Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MATERIAL E MÉTODOS
A escolha do tema para este estudo se deu pelo interesse dos autores nos
desdobramentos de conservação relacionado a vasta diversidade de elementos abióticos
existentes no país. Visto que é um assunto de grande importância, é interessante que os seus
conceitos sejam apresentados e suas questões desenvolvidas e discutidas.
A elaboração do presente artigo foi pautada por levantamentos bibliográficos, na
literatura científica, por meio de artigos, dissertação e livro, com escopo de aprofundar o
prévio conhecimento dos autores, adquirido ao longo da graduação, a cerca dos conceitos
debatidos neste trabalho, o que foi essencial para o ideal desenvolvimento e discussão aqui
estabelecidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O verbete “Patrimônio”, embora bastante generalista, pode ser definido como valor ou
bem material ou cultural de determinado indivíduo ou sociedade. Desse modo, podemos
definir patrimônio geológico como um bem natural em que se pese sua historicidade
geológica.
Ao discutir os componentes que integram o patrimônio geológico Nascimento et al.
(2013) expõem que:
“Integra o patrimônio natural, o patrimônio geológico, que é
constituído pelos geossítios (sítios geológicos ou locais de interesse
geológico) que registram a memória da história da terra, num período
que alcança milhares, milhões e até bilhões de anos e que incluem (i)
afloramentos de rochas; (ii) minerais; (iii) fósseis; (iv) conjuntos de
9º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (10 a 12 de novembro 2020)
ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais
Para isso, optamos por destacar quatro, dentre várias possíveis, presentes em âmbito nacional,
que apresentam importância cultural, histórica, geológica, científica e turística, além da beleza
singular que cada uma delas apresenta. São elas:
Sete Cidades, PI
Figura 3. Parque Estadual de Vila Velha. Fonte: Viagem e Turismo. Disponível em:
https://viagemeturismo.abril.com.br/atracao/parque-estadual-de-vila-velha/
O Parque Estadual de Vila Velha, situado no município de Ponta Grossa, foi o
primeiro parque estadual do estado do Paraná. “Vila Velha é a denominação de um notável
agrupamento de esculturas naturais em arenitos carboníferos da Bacia do Paraná” (Melo
2002).
Com suas belezas paisagísticas e geoformas únicas “[...]as feições de relevo em Vila
Velha são resultantes da prolongada erosão de arenitos pela ação conjunta principalmente da
água das chuvas, da radiação solar e dos organismos, os quais modelaram as rochas por meio
da ação combinada de dissolução e erosão mecânica[...]” (Letenski et al. 2009).
Melo (2002) discutiu que “o início da elaboração das esculturas ruiniformes remonta,
no máximo, ao Plioceno (cerca de quatro milhões de anos). Os processos erosivos, desde
então, vêm expondo e entalhando os arenitos continuamente.”
“O Parque Estadual de Vila Velha apresenta um Patrimônio Geológico único como as
Furnas, poços de desabamento escavados naturalmente em grandes profundidades no arenito,
exibindo o lençol freático e o relevo ruiniforme esculpido em arenitos avermelhados
identificados somente na região de Vila Velha.” (Letenski et al. 2009).
9º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (10 a 12 de novembro 2020)
ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais
“O Morro do Pai Inácio, considerado por muitos como o marco referencial da Chapada
Diamantina, constitui um testemunho erosivo com 1.120 metros de altitude e uma altura de
140 metros, preservado ao longo no flanco ocidental do Anticlinal do Pai Inácio. Ele está
situado no município de Palmeiras que faz parte da Chapada Diamantina Central” (Pedreira &
Bomfim 1999).
“Na borda leste, entre Lençóis e Morro do Chapéu, predomina um dobramento mais
aberto, com sinclinais e anticlinais de larga amplitude, que favorece a formação de platôs e
morros tabulares (mesas), tais como o morro de Pai Inácio” (Giudice & Souza 2010).
