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de Apoio ao Professor
PARTE 1
A CONSTRUÇÃO DO LIVRO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Antes de abordar os conteúdos curriculares, apre- pode ser percebida. Quando analisamos o caráter mar-
sentamos um capítulo introdutório que procura configu- cadamente cristão do império de Carlos Magno, ob-
rar o campo dos nossos estudos e os principais servamos que essa característica se deve, em grande
elementos sobre os quais se apóia a reflexão histórica, parte, à necessidade de combater a expansão do
como o conceito de tempo, as definições de fonte his- islamismo, religião nascida no Oriente. Entendemos
tórica e de contexto histórico etc. Ao final dessa intro- que separar os acontecimentos em função de sua ocor-
dução, que tem um caráter basicamente instrumental, rência em espaços geográficos distintos é perder uma
sugerimos algumas atividades que exemplificam como boa parte de seu significado.
os temas trabalhados se apresentam nas reflexões da
disciplina. Assim, mesmo tratando de assuntos que os
alunos irão estudar nos capítulos subseqüentes, os exer- Recursos auxiliares
cícios propostos mantêm a pertinência, já que estão ali Entendemos que este livro é uma ferramenta de tra-
por causa do aspecto historiográfico que evidenciam e balho à qual podem ser acrescentados outros recursos:
não do conteúdo abordado. livros paradidáticos, filmes, fotos, pesquisas de cam-
po, textos de especialistas, artigos de jornal, entre ou-
tros. A parte 3 deste suplemento traz bibliografias,
Unidades cronológicas
filmografias e textos de apoio para o professor, que
A organização dos temas ao longo do volume obedece eventualmente podem ser utilizados em sala de aula,
à seqüência cronológica. A organização cronológica é um para enriquecer o trabalho com os alunos.
artifício que favorece a compreensão de processos, esta- Ao longo de cada unidade do livro apresentamos tex-
belecendo uma lógica mais fácil de ser percebida pelo alu- tos complementares que são desdobramentos ou um
no, mas não ocupa o espaço da teoria. aprofundamento dos assuntos tratados no capítulo e, em
O conteúdo foi separado em três grandes grupos: a sua maioria, compatíveis com os temas transversais do
unidade I vai da Pré-história até o século XVI (Da Pré- Ensino Médio. Certamente há várias maneiras de explo-
história à colonização da América); a unidade II, do rar esse material, mas, sempre que nos pareceu pertinen-
século XVII até meados do século XIX (Da consolida- te, incluímos sugestões de trabalho com os textos
ção do capitalismo à formação do proletariado); e a complementares no livro do aluno. Caso se opte por nos-
unidade III, das últimas décadas do século XIX até os sas sugestões, a parte 2 deste suplemento traz comentá-
nossos dias (Do imperialismo aos nossos dias). rios sobre as atividades propostas.
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mas e de conceitos que podem facilitar o trabalho do
O conceito de revolução
professor no atendimento às novas demandas de for-
Talvez um dos conceitos mais identificados com a his- mação dos alunos. Certamente há muitas outras opções
tória seja o de revolução. A história é marcada por esses a acrescentar às sugestões aqui apontadas.
momentos de mudanças profundas, de rupturas que institu-
em uma nova ordem, como ocorreu com a Revolução Agrí-
cola do Neolítico, passando pelas revoluções políticas dos 5. Avaliação
séculos XVII e XVIII (Revolução Gloriosa, Revolução A avaliação é um dos instrumentos que estabelecem a
Americana, Revolução Francesa), pelo iluminismo (revo- relação entre o trabalho do professor e a constituição do
lução no pensamento e na forma de construção do conheci- conhecimento do aluno. O ideal é que seja múltipla —
mento) e pela Revolução Industrial. Como se trata de um das convencionais (provas escritas, testes, trabalhos e pes-
conceito recorrente, uma boa estratégia é explicar aos alu- quisas) às de natureza variada (debates, participação nas
nos o seu significado. Uma conceituação de revolução bas- aulas, freqüência na elaboração de tarefas) — e constan-
tante conhecida é a que entende o fenômeno como um te, ou seja, que leve em consideração o processo de cres-
momento de transformação profunda, radical, que ocorre cimento do aluno na reflexão histórica e no domínio do
em um determinado setor da vida social e se alastra para os instrumental da análise histórica (conceitos, recorte his-
demais setores. Por exemplo, o início da prática da agricul- tórico, relações entre eventos, percepção dos agentes de
tura foi uma revolução no setor da economia (o ser humano um determinado fenômeno histórico).
passou a produzir seus alimentos), que resultou em trans-
formações sociais (formação dos primeiros aglomerados
O que é uma boa avaliação?
humanos), políticas (criação do Estado), jurídicas (as re-
gras de convivência) etc. Também cabe esclarecer que re- A avaliação deve ser compatível com o conteúdo
volução não é sinônimo de luta armada. programático desenvolvido, com a metodologia de ensino
Ficando claro para os alunos que tipo de fenômeno e com a teoria de história que o professor usa em seu tra-
está sendo definido como revolução, eles terão elementos balho letivo. A metodologia de ensino, a teoria de história
para reconhecê-lo em outras situações, apontando se de- e a avaliação formam um único corpo que não pode ser
terminado acontecimento pode ou não ser entendido como dissociado, pois, nesse caso, a avaliação tende a fracassar.
uma revolução. No caso específico da História do Brasil, Partindo desse pressuposto, perguntamos: o que é uma
esse exercício é muito enriquecedor: podemos questionar boa avaliação? Entendemos que mais importante do que o
movimentos que se autodenominaram revolução, como os método, é a pertinência do sistema de avaliação que adota-
de 1930, 1932 e 1964; ou podemos indagar por que a pro- mos. Por exemplo, se em nosso trabalho enfatizamos basi-
clamação da república, que mudou o regime político de camente os conteúdos e nossa metodologia prioriza a
monarquia para república, não recebeu o nome de revolu- memorização, a avaliação, em todas as suas formas, deve
ção. Finalmente, é possível fazer um trabalho consistente contemplar as informações memorizadas; se nossa preocu-
de entendimento da história contrapondo o conceito de pação é trabalhar com a reflexão histórica e a metodologia
revolução ao de permanência. Este se depreende do es- utilizada busca o entendimento das relações entre os even-
tudo de fenômenos que não sofrem alterações significati- tos e não apenas sua fixação na memória, na hora da avali-
vas ao longo do tempo; um exemplo que já citamos é o da ação devemos abrir espaço para a reflexão do aluno. Em
política fundiária brasileira. resumo, a avaliação deve refletir o trabalho do professor.
Língua Portuguesa
6. A prática pedagógica interdisciplinar
O objetivo do ensino é facilitar aos alunos a aquisi- • A expansão romana na Antigüidade e a latinização da
ção de competências variadas. Uma das formas de am- Península Ibérica.
pliar o leque de possibilidades ao alcance de nossos • A correspondência entre o contexto histórico e as esco-
educandos é o trabalho interdisciplinar. Vale salientar las literárias.
que não se trata apenas de realizar projetos que envol-
vam dois ou mais professores em torno de um tema co- Artes
mum, cada qual limitado aos procedimentos e objetos
de estudo de sua disciplina. Trata-se de formar um cam- • Artes plásticas na Grécia e na Roma antigas.
po de conhecimento que permita ao aluno desenvolver, • A religiosidade medieval e a arquitetura gótica.
com a utilização de linguagens diferenciadas, variadas • O Renascimento cultural e os pintores italianos dos sé-
formas de entendimento do objeto. culos XV e XVI.
Para construir um projeto interdisciplinar precisamos re- • O barroco no Brasil.
conhecer que o saber é único e que a crescente fragmentação • O otimismo presente na Europa no final do século XIX
do conhecimento em disciplinas ou áreas não corresponde à e no começo do século XX e a produção artística da
realidade dos fenômenos exteriores à escola: as relações en- chamada Belle Époque.
tre o ser humano e o meio ambiente, os alimentos que inge- • A construção do socialismo e a arte realista na antiga
rimos, os meios de transporte que utilizamos, os rios que são União Soviética.
fonte de eletricidade e servem para a locomoção, os jornais e • As novas formas de arte consagradas pela pop art (qua-
revistas que lemos — tudo isso são elementos do nosso coti- drinhos, cartoons, grafites e música popular como o rock).
diano, que envolvem diferentes áreas do saber e demonstram • Os embates políticos no Brasil dos anos 1960 e a arte
o caráter integrado do conhecimento. engajada.
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• As guerras do século XX e a fabricação de armas químicas.
Ribeiro.
• A industrialização, a expansão do uso dos sabões e a
• A pobreza, a violência, os conflitos étnicos da transição
poluição ambiental.
do século XX para o século XXI e a sociologia contem-
• A descoberta do processo de vulcanização e o surto da
porânea.
borracha no Brasil.
• A industrialização, o uso de combustíveis fósseis e o
Geografia efeito estufa.
• Trabalho conjunto de leitura de mapas para que os alu- • O uso de materiais sintéticos na Segunda Guerra Mun-
nos aprendam a reconhecer os sinais convencionais usa- dial.
dos na cartografia. • A Guerra Fria e a expansão das pesquisas nucleares.
• Identificação das diferenças entre um mapa geográfi-
co e um mapa histórico. (Seria interessante colocar lado Matemática
a lado um mapa político atual da América do Sul e um
mapa histórico do início da colonização para compa- • O desenvolvimento da geometria e da trigonometria.
rar de que forma o processo histórico redefiniu politi- • A expansão comercial e religiosa dos árabes e os núme-
camente o território.) ros indo-arábicos.
• A importância das técnicas de irrigação do solo para • O uso do astrolábio nas navegações européias dos sécu-
as sociedades do Egito antigo e da Mesopotâmia. (Se- los XV e XVI e o aperfeiçoamento da trigonometria.
ria interessante fazer uma comparação com os pro-
cessos de irrigação usados atualmente no Estado de Física
Israel.)
• O périplo africano realizado pelos portugueses, no sé- • O espírito investigativo do Renascimento cultural e o
culo XV, e as dificuldades naturais (correntes maríti- desenvolvimento da termodinâmica nos estudos de Ga-
mas, ventos) encontradas para ultrapassar os cabos do lileu Galilei.
Bojador e da Boa Esperança. • O iluminismo e os estudos de Isaac Newton.
• A exploração agrícola, o uso inadequado da terra no Bra- • A Revolução Industrial e o desenvolvimento da eletri-
sil, a desertificação e as alterações climáticas provoca- cidade.
das pela destruição da vegetação nativa. • A Guerra Fria e a expansão da energia nuclear e das
• A Revolução Industrial e seus efeitos no ambiente e na pesquisas voltadas para a corrida espacial.
relação do ser humano com o espaço geográfico (distri-
buição populacional, encurtamento das distâncias, re- Educação
modelagem urbana).
• Os conflitos étnicos e políticos, as desigualdades re- • Grécia clássica e a rivalidade entre a educação sofística
gionais, nacionais e internacionais como fatores de e a educação platônica.
grandes deslocamentos populacionais (de países da • O Renascimento cultural e a pedagogia humanista.
África negra e da Península Balcânica atingidos por • O iluminismo e o modelo liberal/racional de educação:
guerras civis, de trabalhadores nordestinos para a escola como veículo de ascensão social.
áreas industriais do Centro-Sul, no Brasil, entre ou- • As revoluções socialistas e os projetos educacionais volta-
tros exemplos). dos para a valorização do trabalho dentro da coletividade.
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Resolução das Atividades e dos Os principais temas e conceitos abordados são: de-
Exercícios complementares mocracia, cidade-Estado, imperialismo, escravidão anti-
ga, república.
1. A descoberta da agricultura promoveu transformações
profundas em todos os aspectos da sociedade huma-
na, por isso podemos denominá-la de revolução. Trabalho com textos complementares
2. d
• Ética e cidadania: Uma religião cívica (p. 25).
3. a) A estreita ligação entre o poder político e a religião, É possível trabalhar esse texto de várias formas, por
própria de uma teocracia, é que possibilitava tanto exemplo, analisando a articulação entre religião e civis-
prestígio aos sacerdotes.
mo ou política e comparando as práticas religiosas dos
b) Os felás eram agricultores e trabalhavam em troca de
atenienses e as dos cultos monoteístas da atualidade,
uma pequena parte da produção. Formavam, ao lado
como propõe a atividade.
dos escravos, a camada mais baixa da sociedade.
Também pode-se explorar o fato de que na Grécia a
4. c
religião fazia parte da vida cotidiana — como nas de-
5. A comparação a ser feita é direta: a Mesopotâmia
mais civilizações antigas —, mas não podia contrariar
sofreu várias invasões porque era um oásis de ferti-
o princípio básico do poder das oligarquias, que era a
lidade em meio ao deserto.
cidadania, nem podia estar acima do valor maior, que
6. Segundo o texto, a tarefa de dominar as águas era muito
complexa e sua realização teria sido impossível por era a cidade-Estado. Houve, então, uma adaptação, que
uma só pessoa, ou mesmo por um pequeno grupo. En- foi a religião cívica, como analisa o autor do texto.
tão, a organização de grandes comunidades represen- Nesse sentido, a comparação com as expressões religio-
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tou uma garantia de sobrevivência para os povos do sas da atualidade pode ser feita buscando as “adequa-
regadio. ções” necessárias para manter o poder vigente (como
7. O papel da religião foi o de submeter moralmente no caso de algumas seitas fundamentalistas), ou para
as pessoas a fim de que elas aceitassem abrir mão garantir a “fidelidade” dos fiéis (na forma de dízimo)
de seus interesses individuais em benefício do bem ou para amparar divisões políticas (como o embate en-
comum, isto é, a tarefa de construção e manutenção tre católicos e protestantes na Irlanda, na verdade entre
do complexo hídrico que permitia a agricultura. os que são contra e os que são a favor da submissão ao
8. O aluno deve perceber que os fiscais representavam a Reino Unido).
presença do rei nas colônias: “olhos do rei” para vigi-
ar o recolhimento dos impostos; “ouvidos do rei” para • Pluralidade cultural: O leite humano (p. 32).
perceber o humor dos povos dominados em relação ao A atividade sugerida permite várias linhas de traba-
governo. lho: comparação entre o conhecimento científico da
9. d 10. d 11. b Antigüidade e o atual (a idéia é perceber que os mui-
12. c 13. c 14. c tos recursos que a investigação científica tem hoje re-
15. O aluno deve mencionar a criação do alfabeto e a im- afirmam conhecimentos muito antigos); pesquisas
portância desse evento na história da humanidade. sobre as propriedades do leite humano para a saúde
16. c do bebê e sobre a verossimilhança das curas citadas
por Plínio (nesse caso seria muito interessante um tra-
balho em conjunto com os professores de Biologia);
Capítulo 2. Antigüidade clássica coleta de depoimentos de familiares e amigos dos alu-
nos sobre as simpatias e superstições relacionadas ao
Na parte que trata da Grécia antiga, as reflexões polí-
leite humano que existem hoje em dia.
ticas ocupam espaço privilegiado, mas a esfera cultural
também é analisada com cuidado, uma vez que o pensa-
mento ocidental de hoje é herdeiro de muitas questões Resolução das Atividades e dos Exercícios
teorizadas pelos gregos antigos, sobretudo as que foram complementares
retomadas pelo Renascimento. 1. Soma = 14 (02 + 04 + 08)
Na história de Roma, os componentes mais fortes são 2. O aluno deve perceber que o texto justifica o milita-
a política e a guerra. As questões políticas perpassam rismo espartano como uma necessidade de defesa, pois
todo o texto: as disputas entre patrícios e plebeus e entre os espartanos se encontravam em meio a inimigos nu-
os senadores e os generais durante a república, as guer- mericamente superiores.
ras civis no nascimento do império e o seu longo período 3. O aluno deve apontar os interesses opostos de Atenas
de crise, os conflitos sociais gerados pela questão agrá- e Esparta, ou da Liga de Delos e da Liga do Peloponeso.
ria e as guerras servis compõem um quadro político di- O resultado desse conflito foi o declínio da civilização
nâmico. A guerra sustentou o imperialismo e tornou-se grega e o domínio das suas cidades pelos macedônios.
o mais importante fator de riqueza e de poder naquela 4. Na obra de Ésquilo predomina a idéia de que os seres
sociedade. Roma sintetiza o ideal de dominação da An- humanos são regidos por forças sobrenaturais (fatali-
tigüidade e ultrapassou esse período na herança legada à dade, arbitrariedade dos deuses); nas peças de
sociedade medieval. Eurípides destaca-se a preocupação com as questões
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que o da Europa medieval, o comércio era uma ativida- complementares
de econômica importante, o poder continuava centrali-
1. Conforme aponta o texto, o poder em Roma era dura-
zado e as monarquias seguiam o padrão do Oriente
douro e entre os germanos era provisório; os romanos
antigo (o rei não era divinizado, mas era o representan-
tinham um Estado constituído a partir de leis escritas,
te da divindade na Terra).
portanto duradouras; os germanos organizavam-se em
Na segunda parte do capítulo apresentamos as carac-
tribos e agiam conforme as circunstâncias. O que ori-
terísticas mais marcantes do sistema feudal, organizadas
entava a organização social e política em Roma era a
de forma didática e simples: estruturas política, econômi-
idéia do bem comum; entre os germanos, eram as ne-
ca e social. Além desses fatores estruturais, enfocamos a
cessidades da batalha que estivessem enfrentando.
cultura de resistência como contraponto à idéia de
Seria interessante chamar a atenção dos alunos para o
hegemonia absoluta do pensamento católico. A cultura
fato de que as leis escritas, quase imutáveis, dos roma-
popular é apresentada como uma das formas de reação à
nos não impediam que os poderosos fizessem entre
dominação da elite, o que permite (se for do interesse do
si arranjos paralelos, conforme as circunstâncias e
professor) estabelecer um paralelo com a cultura popular
os interesses envolvidos. Observe que o fragmento
de outros períodos, sobretudo do atual, cuja produção cul- de texto reproduzido na questão pode dar a idéia de
tural costuma ser bem conhecida pelos jovens. que o autor faz um juízo de valor (a cultura
Os principais temas e conceitos abordados são: in- germânica seria inferior à romana), o que, acredita-
vasões estrangeiras, império, imperium christianum, mos, não foi a intenção de Paul Veyne.
cesaropapismo, iconoclastia, feudalismo, servidão me- 2. d 3. c 4. a 5. b
dieval, cultura. 6. O aluno pode responder que é o aspecto religioso, a
influência da Igreja Católica, a glorificação dos san-
tos ou da religião. Enfim, o importante é que ele iden-
Trabalho com textos complementares tif ique que a imagem representa a força da
• Pluralidade cultural: A iconoclastia (p. 41). religiosidade na cultura medieval.
