Você está na página 1de 2

Resenha crítica do filme A Onda

Maria Rayane Silva de Oliveira

O filme de 2009 é baseado numa história verídica, onde um professor da


Alemanha que dá aulas sobre regimes autoritários decide realizar um experimento
após um deles o questionar “se a história poderia se repetir”. A partir de então o
professor começa a implantar símbolos e costumes que caracterizam regimes
autoritários como: Uso de roupas iguais entre todos, adesão de regras afim de buscar
disciplina, uso de símbolos e comprimentos particulares de um grupo.
Pouco a pouco os alunos foram aderindo ao experimento, inicialmente como
uma brincadeira, até que os comportamentos fossem ficando cada vez mais violentos.
Aqueles que não quiseram aderir ao movimento começaram a ser hostilizados e todo
aquele que se mostrava diferente ao grupo maior sofria violência. À medida que o
regime estava se instalando os mais féis aos ideais da Onda se organizaram num
subgrupo mais fanático a fim de espalhar seus ideais.
Logo podemos perceber que o mais frágil emocionalmente, o Tim, que após
sofrer bullying e descaso da família antes da implantação da Onda, agora seria o seu
mais fiel defensor. Tim não consegui mais se enxergar individualmente, então passou
a defender a integração de uma unidade abrindo mão de sua individualidade, fazendo
assim dele parte de um todo.
O fim não poderia ser outro se não o trágico. Após um dos alunos se
acidentarem com uma bomba houve o encerramento público do experimento pelo
professor no auditório da escola, Tim, que encontrava tão seguro na Onda se vê
desamparado e acaba se suicidando na frente de outros alunos. O que nos mostra a
força desse fenômeno de massa e como ele atinge as pessoas mais fragilizadas da
sociedade os fazendo se alienar.
Infelizmente a produção cinematográfica não está tão distante assim da vida
real, pois não é preciso ir longe para ver que os mecanismos do fascismo estão
presentes atualmente no nosso país. Vemos uso de símbolos ultranacionalistas,
slogans excludentes como “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, exclusão e
violência contra a população LGBTQIA+, desvalorização e perseguição aos povos
originários e tradicionais, machismo, intolerância religiosa, xenofobia e racismo.
Os problemas são muitos e parte fundamental para resolução dos mesmos,
além das políticas públicas efetivas, é o livre debate acerca dos temas transversais
que movem o fascismo na nossa sociedade.

Você também pode gostar