Você está na página 1de 9

ESCRAVOS E LIBERTOS NOS JORNAIS DO RIO GRANDE DO NORTE

Aldinízia de Medeiros Souza – IFRN

Palavras Chaves: escravidão; liberdade; Rio Grande do Norte

Os jornais tem sido fonte de pesquisa para os estudos sobre escravidão e


liberdade desde a década de 1930, abordando diversos aspectos da condição de vida e
trabalho. Anúncios de compra e venda, fuga e disputas judiciais são alguns dos eventos
evolvendo escravos nos jornais. Os jornais do Rio Grande do Norte, assim como os de
outras províncias, também trazem diversas informações que contribuem para os estudos
sobre escravidão e liberdade. Tais fontes, podem atualmente ser melhor valorizadas pela
disponibilidade desses recursos por meio da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional,
e tem sido utilizadas para ampliar as pesquisas sobre escravidão no Rio Grande do
Norte, que fora pouco valorizada em décadas passadas, em parte, pela concepção da
historiografia tradicional local de pouca presença escrava no Rio Grande do Norte.
Para esse artigo, selecionamos dois jornais: Brado Conservador e O Assuense.​
Com base neles, apresentamos algumas matérias em que os escravos figuram nesses
jornais, cujas análises estão em andamentos. Procuramos, nesse momento, enfatizar as
diversa matérias que escravos figuram como sujeitos e destacar situações de luta pela
alforria abordados nesses jornais. Entre as situações relacionadas à alforria, destacam-se
a de escravas pertencentes a mais de um proprietário e as implicações decorrentes da
alforria concedida por apenas um deles. Pertencendo a condôminos e um deles tendo
alforriado, já seria possível o liberto vivenciar essa nova condição?
O levantamento dos jornais supracitados são decorrentes do projeto ​A imprensa
no período imperial: fontes para o ensino e pesquisa da escravidão e das lutas dos
1
negros no Rio Grande do Norte, que consiste em realizar pesquisa nos jornais
norte-rio-grandenses e selecionar as matérias nas quais tratarem da escravidão e das
lutas dos negros e transcrevê-las com a finalidade de fomentar a pesquisa na área, bem

1
Projeto de extensão coordenado pelo Professor Dr. José Evangelista Fagundes-UFRN, realizado pelo
Lehs-Laboratório de experimentação em História Social.
como disponibilizar as fontes para professores do ensino básico. Os jornais pesquisados,
como dito, estão disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.

Entre os s jornais norte-rio-grandenses do período imperial podemos listar: ​O


Natalense​, ​O Jaguarary, O Brado Natalense, O Publicador Natalense, O Sulista, A
Liberdade, O Argos, Natalense, O Clarim Natalense, O Constitucional ​Nortista, O Rio
Grandense do Norte, O Artilheiro, O Assuense, O Dous de Dezembro, O Estudante, O
Progressista, O Recreio, O Rio Grandense, Brado Conservador, O Liberal, O Assuense,
O Conservador, A Luz, Correio do Natal, Correio do Assú, Echo Miguelino, O Iris, O
Atalaia, Jornal do Açu, O Macauense, Boletim da Libertadora Norte-Rio Grandense,
Liberdade, Actualidade, Albatroz, O Cascabulho, Avulso 1880, A Ideia, O Alviçareiro,
Reforma, A Juventude e Echo Juvenil​. A luta pela liberdade, ações movidas pelos
escravos na justiça, atividades econômicas desenvolvidas por negros livres, libertos e
escravos, o envolvimento de negros na luta abolicionista, são alguns dos temas
encontrados em matérias desses jornais.
A fase de seleção e transcrição das matérias dos jornais foi concluída.
Atualmente estamos na fase de preparação de organização do material levantado para
publicação. Com isso, visamos promover um maior acesso a estas fontes por
pesquisadores e também professores do ensino básico, fomentando o estudo da História
nessa fase do ensino, por meio das fontes.
O jornais cujas matérias são citadas nesse artigo, Brado Conservador​, ​O
Assuense e ​O Correio do Assú​, precisam ser compreendidos também em seu contexto
político, pois as matérias e as defesas pela liberdade ou pela manutenção da escravidão
de sujeitos citados nos jornais estão relacionadas aos grupos políticos aos quais cada
jornal está vinculado. Além disso, o período de suas existências e a efemeridade dos
periódicos eram comuns, com também era, alguns proprietários ou redatores passarem a
atuar em um novo jornal que, na verdade, era uma continuidade do anterior, como é o
caso d’​O Correio do Assú que é uma espécie de continuidade d’​O Assuense, e o
2
fundador de ambos também fundou o ​Correio do ​Natal​, que circulou entre 1878 e 1889

