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STOLCKE, Verena.

“A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo”, em Cafeicultura:


homens, mulheres e capital (1880- 1980). São Paulo: Editora Brasiliense, 1986, pp.17-52.

→ Até os anos de 1850 os escravos compunham a maior parte do trabalho nas fazendas de café. P.17
→ Expansão do café para o Oeste Paulista no fim do séc. XIX, com o país rumo a abolição, a questão levou à especulação dos
fazendeiros a respeito do trabalho livre, ou seja, mão de obra assalariada, levando-os a preferir os imigrantes. P.17
→ Segundo a autora, a preferência dos senhores pelos imigrantes é porque não havia mão de obra local prontamente disponível e
isso os levou aos imigrantes. P.18
→ A partir deste momento ocorrerá uma mudança do quadro político social de interesses sobre o trabalho, tanto da elite agrária
quanto destes novos trabalhadores assalariados na fazenda e café. P.18
→ Os fazendeiros reclamavam quanto ao rendimento do trabalho dos imigrantes em relação aos escravos anteriormente. P.18
→ Para a autora, os fazendeiros tinham plena consciência de que a escravidão já estava condenada. P.19

1. A PARCERIA

→ A autora quer entender por que os fazendeiros preferem o sistema de trabalho “parceria” e não há outros. P.19
→ Vergueiro & Companhia. Empresa de captação de mão de obra imigrante que pautava seus contratos trabalhistas no sistema de
parceria.
→ Sistema de Parceria: 1º O fazendeiro contratante custeava o transporte dos imigrantes, do país de origem até o Porto de Santos;
2º Em Santos, adiantava o custo do transporte do Porto até a fazenda; 3º Custeava adiantado todas as ferramentas necessárias para a
realização do trabalho na fazenda; p.20
→ O imigrante ficara livre da dívida no momento em que conseguisse cessá-la com os produtos de sua colheita, bem como se
responsabilizaria por um pedaço de terra de café, ficando livre para plantar suas próprias culturas alimentares. P.20
→ O imigrante recebia uma casa gratuitamente desde que pagasse com metade do rendimento líquido da agricultura alimentar e de
café. Também devia pagar metade do rendimento anual do café.
→ O imigrantes cessava só poderia sair da fazenda quando pagassem totalmente a dívida. P.20
→ Levavam em média quatro anos para saldar a dívida completa. P.20
→ Começo da década de 1850 Vergueiro & Cia era altamente cotada pelos fazendeiros interessados em fazer o mesmo que a
fazenda Vergueiro. P.21
→ Com o fluxo, os contratos passaram a ser mais onerosos. Os trabalhadores imigrantes agora arcavam com altos níveis de juros e
comissões. Bem como todo família contraia a dívida, medida tomada pelos fazendeiros vista a prevenção de percas sob morte do chefe
familiar. P.21
→ A autora cita a Lei de Terras como obstáculo para o imigrante possuir uma propriedade no Brasil. P.22
→ A autora detecta o primeiro sinal de descontento dos trabalhadores imigrantes na fazenda de Nova Olinda, na qual possuía a
mão de obra de trabalhadores suíços. Tais imigrantes se revoltaram devido a intervenção dos gados em territórios de plantação de
subsistência. O caso ganhou força e levou a um entrave entre fazendeiros e trabalhadores, que só cessou quando estes foram levados a
uma colônia e tiveram parte de suas dívidas perdoadas. O que pra autora fica muito claro qual o núcleo do entrave entre fazendeiros e
imigrantes. P.23
→ A revolta dos imigrantes alemães na fazenda Vergueiro de encontro com as mesmas reclamações da fazenda de Nova Olinda.
→ A tensão dos fazendeiros das revoltas dos imigrantes se espalharem, bem como de incitar os escravos que ali ainda existiam.
P.24
→ A acusação a Davatz de aspirações comunistas entre outras é chocante! A que ponto as aspirações da elite agrária chegavam.
P.24
→ A autora questiona de novo o por que os fazendeiros continuavam escolhendo o sistema de parcerias em relação a mão de obra
imigrante. P25
→ 1º JUSTIFICATIVA DO INTERESSE DE SISTEMA DE PARCERIAS: “a incerteza dos rendimentos e dos preços do café
induziu os fazendeiros a ceder parte da renda potencial que, sob a escravidão, era exclusivamente sua, pois isso evitaria a possibilidade
alarmante de que os salários absorvessem mais do que a renda corrente da safra.” P.25
→ 2º JUSTIFICATIVA DO INTERESSE DE SISTEMA DE PARCERIAS: “a parceria, numa situação de mão de obra escassa e
dispendiosa é, de fato, mais eficiente que o trabalho assalariado, desde que o empregador tenha o poder político de impor uma divisão
lucrativa. É uma forma de utilização do trabalho semelhante a um sistema de trabalho por produção cuidadosamente negociado, uma
forma de assegurar um esforço adicional mais e melhor, em troca apenas de um pequeno acréscimo na remuneração total, acima da dos
trabalhadores assalariados.” P.25
→ Os fazendeiros tinham uma preferência pelos homens com famílias, segundo a autora, “como a necessidade de mão de obra
durante a colheita era cerca de 1/5 maior do que durante o cultivo, as esposas e filhos dos trabalhadores podiam cobrir satisfatoriamente
essa demanda adicional”. P.26
→ Em 1860 o Império declara que as fazendas não estão aptas a receber os trabalhadores imigrantes nem por sistemas de
parcerias, visto ainda que já chegavam com altas dívidas. P.28
→ os trabalhadores imigrantes, com o tempo, passaram a desenvolver menor no café, dando mais atenção as plantações de
susbstencia nos quais poderiam ter retorno diretamente. P.29
→ Autora cita novamente a questão dos fazendeiros estarem submetidos ao declínio produtivo do café pois estavam à mercê da
mão de obra, devido à pouca oferta. P.31