A proposta de trabalho é clara, e favorecida pelo texto. 7. a) Neste caso, a resposta do aluno deve ser objetiva: a
Existia no mundo bizantino uma correspondência entre primeira figura representa os servos; a segunda, a
condição social e prática religiosa; correspondência se- nobreza.
melhante pode ser encontrada na atual efervescência reli- b) Com base no que foi estudado no capítulo, ou ape-
giosa no mundo. O objetivo fundamental aqui — embora nas pela observação das figuras, os alunos podem
o trabalho seja de comparação — é levar o aluno a perce- identificar as seguintes diferenças: os nobres são
ber que não estudamos história apenas para conhecer o ricos, os servos são pobres; os nobres vivem em
passado; a razão fundamental é refletir sobre o presente. castelos, os servos vivem em casas humildes; os
servos trabalham, os nobres se divertem. Quanto às
• Pluralidade cultural: A historicidade da Igreja Católica semelhanças, é possível responder: todos estavam
(p. 45). ligados a um feudo; viviam basicamente da produ-
O objetivo é salientar as transformações vividas pelas ção da terra; deviam seguir o catolicismo; habita-
instituições ao longo da história. Como a Igreja Católi- vam o mesmo ambiente rural.
ca tem aproximadamente dezoito séculos, é um bom 8. a) O aluno deve entender que nesses eventos a ordem
exemplo para esse tipo de trabalho. vigente era subvertida. Por alguns dias, a popula-
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sobre o humanismo, isto é, a valorização do ser humano sem 7. Soma = 13 (01 + 04 + 08)
que houvesse, contudo, a intenção de negar ou de se opor a 8. O tema, que é ligado à mitologia grega; a exposição
Deus; o ideal de felicidade buscado pela burguesia em opo- do corpo quase nu de Marte, indício da valorização da
sição ao culto ao sofrimento característico da Idade Média. beleza humana; o novo ideal de felicidade, ligado aos
Finalmente, vale observar que há um amplo leque de prazeres materiais.
possibilidades de trabalho integrado com a área de Artes. 9. a 10. e 11. c
Os principais temas e conceitos abordados são:
Renascimento, cultura, humanismo, mecenato, artes.
Capítulo 7. As questões religiosas: Reforma
e Contra-Reforma
Trabalho com texto complementar
Os conflitos religiosos que marcaram o Ocidente na tran-
• Pluralidade cultural: Nicolau, um renascentista (p. 64). sição da Idade Média para a Idade Moderna, e que resulta-
A história de Nicolau é exemplar das características do ram na Reforma Protestante, fazem parte do contexto mais
Renascimento: seu interesse pelo estudo das humanida- amplo de mudanças dos últimos tempos do feudalismo.
des; seu apego à beleza; a riqueza que lhe permitia viver Traçamos um panorama dos antecedentes da Reforma
sem trabalhar e custear a caríssima vida de renascentis- Protestante, buscando a percepção de que as divergências
ta e mecenas; sua curiosidade sobre o mundo; a valori- no interior da Igreja Católica não surgiram com Lutero,
zação do conhecimento; a necessidade de se informar; a mas remontam ao século XII, com Francisco de Assis e as
sua diversidade de interesses. muitas heresias surgidas na Idade Média. Sobre a Contra-
A atividade sugerida é simples, mas favorece o desen- Reforma destacamos a Companhia de Jesus, a grande for-
volvimento da habilidade de identificar informações es- ça da reação católica, as mudanças realizadas e as práticas
pecíficas em meio a várias outras. O interesse maior é reafirmadas pelo Concílio de Trento.
explorar a riqueza de detalhes que o texto oferece para a Os principais temas e conceitos abordados são: reli-
caracterização de um renascentista. gião, cristianismo, heresia, dogma, reforma (mudança na
forma, sem romper com a essência), predestinação, pro-
testantismo.
Trabalho com imagem
• Reprodução: A criação do homem (Figura 2, p. 60).
Trabalho com texto complementar
A partir da observação da imagem, descrever como a pin-
tura representa a criação dos seres humanos e discutir de • Pluralidade cultural: A fantástica viagem à Ilha Sonante
que forma a teoria da evolução, de Charles Darwin, con- (p. 70).
traria a idéia de criação expressa por Michelangelo. As respostas das atividades sugeridas dependem apenas
de leitura atenta e interpretação do texto.
1. A instituição metaforicamente representada por
Resolução das Atividades e dos Exercícios
Rabelais é a Igreja Católica.
complementares
2. As famílias nobres colocavam seus filhos na carreira
1. a eclesiástica para evitar dividir o patrimônio entre vári-
2. Mona Lisa representa o pensamento laico, derivado da os herdeiros (“[...] quando nalguma nobre família desta
cultura clássica, que valoriza a beleza humana. A última última região, há excesso de filhos, corre-se o risco de
16
• Mapa: A Reforma religiosa na Europa (Figura 5, p. 70). Chamar a atenção dos alunos para o fato de ambos usa-
Observando o mapa, relacionar a expansão geográfica rem as Escrituras para respaldar seus argumentos, rea-
do protestantismo à consolidação do capitalismo em de- firmando a idéia de Max Weber de que não se tratava de
terminadas regiões, o que respalda a tese de Max Weber abandonar a religião, mas de trocar um domínio religi-
sobre o impulso que as religiões protestantes deram ao oso por outro, mais compatível com os novos tempos.
capitalismo.
Capítulo 8. O absolutismo
Resolução das Atividades e dos Exercícios
complementares O absolutismo é trabalhado em sua teoria e em sua
prática, isto é, como foi pensado e como se construiu
1. Francisco de Assis opunha-se às atitudes do alto clero, nas diversas realidades sociais em que se instalou. Essa
que valorizava a riqueza material e os prazeres e tinha abordagem permite refletir a respeito das limitações dos
pouco apego à doutrina. A proposta franciscana apoi- modelos de explicação sobre os fenômenos sociais, por-
ava-se no chamado cristianismo primitivo, a doutrina que, partindo dos mesmos pressupostos teóricos, os even-
dos primeiros tempos da Era Cristã, que valorizava a tos acabam sofrendo mudanças decorrentes das condições
humildade, a pobreza, a fraternidade, a espiritualidade sociais características de cada povo e/ou de cada tempo.
em detrimento da fortuna e dos prazeres materiais. Os principais temas e conceitos abordados são: poder
2. e político, absolutismo, direito divino.
3. a) Na verdade houve uma tentativa de dominação por
meio do controle ideológico sobre a sociedade e de
uma política de terror desenvolvida pelo Tribunal Trabalho com texto complementar
do Santo Ofício. • Ética e cidadania: A teoria do direito divino dos reis
b) Por causa de uma conjuntura que aliava, entre ou- (p. 76).
tros, os seguintes fatores: a desagregação do feuda- A reprodução desse trecho da obra de Bossuet foi moti-
lismo e o desenvolvimento comercial e urbano, que vada pela freqüência com que ela é citada nos vestibula-
mudaram a mentalidade das pessoas; o aparecimento res e porque permite levantar um interessante debate
de uma elite econômica enriquecida com o comér- sobre a possibilidade de se criarem justificativas para
cio, atividade condenada pelo catolicismo; a quaisquer circunstâncias. Essa discussão pode levar ao
corrupção de parte do clero e o desrespeito dos pa- aprimoramento do senso crítico a fim de selecionar o
dres aos pressupostos doutrinários, como o celibato que é pertinente ou não num rol de argumentos e de per-
e a pobreza; o apoio da nobreza alemã à doutrina ceber que o fato de uma idéia comportar justificativas
luterana e da burguesia ao calvinismo. não a torna legítima, não significa que deva ser aceita.
4. Os pregadores calvinistas afirmavam que o enriqueci-
mento seria um dos sinais da salvação; dessa forma, a
Resolução das Atividades e dos Exercícios
burguesia estaria liberada da condenação religiosa feita
complementares
pela Igreja Católica, que considerava o lucro um peca-
do. O calvinismo foi o respaldo religioso e ideológico 1. d
que deu à burguesia condições de se desenvolver, con- 2. Essa questão pede que o aluno relacione política econô-
tribuindo para consolidar o capitalismo. mica e regime de governo. É necessário que ele consiga
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estabelecer essa relação informando que a centralização c) Entre outros interesses, podem ser citados: conquis-
e o autoritarismo do regime absolutista foram vistos, em ta das rotas de comércio; busca de especiarias e ou-
seu tempo, como condições necessárias para garantir a tros artigos do Oriente; procura por áreas para
expansão marítima e comercial. A tese mercantilista que colonização; exploração de metais amoedáveis; am-
prega a intervenção do Estado na economia era favorecida pliação do comércio e, conseqüentemente, da arre-
pelo caráter centralizador do governo. cadação de tributos; expansão da religião católica.
3. O Estado português viveu um processo de centraliza-
ção precoce e de aliança entre o rei e a burguesia a • Pluralidade cultural: Duas versões da mesma história (p.
partir da Revolução de Avis (1383). Esses dois fatores 87).
foram responsáveis pelo pioneirismo português nas Ressaltamos com freqüência o fato de a expansão ma-
navegações. rítima e a colonização se caracterizarem como acon-
4. a 5. b 6. a tecimentos que têm significados diferentes para os
7. a 8. c 9. b vários grupos humanos neles envolvidos. No caso
dessa atividade, a questão torna-se explícita porque
reproduzimos textos escritos por pessoas oriundas das
Capítulo 9. A conquista da América pelos europeus duas sociedades em confronto (um europeu e um in-
O tema da viagem de Cabral tornou-se uma questão dígena), cada qual mostrando como aqueles aconte-
historiográfica que permite várias discussões interes- cimentos foram vividos no âmbito da sua própria
santes: se ele saiu ou não de Portugal com a missão de cultura.
parar no Brasil antes de seguir para Calicute; se outros
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
navegadores já haviam aportado aqui antes de 1500;
Trabalho com imagem
quais são as razões de tantas versões para o mesmo
acontecimento; quais os interesses que estão por trás • Reprodução: Europeus e índios americanos (Figura 1,
de uma versão falsa. p. 80).
Na primeira parte do capítulo narramos, também, os Salientar na gravura de Théodore de Bry os traços eu-
conflitos entre Portugal e Espanha pela partilha das ter- ropeizados conferidos aos índios pelos primeiros ar-
ras descobertas por Colombo. Na seqüência buscamos tistas europeus que vieram à América registrar suas
refletir sobre o significado da expansão marítima para imagens.
as pessoas que, antes de 1492, viviam separadas pelo
Atlântico. A colonização, habitualmente estudada na es-
fera econômica, é observada aqui no aspecto humano, Resolução das Atividades e dos Exercícios
numa tentativa de analisar o seu significado para os eu- complementares
ropeus e para os índios.
1. Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas
Os principais temas e conceitos abordados são: parti-
na tentativa de garantir exclusividade sobre as rotas
lha, descobrimento, colonização, extermínio, exclusivo co-
comerciais do Atlântico, afastando outros países que
mercial, tribo.
poderiam lhes fazer concorrência.
2. a) Foi um acordo firmado entre Portugal e Espanha,
Trabalho com textos complementares pelo qual os reinos ibéricos dividiam entre si as no-
vas terras descobertas.
• Pluralidade cultural: Controvérsias a respeito do desco-
b) Outros países contestavam o tratado porque tam-
brimento do Brasil (p. 83).
bém queriam explorar as terras conquistadas durante
Partindo de três fragmentos de textos, dois produzidos
a expansão marítima.
no Brasil e o outro em Portugal, o trabalho procura sub-
3. Sem perder de vista que o principal objetivo da ex-
sidiar a discussão sobre uma controvérsia que persiste
pansão portuguesa era a descoberta da rota das espe-
mesmo depois de a tese da casualidade já ter sido refu-
ciarias, o aluno deve argumentar que a posse do Brasil
tada de várias formas.
foi importante porque significava o controle de ter-
A sugestão de uma questão de vestibular como ativida-
ras dos dois lados do Atlântico Sul, ou seja, o domí-
de segue a idéia de mostrar aos alunos de que forma
nio do oceano que era a principal via de comércio
esse tipo de tema pode ser cobrado nas avaliações.
daquele tempo.
a) Considerando que a versão oficial data o descobri-
mento em 1500 (pela frota de Cabral), o aluno deve 4. b
perceber que o referido manuscrito propõe outra ver- 5. O Tratado de Tordesilhas dividiu a América entre Por-
são, segundo a qual o Brasil teria sido oficialmente tugal e Espanha, ignorando a ocupação das terras pe-
visitado pelos portugueses em 1498, por uma frota los vários povos indígenas.
sob o comando de Duarte Pacheco. 6. d
b) Para explicar a atitude de Manuel I, a resposta deve ex- 7. F – V – V – V
plorar a questão da disputa internacional pelo controle 8. Soma = 6 (02 + 04)
das rotas marítimas e das áreas que as potências euro- 9. Soma = 3 (01 + 02)
péias queriam colonizar. 10. b 11. b 12. a
18
na 96) se refere ao mapa do Brasil colonial dividido em quezas minerais no interior, coordenar esforços para
capitanias hereditárias, que aparece de formas variadas a defesa do território, desenvolver a construção na-
nas fontes consultadas. val, visitar e fiscalizar as capitanias, estabelecer a
Os principais temas e conceitos abordados são: siste- política de relação com os povos indígenas.
ma colonial, exclusivo comercial, colônia, conquista, 8. a) Ele a explica como uma ação genocida que tinha
autogoverno, pré-colonial, escambo, metrópole. por objetivo obter riquezas materiais.
b) Consiste unicamente na superioridade bélica (me-
cânica), porque, para o autor, a ação criminosa
Trabalho com imagem dos conquistadores revelaria a sua inferioridade
• Mapa: A América espanhola na segunda metade do sé- cultural.
culo XVIII (Figura 2, p. 92). 9. c 10. a 11. d 12. a
A partir da imagem, discutir com os alunos por que nos 13. d 14. b
documentos que mostram a divisão da América entre os
colonizadores — como é o caso desse mapa da América
ibérica — não é feita qualquer referência às terras que Capítulo 11. O empreendimento canavieiro
estariam ocupadas pelos índios. no Brasil
O tema é trabalhado na sua importância para a
Resolução das Atividades e dos Exercícios interiorização da ocupação colonial (desenvolvimento do
complementares Nordeste e expansão da pecuária) e no envolvimento dos
holandeses com a comercialização e, posteriormente,
1. a) Eram aventureiros que vinham para a América fa-
com a produção (período da invasão holandesa). Encer-
zer fortuna.
rando o capítulo, relatamos os principais eventos do pro-
b) Diziam que estavam trazendo a verdadeira civiliza-
cesso de ocupação definitiva do Norte e Nordeste do
ção, a cultura ocidental católica.
