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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas


Emitido em 31/08/2022 12:24

Projeto de Pesquisa
Dados do Projeto Pesquisa
Código: PI04395-2019
Titulo do Projeto: UMA PROPOSTA DE ARQUEOLOGIA COLABORATIVA COM O POVO INY/KARAJÁ
DA ILHA DO BANANAL, TOCANTINS/BRASIL
Tipo do Projeto: SEM Financiamento (Projeto Novo)
Categoria do Projeto: Pesquisa Cientifica
Situação do Projeto: EM ANDAMENTO
Unidade de lotação: MUSEU ANTROPOLOGICO (11.34.14.01)
Unidade(s) do projeto:
Nenhuma unidade de projeto encontrada.
Palavra-Chave: Karajá; Arqueologia Colaborativa; Ilha do Bananal; História Indígena; Paisagem.
E-mail: diegotmendes@ufg.br
Edital: UFG - Edital PROGRAD N° 09/2020 UFG - PROLICEN
Cota: Iniciação à Pesquisa Científica das Licen-2020-UFG (01/08/2020 a 31/07/2021)
Áreas de Conhecimento, Grupo e Linha de Pesquisa
Áreas de Conhecimento:
Ciências Humanas - Arqueologia - Teoria e Método em Arqueologia
Ciências Humanas - Arqueologia - Arqueologia Pré-Histórica (Área de Avaliação)
Ciências Humanas - Arqueologia - Arqueologia Histórica
Possui Cooperação Internacional: Não
Resumo
No presente projeto propomos a realização de uma pesquisa de arqueologia colaborativa com o povo Iny/Karajá da Ilha do Bananal (TO). A Ilha
do Bananal está localizada na bacia do médio Araguaia e é caracterizada como área de transição (ecótono) entre os biomas do Cerrado e da
Floresta Amazônica. Os Karajá pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê e ocupam o seu território desde o século XVI segundo os registros
etnohistóricos. Nos últimos anos foram levantadas hipóteses sobre a origem e a relação dos Karajá com outros grupos étnicos, como a proposta
de Pétesch (1987) os Iny como um grupo de posição intermediária no continuum Jê-Tupi - e de Rodrigues (2008) que propõe os Iny o produto
de uma fusão complexa entre povos de origem Arawak e Macro-Jê. Ao mesmo tempo os Iny/Karajá narram histórias sobre o seu passado e
possuem sólidas interpretações sobre a materialidade (arqueológica) dispersa sobre o seu território. Apesar da grande potencialidade para a
compreensão dos processos de ocupação indígena pré-coloniais a bacia do médio Araguaia é praticamente desconhecida de um ponto de vista
arqueológico. Dessa forma, buscaremos por meio de surveys, escavações e análises de conjuntos artefatuais e coleções etnográficas construir
junto com os Iny interpretações sobre os processos de ocupação humana pré-coloniais e históricos da Ilha do Bananal, tomando a materialidade
arqueológica, as narrativas míticas e explicações nativas como eixos de pesquisa e reflexão.