2. O CONTRATO DE LOCAÇÃO DE SERVIÇOS

→ Após 1857 o sistema de parcerias, segundo a autora, foi gradualmente abandonado em SP. P.31
→ Os relatórios sobre o sistema de parceria chegara em países como Suíça e Prússia que depois de anos tomara medidas extremas
em relação. Proibiram a emigração para São Paulo. P.32
→ A parceria foi gradualmente substituída por um contrato de locação de serviços. P.32
→ CONTRATO: ao invés de uma parcela do valor da produção, os trabalhadores recebiam um preço preestabelecido por medida
de café colhido. O trabalho desenvolvido nas áreas de subsistência deveria ser proporcional ao trabalho desenvolvido no café. P.32

3. O COLONATO

→ Com o tempo, os contratos estipulavam cada vez mais multas para a não execução das carpas. P.35
→ Sistema misto de remuneração por tarefa e medida colhida, o colonato, formula que prevaleceu nas fazendas de São Paulo. P.36
→ 1868 – Partido Liberal pediu oficialmente o fim da abolição. P.38
→ 1871 – Lei do Rio Branco: tornava todos os filhos de escravas livres. Serviu como instrumento para adiar a abolição até 1888.
P.38
→ A introdução da estrada de ferro e maquinarias na década de 1870 colaborou para poupar gasto aos fazendeiros. P.38
→ 1878 – Congresso Agrícola – convocado pelo governo para avaliação geral da agricultura do Brasil. Um grupo de fazendeiro se
opôs publicamente à imigração como solução para mão de obra. Queriam disciplinar para o trabalho: agregados, nacionais, ingênuos, etc.
Queriam a aplicação da lei de 1837 nos contratos. P.39
→ 1879 a lei de 37 é substituída e passa a vigorar nos contratos e parcerias, podendo prender quem abandonasse a fazenda sem
justa causa, operassem greves ou incitações mediante violência. P.40
→ A lei de 1879 não foi efetiva, segundo fazendeiros. P.41
→ 1884 – Governo Imperial facilita com políticas públicas a vinda de imigrantes ao país. P.42
→ 1886 – O Império subsidia os imigrantes. P.42
→ 1887 – Existem dentre 60 000 e 70 000 imigrantes, predominantemente italianos em São Paulo. Já escravos 50 000. P.42
→ Entre 1884 e 1914 chegaram 900 000 imigrantes no Brasil. P.42
→ Agora tornara mais fácil para o fazendeiros abolir a escravidão, o programa de imigração, permitira. P.42
→ A produção do café aumenta de 221mi para 685mi. P.43
→ Os fazendeiros utilizavam da violência para coagir os trabalhadores a ficar nas fazendas. P.43
→ A autora cita a questão na qual esperei o texto todo. A utilização da mão de obra dos libertos e trabalhadores nacionais. Ela
aponta que só se torna uma opção viável após a primeira Guerra Mundial. P.44
→ As mulheres cultivavam metade da quantidade de pés de café tratado. P.44

AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. “O chinês na balança das Cores: o debate sobre a “transição” e a
questão das “raças humanas” In: Dois Estudos sobre imigração e racismo. São Paulo: Annablume, 2012.