Brasil pelos portugueses.
c) Levar para a Europa a maior quantidade possível de
Os principais temas e conceitos abordados são: agri-
metais preciosos.
cultura de exportação, lavoura, pecuária, invasões estran-
2. b
geiras, insurreição, monocultura, engenho.
3. a) Foi diferente principalmente ao permitir a autono-
mia local (self-government).
b) Está explícito no texto que, tanto quanto as outras Trabalho com texto complementar
colonizações, ela foi “destruidora do indígena”. Há,
ainda, outra informação implícita: foi um processo • Pluralidade cultural: Fronteiras (p. 106)
de colonização que seguiu o padrão de dominação O objetivo da atividade é levar o aluno a perceber que
da Época Moderna (nas colônias do Sul), ou seja, a história tem uma forma própria de leitura. Assim, mes-
baseado nas grandes lavouras, na produção voltada mo quando trabalhamos com obras literárias, relatos
para a exportação e na escravidão africana. de viajantes — como nesse caso — ou documentos de
4. b outra natureza, devemos contextualizar historicamen-
5. a) Como o enunciado pede que se apontem as diferen- te (buscar o sentido histórico) as informações contidas
ças culturais entre portugueses e índios evidencian- no texto.
19
A primeira frase é uma referência à dificuldade de se Os principais temas e conceitos abordados são:
estabelecerem fronteiras entre as antigas colônias espa- sociedade, relações sociais, preconceito, escravidão co-
nholas e o Brasil, uma vez que várias regiões, de acordo lonial, tráfico de escravos, liberdades individuais,
com os tratados de limites, pertenciam aos hispânicos, quilombo, resistência, família patriarcal.
mas eram ocupadas por luso-brasileiros, e vice-versa.
A segunda frase permite duas contextualizações: “ba- Trabalho com texto complementar
nidos pela sociedade” porque eram desertores, consi-
derados marginais, e “recebidos de braços abertos pela • Ética e cidadania: Carrasco (p. 110).
natureza” porque era relativamente fácil se esconder O texto, além do caso curioso que narra, é claramente
em meio à selva ou, então, porque se adaptavam ao utilizado como pretexto para discutir os direitos da pes-
modo de vida indígena, essencialmente ligado à na- soa, em especial dentro da família, unidade social que
tureza. é tida como inviolável mesmo que em seu interior se
cometam os mais bárbaros crimes (como espancamen-
to, tortura física e mental, abusos sexuais, explorações
Resolução das Atividades e dos Exercícios
de toda ordem, desqualificação da pessoa). É impor-
complementares
tante informar aos alunos que essa atitude não é uni-
1. c 2. c 3. a versal: em vários países, o governo expropria os pais
4. O aluno deve relacionar a união das Coroas ibéricas do pátrio poder caso se apure qualquer atitude de cru-
sob o domínio espanhol com os prejuízos sofridos eldade, de abandono ou de violência contra os filhos.
pelos comerciantes holandeses de açúcar, devido às
guerras entre Espanha e Holanda. Privados de seu
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
principal produto de comércio, os flamengos invadi- Trabalho com imagem
ram o Brasil para recolher o produto diretamente na • Reprodução: Funcionário público saindo de casa com
fonte produtora.
a família (Figura 1, p. 108).
5. b
6. O trecho é: “Os flamengos recolhiam o produto [açú- Solicitar a observação da obra de Debret, com o objeti-
car] em Lisboa”. Essa frase deixa claro que o fun- vo de identificar o lugar que cada personagem (o patri-
damento do exclusivo comercial — os colonos só arca, a esposa, os filhos, os escravos, as crianças escravas)
podiam vender seu produto aos comerciantes e na- ocupava na sociedade colonial.
vios portugueses — estava sendo respeitado, por-
que o açúcar saía do Brasil e chegava a Lisboa em
Resolução das Atividades e dos Exercícios
navios lusitanos, e só então era recolhido pelos ho-
complementares
landeses.
7. V – F – F –V 8. e 9. c 1. Soma = 43 (01 + 02 + 08 + 32)
2. A informação mais evidente é que o patriarca vai à
frente; na mão direita, ele traz um chicote, que sim-
Capítulo 12. A formação da sociedade boliza seu poder (quem não obedecer, apanha). As
colonial brasileira mulheres adultas (esposa e filhas maiores) seguem
Uma forte característica da sociedade colonial ibé- atrás de o patriarca, devidamente “protegidas” por cri-
anças e escravos. O escravos fecham o cortejo, res-
rica foi a transposição, para o plano social, da violên-
saltando a sua situação na sociedade. O desfile é,
cia e arbitrariedade que estavam na essência do também, uma forma do patriarca exibir seu poder e
colonialismo. A família patriarcal, def inida como suas “posses” para o restante da sociedade.
“naçãozinha governada por um ditador”; as relações 3. Para justificar suas atitudes de violência e desrespeito
sociais pautadas pelo abuso de poder, pelo preconceito contra negros e índios, os europeus criaram uma série
e pelo desrespeito aos direitos dos índios e dos africa- de teorias falsas a respeito da superioridade dos bran-
nos; o genocídio infligido à população indígena; o ter- cos. Essas teorias deram origem a um conjunto de idéi-
rível cotidiano dos escravos — todos esses elementos as — por exemplo, a de que negros e índios são inferiores
são exemplos do grau de violência que perpassava a e devem servir ao branco e obedecer-lhe — que orde-
sociedade colonial. Em contrapartida, havia a violên- naram as relações inter-raciais na América. Até hoje
cia da resistência e da reação nas rebeliões de escravos, essas idéias geradoras de racismo interferem nas socie-
dades americanas, uma vez que não conseguimos apagá-
nos ataques indígenas, nas revoltas dos colonos.
las totalmente do nosso sistema de crenças.
Procuramos traçar um panorama no qual a socieda-
4. A captura servia para intimidar os demais escravos e
de colonial pode ser vista de vários ângulos: a família desestimular novas fugas.
patriarcal, os conflitos étnicos, as arbitrariedades nas 5. a) O tráfico negreiro.
relações de trabalho, o preconceito, os trabalhadores b) Na primeira estrofe, a idéia central é a facilidade de
livres, o cotidiano da escravidão e as lutas dos escra- o traficante exercer o comércio humano; na segun-
vos contra sua condição de cativos. Enfim, nossa in- da, a alta lucratividade proporcionada pelo comér-
tenção foi mostrar alguns aspectos da complexidade cio negreiro.
social, que ia muito além do antagonismo senhores 6. a 7. d 8. c 9. d
versus escravos. 10. a 11. c 12. c
20
21
10. Apesar da manutenção da monarquia, a Revolução Glo- Os principais temas e conceitos abordados são: ex-
riosa transformou profundamente o poder político na pansão territorial, tratados de limites, fronteiras, minera-
Inglaterra, com a criação de um regime de monarquia ção, administração estatal, revolta ou rebelião, arrocho
parlamentar, em que os políticos eleitos para o Parla- fiscal, urbanização, cultura.
mento eram os que governavam de fato. A partir dos
acontecimentos de 1688 e 1689, a Inglaterra passou a
ter um governo controlado pelas classes capitalistas, Trabalho com texto complementar
ou seja, pela burguesia e pela nobreza mercantil. • Pluralidade cultural: O curumim Jesus (p. 135).
11. c 12. a O texto de José de Anchieta pode ser analisado em um
13. A atividade mercantil é concentradora de rendas. trabalho interdisciplinar com Literatura. Também serve
Quem tem capital investe em boas oportunidades de subsídio e/ou elemento motivador para uma discus-
de negócios, aumentando ainda mais seu capital. são, em sala de aula, sobre a catequese.
Quem tem pouco capital dificilmente consegue fa-
zer negócios rentáveis. Dessa forma, os capitais se
concentram cada vez mais nas mãos de poucas pes- Trabalho com imagens
soas.
14. Para Max Weber, o catolicismo representava um en- • Mapa: A pecuária e a expansão das fronteiras nacionais
trave para o pleno desenvolvimento dos negócios ca- (Figura 1, p. 126).
pitalistas porque condenava a prática da usura e do Observar o mapa e identificar que regiões geográficas
lucro. A ética protestante, por outro lado, retirou a con- do Brasil de hoje foram conquistadas, para além do Me-
denação religiosa do lucro e valorizou a riqueza oriunda ridiano de Tordesilhas, graças à pecuária.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
das atividades capitalistas. Nos países onde prevale-
ceu o catolicismo, como Portugal e Espanha, o capita- • Reprodução: Passo da Cruz-às-costas (Figura 11,
lismo não pôde se desenvolver plenamente; nos países p. 134).
que aderiram à Reforma, como Inglaterra e Holanda, Analisar a obra de Aleijadinho em busca de traços do
a burguesia encontrou o respaldo ideológico-religioso barroco mineiro, como expressões fisionômicas fortes
que garantiu a consolidação do capitalismo e acelerou (evidenciando angústia) e detalhes que sugerem movi-
seu desenvolvimento. Essa seria a razão, segundo mento (dobras dos tecidos, posição dos corpos).
Weber, de a passagem do século XVI para o XVII ter
marcado a transferência da riqueza mundial de dois
reinos católicos para dois reinos protestantes. Resolução das Atividades e dos Exercícios
complementares
Tema para debate 1. a) Bandeiras.
b) Por causa de sua ação desbravadora e de conquista
Para enriquecer o debate, sugerir aos alunos que co-
de terras para os portugueses, os bandeirantes já
mentem outros motivos de exclusão do mercado de traba-
foram tratados como heróis pela historiografia.
lho, por exemplo, a exigência de qualificação. Ou pode-se
Atualmente, sem desconsiderar sua contribuição
também discutir como a sociedade atual vê aqueles que
para a expansão territorial, a historiografia aponta
não trabalham.
a violência que permeava a atuação dos bandei-
rantes, sobretudo na caça ao índio e na destruição
de quilombos.
Capítulo 14. A expansão territorial e o ciclo
2. b 3. a
minerador no Brasil
4. Na verdade a contradição é apenas aparente. Os dois
A primeira parte do capítulo trata dos fatores respon- textos narram o mesmo acontecimento, sendo que o
sáveis pela expansão da colônia portuguesa, cujos limites primeiro reproduz a visão dos brasileiros sobre o tema,
haviam sido inicialmente determinados pelo Tratado de e o segundo, a visão dos portugueses.
Tordesilhas. Vale observar que os agentes da expansão não 5. As casas de fundição foram criadas para impedir o
buscavam a ampliação territorial, que foi um resultado contrabando de ouro. O ouro em pó era levado para
as casas de fundição, onde era transformado em bar-
fortuito. O mesmo não se aplica à descoberta das Gerais,
ras, nas quais se colocava o selo, atestando que o
cuja procura já durava quase dois séculos.
quinto real já havia sido cobrado. Apenas o ouro de-
Em seguida apresentamos a estrutura montada pelo vidamente quintado podia circular livremente pela
governo metropolitano para controlar a extração do mi- colônia. Apesar dessas precauções, o contrabando não
nério e f iscalizar a coleta de impostos. Na região foi eliminado.
mineradora, os conflitos entre o fisco metropolitano e 6. a) Porque Assumar veio ao Brasil com a tarefa de com-
os colonos se agravaram e resultaram em rebeliões. As bater o contrabando de ouro, o que prejudicaria tan-
principais conseqüências da mineração na história do to os donos das grandes datas quanto os pequenos
Brasil foram a mudança do eixo econômico e político contrabandistas.
para o Centro-Sul, o impulso à urbanização e a ocupação b) Como era comum no período colonial, a metrópole
do interior da colônia. aplicou castigos diferenciados aos envolvidos no mo-
22
plorar as minas. O contratador respondia diretamente b) O autor da ópera faz referência à impossibilidade de
ao rei, para quem se comprometia a entregar uma se deter as mudanças em curso, porque elas atendem
parte das pedras encontradas. aos interesses e às necessidades daquele tempo.
14. d 2. O Renascimento foi uma união de princípios do pen-
samento medieval cristão e de idéias inspiradas na
cultura da Antigüidade clássica. O iluminismo se con-
Capítulo 15. O século da razão: iluminismo trapôs à religiosidade que permeava o pensamento e
e liberalismo o conhecimento na Idade Média, uma vez que negou
O iluminismo foi uma revolução porque provocou uma a religião como fonte de saber (mas não como mani-
festação simbólica).
ruptura profunda no pensamento ocidental ao abandonar as
3. c 4. b
antigas explicações religiosas sobre o mundo físico e seus 5. O mercado de trabalho, como os demais mercados, fun-
fenômenos e proclamar que somente o que passa pelo crivo ciona de acordo com os pressupostos da lei da oferta e da
da razão pode ser aceito como verdade. A partir desse pres- procura. Na economia liberal, o trabalho é uma merca-
suposto teórico, discutimos as principais características e doria como outra qualquer. Dessa forma, quando existe
idéias do movimento das luzes, as teorias científicas e polí- muita oferta de mão-de-obra, o seu preço tende a cair; na
ticas do século XVII, o conhecimento desenvolvido no sé- situação inversa (pouca oferta para muita demanda), o
culo XVIII; ao final incluímos um breve estudo sobre o preço tende a subir. Os fisiocratas defendiam a expansão
absolutismo ilustrado (ou despotismo esclarecido). demográfica para aumentar a oferta de trabalhadores.
A segunda parte do capítulo aborda o liberalismo. Par- 6. V – V – V – F
tindo de um marco, a publicação da Riqueza das nações 7. a) Dois princípios do liberalismo econômico: liberdade
(1776), o pressuposto teórico que orienta a discussão so- de comércio e defesa da propriedade privada. Dois
bre o liberalismo articula economia e política, e associa princípios do liberalismo político: garantia das liber-
dades individuais e igualdade de todos perante a lei.
ambas ao grande projeto de liberdade que circulava nos
b) A liberdade de comércio, a defesa da propriedade
meios burgueses. Leo Huberman escreveu que o brado da
privada, a liberdade cambial e os demais princí-
burguesia, naquele momento, era: “Deixe-nos em paz!”,
pios do liberalismo econômico favoreciam a
porque o mercado dispensaria a intervenção do Estado,
internacionalização do comércio, um dos princi-
assim como o Estado não precisava mais do rei.
pais interesses da burguesia do final do século XVII
Os principais temas e conceitos abordados são:
e começo do século XVIII.
iluminismo, liberalismo, razão, ciência, conhecimento, oti- 8. e 9. a
mismo, absolutismo, contrato social, laicização, parcelamento 10. A característica do iluminismo a que o texto faz referên-
das tarefas, divisão internacional do trabalho, neoliberalismo. cia é a crítica ao poder absoluto do rei. Os iluministas, e
dentre eles Rousseau, condenavam os abusos cometidos
Trabalho com texto complementar pelos monarcas absolutistas, embora não fossem contra
a monarquia. Tinham como modelo de sistema político a
• Pluralidade cultural: A fé do iluminista (p. 140). monarquia parlamentar inglesa. Coerentes com os novos
O texto de Voltaire reforça a idéia de que o iluminismo tempos, os pensadores do século XVIII acreditavam em
não pregava o ateísmo, mas uma nova forma de relacio- um governo regido pela lei, no qual monarca e súditos
namento com o mundo divino, o que chegava a ser revo- estariam igualmente protegidos por essa lei.
23
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que mostra de forma irreverente a relação homem/máquina.
