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SUSTENTABILIDADE

Conceito articulador de saberes e práticas

MAXWELL LUIZ DA PONTE


ELIZA CARMINATTI WENCESLAU
(Organizadores)
Maxwell Luiz da Ponte
Eliza Carminatti Wenceslau
(Organizadores)

SUSTENTABILIDADE – conceito articulador


de saberes e práticas

ISBN: 978-65-994536-4-9

Editora: Reconecta Soluções Educacionais


São José do Rio Preto – SP
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sustentabilidade [livro eletrônico] : conceito articulador de saberes


e práticas/ Maxwell Luiz da Ponte, Eliza Carminatti Wenceslau. --
São José do Rio Preto, SP : Reconecta - Soluções Educacionais,
2022.
PDF

Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-994536-4-9

1. Desenvolvimento sustentável 2. Educação ambiental 3.


Interdisciplinaridade na educação 4. Meio ambiente -
Conservação 5. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
6. Sustentabilidade ambiental 7. Sustentabilidade econômica I.
Ponte, Maxwell Luiz da. II. Wenceslau, Eliza Carminatti.

22-115889 CDD-304.2
Índices para catálogo sistemático:
1. Sustentabilidade ambiental 304.2

Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

Editoração: Maxwell Luiz da Ponte, Eliza Carminatti Wenceslau


Arte Gráfica: Maxwell Luiz da Ponte
Arte da capa: Maxwell Luiz da Ponte
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João Paulo Soares-silva, Prof. Dr. Maxwell Luiz Da Ponte, Profa. Dra. Monica Abrantes Galindo, Prof. Dr. Suédio
Alves Meira, Profa. Dra. Thaís De Oliveira Guimarães

Os textos divulgados são de inteira responsabilidades de seus autores, nos termos do edital de trabalhos do
congresso, disponíveis na página da Editora.
Capítulo 32
ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO EM ESTÂNCIAS
HIDROMINERAIS: DIAGNÓSTICO, CONSERVAÇÃO E PROMOÇÃO
DO PATRIMÔNIO HIDROGEOLÓGICO
Maxwell Luiz da Ponte

RESUMO: Os elementos naturais e culturais associados a águas subterrâneas e ao seu


contexto geológico são expostos a diversas pressões e riscos impostos à disponibilidade
e qualidade hídrica. Ao longo da história, as águas subterrâneas foram entendidas,
prioritariamente, como recursos e reservas hídricas, com progressivo aumento da
demanda de uso para abastecimento urbano, agropecuária e indústria. Apesar de parcas
as iniciativas, as águas subterrâneas podem ser associadas com outras funções, como
lazer, recreação, saúde e bem-estar. A ocorrência de anomalias hidrogeoquímicas, em
especial, confere às águas subterrâneas valores econômico, turístico e educativo. No
Brasil, as cidades em que tais recursos servem ao uso terapêutico e envase são
denominadas de Estâncias Hidrominerais. Não obstante a relevância do patrimônio
hidrogeológico para a economia e o desenvolvimento desses municípios, nota-se que a
população local carece de conhecimento acerca da origem, significado, importância e
vulnerabilidade desses recursos. Nesse contexto, discute-se estratégias de
geoconservação que podem ser desenvolvidas nessas localidades, favorecendo a
geoconservação, consoante o diagnóstico, a conservação e a promoção do patrimônio
hidrogeológico.

Palavras-chave: Geodiversidade. Recursos hídricos. Patrimônio Hidrogeológico.

M. L. Ponte ( ). Doutor em Ciências. Universidade Estadual de Campinas – Programa de Pós-Graduação


em Ensino e História de Ciências da Terra. Campinas, SP, Brasil.

© Este trabalho integra a obra: E. C. Wenceslau & M. L. Ponte (eds.). Sustentabilidade - conceito
articulador de saberes e práticas. São José do Rio Preto, SP: Reconecta Soluções, 2022.