Introdução/Justificativa
(incluindo os benefícios esperados no processo ensino-aprendizagem e o retorno para os cursos e para os professores da UFG em geral)
Os Karajá são um subgrupo da família linguística Karajá (formada também pelos Javaé e os Xambioá, ou Karajá do Norte) pertencente ao tronco
linguístico Macro-Jê. A palavra Karajá é um etnônimo tupi que significa macaco grande. Na verdade, os Karajá e seus parentes Javaé e Xambioá
se autodenominam Iny ou inyboho, nós todos. Esses grupos habitam a Ilha do Bananal desde tempos imemoriais e o rio Araguaia funciona como
seu eixo mitológico e social (Lima Filho, 1994; Rodrigues, 2008; Toral, 1992).
A história recente desses povos originários está intrinsicamente relacionada com os processos de expansão da sociedade nacional iniciados com
a Marcha para Oeste de Getúlio Vargas (Lima Filho, 1998) e intensificados com os governos de Juscelino Kubitschek e da ditadura militar. Foi no
bojo desses avanços para a floresta e o sertão que começou uma longa relação do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás
(MA/UFG) junto a esses povos. Desde então, foram desenvolvidas no MA/UFG pesquisas sobre diversos aspectos da sociedade e da cultura
Karajá (Andrade, 2016; 2018; Leitão, 1998; Leitão & Lima, 2014; Lima Filho & Silva, 2012; Taveira, 2012). Os quase 50 anos de relações com os
Karajá fazem com que sua presença no MA/UFG seja ubíqua.
Em meio a esse contexto acabei capturado pela agência Iny. De um lado os próprios Karajá estão constantemente demandando a elaboração de
projetos que resgatem a cultura. De outro, o território Iny, a Ilha do Bananal, é arqueologicamente sedutor dado suas características ambientais
únicas e seu quase desconhecimento de um ponto de vista dos processos de ocupação pré-coloniais.
Dessa forma, no presente projeto proponho uma pesquisa de arqueologia colaborativa com os Iny/Karajá centrada nas ideias de história indígena
de longa-duração (Neves, 1995; 2015; Silva & Noelli, 1996; 2016; Wüst, 1990), decolonialidade (Ballestrin, 2013), simetria e reflexidade (Shanks
& Tilley, 1987). O alvitre é construir junto com os Iny interpretações sobre os processos de ocupação humana pré-coloniais e históricos da Ilha do
Bananal, tomando a materialidade arqueológica, as narrativas míticas e explicações nativas como eixos de pesquisa e reflexão (Zedeño &
Bowser, 2009).
A Ilha do Bananal está localizada na bacia do médio Araguaia, no Estado do Tocantins, e possui uma área de aproximadamente 2 milhões de
hectares (25 mil m2), caracterizando a maior ilha fluvial do mundo. Por representar uma área de transição (ecótono) entre os biomas do Cerrado
e da Floresta Amazônica é marcada por uma grande biodiversidade faunística e florística.
O clima da Ilha é caracterizado pela alternância entre uma estação chuvosa (outubro a abril) e outra seca (julho a agosto), com cerca de dois
meses transicionais (maio a junho) - como veremos, a vida comunitária e ritualística dos Karajá possui estreita relação com essas mudanças de
estação (Lima Filho, 1994). A temperatura varia entre médias mensais de 38°C (agosto a setembro) e 26°C (julho), com média anual de 22°C.
Em termos geomorfológicos a Ilha corresponde a uma planície sedimentar com uma ampla rede de drenagem formada pelos rios Araguaia e
Javaés e seus tributários. Essa configuração resulta em um ambiente marcado por terrenos inundáveis em áreas baixas e terrenos mais altos não
sujeitos as cheias, mas cercados por lagos provenientes da migração de canais fluviais (Valente, 2007).
Por sua localização central e sua privilegiada rede de drenagem a Ilha do Bananal é uma via potencial de deslocamento de populações
indígenas, favorecendo a entrada e o contato de grupos amazônicos no Brasil Central. Os registros etno-históricos mostram que desde o século
XVI, a bacia do Araguaia foi palco de uma miríade de relações entre os Karajá, Javaé, Kayapó, Tapirapé, Avá-Canoeiro, Xavante, Xerente
(Rodrigues, 2008; Toral, 1994). Não, obstante conhecemos quase nada sobre essas dinâmicas em períodos anteriores à invasão europeia.
As pesquisas arqueológicas na Ilha do Bananal restringem-se aos trabalhos coordenados por Altair Sales Barbosa e Acary de Passos Oliveira no
âmbito do Programa Arqueológico de Goiás (Sales & Schmitz, 1979), e a escavação emergencial conduzida pela Profa. Irmhild Wüst no sítio MT-
AR-03.
O Programa Arqueológico de Goiás (PAG) consistiu do convênio entre o Instituto Anchietano de Pesquisas da Universidade do Vale do Rio Sinos
(UNISINOS) e o Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (IGPA/PUC-GO), coordenado pelos
respectivos representantes institucionais, Pedro Ignácio Schmitz e Altair Sales Barbosa. Seguindo os moldes do Programa Nacional de Pesquisas
Arqueológicas (PRONAPA), o objetivo central do PAG era gerar um quadro crono-cultural das ocupações pré-coloniais do Estado de Goiás (que