2
FERNANDES, Luiz. ​A imprensa periódica no rio Grande do Norte de 1832 a 1908​. 2ed. Natal:
Fundação José Augusto, Sebo Vermelho. 1998. p. 64.
. Deste modo, paralelamente à transcrição das matérias é necessário também
compreender aspectos da história desses jornais para se saber o período de sua
circulação, os grupos políticos a que estavam vinculados, uma vez que essas disputas
implicam em diferentes posicionamentos sobre situações envolvendo escravos e
libertos. Esses aspectos encontram-se em fase de levantamento de informações.
O uso dos jornais para a defesa das causa de escravos é lembrado por Elciene
3
Azevedo como um elemento de luta. Em ​O direito dos escravos: lutas jurídicas e
abolicionismo na província de São Paulo​, ela analisou os significados atribuídos pelos
escravos à justiça, suas ações e a maneira que as autoridades públicas, judiciárias ou
policiais interpretavam e contestavam a atuação dos escravos. Para a autora, o uso do
Direito somados à utilização dos jornais como armas de luta, obrigou as autoridades a
tomarem decisões políticas, de maneira que expusessem suas interpretações acerca do
que era legal e de direito nas ações em que envolviam escravos ou pessoas que estavam
sob suspeita de serem escravizadas.
Se por um lado os periódicos foram armas de luta contra a escravização ilegal,
por outro também foram utilizados em defesa da escravidão, da propriedade privada, e
em favor da imagem pública de indivíduos suspeitos pelo crime de reduzir pessoa livre
à escravidão.
As disputas entre liberais e conservadores no caso do Rio Grande do Norte
aparecem em casos relacionados a escravos publicados nos jornais. O jornal ​Brado
Conservador expõe por exemplo, o caso de um escravo de sete anos, cujo pai entra com
uma ação de liberdade para arbitrar o valor de sua alforria ao saber que ele seria
vendido. A criança, de nome Gregório, sob depósito, foi entregue novamente ao seu
proprietário por mandado do Juiz de órfãos Luiz Carlos Lins Wandeley. Segue-se então
no periódico uma série de críticas ao juiz, que na época era liberal, e possuía parentesco
como redator de ​ O Correio do Assú,​ jornal adversário de​ O Brado Conservador​.

Leia-se o despacho do doutor (medico) Luiz Carlos Lins Wanderley, proferido


no celebre processo do levantamento de deposito do infeliz Gregorio,

3
AZEVEDO, Elciene. ​O direito dos escravos:​ lutas jurídicas e abolicionismo na província de São Paulo.
Campinas-SP: Editora da UNICAMP, 2010; ____ Orfeu de Carapinha​: a​ trajetória de Luiz Gama na
imperial cidade de São Paulo. Campinas-SP: Editora da UNICAMP; Cecult, 1999.
(em que andou mão do mestre) e que o mesmo doutor fez publicar no
<<Correio>> de 10 do corrente, e ver-se-á que elle, no intuito de
cohonestar o seu acto immoral e violento, e melhor eximir-se da
tremenda responsabilidade que contrahiu perante Deus e o mundo,
(porque jamais deixarão de chegar até o céo os justos clamores de
4
Gregório, quando a justiça da terra se torne surda aos seus gemidos)