Mais do que um evento econômico, a mecanização da
produção foi um evento social. Ao transferir para as má-
Resolução das Atividades e dos Exercícios
quinas o conhecimento sobre a produção — um saber que complementares
há milênios era domínio humano —, a Revolução Indus-
trial deslocou o homem para segundo plano e em seu lu- 1. a) Os fatores que possibilitaram a Revolução Industrial
gar colocou a máquina. Em versões que vão dos na Inglaterra foram: o predomínio da burguesia na
equipamentos industriais aos automóveis e computado- condução dos negócios do Estado desde a Revolução
res, a máquina se tornou o maior símbolo do mundo con- Gloriosa; o cercamento dos campos, que permitiu o
temporâneo. uso capitalista da terra e deslocou para as cidades
Podemos entender a Revolução Industrial como um grande contingente de mão-de-obra, que ficou dis-
processo que começou no final do século XVIII e ainda ponível para trabalhar nas fábricas; a acumulação de
está em curso. Ou podemos pensar que nos últimos du- capital proporcionada pela exploração colonial.
zentos anos ocorreram alguns saltos significativos no b) A vitória do sistema de fábrica, com suas grandes e
avanço da tecnologia, que se caracterizam como “várias dispendiosas instalações, ampliou a distância entre
o capital e o trabalho.
revoluções industriais”. O que não se pode contestar é
2. Lorde Byron entendia que o ludismo era um crime e
que as inovações e aperfeiçoamentos tecnológicos con-
deveria ser combatido, mas ressaltava que a ação dos
tinuam em andamento. antigos artesãos era motivada pelo desespero de ver
Os principais temas e conceitos abordados são: re- seu trabalho ser destruído. Por isso, é possível enten-
volução, mecanização da produção, sistema de fábrica, der que seu discurso pedia, também, uma solução para
tecnologia, bens de consumo, máquina, matéria-prima, os problemas dos desempregados.
manufatura, divisão de trabalho, alienação, jornada de 3. a 4. d 5. d 6. c
trabalho, operário, artesão. 7. d 8. c 9. e
10. a) O aluno pode caracterizar como ação direta, ou,
simplesmente, informar que os luditas invadiam as
Trabalho com textos complementares
fábricas, quebravam as máquinas, colocavam fogo
• Trabalho e consumo: O trabalho infantil (p. 148). nos galpões.
O objetivo da atividade é chamar a atenção do aluno b) A resposta deve ser uma reflexão sobre a luta ho-
para a questão do trabalho infantil no Brasil, fato con- mem versus máquina. É a máquina tirando o traba-
denado pelos organismos que defendem os direitos da lho dos antigos artesãos.
criança, mas amplamente praticado. (O Artigo 60 do 11. a 12. c 13. d
Capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei
o
n 8.069, de 13 de julho de 1990, proíbe o trabalho a
menores de 14 anos.) Capítulo 17. Conflitos na América ibérica e a
independência dos Estados Unidos
Nessa discussão, o trabalho infantil pode ser analisado
em suas muitas variáveis: na lavoura, nas fábricas, nas Observamos que o colonialismo na América teve um
ruas (vendendo ou prestando serviços), na mendicân- forte componente de violência, que se configura como uma
cia, na prostituição, no serviço doméstico, no meio ar- das explicações para o grande número de conflitos
24
25
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em geral, sugerimos textos complementares que dialo- zar o Bloqueio Continental como a estratégia adotada
gam diretamente com os temas abordados, e, sempre que por Napoleão para tentar subjugar a Inglaterra por meio
possível, procuramos fazer uma ponte entre eventos dis- do embargo econômico, uma vez que não conseguiu
tantes no tempo e situações da atualidade. Além de res- derrotá-la militarmente.
saltar que o objeto da história não está enclausurado no A segunda parte requer uma reflexão sobre política
passado, esse tipo de dinâmica ajuda a desenvolver uma internacional: na Europa, os países que não aderiram
importante competência: a instrumentalização, obtida na ao bloqueio foram atacados pela França (como foi o
análise dos eventos já vividos, que capacita a entender caso de Portugal); na América, a vinda da família real
os eventos imediatos com os quais temos de lidar, sem portuguesa significou um passo importante no proces-
poder recorrer a estudos ou análises sobre eles, uma vez so de independência do Brasil.
que acabaram de acontecer. Essa é uma capacitação de 7. d
que a pessoa necessita durante toda a vida, por isso in- 8. O historiador justifica o terror como a única possibili-
dade de a Convenção salvar a Revolução e, mais ain-
sistimos nesse tipo de atividade.
da, o próprio país.
Nessa linha de trabalho, sugerimos que, após analisar a
9. e 10. c 11. b
situação do campesinato descrita por Hobsbawm, seja
12. c 13. c
feita uma analogia com questões semelhantes — por
exemplo, a abolição da escravidão no Brasil, que nem
extinguiu totalmente o trabalho escravo nem permitiu o Capítulo 19. A independência da América ibérica
acesso do antigo cativo à esfera social.
As novas teorias sobre economia e política surgidas
• Ética e cidadania: Revolução e contra-revolução (p. 170). na Europa no século XVIII chegaram à América na ba-
Aparentemente trata-se de uma questão simples — a gagem dos filhos da elite agrária que iam estudar nas
separação entre Estado e Igreja e a distribuição de metrópoles.
terras foram os fatores responsáveis pelo fim do po- O liberalismo econômico, já em pleno desenvolvimen-
der religioso e aristocrático na França —, mas é pos- to nos países de economia mais avançada, pressionava pelo
sível desenvolver, a partir do texto, duas discussões estabelecimento de uma nova ordem econômica interna-
interessantes. Uma proposta é analisar a diferença cional, na qual não cabiam mais o protecionismo e o
entre poder laico e poder fundamentado na religião colonialismo próprios da economia mercantilista.
(a idéia iluminista de que política é questão racional O número crescente de rebeliões coloniais, muitas delas
e de jogo de forças, enquanto fé é questão de foro lideradas por pessoas oriundas das classes excluídas (ín-
íntimo, individual). Outra proposta é discutir a ques- dios, escravos, ex-escravos ou trabalhadores pobres), as-
tão do poder gerado pela concentração de terras nas sustava a elite colonial. Esta, conhecendo as estratégias
mãos de um pequeno segmento social, que pode ser a de resistência adotadas pelos escravos, sempre teve medo
nobreza feudal, a aristocracia moderna ou a aristo- de que um levante popular derivasse em atos de vingança,
cracia colonial. como acabou acontecendo no Haiti.
Ainda dentro desse tema, é interessante comparar o ocor- A conjugação desses três fatores formou o panorama
rido na França (separação entre Estado e Igreja) com a no qual se desenrolou o processo de independência da
solução encontrada pelos ingleses, que foi a de subme- América ibérica, e que usamos como suporte teórico na
ter a Igreja ao Estado (Reforma Anglicana). análise dos acontecimentos narrados neste capítulo.
26
27
Nesta obra optamos por explicar o conflito à luz da Sugerimos um trabalho de pesquisa sobre o tema “O que pen-
segunda interpretação, que congrega uma parcela sam os brasileiros a respeito da própria nacionalidade”.
importante da historiografia. Recomendamos, po-
rém, que o professor abra esse debate com os alu- Trabalho com imagem
nos, contribuindo dessa forma para se perceber o
dinamismo do conhecimento histórico. • Reprodução: Coroação de D. Pedro I, 1828 (Figura 1,
9. Liberdade significava o fim do exclusivo comercial; a p. 185).
igualdade jurídica e política, que na Europa se esten- Encontrar na obra de Debret elementos que evidenciem
dia a toda a nação, na América hispânica tornou-se a construção imaginária em torno da figura do impera-
um privilégio da elite. dor: sentado ao trono, coroado, “acima” das demais pes-
10. b 11. b soas, “intocável”; a “Igreja” se curva diante dele; as
12. O critério usado pela justiça metropolitana era o de pessoas comuns (o povo), ao fundo, estão bem distantes
atribuir a pena não conforme o crime, e sim de acordo e são quase insignificantes quando comparadas à figura
com a condição social do criminoso. A questão pode imponente do imperador.
ser usada para discutir o fato de a sociedade brasileira
ter herdado esse critério de “dois pesos, duas medi-
Resolução das Atividades e dos Exercícios
das”, lembrando que, até hoje, ocorrem casos em que
complementares
pessoas de prestígio cometem crimes e se valem de
todos os recursos da lei para protelar sua punição. 1. F – V – F – V
13. c 14. e 15. e 2. a 3. a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. As principais causas da abdicação de Pedro I foram: os
conflitos relacionados com o autoritarismo do imperador
Capítulo 20. A consolidação da independência
(o fechamento da Assembléia Constituinte e a repressão
no Brasil e o Período Regencial
aos participantes da Confederação do Equador); o
Analisando as primeiras décadas do século XIX no favorecimento da elite e dos comerciantes portugueses;
Brasil, da chegada da corte portuguesa ao acordo entre a as preocupações com a sucessão ao trono de Portugal.
aristocracia rural e o futuro imperador Pedro I, a opção 5. d
pela monarquia e pela manutenção da escravidão, vamos 6. O aluno deve identificar como característica comum o
percorrendo o roteiro de fundação do Estado nacional bra- fato de os dois movimentos questionarem o poder cen-
sileiro. O resultado desse processo pouco diferiu do que tral. No tocante às diferenças, pode citar: a composição
ocorreu na formação das repúblicas hispano-americanas: social do movimento (Farroupilha: elite gaúcha; Balaiada:
estabelecimento de uma política econômica que favore- grupos excluídos), as razões econômicas (Farroupilha:
cia a elite agrária, governo centralizado, exclusão das clas- proteção ao charque; Balaiada: miséria) e o desfecho
ses populares dos centros de decisão política e repressão (Farroupilha: acordo com o governo e anistia; Balaiada:
aos movimentos que questionavam a ordem estabelecida. repressão severa e execução de todos os líderes).
O que diferenciava o Brasil das antigas colônias espa- 7. a 8. e 9. e 10. c 11. d
nholas — a manutenção da unidade territorial — quase se 12. d 13. d 14. e 15. b
perdeu durante a regência. As inúmeras rebeliões que 16. a) Na Cabanagem há o predomínio de segmentos po-
marcaram o período, a resistência das elites regionais em pulares, enquanto na Farroupilha há o predomínio
aceitar as decisões nacionais oriundas da capital do impé- de estancieiros e camadas médias.
rio e a grave situação econômica vivida por expressiva b) Trata-se de uma herança que o império recebeu do
parcela da população brasileira formaram o cenário da crise período colonial: a repressão severa aos rebeldes de
após a abdicação de Pedro I. origem popular e condescendência com os oriun-
Os principais temas e conceitos abordados são: aris- dos das elites.
tocracia rural, poderes de Estado, regência, abdicação, voto
censitário, confederação, centralização e descentralização
política, nacionalidade. Capítulo 21. As questões políticas da Europa
no século XIX
Trabalho com texto complementar Os ecos da Revolução Francesa de 1789 geraram uma
onda revolucionária que buscava expandir o liberalismo
• Ética e cidadania: A construção da nacionalidade brasi- político e econômico na Europa. Entre os anos de 1820 e
leira (p. 187). 1848, embates entre o novo (Estado burguês, liberalismo)
A nacionalidade brasileira é um assunto sempre atual, e o antigo (absolutismo, mercantilismo) foram travados
em permanente debate. O texto sugere que as rebeliões em algumas regiões européias. Analisamos os eventos
coloniais e regenciais expressavam a fragilidade da uni- ocorridos na Espanha, em Portugal e na França.
dade e da identidade nacional, a inexistência de um sen- Na segunda metade do século XIX, a necessidade de rea-
timento de brasilidade entre os habitantes das províncias. lizar a unificação nacional levou a Sardenha-Piemonte e a
Nesse sentido, o “povo brasileiro” teria sido uma cons- Prússia a fazerem uso da doutrina nacionalista para promove-
trução ideológica posterior. rem, respectivamente, a unificação da Itália e a da Alemanha.
28
imagem pública de um homem muito sério, enquanto seus acesso. O ganho real dos colonos era tão pequeno que
adversários o acusavam de ter um comportamento moral- trabalhavam praticamente de graça.
mente reprovável. Esse seria um bom ponto de partida 11. c 12. b
para discutir a imagem que criamos das pessoas públicas 13. Soma = 11 (01 + 02 + 08)
de nosso tempo e como elas seriam na vida particular. 14. V – V – V – F
15. a
• Ética e cidadania: A ausência de futuro (p. 208).
A atividade proposta é apenas um exercício de leitura,
mas existe a possibilidade de serem desenvolvidos dois Capítulo 23. A transição do império para
outros trabalhos com o poema de Castro Alves. A pri- a república no Brasil
meira sugestão é um trabalho integrado com Literatura, O segundo reinado chegou ao fim e com ele foi-se
que poderia incluir outros poemas abolicionistas. A se- também o império. Um contemporâneo dos eventos que
gunda é o estabelecimento de uma ponte com a situação vamos estudar nesse capítulo assim analisou o que via:
das crianças de rua que, na atualidade, vivem em todas “não é a república que vem, é o império que vai”. Mais
as grandes cidades e, como o escravinho do poema, têm do que um simples jogo de palavras, essa observação
futuro incerto. Se Castro Alves, diante do prenúncio da revela que a república não nasceu de um anseio pela
vida trágica que espera aquela criança, diz que seria modernidade política e, sim, da impossibilidade de se
melhor a mãe do cativo ensiná-lo a praticar os piores manter o império (um dos problemas mais sérios era a
crimes, as crianças abandonadas de hoje realizam essa sucessão de Pedro II, que não tinha filhos homens). Essa
evocação de forma ainda mais triste, e o futuro também particularidade é preocupante, porque talvez faça da re-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
parece lhes reservar apenas uma mortalha. O mais em- pública uma conquista não muito valorizada por parte
blemático dessa questão é que a maioria de nós fica cho- da população brasileira. E o início de nossa vida repu-
cada com as palavras do poeta, mas permanece blicana — a República da Espada — parece confirmar
indiferente à tragédia que nos cerca. essa suspeita.
Os principais temas e conceitos abordados são: tran-
Trabalho com imagem sição, crise, republicanismo, positivismo, Constituição,
aristocracia rural, militarismo, estado de sítio, impedimen-
• Reprodução: Sagração de D. Pedro II (Figura 1, p. 201). to (impeachment), naturalização.
Comparar a obra de Manuel de Araújo Porto-Alegre com a
obra de Debret (p. 185), buscando semelhanças e diferen-
ças nas imagens representativas dos dois imperadores. Trabalho com imagens
• Reprodução: A queda do imperador, 1882 (Figura 1, p.
Resolução das Atividades e dos Exercícios 212).
complementares É possível explorar as várias informações contidas na
charge: a “queda do imperador”; o militar que empurra
1. e o trono; várias pessoas estão próximas, mas não auxili-
2. A conciliação foi um acordo político para a forma- am o imperador; no balcão, o índio se espanta enquanto
ção de um ministério que reunisse conservadores e o bobo da corte (o povo?) ri. Trata-se de uma alegoria
liberais. Ela foi possível porque os dois grupos eram bem interessante sobre o fim da monarquia.
bem semelhantes (pertenciam à aristocracia rural,
defendiam a economia agroexportadora). • Reproduções: O último baile da monarquia, 1904 (Fi-
3. c 4. a gura 2, p. 213) e Proclamação da República, 1893 (Fi-
5. a) A opção agroexportadora defendida pela elite agrá- gura 3, p. 213).
ria e a manutenção do trabalho escravo. As imagens permitem trabalhar com a criação de “ver-
b) A industrialização sustentada pelo capital nacional dades” históricas. A obra de Aurélio Figueiredo, que re-
e a formação de indústrias de base (fundição) que presenta o baile da Ilha Fiscal, tornou-se a
dessem sustentação a um parque industrial amplo. imagem-símbolo da queda da monarquia. A obra de
6. d 7. c 8. c Benedito Calixto estabeleceu uma versão do momento
9. a) Havia uma grande quantidade de pessoas desem- da proclamação da república que é muito contestada na
pregadas na Itália, e o Estado não tomava providên- atualidade por aqueles que entendem que esse evento
cias para lhes garantir uma maneira de sobreviver desenrolou-se a portas fechadas.
sem precisar emigrar.
b) Porque as condições reais de trabalho dos colonos • Reprodução: Bandeira brasileira (Figura 4, p. 214).
diferiam muito das condições prometidas pelos agen- Seria interessante analisar com os alunos a imagem da
tes que recrutavam as famílias na Europa. Os imi- bandeira nacional: seus traços geométricos (para mui-
grantes tinham de trabalhar muito e ganhavam pouco, tos, influência da maçonaria), a abóbada celeste, o sig-
o que impedia que conseguissem “fazer a América”. nificado das estrelas, o dístico positivista e a idéia de
10. Os administradores das fazendas lesavam os colonos nação que ele traduz, a manutenção das cores da dinas-
na elaboração das contas, às quais eles não tinham tia de Bragança (verde e amarelo).