na época abarcava o atual território do Estado do Tocantins). As pesquisas realizadas entre os anos de 1972 e 1985 geraram dados importantes
para a compreensão das populações pretéritas do Brasil Central. Contudo, tanto as análises e classificações demasiado centradas em fósseis-
guias (peças líticas formais como as lesmas) e atributos artefatuais (decoração e antiplástico das cerâmicas), bem como as narrativas históricas
centradas em modificações ambientais como determinantes das transformações culturais estão hodiernamente sendo revistas (Viana, Volkmer-
Ribeiro & Oliveira, 2011).
No caso do subprojeto Ilha do Bananal foi realizada apenas uma etapa de campo no ano de 1984 que consistiu em uma prospecção
assistemática na área compreendida entre o Rio Verde e o Rio Javaés. Foram identificados dez sítios arqueológicos, sendo um deles classificado
como aldeia, sete como acampamentos temporários e dois não classificados (Barbosa, 1985).
O sítio classificado como aldeia (GO-IB-05) está localizado na margem da Lagoa Tucunaré e apresentou uma distribuição de fragmentos
cerâmicos ao longo de uma área de 520 m x 83 m (medidas tomadas a partir do croqui publicado), classificado como de morfologia linear. Foi
realizada uma coleta de superfície e um corte estratigráfico de 4 m2, estando o material concentrando nos níveis entre 20 e 30 cm.
Para os oito sítios classificados como acampamentos as informações são bastante escassas. Segundo Barbosa (1985), todos estão implantados
em terrenos altos próximos a rios, lagos ou áreas alagadiças, e apresentaram um padrão de distribuição de vestígios bastante restrito e
concentrado em pequenas manchas, o que foi interpretado como potenciais acampamentos familiares de pesca. Os sítios GO-IB-01, GO-IB-03 e
GO-IB-04 foram identificados dentro da Ilha do Bananal (apenas o sítio GO-IB-03 possui croqui, no qual estão representadas duas manchas
cerâmicas distantes uma da outra cerca de 20 m às margens do Lago Caracol).
Os sítios GO-IB-06, GO-IB-07, GO-IB-08 e GO-IB-10 estão localizados no curso do Rio Verde, mas fora da Ilha do Bananal. Para o primeiro, o
croqui apresenta uma distribuição de material de cerca de sete manchas cerâmicas margeando um lago ao longo de aproximadamente 250 m,
com forma aparentemente linear. Os demais três sítios correspondem a três manchas cerâmicas isoladas que distam entre si cerca de 250 m,
sendo uma delas próxima a um lago e as outras duas margeando o Rio Verde.
Os sítios GO-IB-02 e GO-IB-10 foram descritos apenas como possuindo elementos potenciais de aldeias (não possuem croquis).
As análises do material restringiram-se a reconstituição da morfologia ao antiplástico da cerâmica. O total de 788 fragmentos coletados de sete
dos sítios acima mencionados apresentaram como aditivo espículas e cariapé. Na publicação os pesquisadores, baseados na pesquisa de Irmhild
Wüst com os Karajá de Aruanã (Wüst, 1975; 1981), destacam que apesar das espículas possuírem semelhanças com o cauixi amazônico, elas
corresponderiam a fragmentações das cinzas de cega-machado utilizadas pelos Karajá ou seja, seriam derivados do denominado Cariapé A. A
partir das bases foram classificadas sete formas para os vasilhames (pratos rasos, pratos fundos, tigela rasa, tigela funda, panela não restringida,
panela restringida e pote). Em termos de decoração foram identificados elementos como formas de mamilo, formas de orelha, perfuração,
incisões em baixo relevo nas bordas, e uma peça com aplique e pintura vermelha (não há quantificação dos elementos decorativos).
O estudo da cerâmica é finalizado com a proposta de filiação do material à Fase Aruanã, definida anteriormente para a cerâmica arqueológica de
sítios identificados na região do Alto Araguaia, território dos Karajá de Aruanã e entendidos como pertencentes as ocupações dos acendentes
daquele grupo (Wüst, 1975; 1981).
Ainda que fora da área alvo, o trabalho acima mencionado de Wüst é fundante da arqueologia dos Karajá e para a etnoarqueologia brasileira.
Em 1975, de forma pioneira, Wüst etnografou os processos técnicos de confecção da cerâmica Karajá. Dessa forma, pari passu com a produção
internacional traçava analogias entre o registro arqueológico e etnográfico para construir arcabouços de referência interpretativa. A observação
de confecção de vasilhas, as entrevistas e a comparação com coleções etnográficas permitiram Wüst definir o conjunto artefatual cerâmico
Karajá, bem como alguns elementos ligados aos espaços de produção, uso e descarte e a funcionalidade dos artefatos.
Em conjunto com essas atividades etnoarqueológicas, Wüst analisou a distribuição espacial dos vestígios e escavou o sítio GO-JU-41, uma
aldeia Karajá abandonada há cerca de 50 anos. Os resultados dessa pesquisa levaram a arqueóloga a propor que os sítios da Tradição Uru
identificados no município de Britânia durante o Projeto Alto Araguaia (Schmitz et al., 1982), subprojeto do PAG, pertenceriam também aos