Acusado em ​o Brado Conservador de agir em defesa do proprietário de


5
Gregório, o juiz defendia-se no ​Correio do Assú e assim, em meio a essas disputas, vai
se desvendando a história de Gregório, entre outras, e as dificuldades enfrentadas pelos
escravos na aquisição da liberdade. Gregório deveria ficar sob depósito até resolução do
caso, diz ​o Brado Conservador​, ao invés disso, foi devolvido ao seu proprietário, o que
facilitou a venda do mesmo sem que a sua alforria pudesse ter sido efetivada.
Alguns desses casos que envolvem ações de liberdade são publicados na seção ​A
pedido, ou ​Publicações solicitadas e chegam ao leitor pelo discurso do senhor quando
este se sente injustiçado ou pretende se defender da acusação de redução de pessoa livre
a escravo; ou ainda no discurso do defensor do escravo em questão.
Em uma das seções ​A pedido ​de O Assuensse em 1870, um auto de perguntas
realizado pelo delegado de Assú questionava sobre a venda de uma mulher livre, que
6
teria sido vendida como escrava por Joaquim de Moura Silva a Balthasar Moura. O
crime de redução de pessoa livre à escravidão tem sido evidenciado pela historiografia
recente e percebe-se que era bastante comum e disseminado nas diversas províncias.
A seção ​Anúncios é outra que aparece referências às fugas ou às ofertas de
compra e venda de escravos. Ao analisar os anúncios de fugas de escravos nos jornais
de São Paulo no século XIX, Lilia Moritz Schwarcz, avança em relação aos estudos
7
realizados por Freyre , e caracteriza as fugas no processo de abolição, observando que
eram em sua maioria individuais, mas houve um crescimento das fugas coletivas a partir
8
de 1880, relacionando-as com o fortalecimento do movimento abolicionista.

4
QUE miséria! ​Brado conservador.​ Assú, 23 mar. 1877. Editorial, p. 2.
5
Não há, para as mesmas datas do Brado conservador sobre o caso citado, exemplares do Correio do
Assú na Hemeroteca Digital.
6
​ ssú, 05 out. 1870. A pedido, p. 3.
Auto de perguntas. ​O Assuense. A
7
FREYRE, Gilberto. ​O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX.​ 4. ed. São Paulo:
Global, 2010.
8
SCHWARCZ, Lilia Moritz. ​Retrato em branco e negro,​ 2008, p.137-138.
Assim como em outros jornais, os periódicos do Rio Grande do Norte trazem na
seção ​Anúncios ofertas de compra e venda de escravos bem como avisos de fugas. Os
registros de fugas em jornais de outras cidades podem revelar possíveis rotas de fuga
dos escravos na província.

No dia de 21 de junho deste anno fugio da villa do Jardim, no Seridó a escrava


criola de nome Severina, da propriedade de Manoel Martins de Farias,
a qual tem os signaes seguintes: moça, retinta e não mal parecida:
estatura regular, olhos esbranquiçados, beiços grossos, dentes alvos e
limados tanto os da maxila superior, como da inferior: tem um signal
feito em um dos braços, ou de sino aslomão ou de alguma outra figura;
he bastante ladina e leva nome mudado; cose, laberinta, faz renda e
emgoma. Tendo ja sido prêsa em Angicos evadio-se da prisão, e
consta ter d’ali seguido para o Assú onde foi encontrada armada de
uma faca, levando porção de roupa e dinheiro. Quem a pegar pode
levala a a seu senr. navila do jardim, ou na cidade do Assú ao Senhor
João Carlos wanderley, que será generosamente gratificado. Jardim 17
9
de Agosto de 1867.

No anúncio citado, além das características físicas, observa-se que a atividade


desempenhada pela escrava na confecção de labirinto e renda, é uma atividade típica da
região do Seridó, onde se localiza a cidade de Jardim do Seridó, além disso, o anúncio
evidencia uma possível rota de fuga passando por Angicos e Assú. Porém, a
configuração de uma rota de fuga carece de informações que podem surgir em outros
anúncios. As descrições físicas presentes nos anúncios, são informações importantes
para estudos sobre a etnicidade e a permanência de práticas culturais de origem africana.
As modificações nos dentes

podem ser observados em mais de uma etnia africana, podendo inclusive ser modificados por
iniciativa e criatividade individual, o que dificulta a associação da
maior parte dos padrões a etnias africanas específicas. Trata-se de uma
prática cultural realizada com intenções iniciatórias, estéticas,
10
religiosas e outras, mas não com a intenção de ‘mutilar’.

9
No dia de 21 de Junho. ​O Assuense.​ Assú, 14 set. 1867. Annuncios, p. 4.
10
LIRYO, Andersen; SOUZA, Sheila Mendonça de; COOK, Della Collins. Dentes intencionalmente
modificados e etnicidade em cemitérios do Brasil Colônia e Império. ​Revista do Museu de Arqueologia e
Etnologia LARP-MAE/USP,​ São Paulo, n. 21, 2011, p. 315.
A seção ​Noticiário​ apresenta diferentes referências sobre os escravos e libertos,
entre estas as notícias de manumissão, ressaltando-se a bondade do senhor evidenciando
uma visão paternalista da alforria:

MANUMISSÃO- É sempre com praser que registramos actos de philantropia


e caridade. A exma ​S​enho​ra ​D​ona Francisca Maria da Conceição,
viuva do finado A pollinar Jose d’ Aurêdo, moradora no sitio –Barro
Branco- da freguezia e município da cidade do Principe, acaba de
passar carta de liberdade aos seus escravos Luiz, Felis, e Candida.
11
Possa tão digno exemplo se imitado.