30
31
sa forma, não existe a necessidade de um Estado para América do Sul. Os norte-americanos alegavam, entre
elaborar leis e fiscalizar seu cumprimento. outras justificativas, a necessidade de combater o esta-
6. d 7. b do de “desordem”, provocado pelas “doutrinas estran-
8. A afirmação dos líderes do movimento apontava o ver- geiras” (comunismo e socialismo), que ameaçava a
dadeiro motivo da luta dos cartistas: eles queriam me- estabilidade do continente.
lhorar as condições de vida dos trabalhadores, que
chegavam a passar fome — por isso eles falam do gar-
fo —, mas entendiam que a única forma de defender Resolução das Atividades e dos Exercícios
os interesses dos operários era por meio da eleição de complementares
representantes da classe operária para o Parlamento; 1. O mundo foi dividido em países industrializados, pro-
por isso reivindicavam o direito de votar. dutores de bens de consumo e exportadores de capi-
9. d 10. c 11. a 12. d 13. b tais, e em países de economia dependente da produção
agrícola ou mineral, exportadores de produtos primá-
rios e com oferta de mão-de-obra abundante e barata.
UNIDADE III – DO IMPERIALISMO 2. a) No sul, escravidão; no norte, predomínio do traba-
AOS NOSSOS DIAS lho assalariado.
b) A vitória do norte impôs a todo o país o seu projeto
econômico, ou seja, a industrialização. O sul ocu-
Capítulo 25. A divisão internacional do trabalho pou a posição de fornecedor de matérias-primas e
e o imperialismo de mão-de-obra (libertos) às indústrias do norte.
3. a) Doutrina Monroe.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A estrutura econômica que começou a se delinear
no final do século XVIII, e que seus defensores deno- b) A doutrina pregava o lema “A América para os ame-
minaram progresso, fortaleceu-se e avançou sobre o ricanos”. Seu principal objetivo era impedir a
mundo durante o século XIX, com o nome de imperia- recolonização da América pelas metrópoles euro-
lismo. No século XX, provocou, entre outros eventos péias, e permitir a intervenção militar dos Estados
trágicos, os dois conflitos mundiais e o esfacelamento Unidos nos países latino-americanos.
da África. A vitória da ordem burguesa cobrou um pre- 4. d 5. c
ço alto: milhões de mortes. 6. Soma = 15 (01 + 02 + 04 + 08)
Neste capítulo tratamos da divisão internacional do 7. d 8. d
trabalho, uma nova forma de organização mundial que 9. a) Monroe referia-se ao interesse que os ingleses ti-
obedecia às necessidades do capitalismo em expansão e nham nas antigas colônias ibéricas.
que, no século XIX, dividiu as nações em dois grupos: o b) “A América para os americanos.”
dos países industrializados, fornecedores de bens de con- 10. d 11. c 12. c 13. d 14. b
sumo e de capitais, e o dos países de economia agrária,
fornecedores de produtos primários e dependentes do
capital estrangeiro. Capítulo 26. A Primeira Guerra Mundial
O imperialismo pode ser definido como a partilha de e a Revolução Russa
uma grande parcela do mundo entre alguns países in- Para continuar sua expansão, o capitalismo
dustrializados. O historiador Henri Brunschwig, que es- monopolista precisava aumentar a área de dominação im-
tudou o tema, escreveu que “A partilha de um país ocorre perialista. Buscando se fortalecer nessa corrida pelo con-
quando várias potências estrangeiras se põem de acordo trole do espaço geográfico, as potências industrializadas
para colocá-lo, inteira ou parcialmente, sob sua sobera- da Europa desenvolveram um sistema de alianças que
nia”. (A partilha da África negra.) Então, definidos os acabou provocando a formação de dois blocos antagôni-
blocos de acordo com a divisão internacional do traba- cos que, claramente, começam a se preparar para uma
lho, os países industrializados, econômica e militarmen- disputa imperialista. Essa foi a origem da primeira das
te fortes, partilharam as áreas ocupadas pelas nações de duas guerras mundiais que marcaram o século XX.
economia dependente. A proposta de abordagem da Revolução Russa busca
Os principais temas e conceitos abordados são: divi- fugir dos dois estereótipos criados em torno do aconte-
são internacional do trabalho, imperialismo, exportação cimento: o da glorif icação e o da execração dos
de capitais, secessão, partilha, guerra, rebelião. bolcheviques e de algumas figuras ligadas ao processo
revolucionário. Um estudo menos apaixonado, para o
bem ou para o mal, mostra que a Revolução de 1917 foi,
Trabalho com texto complementar
antes de tudo, um movimento popular, no qual as cama-
• Ética e cidadania: Visão latino-americana sobre a Dou- das mais pobres da população tiveram participação mais
trina Monroe (p. 234). intensa do que, por exemplo, em 1789 na França. Ou
A atividade propõe uma articulação entre os pressupos- seja, procuramos trabalhar o tema sem cair nas explica-
tos da Doutrina Monroe e a tese, largamente comprova- ções fáceis de que os bolcheviques salvaram a Rússia ou
da, da ajuda do alto comando militar dos Estados Unidos de que deram um golpe de Estado e impuseram o comu-
na instalação e manutenção dos governos militares na nismo aos russos.
32
33
ta-se de um bom pretexto para discutir as epidemias da política; resultado da descrença na democracia e em valores
atualidade e o fato de, ainda hoje, assumirmos atitudes como liberdade e respeito à diversidade humana; conseqüên-
preconceituosas diante do desconhecido. cia do descrédito na possibilidade de solução dos conflitos
pela negociação — enfim, é possível encontrar um grande
número de frustrações na origem do nazifascismo. Isso nos
Trabalho com imagens
permite caracterizá-lo como uma doutrina nascida do senti-
• Reprodução: Comércio eleitoral (Figura 1, p. 252). mento de fracasso humano, da negação das possibilidades e
Analisar a charge, que condena o comércio eleitoral no potencialidades do ser humano para organizar uma socieda-
Brasil do século XIX, e pedir aos alunos que comparem de que comporte a liberdade e o direito de cada um, indepen-
a situação representada com a situação política atual, dentemente das opções pessoais. Sob a doutrina nazifascista
buscando possíveis diferenças e semelhanças. a nação viu ser revogada sua autodeterminação: os que não
aceitavam seguir o condutor, eram conduzidos à força para
• Reprodução: Operários, 1931 (Figura 11, p. 261). os campos de extermínio.
Buscar, na tela de Tarsila do Amaral, traços de identida- Os principais temas e conceitos abordados são: crise,
de entre o modernismo nas artes e as transformações mercado de valores, desemprego, investimentos, totalita-
econômicas que ocorriam no Brasil. (A tela evidencia a rismo, xenofobia, militarismo, corporativismo, guerra ci-
industrialização.) vil, fascismo, nazismo, ditadura.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O texto fornece subsídios para uma discussão sobre as
1. d 2. d 3. b 4. a diferenças entre a crise de 1929 e as crises econômicas
5. a) A Revolta da Chibata. anteriores. Optamos pela questão do Enem como suges-
b) Entre as razões da eclosão da revolta estão o racis- tão de atividade porque ela permite analisar a recorrência
mo e a impossibilidade de promoção para marinhei- das crises econômicas e, principalmente, nos dá a oportu-
ros negros. Além disso, havia problemas que nidade de reforçar a idéia de que estudar História é muito
afetavam todos os marinheiros, negros ou brancos, mais do que obter informações sobre o passado; é refletir
como os baixos soldos, as péssimas condições de sobre o presente.
subsistência nos navios e os castigos físicos. Alternativa correta: d.
6. O aluno deve identificar: a sacristia com a Igreja e a noite
com a alienação (que os socialistas diziam ser causada pela
Trabalho com imagem
religião); o capital com o patrão e a fome com os baixos
salários; o quartel com a polícia e a morte com a repressão. • Reprodução: cena do filme O grande ditador (Figura 4,
7. a 8. c 9. a 10. a 11. c p. 267).
12. Pela definição do texto, o cangaceiro também pode Analisar a imagem e indicar os elementos do totalitaris-
ser visto como um bandido social: tinha origem rural, mo presentes na cena.
era encarado como bandido pelo Estado, mas consi-
derado herói por sua gente, roubava dos ricos (embora Resolução das Atividades e dos Exercícios
não apenas dos ricos), era visto como um justiceiro, complementares
alguém que trazia justiça para as pessoas exploradas.
13. c 14. a 1. b
2. O aluno deve identificar a crise de 1929. Sua análise
pode abordar as conseqüências mais imediatas do even-
Capítulo 28. A crise de 1929 e o totalitarismo político to (a quebra da Bolsa de Valores, as falências, a para-
Analisamos, inicialmente, os acontecimentos econô- lisação das atividades industriais, o desemprego etc.)
micos de 1929, quando houve uma crise de superprodu- ou abranger um período mais longo, chegando aos re-
ção. Os capitalistas descobriram, então, que o crescimento sultados alcançados pelo New Deal.
da produtividade, meta final da produção industrial, deve 3. b 4. Soma 3 (1+2). 5. c
obedecer a limites, caso contrário o sistema entra em ris- 6. a) Guerra Civil Espanhola.
co de colapso. O sistema econômico, que estava habitua- b) Os grupos em luta e seus respectivos projetos políti-
do a lidar com crises provocadas pela escassez, teve de cos eram: forças republicanas — queriam um Estado
aprender a lidar com esse novo tipo de crise. democrático, voltado para as necessidades das cama-
Para a elite econômica mundial, no início da década das mais pobres; e falangistas — eram fascistas e que-
de 1930, a principal tarefa era salvar o capitalismo, nem riam instalar um governo totalitário de direita, que
que para isso fosse preciso quebrar um dos mais valoriza- favorecesse as elites econômica e fundiária.
dos pressupostos do liberalismo e promover a interven- 7. a) Para o autor do texto, o comunismo correspondia à
ção do Estado na economia, como fez o New Deal. ausência de ordem social (“quebramos a vitrine”) e
Em seguida buscamos compreender o contexto histórico ao desrespeito à propriedade (“levamos a lingüiça”).
no qual teve origem o nazifascismo e as características na- b) Além da doutrinação anticomunista explicitada no
cionais dos governos totalitários. Fruto da crise econômica e texto, os nazistas reprimiam com rigor os comunis-
34
Capítulo 29. O período Vargas (1930-1945) al. Todos posicionaram-se contra a oligarquia cafeeira.
Em 1930 houve uma reacomodação das oligarquias, um A maior parte dos tenentes foi fiel a Vargas e apoiou o
novo acordo de poder entre as oligarquias estaduais, que ti- governo na manobra de protelar a convocação da As-
rou a hegemonia dos cafeicultores, mas manteve a república sembléia Constituinte.
nas mãos dos grupos oligárquicos. Lembrando: Vargas era 2. O BOC foi formado pelos principais dirigentes do Parti-
um estancieiro; sob seu comando, a república gastou fortu- do Comunista quando este foi colocado na ilegalidade
nas do dinheiro público para comprar o excedente de café e em 1927. Seguia as orientações políticas da Internacio-
segurar o preço do produto no mercado internacional. São nal Comunista, que pregava a necessidade de realizar uma
vários os exemplos dos benefícios preservados pela elite ru- revolução democrático-burguesa nos países ainda domi-
ral, sem contar que a elite industrial manteve suas raízes no nados por elites agrárias, como era o caso do Brasil.
campo, de onde era oriunda a maior parte dos industriais. 3. c 4. a
Procuramos recriar o contexto do final da década de 5. a) Trata-se de um exercício simples de leitura, uma
1920, que conjugava uma série de fatores: desgaste político vez que o aluno encontra a resposta no enunciado
e econômico dos cafeicultores, pressão social por reformas da questão: o risco de desordem, a presença comu-
políticas, crescimento político dos grupos populares. nista no governo, o perigo de luta de classes e a in-
O Estado Novo foi criado no contexto de crescimento quietação provocada pelos partidos políticos.
do totalitarismo no mundo. Vargas assumiu a persona de b) A resposta deve citar duas dentre as várias carac-
“pai dos pobres”, mas seus críticos alegavam que, por trás terísticas estudadas do Estado Novo: centralização
dessa imagem pública, ele era a “mãe dos ricos”, ou seja, política nas mãos de Vargas, extinção dos partidos
seu governo tinha aparência e essências diferentes. Para políticos, aproximação com o fascismo, política
seus opositores, Vargas governava em nome da classe tra- econômica nacionalista, censura aos meios de co-
balhadora pelo benefício dos patrões, colocava-se como municação, forte atuação da polícia política, re-
árbitro imparcial dos conflitos sociais para legislar a fa- pressão ao movimento operário autêntico,
vor das elites, afirmava comandar uma sociedade sem propaganda do governo etc.
conflitos enquanto a polícia política prendia, torturava, 6. O aluno deve trabalhar com duas idéias: a mitificação da
matava, extraditava sem obedecer os princípios da lei. Pos- figura de Vargas, o que leva Rubem Braga a associá-lo a
sivelmente o único aspecto de sua conduta política que Deus, e a identificação de Vargas com as causas operári-
não era apontada como dual foi o nacionalismo. as (mesmo com as ressalvas que o tema comporta), o que
Os principais temas e conceitos abordados são: oligar- leva o autor do texto a associá-lo à classe operária.
quia, burguesia, fraude eleitoral, golpe de Estado, Constitui- 7. a 8. e 9. b 10. a
ção, direita e esquerda (políticas), estado de sítio, nacionalismo, 11. a) Porque criava na população a ilusão de que o governante
indústria de base, totalitarismo, censura, leis trabalhistas. sabia de seus problemas, conhecia seu cotidiano e go-
vernava de acordo com as suas necessidades.
Trabalho com texto complementar b) A repressão e eliminação dos críticos do governo e
a extinção dos partidos políticos.
• Ética e cidadania: O desastre de 1932 (p. 277). 12. a) O bandeirante (ou seja, os paulistas que pertenciam
O objetivo mais evidente da atividade proposta é levar o às famílias tradicionais), o soldado constitucionalista
aluno a perceber que na guerra se reproduziam as dife- e Getúlio Vargas.
renças sociais — de sacrifícios e privilégios — que as b) A “ditadura” era uma referência ao governo Vargas, que
classes pobres e as classes ricas brasileiras experimen- protelava a formação de uma Assembléia Constituinte.
35
Capítulo 30. A Segunda Guerra Mundial e as questões cidades sofridas pelos judeus nos campos de con-
do Oriente Médio centração e os Estados Unidos, em virtude da dis-
puta com a União Soviética, precisavam de uma área
Trinta e sete milhões de pessoas mortas. Se acrescen-
de influência no Oriente Médio.
tarmos a esse total as pessoas que ficaram física ou psico-
c) É o confronto entre a necessidade de os palestinos
logicamente incapacitadas, teremos mais de cem milhões
recuperarem seu território e a recusa de Israel em
de vidas destruídas. Esse foi o saldo da guerra de 1939 a
reconhecer os direitos daquele povo.
1945, levada a cabo pelas nações mais ricas e ditas civili-
6. Deve ser apontada a criação do Estado de Israel, após
zadas. O motivo do conflito foi a disputa imperialista. As
a Segunda Guerra Mundial. Para discutir o efeito ex-
potências entraram em confronto para decidir qual dentre
plosivo dessa medida, é preciso comentar a ocupação
elas era a mais poderosa; a maior parte delas, em especial
os países europeus e o Japão, terminou a guerra economi- da Palestina pelos judeus na Antigüidade, a diáspora
camente falida, física e moralmente destruída. judaica a partir de 70 d.C. e a expansão árabe durante
A criação do Estado de Israel, após a Segunda Guerra a Idade Média. Os conflitos que hoje agitam a Palesti-
Mundial, está entre os episódios da Guerra Fria que ultra- na têm sua origem, portanto, na ocupação histórica do
passou aquele período, ganhou vida própria e é hoje um território por povos árabes, cristãos e judeus.
dos principais focos de conflito no mundo. 7. c 8. b 9. e 10. a
Os principais temas e conceitos abordados são: guer- 11. d 12. c 13. d
ra, imperialismo, espaço vital, expansionismo, holocausto,
energia atômica, questão palestina. Capítulo 31. Sob o domínio do medo:
a Guerra Fria (1945-1989)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Trabalho com texto complementar Abordamos o tema Guerra Fria pela análise das estraté-
• Ética e cidadania: A Força Aérea Brasileira na Segunda gias de dominação que cada potência utilizou dentro da sua
Guerra Mundial (p. 286). área de influência. Durante a Guerra Fria, o mundo viveu
A coletânea de depoimentos tem uma virtude cara aos sob o domínio do medo, assombrado pela sensação de um
historiadores: são testemunhos de pessoas que presen- perigo eminente que pairava no ar. A distância cronológica
ciaram o acontecimento e, mesmo considerando que nar- nos permite perceber, hoje, que o perigo vinha tanto da
rem os fatos de um ponto de vista particular, nos trazem potência aliada quanto da inimiga. Que o digam as pessoas
a “história vivida”, o que é sempre muito enriquecedor. perseguidas pelo macarthismo, os dissidentes soviéticos
Seria interessante ressaltar o espírito de grupo que os mandados para os campos de trabalho forçado da Sibéria,
depoimentos revelam. os húngaros e os tchecoslovacos que tentaram democrati-
zar o socialismo, os milhares de sul-americanos presos, tor-
Trabalho com imagem turados ou mortos pela repressão desencadeada pelas
ditaduras militares sob orientação norte-americana.