ascendentes dos Karajá, dado que as características da cerâmica e distribuição dos materiais seguia os padrões identificados entre aqueles.
É importante ressaltar que os trabalhos de Wüst sobre os sítios dos Karajá de Aruanã foram fundamentais para o processo de demarcação da
Terra Indígena Karajá de Aruanã (Granado & Lima Filho, 1992). Atualmente, Moraes Wichers (2017) retomou a interlocução com os Karajá de
Aruanã focando na construção da identidade das comunidades a partir dos lugares de memória e suas produções artesanais, bem como
atendendo as demandas de ações de musealização.
A outra pesquisa arqueológica realizada na bacia do médio Araguaia foi também conduzida por Wüst, consistindo no resgate emergencial do sítio
MT-AR-03 em decorrência de urnas e restos mortais terem sido evidenciados durante atividades domésticas na propriedade privada de uma
moradora de São Félix do Araguaia, município da margem esquerda do Rio Araguaia e distante apenas 15 km da Aldeia Hawalò (Santa Isabel do
Morro).
Os resultados não foram publicados e ainda estou em fase de levantamento da documentação dos trabalhos de campo e laboratório . O material
arqueológico faz parte da uma exposição do Museu Municipal de São Félix do Araguaia organizada por Wüst e Lima Filho em 1996 sobre a
história dos povos indígenas do Brasil. Infelizmente, como o museu municipal não possui um corpo especializado e uma política cultural
normatizada os materiais continuam nas mesmas condições desde a abertura da exposição e sem um trabalho de manutenção. Dois dos meus
interlocutores, Idjaruma Karajá e Maussi Karajá, solicitaram que fizéssemos um trabalho de gestão compartilhada desses materiais. Nesse
sentido, propus que estabelecêssemos dinâmicas que contribuam com a formação dos professores Karajá para a curadoria e análise de materiais
arqueológicos tomando as peças em exposição como nossa coleção de pesquisa e ensino.
Nos últimos anos, os arqueólogos no norte e sul do Brasil produziram uma série de novos dados e interpretações sobre os sítios arqueológicos
que desafiam as narrativas que ofuscaram toda a diversidade sociocultural ameríndia anterior à colonização europeia (Neves, 2015; Souza,
2014). Estas novas pesquisas demonstram que os grupos indígenas contribuíram ativamente na construção das paisagens amazônicas e do
planalto meridional, manejando os terrenos e a flora, marcando simbolicamente os espaços com uma materialidade monumental e se
organizando em amplas redes de aldeias com alta densidade demográfica (Souza et al., 2018). Contudo, o Brasil Central, ainda que entre estas
duas regiões, permanece distante destas discussões.
Nesse sentido, é notável que os dados arqueológicos disponíveis para a bacia do médio Araguaia são muito incipientes. Sendo a Ilha do Bananal
um território com características ambientais únicas, localização central e marcada pela ocupação de diferentes grupos indígenas, uma
investigação arqueológica sistemática possui grande potencial para retraçarmos a agência indígena pretérita.
Assim, este projeto busca contribuir para o movimento da arqueologia brasileira que reconhece a história pré-colonial como história indígena de
longa duração, o que possibilita um olhar para as trajetórias das populações originárias a partir de processos de continuidade e mudança,
conjugando contextos arqueológicos com dados etno-históricos e linguísticos (Bespalez, 2015; Corrêa, 2014; Neves, 1995; 1999; 2015; Silva &
Noelli, 1996; 2016; Wüst, 1990).
Os registros etno-históricos apontam que os Iny/Karajá já ocupavam a Ilha do Bananal no final do século XVI (Lima Filho, 1991; Rodrigues, 2008;
Toral, 1992). Essa informação é interessante de um ponto de vista arqueológico e dado que conhecemos muito pouco sobre os sítios da região
essas ocupações podem ser ainda mais recuadas. A origem e relação dos Karajá com outros grupos étnicos tem sido alvo de diferentes
hipóteses.
A partir de uma análise da cosmologia Karajá e da organização social Pétesch (1987) propõe que os Iny pertenceriam a uma posição
intermediária no continuum Jê-Tupi (Pétesch, 1987, p. 17): Forma intermediária entre dois esquemas estruturais opostos, duas dinâmicas
antagonistas, o modelo Karajá deixa acreditar na sua ligação, ou seja a existência de uma continuidade, de uma lógica de transformação entre
estruturas Jê-Bororo e Tupi [...]. Por outro lado, Rodrigues, analisando a mitologia e a organização social em conjunto com argumentos
arqueológicos como os de Heckenberger (2001a, 2001b, 2002), propõe a hipótese de que os Javaé são [...] o produto de uma complexa fusão
entre povos de origem Arawak e Macro-Jê [...] (Rodrigues, 2008, p. 24).
Dessa forma, a arqueologia na Ilha do Bananal pode contribuir para estes debates mais amplos da antropologia ao investigar se essas hipóteses
possuem correlatos na materialidade arqueológica.
Objetivos
2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