Percebe-se uma clara valorização da ação do senhor e da alforria vista como


uma caridade, eximindo qualquer ação dos escravos. A aquisição da alforria requeria
muito mais empenho dos escravos do que pode parecer pela notícia acima. Os estudos
sobre alforria mostram que em sua maioria eram conseguidas mediante pagamento pelo
12
escravo ou cumprimento de obrigações e prestação de serviços. Embora o direito a
compra da alforria só tenha sido reconhecido com a Lei de 28 de Setembro de 1871, já
13
era uma prática reconhecida. “Muitos escravos pareciam dispostos a se submeter às
14
mais variadas e severas condições no intuito de tornarem-se libertos” , mas a trajetória
do escravo até conseguir a alforria não costuma ser apresentado nas cartas de liberdade.
Algumas situações vêm à tona nos jornais, como o caso do menino Gregório, que
evidencia as dificuldades que envolviam a alforria. Quando o pai de Gregório soube da
intenção de venda do menino pelo senhor, ofereceu 200 mil reis pela sua alforria,
porém, o proprietário alegou que o custo seria de 300 mil. A lei de 28 de setembro de
15
1871 dava direito ao escravo que dispusesse de pecúlio comprar sua alforria , mas esse

11
MANUMISSÃO. ​O Assuense.​ Assú, 02 set. 1870. Noticiário, p. 02.
12
KARASCH, Mary C. ​A vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808-1850.​ São Paulo: Companhia das
Letras, 2000. EISEMBERG, EISENBERG, Peter. ​Homens esquecidos.​ Campinas: Ed. Unicamp, 1989.
SCHWARTZ, Stuart​. Escravos, roceiros e rebeldes.​ Bauru, EDUSC, 2001. GONÇALVES, Andréa Lisly.
As margens da liberdade: e​ studo sobre a prática de alforrias em Minas colonial e provincial. Belo
Horizonte: Fino Traço, 2011.
13
CHALHOUB, Sidney​. ​Visões da liberdade:​ uma história das últimas décadas da escravidão na Corte:
São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
14
GONÇALVES, Andréa Lisly. ​As margens da liberdade:​ estudo sobre a prática de alforrias em Minas
colonial e provincial. Belo Horizonte: Fino Traço, 2011. p. 18
15
Lei 2080 de 28 de Setembro de 1871. art 3 par 2º
direito era negado quando o senhor não acordava o valor da indenização, nessa situação
era necessário recorrer à justiça para arbitramento do valor, conforme fez o pai de
Gregório.
A luta pela liberdade fica evidente também na situação de duas mulheres, que
pertencentes a condôminos, foram alforriadas por um deles, mas enfrentaram muitas
dificuldades, como o sumiço dado à carta de alforria de uma delas e a fuga realizada
pela outra para não ser mantida sob escravidão. Trata-se dos casos de Maria José e
Lucrécia.
Maria José pertencia a cinco condôminos e foi alforriada por um deles. A
escrava foi comprada por Dona Jesuína Soares de Macêdo em 17 de Abril de 1876 a
quatro dos condôminos e o quinto, Joaquim Ximbinha passou a carta de liberdade a
Maria José em 26 de Abril de 1876, segundo as informações do jornal ​O ​Brado
16
Conservador . Diante de sua compra por Dona Jesuína, Maria José entra com uma ação
de liberdade por indenização e com isso passa a ter um curador nomeado.
Em diversas edições do Brado Conservador de 1877, o caso de Maria José vem
à tona sempre em defesa da proprietária. O jornal alega que Maria José usufrui de
liberdade sem ter indenizado Dona Jesuína, sua proprietária. Isso porque, em razão da
ação de liberdade, Maria José foi depositada sob os cuidados do Professor Elias Antônio
Ferreira Souto e de sua casa fugira. O jornal acusa ainda o Professor Elias de ser
conivente com a fuga de Maria José.
Em uma perspectiva diferente do tratamento dado a Maria José, ​o Brado
Conservador denuncia as injustiças a que está submetida Lucrécia, alforriada por Dona
Cândida Wanderley, mas não pelos seus irmãos, que tinham parte no consórcio. O
jornal expõe ainda que os esforços de Lucrécia ao entrar na justiça não foram profícuos
em razão da ausência de providências do juiz. Além disso o periódico faz duas
acusações aos proprietários de Lucrécia: de terem sumido com a carta de alforria
17
passada por Dona Cândida e de ameaçar Lucrécia com sevícias.
Ambos os casos são utilizados pelo periódico com um viés político, pois
envolvem grupos rivais na política local. Ao longo de várias edições do Brado