• Mapa: A guerra em 1942 (Figura 3, p. 284). Os principais temas e conceitos abordados são: Guer-
Solicitar aos alunos que observem o mapa e identifiquem ra Fria, blocos ideológicos, países satélites, intervenção
qual o país que recebeu o mais forte bombardeio aéreo do militar, militarização, corrida armamentista, corrida es-
Eixo e expliquem o motivo desse ataque maciço. pacial, macarthismo, revolução, guerra, descolonização,
pacifismo, desobediência civil.
Resolução das Atividades e dos Exercícios
complementares Trabalho com texto complementar
1. d 2. b • Ciência e tecnologia: Entre Marx e Adam Smith (p. 294).
3. O aluno deve destacar a disputa imperialista travada en- O objetivo da atividade é levar à percepção de que a
tre os Estados Unidos e o Japão pelas ilhas e rotas de Guerra Fria foi acima de tudo uma guerra psicológica,
comércio do Oceano Pacífico, além de indicar o ataque um período de terror sustentado pelas mais modernas
japonês à base de Pearl Harbor como fatores que justi- teorias de psicologia das massas. As duas potências im-
ficaram a entrada dos norte-americanos na guerra. perialistas passaram a “manobrar” informações, a cons-
4. a) Período entreguerras e início da Segunda Guerra truir versões e fatos, a formular opiniões e a fazer delas
Mundial. o pensamento dominante. A massificação do pensamen-
b) Judeus, ciganos, poloneses, adversários do gover- to e do entendimento da realidade política e social foi
no nazista, além das pessoas classificadas como obra do poder político dominante.
nocivas à sociedade, como os deficientes físicos e Os fatos, porém, mostraram-se mais fortes do que suas
os homossexuais. versões (a rejeição da sociedade norte-americana à
c) A importância do testemunho dos sobreviventes, de Guerra do Vietnã e as convulsões no interior do bloco
acordo com o texto, foi impedir que os nazistas apa- socialista são dois exemplos disso). No entanto, as con-
gassem da história as atrocidades cometidas nos seqüências desse período de manipulação do pensamen-
campos de concentração. to ecoam até os dias atuais (por exemplo, a forma como
5. a) Judaísmo, cristianismo, islamismo. os meios de comunicação mais poderosos manipulam
b) O Estado de Israel foi criado no contexto do pós- o processo eleitoral no Brasil).
guerra, quando o mundo estava abalado com as atro-
36
37
Os principais temas e conceitos abordados são: globalização como decorrência direta do fim da Guerra
populismo, Guerra Fria, paternalismo, revolução, governo Fria. Observamos que se trata de um processo longo, que
militar, censura, arrocho salarial, repressão, ato institucional, remonta, no mínimo, ao final da Segunda Guerra Mundi-
bipartidarismo, cassação de direitos políticos, guerrilha, luta al e ganhou contornos mais nítidos após a década de 1970.
armada, sociedade civil, movimento sindical, cultura. Os principais temas e conceitos abordados são: crise,
reforma, independência, integração étnica, limpeza étni-
ca, reunificação, neonazismo, globalização.
Trabalho com imagem
• Foto: Eva Perón, 1951 (Figura 2, p. 311). Trabalho com texto complementar
Procurar identificar na foto características do populismo.
• Trabalho e consumo: O trabalho no tempo da globaliza-
ção (p. 326).
Resolução das Atividades e dos Exercícios O texto aponta uma questão muito atual, isto é, as novas
complementares relações de trabalho estabelecidas pela economia glo-
balizada. Acuados pelo desemprego, os trabalhadores se
1. d 2. e
vêem sem saída diante das pressões oriundas dos inte-
3. As ditaduras militares implantadas no Cone Sul tinham
resses dos patrões. O questionamento sobre a situação
várias características comuns, dentre as quais podemos
do trabalho no futuro próximo não pode ser ignorado.
destacar: autoritarismo político, controle militar sobre
os poderes do Estado, repressão à oposição, censura aos
meios de comunicação, repressão aos movimentos ope- Resolução das Atividades e dos Exercícios
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rário e estudantil, atrelamento ao bloco liderado pelos complementares
Estados Unidos, anticomunismo, violação dos direitos 1. a 2. b 3. e
humanos, civis e políticos da população. 4. a) Significa liberdade de comércio; os países podem
4. a) O golpe ocorreu no contexto internacional da Guerra fazer comércio sem necessidade de pagar taxas al-
Fria, com a polarização do mundo entre capitalistas e fandegárias. No caso do Mercosul, algumas merca-
socialistas, e no contexto latino-americano pós-Re- dorias continuam tendo proteção alfandegária,
volução Cubana, marcado pelo aumento da presença sobretudo aquelas que são vitais para a economia
militar norte-americana com o objetivo de impedir a de cada um dos países membros.
expansão do socialismo em nosso continente. b) No final da década de 1980, o mundo consolidou o
b) Foi implantada uma ditadura militar extremamente processo de aglutinação econômica e de formação
violenta, responsável por milhares de mortes. de grandes blocos, como a União Européia e o Nafta.
5. c 6. e 7. d No contexto de globalização, os países que querem
8. a) O milagre econômico foi um crescimento artificial entrar sozinhos no mercado internacional acabam
da economia brasileira gerado por investimentos es- sendo prejudicados, pois não têm força para com-
trangeiros, que fizeram aumentar o número de em- petir com os grandes blocos. Assim, os países do
pregos e a riqueza circulante. Cone Sul uniram-se no Mercosul para enfrentar a
b) Foi um enriquecimento aparente porque apenas concorrência no mercado internacional e também
uma parcela da sociedade foi beneficiada e porque para preservar o seu mercado interno.
o crescimento econômico se deu à custa do 5. c 6. a 7. d 8. d 9. d
endividamento da nação, uma dívida que hoje toda
a sociedade tem de pagar.
9. e Capítulo 35. A América Latina na nova
10. Era uma alusão à campanha pelas Diretas já, que pe- ordem internacional
dia o fim das eleições indiretas para a Presidência da Este capítulo apresenta alguns dos eventos mais signifi-
república. cativos dos últimos vinte anos na América Latina e no Brasil.
11. a 12. a 13. e 14. b Observamos que a busca de um caminho político democráti-
15. b 16. d 17. c 18. c co foi, diversas vezes, dificultada pela fragilidade econômi-
ca que persiste no continente. Além disso, muitas tentativas
de criar condições para solucionar os problemas mais graves
Capítulo 34. O fim da Guerra Fria
esbarraram na resistência dos que estão habituados a se be-
e a nova ordem internacional
neficiar da constante crise econômica. Após caracterizar o
Vamos trabalhar aqui com dois eventos paralelos, mas Brasil nas duas últimas décadas do século XX, fizemos um
não mutuamente determinantes, que são o fim da União estudo dos casos da Argentina e do Haiti. No primeiro, o
Soviética e a formação dos blocos econômicos. A questão destaque foi a prolongada crise econômica; no segundo, os
soviética é analisada a partir dos problemas políticos e conflitos bélicos e a instabilidade política.
econômicos ocorridos no interior da antiga união das re- Os principais temas e conceitos abordados são: infla-
públicas soviéticas. ção, ágio, assembléia constituinte, Constituição, impedi-
Ao estudar a economia globalizada procuramos rom- mento (impeachment), reeleição, neoliberalismo,
per com uma visão do senso comum que pensa a privatização, guerra civil, forças de paz.
38
Capítulo 36. Tendências do mundo atual Resolução das Atividades e dos Exercícios
É possível olhar os tempos atuais de duas formas: no seu complementares
aspecto mais visível e impactante, que é o de guerras, inter- 1. A “morte” do campesinato nos isola para sempre do
venções militares, terrorismo, corrupção; ou buscando o con- mundo do passado porque esse grupo social esteve pre-
junto de ações que envolvem uma boa parcela da humanidade sente na história da humanidade desde a Antigüidade.
— como as ONGs, as mobilizações pela paz, pelo socorro às Essa “morte” foi provocada pela vitória das atividades
populações mais pobres do planeta — e que nos permite pen- urbanas (comércio, indústria, finanças) sobre as ativi-
sar em um encaminhamento pacífico para a nossa história. dades rurais e pela mecanização do trabalho no campo.
Neste capítulo fazemos, também, uma análise da produ- Vale ressaltar que essa tese se aplica aos países ricos,
ção cultural no tempo da velocidade e da tecnologia. Os ar- altamente industrializados. Em países pobres, como o
tistas, como pessoas de seu tempo, traduzem em suas obras o Brasil e o México, o campesinato ainda é uma força
universo cultural em que estão imersos. Dessa forma, para as política (MST e zapatistas) e econômica atuante.
populações dos países ricos, a arte vive a realidade do consu- 2. e 3. d 4. c
mo, e uma lata de sopa transforma-se em ícone e crítica des-
5. a) São os meios de comunicação capazes de levar in-
sa realidade. Trata-se do mundo das multidões, em que o
formações a um grande número de pessoas. Exem-
valor artístico é diretamente proporcional ao número de pes-
plos: rádio, televisão, jornal, cinema, internet.
soas atraídas pela exibição (ou para o consumo) da obra, seja
um concerto, um filme, um livro de ficção. Nos países onde b) É uma expressão indicativa de que, na atualidade,
predominam populações pobres, as manifestações artísticas, devido às inovações tecnológicas, as pessoas podem
muitas vezes, buscam o rumo do protesto político, como acon- saber o que acontece no resto do mundo sem sair de
teceu no Brasil na década de 1960, mesmo com todos os suas casas. O mundo tornou-se pequeno (como uma
riscos que essa opção possa representar para os artistas. aldeia) graças aos meios de comunicação de massa.
Os principais temas e conceitos abordados são: 6. d 7. Soma = 71 (01 + 02 + 04 + 64)
globalização, organizações não-governamentais, capitalis- 8. Ao mesmo tempo em que transforma objetos de con-
mo internacional, concentração de terras, reforma agrá- sumo em temas da expressão artística (estímulo), a pop
ria, miséria, concentração de rendas, violência, questões art denuncia o quanto é ilusório e fugaz o prazer que o
ambientais, tecnologia, velocidade, arte. consumismo proporciona (crítica).
39
PARTE 3
MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO
1. Pré-história ➜
mas a percepção do que é um cheiro agradável
ou desagradável varia de cultura para cultura. Um
Bibliografia
grupo que viva da exploração do mar, pescando
CLARK, Grahame. A Pré-história. Rio de Janeiro: Zahar,
e catando moluscos rotineiramente, certamente
1975.
deveria ter o olfato bastante acostumado aos odo-
Fundação Museu do Homem Americano. São Raimundo
res que exalam desses animais.
Nonato: Fumdham e Mission Archéologique et Paléon-
tologique du Piauí, 1998. Para ressaltar como a acumulação era uma ca-
MORIN, Edgar. O enigma do homem. Rio de Janeiro: racterística importante para esse grupo, é possível
Zahar, 1975. supor que seus integrantes poderiam coletar o
Parque Nacional Serra da Capivara. São Raimundo No- molusco, liberar a carne e abandonar as conchas
nato: Fumdham e Mission Archéologique et Paléonto- na beira da praia, por exemplo, e só transportar para
logique du Piauí, 1998. o local de moradia as partes que seriam consumidas
TENÓRIO, Maria Cristina (org.). Pré-história da Terra ou algumas poucas conchas para serem usadas
brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000. como instrumentos. Esse comportamento poderia
ter sido muito prático, pois eles transportariam me-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nos peso e teriam um local de habitação com ca-
Textos de apoio racterísticas bastante diferentes. Mas fizeram
I — Os sambaquieiros justamente o contrário — acumularam praticamen-
Pesquisas arqueológicas comprovam a existência de te tudo. Mesmo quando escolheram locais já natu-
grupos dedicados à pesca, à coleta e à caça que ocuparam ralmente elevados, como as encostas, mantiveram
parte do litoral brasileiro entre 6.000 e mil anos atrás. Os o hábito de transportar para lá os seus alimentos e
testemunhos dessas populações estão expressos nos de acumular os restos das refeições.
sambaquis (nome dado pelos arqueólogos ao acúmulo de Acumular restos alimentares e construir ele-
restos de moluscos, crustáceos, peixes e répteis, ossos de vações não é um hábito que possa ser entendido
mamíferos e aves, sementes etc.) encontrados na faixa li- segundo a óptica da praticidade. Esse costume
torânea que vai do Rio Grande do Sul à Bahia e do parece estar relacionado com o prestígio dos mo-
Maranhão ao Pará. Transcrevemos abaixo um trecho do radores de cada sítio em relação aos outros que
relato sobre os costumes dos sambaquieiros, escrito por estavam à sua volta. Os maiores sambaquis pa-
Maria Dulce Gaspar, pesquisadora do Museu Nacional e recem ser uma evidência de que os seus mora-
do CNPq. dores conseguiram reunir um número maior de
pessoas durante um maior período. Coincidente-
mente, os sítios de maior porte geralmente reú-
“Após ter visitado muitos sítios e ter lido bas-
nem as melhores condições de implantação.
tante sobre eles, acho que a característica mais
marcante dessa cultura é, justamente, o hábito É uma indicação de que o sambaqui era um
de acumular todas essas coisas. Essa é a carac- local de moradia o fato de serem encontrados di-
terística que melhor diferencia esse grupo de tan- ferentes artefatos e conjuntos de evidências rela-
tos outros que também ocuparam o território cionadas com a vida cotidiana. Outra indicação
brasileiro. [...] é que até hoje não foram encontrados indíci-
os de habitação fora do sítio. Certamente eles
Os sambaquieiros consideravam os restos ali-
moravam nesse local e cotidianamente acumula-
mentares como material construtivo e os acumu-
vam os restos de alimentação; provavelmente, de
lavam, dia a dia, erguendo uma plataforma que,
tempos em tempos, nivelavam o terreno e recons-
com o passar do tempo, mais se destacava na
truíam suas cabanas.”
paisagem. Viver tão próximo ao que se considera
atualmente como lixo pode causar estranheza, GASPAR, Maria Dulce. Os ocupantes pré-históricos do
mas, apenas para relativizar esta impressão, lem- litoral brasileiro. In: TENÓRIO, Maria Cristina (org.).
Pré-História da Terra brasilis. Rio de Janeiro:
bro que muitas pessoas que vivem nas cidades UFRJ, 2000. p.163-164.
brasileiras fazem exatamente a mesma coisa (te-
mos o exemplo da Favela da Maré). Os pescado-
res-coletores-caçadores faziam algo parecido ao II — As pistas da Serra da Capivara
construir aterros: com as conchas e os ossos cons- O Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no
truíam uma área elevada para a habitação. Pode- semi-árido do estado do Piauí, abriga a maior reserva de
se imaginar o cheiro que exalava desse material, sítios pré-históricos das Américas. Desde 1991, sua área
➜ de 130 mil hectares é considerada, pela Unesco,
40
demonstraram que o povoamento das Américas O caso dos seres vivos é curioso. As plantas,
deu-se em períodos bem mais antigos do que através do dióxido de carbono, absorvido durante
14
admitia a teoria que estabelecia a data de 30.000 o processo da fotossíntese, adquirem o C e os
anos para a penetração na América, via Beríngia. animais, que se nutrem de vegetais ou de ani-
No sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada mais comedores de vegetais, o absorvem por sua
[no parque piauiense], foram descobertas foguei- vez. Esse processo é contínuo e produz efeito
ras estruturadas e artefatos de pedra lascada, em inverso ao da meia-vida: ao mesmo tempo em que
camadas situadas um metro abaixo da camada alguns átomos perdem a radioatividade, entram
datada de 50.000 anos, pela técnica do carbono no corpo átomos com radioatividade.