Construir junto com os Iny interpretações sobre os processos de ocupação humana pré-coloniais e históricos da Ilha do Bananal, tomando a
materialidade arqueológica, as narrativas míticas e explicações nativas como eixos de pesquisa e reflexão.

Objetivos específicos

1.Mapear junto com Iny os sítios arqueológicos e lugares significativos da Ilha do Bananal;
2.Levantar e concatenar as narrativas míticas e históricas associadas aos sítios e lugares significativos;
3.Realizar escavações arqueológicas colaborativas com os Karajá nos sítios definidos por eles;
4.Realizar uma análise comparativa entre coleções cerâmicas etnográficas e arqueológicas;
5.Construir uma cronologia de ocupações pré-coloniais para a Ilha do Bananal;
6.Estabelecer o diálogo entre interpretações nativas e arqueológicas para ocupações pré-coloniais e históricas;
7.Realizar oficinas e cursos de introdução à arqueologia visando a formação dos pesquisadores e professores Iny;
8.Produzir em parceria com os pesquisadores e professores Iny material didático com o resultado da pesquisa para ser utilizado nas escolas
Karajá;
9.Realizar em colaboração com Iny uma exposição digital na plataforma Tainacan que percorrerá as Aldeias da Ilha do Bananal e o Museu
Antropológico/UFG.
Metodologia
3. MATERIAL E MÉTODOS

