Você está na página 1de 4

CENTRO EDUCACIONAL BELDANI

PROF. MARCOS SILVA


Arthur de oliveira Formiga Silva
José Roberto

ANÁLISE DO FILME ‘A ONDA’ (2008)

MINAS GERAIS

17 DE JANEIRO DE 2021
Introdução
A Onda (2008), filme produzido e publicado na Alemanha, dirigido por Dennis
Gansel, o filme tem como personagem principal o Professor Wenger, interpretado
pelo ator Jurgen Vogel, que questiona os alunos de Autocracia, a respeito de uma
possível ditadura na atualidade com a seguinte frase “Vocês acham que outra
ditadura seria impossível na Alemanha?”, a trama por sua vez se desenrola a partir
desse ponto.
Sobretudo, antes de aprofundar nos temas abordados pelo filme vale ressaltar a
importância de compreender o Fascismo que é comumente retomado durante o
longa-metragem. Fascismo pode ser entendido enquanto uma ideologia de
manipulação de massas em prol de um ideal autoritário, sendo requisito para
identificar essa doutrina, o desprezo pelos direitos humanos, identificação de um
inimigo comum além de outros a ideia de que a democracia é ineficaz por isso a
força deve se sobressair.
O objetivo a ser atingido da análise é argumentar a respeito de como o mostrado
durante o filme, pode de certa forma estar relacionado ao vivenciado atualmente, da
mesma maneira que questionar sobre até que ponto uma causa unificadora pode levar
o ser humano a cometer atrocidades.
Desenvolvimento
A história contada pelo filme A Onda, demonstra todo o caminho percorrido
pelo professor Rainer e os alunos do curso de Autocracia na criação de uma simples
atividade até o ponto em que viria a se tornar um movimento fascista. O professor
com um jeito único e jovial, desde o começo é retratado como um personagem
inconformado com a maneira pela qual as coisas estão sendo levadas, com indícios
de que ele era um Anarquista, ou seja, ele acreditava que um ser não deve exercer
poder sobre o outro.
Todavia, devido a adversidades proporcionadas pelas próprias escolhas a figura
do professor Anarquista pode facilmente ser confundida como a figura de um
ditador, levantando a questão se ele estaria satisfeito em se sentir no poder. O filme
retrata os alunos como jovens rebeldes, aonde muitos estão envolvidos com
atividades ilícitas e uma grande porcentagem possuem problemas familiares a fim de
os aproximar mais do público, excluindo a ideia de vida perfeita de cinema,
marcando presença desde pais conservadores, ausentes e até irmãos sem instrução.
Dentre os vários alunos que compreendem a turma de Autocracia é dada mais
atenção a determinados integrantes, como a Karo, interpretada pela atriz Jennifer
Ulrich, personagem esta que apresenta incertezas e é muito questionadora ao mesmo
tempo que imponente, em contra partida os pais dela são bem liberais e um pouco
desleixados quanto a educação dos filhos, o que pode ser observado com o irmão da
Karo que ainda jovem está envolvido com diversas coisas erradas. A karo, por ter
uma personalidade forte é constantemente excluída do meio coletivo por não abrir
mão de seus valores.
Em contra partida, destaca-se o personagem Tim, interpretado pelo ator
Frederick Lau, ele entra no campo do estereótipo de jovem “incompreendido”, não
possuí amigos, sem apoio dos pais nem confiança em sí, com pouca experiencia
social. Devido ao estado de “fragilidade” de Tim, ele adere os ideais da Onda
propostos pelo professor Wenger como um estilo de vida, aonde cada vez mais
incorporado em si o movimento ele começa a ficar louco, criando a fantasia na
cabeça de que deveria viver pelo professor, protege-lo, dessa forma a criação do
projeto permitiu a exaltação do lado ruim da personalidade de Tim.
Além dos dois mais “importantes” para a trama, se encontram personagens como
Marco, interpretado por Max Riemelt, ele é namorado da Karo e mesmo que não seja
abordado profundamente é notável que ele não tem uma boa relação familiar, o que o
levou a não dar ouvidos a sua namorada em diversos momentos e aderir a Onda
como uma “família”.
Outro personagem com certa importância na trama é o Kevin, interpretado por
Max Mauff, vindo de uma família rica e que sempre teve tudo que queria, o jovem
que quase sempre está envolvido com coisas ilícitas, inicialmente não adere ao
movimento, mas depois com incentivo dos amigos, não só acaba aderindo como
ajuda a distorcer os ideais iniciais do movimento, contribuindo para que tudo saísse
do controle.
Quando se é levado em consideração o movimento, vale ressaltar que ele
começou como uma forma de disciplinar os alunos rebeldes além de ajuda-los a viver
em sociedade fora das “panelinhas” que se encontravam, provando-os que unidos
eles seriam mais. Em contrapartida, o que começou como um simples experimento
social, aos poucos foi se tornando uma doutrina, todavia vale ressaltar que, boa parte
da culpa se deve aos alunos que distorceram as ideias iniciais e transformaram em
um movimento fascista no momento em que começaram a depredar o patrimônio
publico e privado com a intenção de “fortalecer” a Onda.
Todavia se faz ponderável que mesmo que os alunos por mais que unidos
distorceram os ideais, o professor Wenger de nada fez no momento em que começou
a sair do controle, demora esta que poderia ser crucial para determinar o fim pacifico
da Onda, ressaltando as qualidades dos presentes no projeto, como a união, o respeito
as diferenças além de mostrar aos jovens que há limites a serem respeitados.
Dessa maneira, é necessário observar como que a figura do professor pode
facilmente ser confundida com um líder autoritário fascista, que apesar do “sucesso”
até certo ponto do projeto, se deixou levar pelo poder e influencia que obteve, o que
nos leva até o final do filme, na qual em uma tentativa de acabar com a Onda que já
estava fora de controle, Tim por falta de perspectiva e doutrinado a viver pela Onda
se mata e fere um dos estudantes.
Conclusão
O filme a Onda é construído com um enredo que busca mostrar ao público as
formas como o fascismo pode estar presente não apenas na política, ou em governos
autoritários, podendo marcar presença nas instituições de ensino, no âmbito religioso,
entre outros. Este que tem por base ações que retomem o poder autoritário de um
líder que convence as massas de um ideal, da mesma maneira que busca unifica-los
contra um ideal comum, no caso da trama o que começa como uma forma de
sobressair sobre as aulas de Anarquia e se torna um movimento que busca mostrar
superioridade. Dessa forma, o Fascismo que se aproveita quase que em sua totalidade
da fragilidade dos seres pode facilmente ser um fator de influência, que “cega” as
pessoas para os direitos e a ética para com o outro, justificando a forma de agir
autoritária, opressiva e destrutiva, o que pode facilmente ser percebido no filme no
momento em que após instituir um “uniforme” todos que não o utilizavam eram
repreendidos e excluídos.

Você também pode gostar