14. Calculando o tempo necessário para que se Quando ocorre a morte, cessa a aquisição
14
formasse uma camada sedimentar dessa espes- de novos átomos de C e o processo de perda
sura, estabelecemos que os primeiros homens de radioatividade produz seus efeitos. Assim
chegaram à Pedra Furada há cerca de 60.000 anos. sendo, medindo a radioatividade que resta em
Isto significa que os primeiros homens aportaram um carvão vegetal, em um osso ou em qual-
à costa americana em uma época que pode ser, quer vestígio proveniente de um ser vivo, pode-
hipoteticamente, situada entre 80.000 e 70.000 se conhecer a data de sua morte. O método tem
anos atrás. Estes primeiros brasileiros fabricavam seus limites: quando a radioatividade que resta
artefatos que lembram muito os que foram desco- é muito baixa, o que acontece depois de 50.000
bertos no Paleolítico do Japão e da Austrália. mil anos da morte do ser que originou a amos-
No continente americano, habitado unica- tra, não mais é possível medi-la.
mente pelos animais, esses povos vindos da Esse método é hoje muito seguro, desde que
Ásia, portadores de uma cultura paleolítica, ins- sejam tomadas as devidas precauções para a
talaram-se e continuaram a evoluir. Por volta coleta e manuseio de amostras e na interpreta-
de 12.000 anos atrás, toda a América, desde o ção dos resultados obtidos no teste.”
Alasca até a Terra do Fogo, já havia sido ocu- Parque Nacional Serra da Capivara. São Raimundo
pada pelo Homem.” Nonato: Fumdham e Mission Archéologique et
Paléontologique du Piauí, 1998. p. 49-50.
Fundação Museu do Homem Americano. São Raimundo
Nonato: Fumdham e Mission Archéologique et
Paléontologique du Piauí, 1998. p. 11-12.
2. Antigüidade
III — O método de datação do carbono 14 Bibliografia
Arqueólogos da Fundação Museu do Homem Ameri- AYMARD, André e AUBOYER, Jeanine. O Oriente e a
cano explicam no texto a seguir como é aplicado o méto- Grécia Antiga. In: CROUZET, Maurice (dir.). História
do do carbono 14 na medição de vestígios encontrados geral das civilizações. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel,
em escavações. Porém, nem todas as amostras arqueoló- 1977. Tomo I.
gicas podem ser datadas pela mesma técnica, obrigando HERÓDOTO. História. Lisboa: Edições 70, 1997. Cole-
pesquisadores a trabalharem com diferentes hipóteses. ção Clássicos gregos e latinos.
41
JARDÉ, Auguste. A Grécia antiga e a vida grega. São “— Cálias, se teus dois filhos fossem dois po-
Paulo: EPU/Edusp, 1977. tros ou duas vitelas, terias de contratar e pagar
MOMMSEN, Theodor. História de Roma. Rio de Janei- uma pessoa que tomasse conta deles, que tives-
ro: Delta, 1962. se a capacidade de lhes ensinar as virtudes para
MOSSÉ, Claude. O cidadão na Grécia antiga. Lisboa: serem acrescentadas à sua natureza, e eles se
Edições 70, 1999. tornariam cavalariços ou agricultores; mas teus
PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova Cultu- filhos são homens; que educação, então, tencio-
ral, 1999. Série Os pensadores. nas proporcionar-lhes? Quem entende das virtu-
ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: des que lhes são necessárias, ou seja, das
Guanabara Koogan, 1983. virtudes do homem e cidadão? Acredito que pen-
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. São saste a respeito disso quando puseste os filhos
Paulo: Martins Fontes, 1999. no mundo. Existe alguém capaz de fazê-lo?
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gre- — Claro que sim — respondeu-me.
gos. São Paulo: Difusão Européia do Livro/Edusp, 1973. — E quem é ele? — indaguei-lhe. — De onde
é e quanto cobra para ensinar?
Textos de apoio — Eveno de Paros. E seu preço é cinco minas
[mina de prata, que valia 100 dracmas] — res-
I — A Guerra do Peloponeso pondeu-me.
Tucídides, historiador da Grécia antiga, procura jus-
No íntimo, parabenizei esse tal de Eveno, se é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tificar — no trecho do texto transcrito a seguir — a ação
de fato possuidor dessa doutrina e a ensina a tão
dos atenienses durante a Guerra do Peloponeso. Não exis-
baixo preço. Eu mesmo me orgulharia se fosse ca-
tem evidências precisas sobre a biografia do historiador;
paz de tal coisa, contudo eu não sei, ó atenienses.”
registros deixados sobre sua vida pessoal levam a crer
que ele nasceu por volta de 460-455 a.C. e faleceu com PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova
Cultural, 1999. p. 69-70. Série Os pensadores.
pouco mais de 50 anos.
42
43
logo no início da Criação separou a luz das trevas, irracionais: por um lado, pela fé irracional em bruxa-
estabelecendo o dia e a noite, e depois criou o Sol e ria, por outro, pela apresentação de uma doutrina
a Lua para ‘serem sinais das estações, dos dias e científica da bruxaria e dos meios de procurar, per-
dos anos’. A partir do relato bíblico, no cristianismo seguir e exterminar, especialmente, as bruxas. Essa
confundem-se a criação do mundo e a do tempo, mistura contribuiu em muito para a disseminação
pois como explicou a maior autoridade espiritual da do fenômeno da bruxaria nos tempos modernos e
Idade Média, ‘o mundo não foi feito no tempo, mas para o aumento significativo dos processos contra
com o tempo’ [Santo Agostinho]. as bruxas. Também se manifesta exemplarmente
Medir e ordenar o tempo é transformar um fenô- na aplicação racional das torturas como um instru-
meno natural em produto cultural. É controlar os mo- mento legítimo para receber uma confissão que não
mentos de trabalho e de ócio, portanto a geração pode passar por um exame racional.
de riquezas materiais. É controlar as épocas de pa- As denúncias, feitas sob torturas, contribuíram,
gamento de tributos, esmolas e doações, portanto de fato, em muito para disseminar e aumentar os
a circulação daquelas riquezas. É controlar os perí- processos contra as bruxas e até tornaram mulhe-
odos de festas, portanto a sociabilização dos indiví- res e homens bruxas e bruxos, mas na verdade não
duos. É controlar as fases de jejum alimentar e criaram originariamente bruxas. Sofrendo torturas
sexual, portanto a vida biológica da população. É cruéis, as pessoas suspeitas e acusadas confessa-
controlar os momentos de atividades profanas e de ram tudo que os juízes quiseram ouvir, denuncian-
dedicação ao sagrado, portanto a vida espiritual das do demais prisioneiras, vizinhos e parentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pessoas. Logo, o tipo de calendário adotado revela Os processos contra as bruxas nasceram de
muito de uma sociedade, não apenas de seus co- uma crença em bruxaria, viva e comum entre a
nhecimentos astronômicos e matemáticos, mas so- população que era convicta da existência de uma
bretudo de sua visão de mundo.” seita secreta e herética, numerosa e perigosa de
FRANCO JR., Hilário. O ano 1000. Tempo de medo bruxas em quase todas as camadas sociais. Assu-
ou de esperança? São Paulo: Companhia mindo a tradição rica da crença do povo em feitiça-
das Letras, 1999. p. 31-33.
ria, presente desde a Antigüidade, identificando
todos esses elementos, sem qualquer diferencia-
II — Entendendo a bruxaria ção como renegação de Deus, ou seja, como ato
Na passagem da Idade Média para o período moder- herético, muitos autores defenderam a existência
no, a bruxaria ganhou reforço nas mãos de autores que real da bruxaria, entre eles os autores do Malleus
passaram a dar uma explicação racional para o fenômeno, Maleficarum, os dominicanos Heinrich Kramer e
justificando, assim, a repressão aos atos considerados Jacob Sprenger, o jurista francês Jean Bodin (1529/
como heréticos pela Igreja Católica. O texto transcrito a 1530-1596), que fundamentou, por meio dos seus
seguir analisa a “racionalização” da crença em bruxas. Six livres de la République (Seis livros sobre o Es-
tado), de 1576, a teoria da soberania dos Estados
“As relações estreitas entre elementos racio- e publicou, em 1580, o seu escrito intitulado De
nais e irracionais, determinantes da vida huma- magorum Daemonomania — que retoma as idéi-
na, mostram-se, de maneira excelente, no as do Malleus Maleficarum quase um século após
fenômeno da bruxaria, que abalou a Europa num a publicação deste manual —, ou o protestante rei
momento crítico da transição do mundo medieval James VI da Escócia, ou seja, James I da Inglater-
para o mundo moderno, da qual, aliás, tanto o ra (1566-1625, rei da Escócia desde 1567 e da In-
Malleus Maleficarum quanto a Constitutio glaterra desde 1603), um soberano literariamente
Criminalis Carolina são também representantes. ambicioso que defendeu em 1604 os direitos ab-
solutistas do seu governo e tinha publicado, em
Os dois documentos contêm elementos,
1597, o seu escrito contra o poder do Diabo,
concomitantemente, antigos e passados da moda
intitulado Demonology, reeditado várias vezes.
assim como novos e direcionados para o futuro.
Quanto à área de justiça, os dois contribuíram Todos esses defensores da bruxaria criaram
devido a sua racionalidade para a construção do racionalmente um sistema da irracionalidade que
mundo moderno, mesmo que um, o Malleus convenceu a muitos dos contemporâneos, siste-
Maleficarum, seja considerado, em geral, mais ma este que reflete a sua época em todas as suas
reacionário e outro, a Constitutio Criminalis Caro- contradições, quando se realiza a mudança fun-
lina, em geral, mais inovador e progressivo. Os damental e paradigmática da Idade Média para
dois defenderam princípios pré-modernos, sem se os tempos modernos.”
libertar totalmente dos tempos anteriores.
FERNANDES, Fátima Regina (org.).
Além disso, os dois documentos são caracteri- Instituições e poder no medievo.
zados por uma mistura de elementos racionais e Curitiba: UFPR, 1980. p. 129-131.
➜
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5. História contemporânea THOMSON, David. Pequena história do mundo contem-
porâneo. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
Bibliografia WHITAKER, Chico. O desafio do Fórum Social Mundi-
ARBEX JR., José. Guerra Fria. Terror de Estado, políti- al. Um modo de ver. São Paulo: Loyola/Fund. Perseu
ca e cultura. São Paulo: Moderna, 1997. Coleção Polê- Abramo, 2005.
mica.
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as conseqüências hu-
Texto de apoio
manas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
BETHELL, Leslie. A abolição do tráfico de escravos no Sobre a escravidão
Brasil. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: O abolicionista Joaquim Nabuco (1849-1910) defen-
Edusp, 1976. dia a inconstitucionalidade da escravidão, conforme mos-
BRUIT, Héctor H. O imperialismo. São Paulo: Atual, 1992. tra o texto transcrito a seguir.
Coleção Discutindo a história.
CANECA, Joaquim do Amor Divino. Acusação e defesa. “A posição legal do escravo resume-se nestas
Recife: UFPE, 2000. palavras: a Constituição [de 1824] não se ocupou
dele. Para poder conter princípios como estes:
CANTARINO, Geraldo. 1964, a revolução para inglês ver.
Rio de Janeiro: Mauad, 1999. ‘Nenhum cidadão pode ser obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtu-
CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravatura no Bra-
de da lei... Todo o cidadão tem em sua casa um
sil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987. Cole-
asilo inviolável... A lei será igual para todos... Fi-
ção Retratos do Brasil, v. 90.
cam abolidos todos os privilégios... Desde já fi-
DECCA, Edgar de. 1930: o silêncio dos vencidos. São
cam abolidos os açoites, a tortura, a marca de
Paulo: Brasiliense, 1981.
ferro quente, e todas as mais penas cruéis... Ne-
HOBSBAWM, Eric. A era do capital – 1848-1875. Rio nhuma pena passará da pessoa do delinqüente;
de Janeiro: Paz e Terra, 1979. nem a infâmia do réu se transmitirá aos parentes
_______. Era dos extremos. O breve século XX. São Pau- em qualquer grau que seja... É garantido o direito
lo: Companhia das Letras, 1995. de propriedade em toda a sua plenitude.’
KI-ZERBO, Joseph. História da África negra. Portugal: Era preciso que a Constituição não contives-
Europa-América, s.d. v. II. se uma só palavra que sancionasse a escravidão.
LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas: Qualquer expressão que o fizesse incluiria na-
Papirus/Unicamp, 1986. quele código de liberdade a seguinte restrição:
LIMA, Marcos Costa (org.). O lugar da América do Sul ‘Além dos cidadãos a quem são garantidos es-
na nova ordem mundial. São Paulo: Cortez, 2001. ses direitos, e dos estrangeiros a quem serão tor-
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Parti- nados extensivos, há no país uma classe sem
do Comunista – 1848. Porto Alegre: L&PM, 2001. direito algum: a dos escravos. O escravo será
MATTOS, Marcelo Badaró. O sindicalismo brasileiro após obrigado a fazer, ou a não fazer, o que lhe for
1930. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. Coleção Des- ordenado pelo seu senhor, seja em virtude da lei,
cobrindo o Brasil. ➜
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47
Nascido para matar. Diretor: Stanley Kubrick. Origem: Viva Zapata! Diretor: Elia Kazan. Origem: EUA. Ano de
EUA. Ano de produção: 1987. Tema: Guerra do Vietnã. produção: 1952. Tema: Revolução Mexicana.
O dia seguinte. Diretor: Nicholas Meyer. Origem: EUA. Waterloo. Diretor: Sergei Bondartchok. Origem: Itália/
Ano de produção: 1983. Tema: Guerra nuclear. Rússia. Ano de produção: 1971. Tema: Napoleão e a
O Encouraçado Potemkin. Diretor: Sergei Eisenstein. Ori- Batalha de Waterloo.
gem: Rússia. Ano de produção: 1925. Tema: Rebelião
de marinheiros russos em 1905.
6. Obras temáticas
O franco atirador. Diretor: Michael Cimino. Origem: EUA.
Ano de produção: 1978. Tema: Guerra do Vietnã. Bibliografia
O império do Sol. Diretor: Steven Spielberg. Origem: EUA. Anita Garibaldi: a vida de uma heroína. São Paulo: Ani-
Ano de produção: 1987. Tema: Segunda Guerra Mundial. ta, 2004.
O que é isso, companheiro? Diretor: Bruno Barreto. Ori- AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda negra, medo
gem: Brasil. Ano de produção: 1997. Tema: Resistência branco. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Coleção Ofi-
ao regime militar no Brasil. cinas de história, v. 6.
O último imperador. Diretor: Bernardo Bertolucci. Ori- BASTOS, Augusto Roa; MACIEL, Alejandro; GADEA,
gem: EUA/Itália/Inglaterra. Ano de produção: 1987. Omar Prego e NEPOMUCENO, Eric. O livro da Guer-
Tema: O fim do regime imperial na China. ra Grande. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Os eleitos. Diretor: Philip Kaufman. Origem: EUA. Ano
BATALHA, Cláudio. O movimento operário na Primeira
de produção: 1983. Tema: Guerra Fria no período de
República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. Coleção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
John Kennedy.
Descobrindo o Brasil.
Os gritos do silêncio. Diretor: Roland Joffé. Origem: In-
BRESCIANI, Maria Stella M. Londres e Paris no século
glaterra. Ano de produção: 1984. Tema: Guerra Civil do
Camboja. XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense,
1985. Coleção Tudo é história, v. 52.
Os inconfidentes. Diretor: Joaquim Pedro de Andrade. Ori-
gem: Brasil. Ano de produção: 1972. Tema: Inconfidên- BROUÉ, Pierre. A Revolução Espanhola (1931-1939). São
cia Mineira. Paulo: Perspectiva, 1992. Coleção Khronos.
Outubro. Diretor: Sergei Eisenstein. Origem: Rússia. Ano BRUNSCHWIG, Henri. A partilha da África negra. São
de produção: 1928. Tema: Revolução Russa. Paulo: Perspectiva, 1993. Coleção Khronos.
Páginas da revolução. Direção: Roberto Faenza. Origem: BUBER, Martin. O socialismo utópico. São Paulo: Pers-
Itália. Ano de produção: 1995. Tema: Ditadura de Sala- pectiva, 1986.
zar em Portugal. CAPELATO, Maria Helena. O movimento de 1932: a cau-
Quando papai saiu em viagem de negócios. Diretor: Boro sa paulista. São Paulo: Brasiliense, 1982. Coleção Tudo
Draskovic. Origem: Iugoslávia. Tema: A Iugoslávia no é história, v. 15.
governo do marechal Tito. COUTINHO, Gago. A descoberta do Brasil. Portugal: Qui-
Reds. Diretor: Warren Beatty. Origem: EUA. Ano de pro- pu, s.d.
dução: 1981. Tema: Revolução Russa pela óptica de um DECCA, Edgar de. O nascimento das fábricas. São Pau-
norte-americano. lo: Brasiliense, 1982. Coleção Tudo é história, v. 51.