O método para o levantamento de sítios e lugares estará calcado em prospecções de superfície assistemáticas guiadas pelo conhecimento dos
nossos interlocutores sobre os territórios da Ilha do Bananal (Silva, 2009; Silva & Garcia, 2015). Dado que em pesquisas antropológicas
anteriores aldeias e lugares míticos tanto dos Karajá quanto dos Javaé foram mapeados (Nunes, 2016; Rodrigues, 2008; Toral, 1991)
buscaremos organizar os dados já disponíveis e em conjunto com os Iny realizar novas prospecções, mas com um olhar etnoarqueológico, ou
seja, voltado também para a potencial materialidade arqueológica.
Uma vez identificado um sítio e/ou lugar buscaremos coletar os seguintes dados:

Histórias e narrativas sobre o local, incluindo as potenciais versões diferentes sobre eventos e processos;
Identificação de características ambientais básicas (topografia, vegetação, hidrografia, disponibilidade de recursos)
Caminhos e acessos ao local;
Mapeamento e descrição tecnológica básica dos vestígios, feições e estruturas identificados em superfície;
Quando possível intervenções de subsuperfície (sondagens e/ou poços testes) visando a obtenção de informações estratigráficas;

Após a finalização do survey elaboraremos mapas de distribuição dos sítios e lugares buscando compreender a distribuição e organização
espacial dos assentamentos na paisagem, o que permitirá (1) comparações com os padrões historicamente conhecidos entre os Karajá e (2)
verificar potenciais correlações com variáveis ambientais. Por fim, concatenaremos estes dados com as interpretações nativas sobre a rede de
lugares (sítios, aldeias antigas, lugares míticos, caminhos, áreas de captação de recursos) visando a confecção de mapas étnicos. Esperamos
com isso produzir também dados e ferramentas que auxiliem os Karajá na gestão do seu território e da sua história (Anschuetz, Wilshusen &
Scheick, 2009; Zedeño & Bowser, 2009).
A partir dos dados gerados na etapa anterior faremos uma seleção na qual os Karajá elegerão quais os sítios deverão ser alvo de etapa de
campo de escavação.
Dado as dificuldades de acesso e logística buscaremos privilegiar estratégias de escavação que privilegiem informações estratigráficas
(trincheiras e sondagens) e a obtenção de amostras passíveis de datação por métodos absolutos, dada a necessidade de construir uma
cronologia inicial para a Ilha do Bananal. Ademais, faremos coletas de superfície sistemáticas nos sítios selecionados visando a análise e
caracterização artefatual da materialidade.
Não obstante, como um dos nossos objetivos é iniciar a formação arqueológica de pesquisadores Karajá conciliaremos essas estratégias com
oficinas didáticas visando o ensino de métodos e técnicas de campo (levantamento topográfico, montagem de grid, coleta de sedimento, desenho
de perfis estratigráficos, entre outros). É importante destacar que nossos interlocutores já expressaram o desejo de realizarmos escavação em
pelos menos dois sítios arqueológicos, Werè Butè e Tesè Mahadu, este último fora do Parque Indígena do Araguaia (Mendes, 2018).
O estudo dos artefatos cerâmicos será centrado na reconstituição dos processos técnicos (cadeia operatória) que vão desde a coleta das
matérias primas até o descarte dos artefatos, bem como potenciais usos e significados (Balfet, 1991; Lemonnier, 1983; 1986; 1992; 2001; Silva,
2000; 2008). Para tanto, faremos analises de atributos tecnológicos conforme proposto por Gaspar (2014) para o estudo da cerâmica da Terra
Indígena Kaiabi (MT/PA), e caso necessário, adaptando ao contexto da nossa pesquisa.
A cerâmica etnográfica Karajá foi descrita por etnógrafos (Ehrenreich, 1948; Lipkind, 1948) e alvo de inúmeros estudos (Campos, 2002; Castro
Faria, 1959; 1979; Simões, 1992: Whan, 2010; Wüst, 1975; 1981), sendo uma de suas tipologias artefatuais, as ritxòkò (bonecas Karajá),
registradas como patrimônio imaterial brasileiro (Iphan, 2011), o que derivou na continuidade das pesquisas sobre o artesanato cerâmico Karajá
(Resende, 2011; 2014; Silva & Lima Filho, 2012; Silva, 2014; 2015). Essa profusão de pesquisas gerou um amplo acervo de descrições e
análises sobre os processos de produção cerâmica daquele povo. Ao passo que ao longo de um século de contato etnográfico foram produzidas
diversas coleções etnográficas da cultura material Karajá espalhadas em museus de diversos países.
No MA/UFG dispomos de uma coleção etnográfica de mais de 300 peças (incluindo vasilhas cerâmicas utilitárias e cerimoniais e peças líticas)
que possibilitam uma comparação inicial com os conjuntos dos sítios arqueológicos. Cabe destacar que atualmente realizamos um estudo de
levantamento, análise e gestão compartilhada com os Karajá da coleção do MA/UFG e da coleção W. Lipkind Museu Nacional (UFRJ) que foi
objeto de um estudo anterior (Lima Filho, 2017). Todo o processo de documentação e pesquisa será inserido dentro da Plataforma Tainacan, um
software de código aberto para digitalização e gestão de acervos culturais desenvolvida em parceria pela UFG e Instituto Brasileiro de Museus
(Ibram).
Os resultados do levantamento da literatura, survey, escavação dos sítios, análise artefatual, documentação cartográfica e gestão de acervos
digitalizados possibilitarão produzimos junto aos professores Karajá materiais didáticos para as escolas das aldeias.
Por fim, será realizada uma exposição itinerante que circulará nas aldeias e nas cidades que margeiam o território Iny.
Resultados Esperados
Os resultados esperados são:

