
https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/fontes-
historicas.htm#:~:text=As%20fontes%20hist%C3%B3ricas%20s%C3%A3o
%20essenciais,tamb%C3%A9m%20conhecidas%20como%20documentos
%20hist%C3%B3ricos.
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/12321

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