As lavouras de café estavam sofrendo com a falta de mão de obra, já
que o tráfico legal de africanos não era mais possível. Este problema foi solucionado de maneira temporária pelo tráfico entre províncias de escravos, do Nordeste, decadente para a região Centro-Sul. Mas, em contrapartida, a cafeicultura que estava em franca expansão, precisava de um número maior de contingentes de trabalhadores. Diante dos problemas, os fazendeiros agenciaram a vinda de milhares de estrangeiros para trabalhar em cafezais. Em 1847, o senador Nicolau de Campos Vergueiro, criou então o sistema de parceria, considerada a primeira e mais importante iniciativa de incentivo à imigração na província de São Paulo. Este sistema consistia no custeio da antecipação os rendimentos, no transporte dos trabalhadores europeus até as fazendas em que estavam instalados. Para isso, os imigrantes deveriam iniciar o trabalho, fazendo o cultivo dos gêneros de subsistência e café. Um terço de todo o lucro ficava com os trabalhadores e o restante era entregue ao fazendeiro para que a dívida pudesse ser amortizada. Mas, essa parceria não foi para frente, por causa principalmente dos altos juros que eram cobrados das dívidas que foram assumidas pelos colonos para que pudessem trabalhar no Brasil, que chegava a ser 12% ao mês, da baixa remuneração que era paga por todo o café que era cultivado e do mau tratamento que recebiam por parte dos fazendeiros, já que estes estavam habituados a lidar com escravos. Em algumas fazendas, os colonos começaram a se rebelar e passaram a exigir melhor condições de tratamento, maior remuneração e a quitação total de suas dívidas. Mas, a diminuição da imigração no Brasil não aconteceu. Assim, por causa dos inúmeros confrontos e da crise econômica, uma grande massa camponesa foi obrigada a abandonar suas terras e buscar oportunidades em outras regiões. No Brasil, o governo começou a ser pressionado pelos cafeicultores para que a imigração de europeus fosse patrocinada, combatendo a crescente ameaça de falta de mão de obra nas fazendas de café. Foi adotado então pelo governo do império, o sistema de imigração subvencionada, o que acabou substituindo a iniciativa privada pela iniciativa estatal, além de regulamentar as relações entre os trabalhadores e os fazendeiros. A Alemanha e a Itália passavam por inúmeros problemas, como as constantes guerras e confrontos que enfrentavam, mas foram os países que mais fizeram a importação de mão de obra para o Brasil. Inúmeros imigrantes chegavam aos montes todos os dias e se dirigiam automaticamente em direção às províncias do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. De 1870 a 1920, cerca de 1,4 milhões de italianos entraram no Brasil, o que representa cerca de 43% total de imigrantes. Nesse contexto, o mercado interno brasileiro foi fortalecido, em resultado da consolidação do trabalho assalariado e livre, o que acabou por criar condições para que a indústria pudesse se expandir tempos depois. A entrada de tantos imigrantes no Brasil fez o domínio latifundiário oligárquico se incomodasse, já que ele precisava de toda a mão de obra disponível para que pudesse manter suas lavouras e consequentemente, se manter como a classe dominante. Pressionado pela aristocracia rural, o governo imperial acabou aprovando uma lei que impedia que os imigrantes recém-chegados e os homens livres tivessem acesso às terras, principalmente aquelas que eram mais produtivas.