16
Brado Conservador. Assú .p. 03. 16 Março 1877.
17
Lucrécia. ​Brado Conservador​. Assú. 26 jan 1877. Noticiário. p. 02.
Conservador​, jornal fundado por Antônio Soares de Macêdo, irmão de Dona Jesuína (a
senhora que comprou Maria José), sujem críticas e denúncias aos proprietários de
Lucrécia, membros da família Wanderley, e defesa de acusações feitas a Dona Jesuína
18
pelo ​Correio do Assú , jornal ligado a família Wanderley. Por um lado, ​o Brado
Conservador defende a liberdade de Lucrécia e, por outro, a manutenção da escravidão
de Maria José, mostrando-se ambíguo em situações idênticas: duas escravas
pertencentes a vários proprietários conseguem a alforria de um deles, mas ambas
continuam em situação de escravidão, o que parece que era a situação comum nesses
casos.
Estes são alguns casos em estudo que estão presentes nos jornais levantados. A
diversidade de matérias levantadas mostra como a presença escrava era mais
significativa do que costumava se afirmar nos livros sobre o Rio Grande do Norte.
Desse modo, a transcrição e estudos de fontes jornalísticas sobre escravidão e liberdade
no Rio Grande do Norte pode trazer novas perspectivas para a historiografia local.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Elciene. ​O direito dos escravos​: lutas jurídicas e abolicionismo na


província de São Paulo. Campinas-SP: Editora da UNICAMP, 2010.
______. Orfeu de Carapinha: a​ trajetória de Luiz Gama na imperial cidade de São
Paulo. Campinas-SP: Editora da UNICAMP; Cecult, 1999.
CHALHOUB, Sidney. ​Visões da liberdade​: uma história das últimas décadas da
escravidão na Corte: São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
EISENBERG, Peter. ​Homens esquecidos:​ escravos e trabalhadores livres no Brasil –
séc. XVIII e XIX. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989.
FERNANDES, Luiz. ​A imprensa periódica no rio Grande do Norte de 1832 a 1908.
2ed. Natal: Fundação José Augusto, Sebo Vermelho. 1998.
FREYRE, Gilberto. ​O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX.​ 4. ed.
São Paulo: Global, 2010.

18
O jornal ​Brado Conservador​ responde às matérias publicadas no C
​ orreio do Assú.​ Porém não
encontra-se na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional as edições do ​Correio do Assú​ citadas no
Brado Conservador.
GENOVESE, Eugene Dominick. ​A terra prometida:​ o mundo que os escravos criaram.
Trad. Maria Inês Rolim e Donaldson Magalhães Garschagen. Rio de Janeiro: Paz e
Terra; Brasília-DF: CNPq, 1988.
GONÇALVES, Andréa Lisly. ​As margens da liberdade: ​estudo sobre a prática de
alforrias em Minas colonial e provincial. Belo Horizonte: Fino Traço, 2011.
KARASCH, Mary C. ​A vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808-1850.​ São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. ​Retrato em branco e negro. ​Jornais, escravos e cidadãos em
São Paulo no final do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
SCHWARTZ, Stuart. ​Segredos internos​: engenhos e escravos na sociedade colonial,
1550-1835. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras; CNPq,
1988.
SCHWARTZ, Stuart​. Escravos, roceiros e rebeldes.​ Bauru, EDUSC, 2001.
LIRYO, Andersen; SOUZA, Sheila Mendonça de; COOK, Della Collins. Dentes
intencionalmente modificados e etnicidade em cemitérios do Brasil Colônia e Império.
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia LARP-MAE/USP​, São Paulo, n. 21, 2011.

Você também pode gostar