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Estratégias de geoconservação em Estâncias Hidrominerais

INTRODUÇÃO
Os elementos naturais e culturais associados a águas subterrâneas e ao seu contexto
geológico são expostos a diversas pressões e riscos impostos à disponibilidade e
qualidade hídrica (SCHIRMER; LESCHIK; MUSOLFF, 2013). A ocorrência de
anomalias hidrogeoquímicas confere características composicionais diferenciadas às
águas subterrâneas, resultando em particularidades com valores histórico, sociocultural,
econômico, ambiental, geológico, turístico, paisagístico, educativo, dentre outros
(LOPEZ; GIL; NAVARRO, 1997; RODRÍGUES-ESTRELLA, 1999, 2001,
MARTINEZ; MORENO, 2010; SIMIC; LJILIANA; SRDAN, 2010; YUCEER et al.,
2021).
Fenômenos naturais relacionados a tais sistemas aquíferos, como por exemplo
fontes termais, jorrantes e as anomalias hidrogeoquímicas, estão entre os “maiores
patrimônios naturais da geodiversidade mundial”, e as águas subterrâneas são utilizadas,
ainda, para abastecimento público, atividades econômicas como envase de água mineral,
turismo, hidroterapia, farmacologia, dentre outros (LAZZERINI, 2005; 2013). As
atividades econômicas, de explotação da água subterrânea, podem ser acompanhadas por
atividades de destacado valores educacional e científico, associados com a apresentação
e explanação de fenômenos e problemáticas do contexto geológico, geofísico,
biogeoquímico que resultam nas águas minerais e suas propriedades (LANGER, 2020).
No Brasil, o Código de Águas Minerais estabelece como Estâncias Hidrominerais
as localidades onde as águas subterrâneas são utilizadas com fins terapêuticos, para
explotação e envase, integrando elementos edificados e culturais tais como fontanários,
balneários, termas, hoteis, praças e parques. Sabe-se que as Estâncias Hidrominerais no
Brasil tiveram seu apogeu econômico na década de 40, considerada a época dos “anos
dourados do turismo brasileiro”, na qual os recursos naturais utilizados à fins terapêuticos
foram associados à jogos, espetáculos e luxos para a elite nacional (PAIXÃO, 2007).
Em 1946, com a proibição de jogos no Brasil (BRASIL, 1946) tais localidades
passaram a depender somente dos usos terapêuticos dos bens naturais, e entraram em
declínio do potencial turístico (HAMMLER; SILVEIRA; BENTTI, 2015; SOLHA et al.,
2010; PAIXÃO, 2007). Desde então, a identidade e as atividades econômicas das
Estâncias Hidrominerais deixaram de ser predominantemente turísticas e de lazer, e
passaram a ser majoritamente exploratória e mercadológica, voltada à indústria dos
recursos hídricos subterrâneos (COSTA; MENDONÇA; MAGNO, 2019; SOUZA;
ALCÂNTARA, 2019), alijando a população local de seu uso recreativo e de saúde, e
consequentemente, comprometendo a percepção do significado patrimonial
(WENCESLAU, PONTE; PIRANHA, 2018). Atualmente, identifica-se nos territórios
das Estâncias Hidrominerais significados diferentes relacionados às águas subterrâneas:
água como saúde, água como direito e água como recursos econômico (COSTA;
MENDONÇA; MAGNO, 2019). Nesse contexto, buscou-se, neste estudo, discutir a
importância de estratégias de geoconservação para o patrimônio hidrogeológico de
Estâncias Hidrominerais.

