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→ O título chama a atenção no sentido de, de pronto, instigar o pensamento de que o texto
seria um manual: “Emancipacionismo e gradualismo: como fazer com que os próprios escravos
indenizem seus senhores?” p. 369
→ A autora chama atenção para o fato de que no Brasil, esperava-se postergar a escravidão
até o séc. XX. p. 369
→ Quando de fato promulga a abolição da escravidão, para a autora, quem usufrui do ato
constitucional glorioso é o Estado. Entretanto, para a autora, o impacto social da abolição fora
absorvido pela população mais atingida pela escravidão de forma significativa, de forma que
cessassem as fistulas do Estado – revoltas escravas, fugas e protestos, concorrência num
âmbito amplo entre forros e escravos. p. 369
→ Ao africano livre – que fora capturado e “ilegalmente” trazido ao Brasil – deveria prestar 14
anos de trabalho para a efetivação da liberdade do africano livre, servindo ao Estado ou
particulares e, “pasmem”, mantidos sob formas de disciplinas similares à aplicada aos
escravos. P.370
→ “o Estado exigia que o africano, ainda que livre, adquirisse sua emancipação, de alguma
forma consagrando o princípio de que os senhores, o Estado ou mesmo a sociedade em geral
tinham direito à indenização pela perda do potencial ou real trabalhador, representado pelo
africano e seus descendentes.” P.371
→ “tanto com a lei de 1871 – que legalizava o pecúlio adquirido pelo escravo e a compra da
alforria a partir dessa poupança através de empréstimo, adiantamento ou contratos de
trabalho com terceiros – quando a lei dos Sexagenários 1885 – que, como forma de
ressarcimento, impunha aos libertandos maiores de 60 anos a exigência de servir seus
senhores por mais três anos ou até os 65 anos –, ficava consagrado o princípio da indenização
dos senhores” p. 372
→ Constante luta política e jurídica. Lutas políticas entre a elite regional brasileira, liberais e
conservadores. P. 374
→ A autora afirmará que naquele momento, mesmo diante de inúmeras figuras militantes,
pouco eram, como André Rebouças, rábula e posteriormente advogado abolicionista, luta sob
questões referente à abolição de forma imediata e sem indenizações, bem como reforma
agrária. O que remete aos pensamentos de Martin Luther King Jr que, além da busca da
liberdade no sentido da igualdade social, pontuou também a divisão das riquezas.
Direito ao voto e o fim da discriminação legal (leis segregacionistas) –
“brancos e negros tem definições diferentes de liberdade, já que a grande maioria dos
brancos. A maior parte dos brancos entende igualdade como melhorias, enquanto os negros
partem do principio de que a igualdade deve ser entendida no sentido literal”
Pautou também:
→ A autora aponta que a polícia agia pautada quase sempre sob os interesses dos senhores:
“essa tendência fica bastante explicitada, por exemplo, no inquérito policial referente À
revolta dos escravos ocorrida na fazenda São José de Rio Claro, que se havia tornado, após
inventário, Sociedade Agrícola Oliveira & Cia.” P.379
→ a autora usa o termo “gang” para definir um grupo de escravos que teria se rebelado contra
o feitor. No mínimo curioso... p.380
→ A autora demonstra mais relatos a partir de sua fonte, o inquérito policial. Conta de um
caso onde um escravo passa por necropsia que consta morte por “aneurisma torácico”,
entretanto sem postular as condições gerais do corpo. O que surpreende é que o juiz do
inquérito concluiu o caso do escravo como “de morte natural, mandando arquivar o auto”.
P.383
→ 1881 e ainda ocorriam castigos públicos aos escravos que se rebelassem nas fazendas,
criando insurreições e protestos, tudo pautado aos interesses senhoriais. P.386
→ “os escravos, como sempre, aproveitam o espaço aberto pela briga entre os poderosos e
avançaram decididamente”. P.395
AZEVEDO, Elciene. “Para além dos tribunais: advogados e escravos no movimento abolicionista
em São Paulo”. In: LARA, S. & MENDONÇA, Joseli M. Nunes Mendonça (orgs.), Direitos e
Justiças no Brasil: ensaios de história social. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006, pp.199-
229.
→ jornais,
→ “a trajetória de Luiz Gama e de alguns outros advogados de seu grupo pode ser um meio de
entender de forma mais densa essa relação, possibilitando, assim, chegar aos significados que
os contemporâneos atribuíram a suas atuações dentro dos tribunais, bem como o que elas
podem ter representado fora deles.” P.203
→ O autor argumenta que o objetivo do texto é observar a trajetória dos agentes jurídicos que
estenderam a mão à causa abolicionista e como se culminará a relação deles com as
expectativas dos escravos no fim do XIX. P.203
→ Luiz Gama teve desde os primórdios de sua liberdade contato com posições dentro de
policias, no qual no decorrer dos anos fizera vínculos importantíssimos dentro do sistema
jurídico. P.205
→ Era maçom?
→ Gama sofre retaliações por seu envolvimento bastante intimo em processo de escravos e
libertos. P.206
→ a autora conta que Gama, em vez de se lamentar pela ineficácia da aplicabilidade da lei de
1831, usava de todos seus artífices para poder fazer vale-la. P.209
→ utilizavam de estratégia a pressão popular para pressionar o júri a tomar atitudes cabíveis a
respeito das questões legais da liberdade de cativos. P.209
→ Gama vai usar do apelo público para pressionar muitas vezes o magistrado a realizar
imparcialmente seus poderes públicos a fim de evitar que fizessem valer interesses
particulares de qualquer natureza. Interessante, pois Machado irá o tempo todo evidenciar
inicialmente essa fachada da justiça, onde na verdade a justiça fica à mercê dos senhores.
P.210
→ “[...] nesse período, cerca de 760 mil africanos tenham entrado no país [...]”p.212
→ Azevedo reafirma o que Machado argumenta, embora os africanos traficados devessem por
lei serem livres se encontrados em territórios nacionais no momento da ancoragem, “na
prática os arranjos de trabalho a que foram submetidos privilegiavam o controle social e os
interesses senhoriais”. P.212
→ “mostra que os embates jurídicos em torno da liberdade, a princípio restritos aos tribunais,
ecoavam na sociedade através da imprensa, atingindo não somente uma elite letrada
potencialmente, apta a se converter ao abolicionismo, mas também os maiores interessados
no assunto, os escravizados.