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RESUMO
Este estudo tem o propósito de apresentar o mapeamento dos locais de ocorrência dos registros
fossilíferos no Estado da Paraíba. Foi feito um levantamento dos municípios paraibanos com
base em pesquisa bibliográfica e recorrendo a documentos primários encontrados em
instituições públicas, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba. Os dados coletados foram armazenados e
processados em um software de SIG – Sistema de Informação Geográfica - que possibilitou a
elaboração de mapas temáticos que localizam a distribuição dos registros fossilíferos por todo o
Estado. Dentre os municípios que apresentam em seu território sítios paleontológicos ou
registros bibliográficos sobre a descoberta de algum tipo fóssil, foi totalizado o número de 60. Os
registros paleontológicos identificados têm uma distribuição em todas as mesorregiões do
Estado, onde se destacam a megafauna pleistocênica e a mesorregião do agreste paraibano
com um total de 24 municípios com registros.
ABSTRACT
This study aims to present the mapping of the occurrence places of the fossil registers in the
state of Paraíba. A survey was carried out in the municipalities of Paraíba based on the
bibliographical research and recurring to primary documents found in public institutions, such as:
the Institute of the National Historical and Artistic Heritage and the Institute of the Historical and
Artistic Heritage of the state of Paraíba. The collected data were stored and processed in the
Geographic Information System (GIS software), that enabled the construction of theme
maps that locate the distribution of fossil records throughout the State. Among the municipalities
that present in their territories paleontological sites or bibliographical records about the discovery
of any type of fossil, the number of 60 was totalized. The identified paleontological records have a
distribution along all State mesoregions, where the Pleistocene megafauna and the State agreste
mesoregion are highlighted with a total of 24 municipalities with records.
INTRODUÇÃO
Na Paraíba, o patrimônio paleontológico é bem rico e diversificado; por esse motivo, foi
escolhida essa temática de estudos para enriquecer o conhecimento na área e aprimorar as
pesquisas para divulgação do que o Estado possui, levantando o interesse de futuras gerações
para a sua conservação.
Este artigo busca recorrer às fontes documentais produzidas sobre sítios paleontológicos
no Estado da Paraíba, visando mapear os municípios que apresentem potencial para o
desenvolvimento de pesquisas científicas nesta linha, bem como para o desenvolvimento do
geoturismo.
Nessa perspectiva, estudamos a distribuição espacial dos sítios paleontológicos da
Paraíba a partir de uma revisão bibliográfica, entendendo esses sítios como integrantes da
geodiversidade.
compartimentos do Estado. Além desses, incluem-se outros registros como fósseis de vegetais
(troncos de madeira, frutos), entre outros.
As informações mais antigas sobre a existência de uma área sedimentar com registros
fossilíferos na Paraíba datam de 1854, nas proximidades do município de Sousa, na bacia
sedimentar do Rio do Peixe e foram revelados por Jacques Brunnet, médico e naturalista
francês, que estava em viagem pelo interior nordestino. (CRANDALL, 1910 apud CARVALHO;
LEONARDI, 1992, p. 231). Segundo Azevedo (2012), o primeiro registro específico sobre as
pegadas fósseis, em 1920, é do geólogo Luciano Jacques de Moraes. Mas as pesquisas mais
bem desenvolvidas começaram na década de 70 e 80 e houve um aumento das descobertas,
pertencentes ao paleontólogo italiano Giuseppe Leonardi.
Além de Sousa, mais três municípios do Estado estão inseridos na bacia sedimentar,
sendo Aparecida, São João do Rio do Peixe e Uiraúna. Nestes municípios, segundo Silva (2010,
p. 76), revela-se a existência de 32 sítios paleontológicos com registros correspondentes às
pegadas (icnofósseis) (Figura 01) dos dinossauros que datam do período Cretáceo, cerca de 65
milhões de anos atrás.