GEODIVERSIDADE, PATRIMÔNIO GEOLÓGICO E GEOCONSERVAÇÃO

A Geodiversidade é considerada como o substrato físico e natural para a diversidade da


vida (BRILHA, 2015; 2016), podendo ser definida como a diversidade natural de feições
geológicas (rochas, minerais, fósseis), geomorfológicas (processos da paisagem e
físicos), hidrológicas e os solos, incluindo os conjuntos, as estruturas, os sistemas, as
contribuições para a paisagem (GRAY, 2018a; 2018b). Além disso, a geodiversidade
integra o conjunto de materiais geológicos extraídos da natureza (geodiversidade ex situ)

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Ponte

e que são utilizados como matéria prima para as construções humanas (BRILHA, 2015;
2016; BRILHA et al., 2018; PONCIANO et al., 2011).
A geodiversidade pode ser caracterizada quantitativa e qualitativamente
(BRILHA et al., 2018), por seus valores intrínseco, científicos, educativos, turísticos
(CROFTS et al., 2020) ou por seus serviços ecossistêmicos, conforme cinco funções:
regulação, provisão, suporte, culturais e de conhecimento. Essas funções abarcam vinte e
cinco serviços distintos (GRAY, 2008). Os estudos de elementos e sítios de
geodiversidade, integrando estudos geológicos técnicos e específicos, têm revelado
valores e serviços sistêmicos de elementos da diversidade geológica, caracterizando-os,
em decorrência, como patrimônio geológico, geossítios, sítios da geodiversidade ou
elementos da geodiversidade (BRILHA, 2016). As classificações de elementos da
geodiversidade têm destacada importância para a definição de prioridades nas estratégias
de geoconservação (BRILHA, 2015; BRILHA et al., 2018; GARCIA et al., 2018, 2019;
GRAY, 2018b).
Considerando a importância dos estudos da Geodiversidade para o
desenvolvimento sustentável (HENRIQUES et al., 2011; PROSSER, 2013), a
Geoconservação emergiu como uma ciência no ramo das Ciências da Terra
(HENRIQUES et al., 2011) e pode ser definida como o conjunto de ações que visam
conservar e promover o cuidado com a Geodiversidade, incluindo identificação,
avaliação, proteção, gestão, promoção e interpretação (PROSSER, 2013). Assim, o
principal objetivo da geoconservação pode ser entendido como sendo o de conservar a
diversidade geológica.
Atualmente, a geoconservação possui um amplo portfólio de ações em diferentes
escalas e mediadas por diferentes órgãos e atores (CRISP, ELLISON, FICHER, 2020;
PROSSER, 2013). Segundo Garcia et al. (2022), as estratégias em geoconservação
possuem três etapas essenciais, sendo elas:

1. Diagnóstico: envolve pesquisas científicas relacionadas à produção de


conhecimento sobre a geodiversidade, por meio de inventários, avaliações,
caracterização e indicações de proteção e uso;

2. Conservação: envolve aspectos relacionados a políticas públicas e legislação


ambiental, voltadas à proteção legal, conservação e monitoramento da
geodiversidade;

3. Promoção: envolve estratégias de comunicação, educação, cultura e turismo,


que resultem na valorização, interpretação e disseminação da geodiversidade.

À luz desse referencial teórico, discute-se aspectos relacionados às estratégias de


geoconservação relacionados ao patrimônio hidrogeológico, com enfoque nas Estâncias
Hidrominerais.

DIAGNÓSTICO

Existem diversos apontamentos relacionados ao diagnóstico do patrimônio


hidrogeológico, como mostra-se a seguir. A partir de diversos estudos (LOPEZ; GIL;
NAVARRO, 1997; RODRÍGUES-ESTRELLA, 1999, 2001, MARTINES; MORENO,
2010; SIMIC; LJILIANA; SRDAN, 2010) pode-se entender que o patrimônio
hidrogeológico abarca o conjunto de geossítios associados às águas subterrâneas, sejam
naturais (como nascentes e anomalias hidrogeoquímicas relacionadas à composição da

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Estratégias de geoconservação em Estâncias Hidrominerais