Roma, cidade aberta. Direttor: Roberto Rossellini. Ori- FERREIRA, Maria Nazareth. Imprensa operária no Bra-
gem: Itália. Ano de produção: 1946. Tema: Segunda sil. São Paulo: Ática, 1988. Série Princípios.
Guerra Mundial.
FERRO, Marc. A Revolução Russa de 1917. São Paulo:
Stalingrado. Diretor: Joseph Vilsmaier. Origem: Alema- Perspectiva, 1988. Coleção Khronos.
nha. Ano de produção: 1992. Tema: Segunda Guerra
Mundial. FRANCO JR., Hilário e ANDRADE FILHO, Ruy de Oli-
veira. O Império Bizantino. São Paulo: Brasiliense, 1985.
Tempo de glória. Diretor: Edward Zwick. Origem: EUA.
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Ano de produção: 1989. Tema: Guerra de Secessão dos
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ra de Canudos nos jornais. São Paulo: Ática, 1974.
Tempos de viver. Diretor: Zhang Yimou. Origem: China. Ano
de produção: 1993. Tema: Revolução Cultural chinesa. GARCÉS, Joan. Allende e as armas da política. São Pau-
Terra de ninguém. Diretor: Danis Tanovic. Origem: Bós- lo: Página Aberta, 1993.
nia. Ano de produção: 2001. Tema: Guerra da Bósnia. GONZALEZ, Horácio. A Comuna de Paris. Os assaltan-
Terra e liberdade. Diretor: Ken Loach. Origem: Inglater- tes do céu. São Paulo: Brasiliense, 1989. Coleção Tudo
ra/Espanha. Ano de produção: 1994. Tema: Guerra Ci- é história, v. 24.
vil espanhola. HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. Lisboa:
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Origem: Inglaterra. Ano de produção: 1987. Tema: Apar- História da classe operária no Brasil. Idade difícil, 1920-
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Texto de apoio
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te: UFMG, 2001. A escravidão nas colônias
PARIS, Robert. As origens do fascismo. São Paulo: Pers- O analista político francês Alexis de Tocqueville (1805-
pectiva, 1976. Coleção Khronos. 1859) critica, no texto transcrito a seguir, a idéia de que o
PETTA, Nicolina Luiza de. A fábrica e a cidade até 1930. governo inglês era favorável, desde o começo, à abolição
São Paulo: Atual, 1995. da escravidão em suas colônias, declarada em 1832 e
estabelecida a partir de 1834.
e DELFINI, Luciano. Para entender o anar-
quismo. São Paulo: Moderna, 2004. Coleção Polêmi-
ca. “A verdade é que a emancipação dos escra-
vos foi, assim como a reforma parlamentar, obra
PIERONI, Geraldo. Vadios e ciganos, heréticos e bru-
da nação e não dos governantes. É preciso ver
xas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
nela o produto de uma paixão e não o resultado
. Banidos. A Inquisição e a lista dos cristãos-
de um cálculo. O governo inglês lutou tanto quan-
novos condenados a viver no Brasil. Rio de Janeiro:
to pôde contra a adoção desta medida. Ele ha-
Bertrand Brasil, 2003.
via resistido 15 anos à abolição do tráfico e
PIRES, Maria Idalina da Cruz. A guerra dos bárbaros. resistiu 25 anos à abolição da escravidão. Quan-
Recife: UFPE, 2002. do não pôde mais impedi-la, procurou, pelo me-
PORTER, Katherine Anne. Sacco e Vanzetti: um erro ir- nos, retardá-la; e quando não pôde mais
reparável. Rio de Janeiro: Salamandra, 1978. retardá-la, procurou reduzir suas conseqüênci-
RANCIÈRE, Jacques. A noite dos proletários. São Pau- as, embora sempre em vão, pois a onda popular
lo: Companhia das Letras, 1988. sempre o arrastou e dominou.
RIBEIRO JR., João. Pequena história das heresias. Cam- É bem verdade que uma vez decidida e procla-
pinas: Papirus, 1989. mada a abolição, os estadistas ingleses emprega-
ROSS, Giovanni. Colônia Cecília e outras utopias. Curi- ram toda a sua arte para que as nações estrangeiras
tiba: Imprensa Oficial, 2000. Coleção Brasil diferente. aproveitassem o menos possível da revolução que
RUSSELL, Jeffrey Burton. História da feitiçaria. Rio eles acabavam de operar nas suas colônias. Segu-
de Janeiro: Campus, 1993. ramente não foi por pura filantropia que eles mani-
SANTOS, Francisco Jorge dos. Além da conquista: guer- festaram este ardor infatigável para obstar o tráfico
ras e rebeliões indígenas na Amazônia pombalina. Ma- em todos os mares e prejudicar, desta maneira, o
naus: Edua, 1999. desenvolvimento dos países que ainda mantinham
a escravidão. Ao abolir a escravidão, os ingleses
SERPA, Élio. A Guerra do Contestado (1912-1916). Flo-
ficaram privados de certas vantagens e é evidente
rianópolis: UFSC, 1999.
que não queriam permitir que continuassem a usu-
SILVA, Pedro. História e mistérios dos templários. Rio fruir delas aqueles países que não seguiram seu
de Janeiro: Ediouro, 2001. exemplo. É claro que, para chegar a isto, eles em-
SOLA, José Antônio. Os índios norte-americanos: cin- pregavam, segundo é seu costume, todos os mei-
co séculos de opressão. São Paulo: Moderna, 1995. Co- os; ora usavam a violência, ora a astúcia,
leção Polêmica. ➜
49
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ano de produção: 1986. Tema: A história do escravo
AMADO, Janaína e FIGUEIREDO, Luiz Carlos. Colom-
que se torna dono de uma mina de ouro.
bo e a América. Quinhentos anos depois. São Paulo:
Cromwell. Diretor: Ken Hughes. Origem: Inglaterra. Ano Atual, 1991.
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ria de Estudos e Normas Pedagógicas, 1980.
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Bruno, filósofo e matemático executado pelo Tribunal COSTA, Ricardo da (org.). Testemunhos da História. Do-
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O homem que não vendeu sua alma. Diretor: Fred Zinne-
mann. Origem: Inglaterra. Ano de produção: 1966. Tema: Textos de apoio
A vida do pensador renascentista Thomas Morus. I — Revolução Francesa
Romero. Diretor: John Duigan. Origem: EUA. Ano de pro- Os documentos transcritos a seguir são de autoria
dução: 1989. Tema: A vida do arcebispo Oscar Romero de dois contemporâneos da Revolução Francesa. O pri-
durante a ditadura em El Salvador. meiro a justifica como um processo natural; o segundo
Rosa Luxemburgo. Diretora: Margarethe von Trotta. Ori- faz uma crítica à violência empregada durante o pro-
gem: Alemanha. Ano de produção: 1986. Tema: A vida cesso revolucionário, chegando a propor que as revolu-
da militante política Rosa Luxemburgo. ções sejam pacíficas.
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51
imprescritíveis do homem. Estes direitos são a Art. 12 – A garantia dos direitos do homem e do
liberdade, a propriedade, a segurança e a re- cidadão necessita uma força pública; esta força é por-
sistência à opressão. tanto instituída para vantagem de todos e não para a
Art. 3 – O princípio de toda soberania reside utilidade particular daqueles a quem é confiada.
essencialmente na Nação. Nenhum corpo, nenhum Art. 13 – Para manutenção da força pública e
indivíduo pode exercer autoridade que dela não para as despesas da administração, é indispensá-
emane expressamente. vel uma contribuição comum, que deve ser igual-
Art. 4 – A liberdade consiste em poder fazer tudo mente repartida entre todos os cidadãos, na razão
o que não prejudique outrem: assim, o exercício das suas faculdades.
dos direitos naturais de cada homem não tem limi- Art. 14 – Os cidadãos têm o direito de verificar,
tes senão aqueles que assegurem aos outros mem- por si próprios ou pelos seus representantes, a ne-
bros da sociedade o gozo desses mesmos direitos. cessidade da contribuição pública, de consenti-la
Tais limites só podem ser determinados pela lei. livremente, de fiscalizar o seu emprego, e de de-
Art. 5 – A lei não tem o direito de proibir senão terminar-lhe a quantidade, a repartição, a cobran-
as ações prejudiciais à sociedade. Tudo o que não ça e a duração.
é proibido pela lei não pode ser impedido, e nin- Art. 15 – A sociedade tem o direito de pedir
guém pode ser constrangido a fazer aquilo que ela contas da sua administração a todos os agen-
[a lei] não ordene. tes públicos.
Art. 6 – A lei é a expressão da vontade geral. Art. 16 – Toda a sociedade na qual a garan-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os cidadãos têm o direito de concorrer tia dos direitos não esteja assegurada, nem a
pessoalmente ou pelos seus representantes separação dos poderes determinada, não tem
para a sua formação. Ela deve ser a mesma constituição.
para todos, quer proteja, quer puna. Todos os Art. 17 – Sendo a propriedade um direito
cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igual- inviolável e sagrado, ninguém pode ser dele pri-
mente admissíveis a todas as dignidades, luga- vado, a não ser quando a necessidade pública,
res e empregos públicos, segundo a sua legalmente verificada, o exija evidentemente, e
capacidade e sem outra distinção que a das sob condição duma justa e prévia indenização.”
suas virtudes e dos seus talentos.
Citado em: FREITAS, Gustavo de (org.). 900 textos e
Art. 7 – Nenhum homem pode ser acusado, pre- documentos de História. Lisboa: Plátano, s.d. v. III. p. 92-93.
so ou detido a não ser nos casos determinados
pela lei e segundo as formas nela prescritas. Os
que solicitam, expedem, executem ou fazem exe- Filmografia
cutar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas Arquitetura da destruição. Diretor: Peter Cohen. Ori-
todo o cidadão convocado ou preso em virtude da gem: Alemanha. Ano de produção: 1994. Tema: Na-
lei deve obedecer prontamente: torna-se culpado zismo.
pela resistência. Cabra marcado para morrer. Diretor: Eduardo Coutinho.
Art. 8 – A lei não deve estabelecer senão as Origem: Brasil. Ano de produção: 1984. Tema: Ligas
penas estrita e evidentemente necessárias, e nin- camponesas.
guém pode ser punido senão pela força de uma lei Espelho enterrado. Diretor: Christopher Rolling. Origem:
estabelecida e promulgada anteriormente ao deli- Espanha. Ano de produção: 1991. Tema: América pré-
to, e legalmente aplicada. colombiana.
Art. 9 – Qualquer homem se presumindo ino- Linha de montagem. Diretor: Renato Tapajós. Origem: Bra-
cente até que tenha sido declarado culpado, se for sil. Ano de produção: 1982. Tema: Movimento operário
julgado indispensável prendê-lo, todo o rigor que no ABC paulista.
não seja necessário para assegurar-se da sua pes- Nós que aqui estamos por vós esperamos. Diretor: Mar-
soa deverá ser severamente reprimido pela lei. celo Masagão. Origem: Brasil. Ano de produção: 2000.
Art. 10 – Ninguém deve ser inquietado pelas Tema: Panorama do século XX.
suas opiniões, mesmo religiosas, desde que a sua Senta a pua! Diretor: Erik de Castro. Origem: Brasil. Ano
manifestação não perturbe a ordem pública de produção: 1999. Tema: Participação de pilotos da FAB
estabelecida pela lei. na Segunda Guerra Mundial.
Art. 11 – A livre comunicação dos pensamentos Xingu. Diretor: Washington Novaes. Origem: Brasil. Ano
e das opiniões é um dos direitos mais preciosos de produção: 1985. Tema: Povos indígenas do Parque
do homem; todo o cidadão pode, portanto, falar, Nacional do Xingu.
escrever, imprimir livremente, salvo que responderá
Yanomami: morte e vida. Diretora: Mônica Teixeira. Ori-
pelo abuso dessa liberdade nos casos determina-
gem: Brasil. Ano de produção: 1990. Tema: O povo ia-
dos pela lei.
➜ nomâmi.
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53
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O AI-1 suspendeu as imunidades parlamenta-
RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório. São Paulo: res, e autorizou o comando supremo da revolução
Companhia das Letras/Publifolha, 2000. Série Gran- a cassar mandatos em qualquer nível — munici-
des nomes do pensamento brasileiro. pal, estadual e federal — e a suspender direitos
SÉRGIO, Antonio. Breve interpretação da história de políticos pelo prazo de dez anos. As garantias de
Portugal. Lisboa: Sá da Costa, 1977. vitaliciedade, assegurada aos magistrados, pela
SINGER, Paul. A crise do “milagre”. Rio de Janeiro: qual eles têm direito a permanecer em seu cargo,
Paz e Terra, 1976. e de estabilidade, conferida aos demais servido-
res públicos, foram suspensas por seis meses para
_______. O capitalismo, sua evolução, sua lógica e sua
facilitar o expurgo no serviço público.”
dinâmica. São Paulo: Moderna, 1987. Coleção Polê-
mica. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo:
Edusp/FDE, 1997. p. 465-467.
Texto de apoio
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O 31 de março de 1964
Bibliografia
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sido lançado aparentemente para livrar o país da Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1997.
corrupção e do comunismo e para restaurar a de- CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a el-rei D. Manuel. São
mocracia, mas o novo regime começou a mudar Paulo: Martin Claret, 2002.
as instituições do país através de decretos, cha- COLOMBO, Cristóvão. Diário. Porto Alegre: L&PM, 1999.
mados de Atos Institucionais (AI). Eles eram justi- CORTEZ, Hernan. O fim de Montezuma. Relatos da con-
ficados como decorrência ‘do exercício do Poder quista do México. Porto Alegre: L&PM, 1999.
Constituinte, inerente a todas as revoluções’. DAVATZ, Thomas. Memórias de um colono no Brasil
(1850). Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980.
DU GUAY-TROUIN. O corsário. Uma invasão francesa
O Ato Institucional nº 1 e a repressão
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O AI-1 foi baixado a 9 de abril de 1964, pelos GAMA, Vasco da. O descobrimento das Índias. Rio de
comandantes do Exército, da Marinha e da Ae- Janeiro: Objetiva, 1998.
ronáutica. Formalmente, manteve a Constituição LAS CASAS, Bartolomé de. O paraíso destruído. Porto
de 1946 com várias modificações, assim como o Alegre: L&PM, 1996.
funcionamento do Congresso. Este último aspec- LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Belo Horizonte:
to seria uma das características do regime mili- Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980.
tar. Embora o poder real se deslocasse para MARCOY, Paul. Viagem pelo Rio Amazonas. Manaus:
outras esferas e os princípios básicos da demo- Edua, 2001.
cracia fossem violados, o regime quase nunca SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas províncias
assumiu expressamente sua feição autoritária. do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Belo Horizonte: Ita-
➜ tiaia; São Paulo: Edusp, 1975.
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55
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
turas pelas cidades pertencentes ao império mongol. Ape-
Enciclopédia dos fatos. São Paulo: Globo, 1996.
sar de ser o chefe supremo do vasto império conquistado
pela Mongólia, Kublai Khan só conhece as cidades ane- Encarta. Microsoft, 2001.
xadas a seu reino por meio dos relatos do viajante. História das civilizações. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
Larousse cultural. São Paulo: Nova Cultural, 1998.
“Vadeado o rio, transposto o vale, o viajante Saga. A grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultu-
encontra-se, subitamente, diante da cidade de ral, 1981.
Moriana, com as portas de alabastro transpa-
rentes à luz do sol, as colunas de coral que sus-
Revistas
tentam frontões incrustados de serpentina, as
aldeias inteiramente de vidro como aquários em Desvendando a História. São Paulo: Escala.
que nadam as sombras de dançarinas com ador- Historia y Vida. Barcelona: Mundo Revistas.
nos prateados sob os lampadários em forma de História Viva. São Paulo: Duetto Editorial.
medusa. Se não é a sua primeira viagem, o vi- L’Histoire. Paris: Société d’Éditions Scientifiques.
ajante já sabe que cidades como esta têm um
avesso: basta percorrer um semicírculo e ver- National Geographic Brasil. São Paulo: Editora Abril.
se-á a face obscura de Moriana, uma ampla lâ- Nossa História. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Na-
mina enferrujada, pedaços de pano, eixos hirtos cional; São Paulo: Vera Cruz.
➜ WW II History. Pensilvânia: Sovereign Media Company.
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