Segundo Pedreira & Bomfim (1999) “As litologias predominantes são arenitos finos,
siltitos e argilitos do Grupo Paraguaçu, encimados por arenitos, conglomerados arenitos e
pelitos do Grupo Chapada Diamantina, representado no Morro do Pai Inácio, pela Formação
Tombador.” De acordo com os mesmos autores, o nome 'Morro do Pai Inácio' é explicado por
uma lenda muito comum naquela região, trata-se de “um escravo homônimo que namorava
escondido a filha de seu senhor, proprietário de grandes garimpos de diamante. Este,
descobrindo o feito do escravo, colocou vários capangas a sua procura. Em fuga, Pai Inácio
procurou guarida no topo do morro, e sem Ter escapatória, saltou empunhando o seu guarda-
chuva. Conta-se que, após o salto, muitos conseguiram vê-lo correndo no vale próximo, para
nunca mais ser encontrado.”
9º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (10 a 12 de novembro 2020)
ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais
Devido a importância científica e atrativo turístico Pedreira & Bomfim (1999) afirmam
que “A paisagem representada pelos morros, a estrutura geológica e as espécies vegetais que
medram na região, constituem um sistema único para estudos multidisciplinares.“
Considerações Finais
Este trabalho possibilitou discutir e analisar áreas que se enquadram na categoria de
patrimônio geológico e como o conceito de geodiversidade e também o geopatrimônio e os
geossítios são importantes no cotidiano dos seres vivos, de modo geral. Com base nas
pesquisas realizadas pelo grupo, concluiu-se que, a gestão ambiental deve manter diálogo
constante com os conceitos de geodiversidade, geossítio e geopatrimônio para garantir que o
impacto causado por ações antrópicas, como o turismo, se torne o mínimo possível.
E considerando os fatores anteriormente mencionados, é válido salientar a cerca da
necessidade difundir essa discussão para a população, no sentido de conscientizar e ampliar a
ideia de conservação na relação do homem para com o meio ambiente. Pode ser afirmar que,
elaborar estratégias de geoconservação é de fundamental importância para a conservação do
ambiente como um todo.
Referências Bibliográficas:
Brilha J (2005) Património Geológico e Geoconservação: A Conservação da Natureza na sua
Vertente Geológica. Braga: Palimage Editores. 190 p.
CPRM. http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/10169. Acessado em: 10 de setembro de
2020.
Chaves MLSC, Andrade KW, Benitez L (2012) Pico do Itambé, Serra do Espinhaço, MG -
Imponente relevo residual na superfície de erosão Gondwana. Sítios Geológicos e
Paleontológicos do Brasil. 1: 12 Disponível em: http://sigep.cprm.gov.br/sitio057/sitio057.pdf
Acessado em 30 de agosto de 2020.
Dantas ME, Armesto RCG, Silva CR, Shinzato E (2015) Geodiversidade e análise da
paisagem: uma abordagem teórico-metodológica. Terræ Didatica, 04: 13 Disponível em:
https://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v11_1/PDF11-1/111-1-85%20.pdf Acessado em
15 de agosto de 2020.
Letenski R, Guimarães GB, Piekarz GF, Melo MS (2009) Geoturismo No Parque Estadual De
Vila Velha: Nas Trilhas Da Dissolução. Pesquisas em Turismo e Paisagens Cársticas 5: 15
Disponível em: https://ead.uepg.br/geocultura/200001024-
c54d0c6428/Letenski%20et%20al%202009%20nas%20trilhas%20da%20dissolu%C3%A7%
C3%A3o.pdf Acessado em 12 de setembro de 2020.
Pedreira AJ, Bomfim LFC (1999) Morro do Pai Inácio, Bahia. Sítios Geológicos e
Paleontológicos do Brasil 307: 312. Disponível em:
http://sigep.cprm.gov.br/sitio072/sitio072.htm Acessado em 20 de agosto de 2020.