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Brasil: origens (primórdios até 1889)

 Analisar as principais tradições de tribos indígenas brasileiras do ponto de vista


normativo
 Apresentar as características mais relevantes do corte pré e imediatamente pós
chegada dos europeus
 Discutir: descoberta ou invasão?
 Apresentar o panorama da formação identitária no corte pré e pós independência
 Apontar: qual a extensão territorial, quantas variações linguísticas, quantas etnias,
quantos cenários socioeconômicos diferentes no Brasil da Primeira República.

Brasil Colônia
A chegada dos portugueses ao continente americano deve ser caracterizada
predominantemente como invasão e não como descobrimento pois, apesar de ser um
descobrimento por parte dos europeus, por desconhecerem esse continente, isso é apenas uma
questão de conhecimento. Pois esse marcante acontecimento histórico transcende a noção
básica de levantamento de dados e agregação geográfica, já que ao chegar nessa terra, já
habitada, os portugueses exploraram violentamente e sem medidas esse território e seus
residentes, tomando-a como colônia, retirando assim, a autoridade e o pertencimento dos
nativo-americanos de seu próprio lar, desse momento em diante.
Após um extenso período depois da invasão portuguesa às terras brasileiras, a Coroa
decide por ocupar, povoar e explorar com certa intensidade o Brasil, como uma tradicional
colônia lusitana. Esse descaso inicial foi ocasionado devido a vinda de mão de obra da
Metrópole ou de outros locais da Europa não ser necessária, já que a mão de obra atuante na
colônia seria fornecida por navios negreiros, que dominavam a logística desse negócio
abominável. Nesse período a nação lusa preferiu arredar suas terras para grandes empresários
visando o lucro, mas não obteve êxito. Por isso e pelas seguidas de diversas invasões Portugal
decide por efetivamente explorar seus recursos naturais, com enfoque nas especiarias da
época que eram favoráveis ao clima tropical. Esse fato foi responsável pela estabilização dos
imigrantes e, principalmente os fugidos da Europa pelos conflitos político-religiosos do
momento para a América do Norte, pois os colonizadores não tinham interesse nessa região.
Esses conflitos foram determinantes para a construção da identidade nacional, pois geraram a
busca intensa da Igreja Católica por fiéis, resultando na aculturação violenta e forçada dos
nativo-americanos, que passaram a não mais ser escravizados, pelos missionários jesuítas no
Brasil.
Os indígenas enfrentaram uma luta intensa contra os portugueses por suas terras e
direitos, mas acabaram por perder essa guerra, já que suas terras acabaram por ser invadidas.
Primeiramente, a relação entre esses povos era por meio do escambo, que foi substituído pela
agricultura, o que tornou o convívio mais hostil, já que essa atividade necessitava de posse de
terras, afastando os nativos para o interior do continente.
O Governo Geral é fundado após a ruína do sistema de Capitanias, do insucesso na
extração de riquezas naturais brasileiras e dos ataques estrangeiros. Conforme a implantação
houve a institucionalização da produção dos engenhos de açúcar e, o mais lucrativo, o tráfico
e venda de escravizados. Essa forma de governo acaba por implementar uma autoridade real
na colônia por intermédios de seus agentes de direito, assim, implementando um sistema
jurídico inaugural e primitivo no Brasil, cuja principal característica era seu empreendimento
comercial.
O açúcar foi, por muito tempo, a maior riqueza colonial. Era produzido em grandes
latifúndios, por grandes proprietários, com mão de obra escravizada e transformada em
produto bruto (melaço), para ser refinado pela Holanda. Essa riqueza teve grande influência
na formação identitária pré independência, pois alavancou o tráfico de negros para a colônia,
que acabou por representar maioria na população, sendo uma vasta camada social.
Os escravizados africanos eram a principal engrenagem do sistema mercantil colonial
e a maior fonte de lucratividade no comércio lusitano. Eram usados para trabalho braçal,
principalmente em engenhos de açúcar, extração de ouro e posteriormente café.
Em 1580, o reino de Portugal e suas colônias se unem ao Império espanhol, formando
a União Ibérica, assim, tornando o seu soberano o mais poderoso e influente da época, pois
acrescentava-o em ordens econômicas e estratégicas. Durante esse período ocorreu a invasão
holandesa no Brasil, consolidada em Pernambuco, cuja figura mais importante era Maurício
de Nassau. A Companhia das Índias Ocidentais implementou essa colônia holandesa com
propósitos comerciais, mas não deixou de implementar certos preceitos civilizatórios, como a
arte, a arquitetura urbana e princípios econômicos culturais próprios. Assim, contrastando
com o capitalismo predatório dos portugueses, porém, não gerou mudança significativa na
sociedade local, quanto menos na formação identitária nacional, já que durante esse período,
o Brasil foi marcado pelo atraso e irracionalismo da Contrarreforma. O que fez com que ao
dominar as técnicas da produção do açúcar, os holandeses deixassem o país e fossem para as
Antilhas, o que levou a decadência do açúcar como fonte de riqueza do Brasil.
A restauração portuguesa se deu em meio a uma crise em Portugal, que perdeu
algumas de suas colônias e, portanto, para se reerguer foi dependente do Brasil. E, restaurou a
dependência político-econômica dos ingleses referente ao livre comércio permitido com a
colônia, tendo isenção de tarifas. Também fundou o Conselho Ultramarino para centralizar e
reforçar o poder metropolitano. Nesse momento, há a ascensão da mineração, se tornando a
atividade central da colônia.
As estruturas política, econômica e social brasileiras e, consequentemente a jurídica,
só começaram a se complexificar quando houve a descoberta do ouro em seu território. Isso,
devido a importância desse metal para a época, que era tido como lastro das moedas e,
portanto, servia para firmar seu valor e riqueza perante as outras moedas e, principalmente, as
nações.

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