A bacia do Rio do Peixe possui, ainda, um vasto registro de fósseis como palinomorfos,
fragmentos de plantas (pólens, esporos, algas, troncos fossilizados), ostracodes,
conchostráceos, escamas de peixes e ossos de crocodilomorfos e outros tipos de icnofósseis,
sendo eles, pistas e escavações produzidas por artrópodes e anelídeos. (LEONARDI &
CARVALHO, 2002 apud SILVA, 2010, p. 61).
As pegadas até hoje são alvo de muitas pesquisas que favoreceram a publicação de
inúmeros trabalhos científicos, e contribuíram para a divulgação do Estado no país e no mundo.
A área com maior relevância designada pelos pesquisadores para a preservação imediata está
localizada no município de Sousa, sendo nela proibida qualquer tipo de atividade no local por
conta da criação da Unidade de Conservação de Proteção Integral. A área é conhecida como
Passagem das Pedras, possuindo uma extensão de 40 hectares.
A área foi tombada, em 2004, como patrimônio natural e nela criada, logo depois, o
Monumento Vale dos Dinossauros que foi reconhecido como sítio paleontológico de valor
inestimável e turístico do Estado. Recentemente, o Monumento Vale dos Dinossauros passou
por uma reforma (Figura 02), cujo projeto teve o financiamento do Governo do Estado e da
Petrobras, visando à melhoria na sua infraestrutura e o incremento do fluxo de turistas ao
Estado.
Em março de 2014, uma descoberta foi noticiada nas redes sociais e comentada por
pesquisadores sobre o primeiro fóssil encontrado de dinossauro no município de Sousa. O fóssil
estava cravado na rocha sedimentar e, de acordo com os pesquisadores, no local, antigamente,
era encontrado um lago e poderá ter aprisionado mais exemplares fósseis. O fóssil foi
encontrado dentro de uma propriedade privada que fica a 12 km de Sousa. (WSCOM Online,
2014). O fóssil tem datação de aproximadamente 120 milhões de anos. (BOM DIA PB, 2014).
Os estudos sobre a megafauna pleistocênica são consolidados desde os achados de
Charles Darwin no Uruguai e na Argentina. Esses achados atraíram a atenção de muitos
pesquisadores sobre essa fauna inusitada e extinta e consolidaram, cada vez mais como ciência,
a Paleontologia. (CARTELLE, 1994 apud XAVIER, 2012, p. 14).
icnofósseis de nervuras de raízes, que ainda hoje crescem na região. (MOURA et al, 2008).
Também foram registradas algumas espécies de macrofósseis em áreas da bacia.
Ressalta-se que para proteger os elementos geológicos que os fósseis representam são
necessárias ações de geoconservação.
METODOLOGIA
RESULTADOS
No primeiro levantamento feito por Lima et al (2012), foram localizados trinta e dois
munícipios que apresentam em seu território sítios paleontológicos ou a descoberta de algum
registro fóssil. Nesse presente momento do estudo, foram localizados mais vinte e oito registros,
Figura 04 - Mapa da localização dos municípios com ocorrência fossilífera no Estado da Paraíba
A Figura 04, mapa da localização dos municípios com ocorrência fossilífera na Paraíba,
mostra as diversas mesorregiões do Estado que possuem registros fossilíferos.
Para melhor visualização desse mapa (Figura 04) e identificação dos tipos de registros
encontrados em cada mesorregião do Estado e distribuídos por município, construíram-se os
mapas de ocorrência fossilífera por mesorregião (Figuras 05 a 08).
O mapa das ocorrências na mesorregião Mata Paraibana (Figura 05) mostra registros
fossilíferos em 6 municípios, os quais são: João Pessoa, Conde, Lucena, Alhandra, Jacaraú e
Mamanguape. Os tipos de registros são: amonita gigante, invertebrados, pterossauro,
mosassauro, vegetais, mastodonte e megafauna não identificada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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