1.Mapear junto com Iny os sítios arqueológicos e lugares significativos da Ilha do Bananal;
2.Levantar e concatenar as narrativas míticas e históricas associadas aos sítios e lugares significativos;
3.Realizar escavações arqueológicas colaborativas com os Karajá nos sítios definidos por eles;
4.Realizar uma análise comparativa entre coleções cerâmicas etnográficas e arqueológicas;
5.Construir uma cronologia de ocupações pré-coloniais para a Ilha do Bananal;
6.Estabelecer o diálogo entre interpretações nativas e arqueológicas para ocupações pré-coloniais e históricas;
7.Realizar oficinas e cursos de introdução à arqueologia visando a formação dos pesquisadores e professores Iny;
8.Produzir em parceria com os pesquisadores e professores Iny material didático com o resultado da pesquisa para ser utilizado nas escolas
Karajá;
9.Realizar em colaboração com Iny uma exposição digital na plataforma Tainacan que percorrerá as Aldeias da Ilha do Bananal e o Museu
Antropológico/UFG.
Referências
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Lake City: University of Utah Press

Membros do Projeto
CPF Nome Categoria CH Dedicada Tipo de Participação
022.921.871-75 DIEGO TEIXEIRA MENDES DOCENTE 30 Coordenador
718.102.341-15 TATYANA BELTRAO DE OLIVEIRA SERVIDOR 2 Colaborador
006.177.101-55 RAFAEL LEMOS DE SOUZA SERVIDOR 2 Colaborador
234.315.201-20 MANUEL FERREIRA LIMA FILHO DOCENTE 2 Colaborador

2019
Atividades Jul Ago Set Out Nov Dez
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
2020
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
2021
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
2022
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
2023
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
2024
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
DISCIPLINAS
LEVANTAMENTO DA LITERATURA
CONSTRUÇÃO DA BASE DE DADOS SIG
ORGANIZAÇÃO COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
ANÁLISE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS
CAMPO 1 (SURVEY)
CAMPO 2 (SURVEY)
CAMPO 3 (ESCAVAÇÃO)
ANÁLISE DOS DADOS
PUBLICAÇÕES
Histórico do Projeto
Data Situação Usuário
06/04/2020 GRAVADO DIEGO TEIXEIRA MENDES / diegotmendes
06/04/2020 SUBMETIDO PRPI DIEGO TEIXEIRA MENDES / diegotmendes
17/04/2020 EM ANDAMENTO LARISSA SANTOS PEREIRA / larissasantos_bio

Relatório Emitido por: GABRIEL HENRIQUE DA COSTA PEIXOTO


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