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Universidade Federal de Goiás

Faculdade de História

Disciplina: História do Brasil II


Turno: Noite
Docente: Professora Dra. Ana Carolina Coelho
Discente: Mirian Beatriz dos Santos Rios

Resumo História da vida privada no Brasil, volume 2. - Introdução e


capítulo 1

Introdução

Sobrados e mucambos de Gilberto Freyre foi um dos livros pioneiros para


entender a vida privada no Brasil e ampliar os estudos acerca do assunto.
Gilberto irá apresentar os modelos de moradia da população, e como a elite
muda seus conceitos e visões sobre sua moradia, ao abandonar as famosas
casas grandes e se alocarem em sobrados, conhecidos também como
apartamentos, os quais se tornam sinal de riqueza, ao funcionarem da seguinte
forma: um comércio abaixo e a casa em cima. Era muito comum este tipo de
sobrado ser valorizado pela elite, pois começa a ser considerado um símbolo
de fortuna nas áreas urbanas de alto comércio. Freyre não irá se esquecer dos
pobres, ex-escravos, que lhes restam a roça, como o próprio autor diz, “ainda
na terra”, os casebres feitos de palhas e barro se encontravam nas áreas
consideradas periféricas. 
Era importante e interesse mostrar a vida cotidiana da sociedade naquela
época, desta forma ao descrever tais ações se conclui que a população
confunde a vida cotidiana com a privada, de forma que ambas se misturam ao
decorrer da história.
Assim como no mundo, no Brasil também se utilizavam de pinturas, gravuras e
aquarelas para realização de mapas, iconografias direcionadas à coroa
portuguesa, entre outros relatos de arte. Porém, cada vez mais se torna crucial
a mudança na forma de criação dos mapas. Portanto, começa uma procura e
realização de testes para descobrir a melhor maneira de documentar a
história. 

Capítulo 1

A vinda ao Brasil se torna significativa para a família real, desta forma os


portugueses vieram em peso à colônia. Cerca de 15 mil pessoas são
transferidas de Portugal para o Brasil se instalando majoritariamente no Rio de
Janeiro, afinal, estes médicos, advogados e ajudantes da coroa submetem sua
vinda para servir inteiramente a família real. 
Enquanto a coroa se mantém preocupada com sua acomodação no Rio de
Janeiro, capital da época, a colônia começa a passar por transformações, que
serão um tanto preocupantes para a coroa portuguesa tempos à frente. Um dos
relatos citados no texto é a descoberta de ouro em grande quantidade e sua
venda comercial, assim como o comércio de outros achados, que também são
encontrados sendo vendidos ilegalmente, causando certo prejuízo à elite
portuguesa. 
Assim como na colônia, a vida privada vai também ser confundida com a vida
familiar no Império. No decorrer do processo entre organizar a política e a
jurisdição nacional, a vida privada escravista chama a atenção, por utilizar um
discurso que para a época talvez fosse algo inovador, porém nos dias atuais
causa estranhismo e certa revolta ao tratar do tema escravidão. O escravismo
vai se apresentar de maneira diferente no Império, e evitando que seja
identificada como uma herança colonial, desta forma vai se estabelecer como
algo para o futuro, carregando uma ideia de escravidão do direito moderno,
como se as próprias decisões fossem realizadas pela pessoa, o escravo, e ao
se colocar ali como escravo estaria fazendo por pura vontade, dentro de um
país independente e contemporâneo. 

Ao lado do escravismo, o paternalismo juntamente do patriarcalismo se


desenvolvia nos centros rurais e urbanos, os quais visavam trazer ainda mais
autonomia aos donos de propriedades rurais e às pessoas que conviviam com
os mesmos. Gilberto Freyre também analisa tal acontecimento. A respeito de
tais ações, as relações entre fazendeiros e homens livres crescia, ligando o
público ao privado.
Fazendo relação com o texto anterior, convém comentar o vínculo traçado em
relação ao sistema eleitoral do período, no qual era entrelaçado com a vida
privada no Império. Após a Independência, os homens maiores de 25 anos e
que fossem brasileiros poderiam votar, porém com certas restrições, como ter
uma grande renda anual e serem eleitores de segundo grau. Neste tempo a
elite, principalmente rural, tinham grande influência sobre as pessoas e até
mesmo as manipulavam nos tempos eleitorais, desta forma conseguindo se
eleger e manter suas riquezas e fazendas funcionando com mais fervor e
investimentos. 
 
Não muito tempo depois pode-se perceber uma grande mudança no padrão
comportamental tanto da coroa como da população, que recebe uma
demasiada influência estrangeira no que diz respeito a comportamentos,
roupas e jóias por exemplo. O modelo de vida seguido na capital Rio de
Janeiro teria uma enorme mudança. O próprio sotaque e idioma não estavam
estabilizados e o Brasil Império era composto de diversos falares distintos. A
cultura camponesa rica, da Itália e Espanha inspiram a elite tanto no ambiente
urbano quanto no rural, porém os hábitos rurais da sociedade francesa
conquistam o povo brasileiro rapidamente. Freyre observa uma mudança
significativa nos nomes cristãos, que passam a ser inspirados em nomes
gregos e romanos, seguido dos ingleses e franceses e logo depois americanos.
As influências sofridas pela população em relação a Europa prevalece durante
muito tempo e Gilberto Freyre analisa como até mesmo nos nomes dados a
seus herdeiros, a população usufrui da cultura europeia, assim como seus
comportamentos e estilo de vida. 
 
Um outro problema surge abaixo do nariz da coroa portuguesa, a qual não
consegue controlar o tráfico de escravos, no qual se tornou proibido. Era
possível ver uma grande quantidade de escravos e africanos no país inteiro, e
na própria capital, causando indagação a coroa que não estava conseguindo
controlar tais ações e a entrada de estrangeiros se torna cada vez mais
comum, causando superlotação as cidades, acreditando que teriam uma vida
melhor no Brasil Império.  
Com novas mudanças surgindo, o jornal se torna algo novo, porém utilizado no
Brasil pela elite. E se relaciona também a política, ao que começam a registrar
os debates parlamentares e outras notícias que estivessem relacionadas ao
que ocorria no dia a dia político, porém deve-se mencionar que o jornal não
focava apenas nestas matérias e sim cercavam-se de relatos e trazia
informação normalmente a população. 

O comércio internacional tem um grande aumento quando a população


brasileira começa a crescer. As buscas por bens de consumo duráveis, jóias,
tecidos, cavalos importados diretamente da Inglaterra, entre outros, tem um
grande impacto na economia brasileira. Essa movimentação internacional
atinge todos os setores, desde mercadorias, alimentação a envio de cartas. 

Uma das aflições da população são os cupins e insetos, além do mofo, que se
infestavam nos móveis, roupas e livros que chegavam ao Brasil, prejudicando
ainda mais a população, que não era das melhores em questão de limpeza, e
que piorava no verão devido ao calor. A sujeira da Colônia se mantinha no
Império, tornando-se cada vez mais necessário a presença de médicos. O
avanço da medicina é notável e a criação de um atendimento clínico
especializado para as mulheres e sua intimidade feminina é de extrema
utilidade.  

Mudando totalmente o rumo do texto, foca-se na resistência dos escravos


ladinos, ainda mais com as políticas de imigração restritas aos homens brancos
católicos. Após suspender o tráfico negreiro no período imperial, as revoltas
dos ladinos apressaram ainda mais o fim do escravismo no Brasil, visto que as
medidas tomadas pelos governantes não eram efetivas de fato.

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