→ O trabalho da autora inicia com a exposição de corpos chineses em 2007 alegada a fins científicos, foram expostos 20
cadáveres. P.21
→ Porque chineses? P.21
→ Houveram denuncias de que os cadáveres eram de presos políticos chineses. P.22
→ Edward W. Said definiu orientalismo: conjunto de instituição, vocabulário, pesquisas acadêmicas, imagens, doutrinas e
burocracia e estilos coloniais. P.22
→ “Aquilo que reconhecemos hoje como Oriente constituiu-se culturalmente pela Grã-Bretanha e França em princípios do século
XIX e, mais tarde, também por outros grandes poderes, como Alemanha, Bélgica, Itália e os Estados Unidos, em terras situadas a leste da
Europa”. P.22
→ “Foi em meio a reflexões sobre o que é dado socialmente como legitimo e, sobretudo, como algo se torna legítimo aos nosso
olhos que voltei no inflamado debate sobre a imigração chinesa no Brasil. Pode-se dizer, sem dúvida, que nenhum outro personagem
coletivo estrangeiro foi tão debatido no Brasil num curto período para ser esquecido logo em seguida, como foi o chinês.” P.24
→ A autora alega que o chinês nunca ganhara nome na história, pelo menos como vem acontecendo com os negros... p.24

1. TRANSIÇÃO COM O IMIGRANTE AMARELO

→ Houve preferência de quais estrangeiros seriam bem vindos no Brasil. P.25


→ Amarelo, designação empregada pelo teórico da “raça”. P.26
→ Chineses e Indianos nunca foram completamente bem vindos.
→ Os chineses sofriam duras represálias sob o argumento de que estariam com a intenção de “mongolizar” o Brasil. P.26
→ Os asiáticos, segundo Quintino de Souza Bocayuva, tinham graves defeitos: moral pervertida, paixão por jogos e impulsivos
em ações torpes e nocivas. P.27
→ Os chineses seriam incapazes de civilizar-se devido ao caráter de não fixação no território, o que ao mesmo tempo tornara
interessante aos fazendeiros. P.27
→ Trabalhavam por baixíssimos salários, muito abaixo da média dos trabalhadores nacionais urbanos e rurais. P.27
→ Chineses como colonos temporários. P.28
→ Chineses como a necessidade de suprir os vazios das fazendas, braços que pudessem trabalhar quase que gratuitamente e uma
vez feito, voltariam as suas origens. P.30
→ Não obstante, os chineses eram laboriosos, econômicos, sóbrios e pacientes, compreendem seus lugares de subalternos com
fidelidade. Também eram mais inteligente que os negros, por isso podia-se utiliza-los em trabalhos não braçais. P.30

2. A DENUNCIA DO PERIGO AMARELO
→ Escala Etnográfica: negro liberto (insubmisso, incapaz de trabalhos complexos [mental]); colono amarelo (submisso, com uma
dose de inteligência) e o imigrante branco (trabalhador, inteligente por excelência); p.34
→ Hierarquia social aplicada no trabalho. P.34
→ Luis Peixoto de Lacerda Werneck – filho de latifundiário, criticada a grande propriedade; iniciou na literatura seus anseios
sobre o imigrantismo europeu como a salvação da pátria brasileira. P.36
→ Wernek inaugura uma corrente de imigrantistas contrario a entrada dos chineses [1860 – 1870]. P.36
→ Antonio A.C. Aguiar – atacou diretamento Bocayuva por apois à imigração chinesa, fora um racista nítido. P.37
→ “É interessante notar que, de um modo geral, os argumentos contrários a imigração chinesa no Brasil oscilavam entre, de um
lado, o mais puro xingamento e, de outro, as referencias mais comdiadas as provas cientificas a suposta inferioridade da raça
asiática”. P.39 Aqui a autora abre espaço e fala sobre o sentimento preconceiruoso baseado numa teoria cientifica de desprezar a
biologia e a cultura do outro.
→ Senso comum racista empregnado nas elites brasileiras. P.42
→ A autora explicita nomes de abolicionistas progressistas contrários à imigração chinêsa, por ex. Joaquim Nabuco.

4. Orientalismo, Ocidentalismo:a delimitação entre humanos e sub-humanos


→ Paulo Freyre argmentara que no fim do XVIII e inicio do XIX a colônia portuguesa havia incorporado em seu cotidiano
diversos aspectos da cultura oriental. P.51
→ Muitos chineses foram escravizados nas colônias de Portugal e do Brasil. P.53
→ Racismo sendo um direcionador crescente no movimento “ocidentalista” do séc. XIX. P.53
→ Freyre: acreditaca que o ocidentalismo era um movimento expressando a necessidade das elites brasileiras serem notadas em
relação à Europa.
→ Said: acreditava que o ocidentalismo permitiu que a cultura ganhasse força e identidade ao se delimitar em oposição ao Oriente.
P.55

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