O filme de 2009 é baseado numa história verídica, onde um professor da
Alemanha que dá aulas sobre regimes autoritários decide realizar um experimento após um deles o questionar “se a história poderia se repetir”. A partir de então o professor começa a implantar símbolos e costumes que caracterizam regimes autoritários como: Uso de roupas iguais entre todos, adesão de regras afim de buscar disciplina, uso de símbolos e comprimentos particulares de um grupo. Pouco a pouco os alunos foram aderindo ao experimento, inicialmente como uma brincadeira, até que os comportamentos fossem ficando cada vez mais violentos. Aqueles que não quiseram aderir ao movimento começaram a ser hostilizados e todo aquele que se mostrava diferente ao grupo maior sofria violência. À medida que o regime estava se instalando os mais féis aos ideais da Onda se organizaram num subgrupo mais fanático a fim de espalhar seus ideais. Logo podemos perceber que o mais frágil emocionalmente, o Tim, que após sofrer bullying e descaso da família antes da implantação da Onda, agora seria o seu mais fiel defensor. Tim não consegui mais se enxergar individualmente, então passou a defender a integração de uma unidade abrindo mão de sua individualidade, fazendo assim dele parte de um todo. O fim não poderia ser outro se não o trágico. Após um dos alunos se acidentarem com uma bomba houve o encerramento público do experimento pelo professor no auditório da escola, Tim, que encontrava tão seguro na Onda se vê desamparado e acaba se suicidando na frente de outros alunos. O que nos mostra a força desse fenômeno de massa e como ele atinge as pessoas mais fragilizadas da sociedade os fazendo se alienar. Infelizmente a produção cinematográfica não está tão distante assim da vida real, pois não é preciso ir longe para ver que os mecanismos do fascismo estão presentes atualmente no nosso país. Vemos uso de símbolos ultranacionalistas, slogans excludentes como “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, exclusão e violência contra a população LGBTQIA+, desvalorização e perseguição aos povos originários e tradicionais, machismo, intolerância religiosa, xenofobia e racismo. Os problemas são muitos e parte fundamental para resolução dos mesmos, além das políticas públicas efetivas, é o livre debate acerca dos temas transversais que movem o fascismo na nossa sociedade.