água ou termalismo) ou construídos/culturais (fontanários, balneários, hidroterapia,


turismo, crenças e mitos).
O patrimônio hidrogeológico foi apontado por Lopez, Gil, Navarro (1997) como
um dos mais importantes e vulneráveis patrimônios naturais, com numerosos valores,
como: mineromedicial, lúdico, de lazer, de contemplação, intrínseco e histórico
(constituindo o agente terapêutico natural mais utilizado desde a antiguidade, seja de
modo preventivo ou curativo). Segundo Rodríguez-Estrella (1999, 2001), o patrimônio
hidrogeológico é constituído por sítios relacionados às águas subterrâneas, que possuem
certa singularidade, ao menos a nível regional, do ponto de vista científico, cultural,
histórico, educativo, paisagístico ou recreativo.
Por sua vez, Simic, Ljiljana e Srdan (2010) apontam o patrimônio hidrogeológico
como parte do patrimônio hidrológico, destacando seus valores ecológico, científico,
educacional, sociocultural, estético e intrínseco, com significado imensurável como um
recurso indispensável à espécie humana.
Assim, constituem o patrimônio hidrogeológico:

• as anomalias hidrominerais (como presença de elementos traços,


ocorrência de termalismo na fonte) que possibilitam compreender o fenômeno da
estrutura geológica que os originam;
• a evolução histórica, social e econômica dos municípios, relacionando o
desenvolvimento local com a ocorrência de elementos da hidrogeologia;
• usos das águas para fins medicinais/terapêuticos (consumo direto nos
fontanários, banhos de imersão e termais).

Apesar das Estâncias Hidrominerais estarem diretamente relacionadas ao


patrimônio hidrogeológico, conforme preconiza o Código das Águas, não foram
identificadas na literatura iniciativas de catalogação e inventários do patrimônio
hidrogeológico. Segundo Martinez e Moreno (2005) destacam, trata-se de um elemento
da geodiversidade com extrema fragilidade e que pode ser rapidamente deteriorado pelas
ações antrópicas, de modo que sua conservação depende da catalogação e a definição de
medidas de proteção.

Conservação

O Código de Águas Minerais do Brasil, em seu artigo 1º, determina que as Águas
minerais são” aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente
captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas
distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação
medicamentosa” (BRASIL, 1945). Devido às particularidades de suas águas, Estâncias
Hidrominerais apresentam potencial econômico associado aos seus usos, mas também
riscos relacionados à degradação dos recursos hídricos, seja quantitativa ou
qualitativamente, o que torna necessária a formulação de estratégias que fomentem sua
preservação e o uso sustentável desse patrimônio natural (LAZZERINI, 2005; PONTE;
PIRANHA, 2018). Segundo Simic et al. (2012), os principais problemas relacionados à
proteção do patrimônio hidrológico são:

• Atitudes individuais e coletivas inadequadas relacionadas as águas, que


resultam da falta de conhecimento de suas características, valor e importância.
Segundo o autor esse é o problema mais básico e comum e a educação é a solução
mais clara e direta para este problema, aliada à arranjos legais.

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• A necessidade permanente de uso da água como recursos, mas sem


critérios e leis adequadas para aliar utilização e conservação;
• A falta de entendimento do valor da água e sua importância para o
equilíbrio do sistema natural, e, especialmente, falta de compreensão da
interdependência no ciclo hidrológico: protege-se águas superficiais, mas quedas
d’águas e fontes não possuem proteção considerável;
• A falta de conhecimento específico, profissionais especialistas, estudos
para inventariar e promover o patrimônio hidrológico.

Estudos relacionados à estrutura legal e política em que se baseiam as Estâncias


Hidrominerais Brasileiras destacam a vulnerabilidade do patrimônio material e imaterial
dessas comunidades, relacionados às águas subterrâneas, frente ao modelo de gestão e do
contexto de crescimento do mercado de águas engarrafadas (ALENCAR, 2020; COSTA,
MENDONÇA, MAGNO, 2019; FEICHAS, 2019; NINIS; DRUMMOND, 2008;
SOUZA; ALCÂNTARA, 2019). O uso das águas minerais nas Estâncias prioriza o
modelo exploratório e utilitarista, fragilizando o uso da água subterrânea para consumo
direto, engarrafamento e balneoterapia (NINIS; DRUMMOND, 2008).
Cabe considerar a situação precária em que se encontram a maior parte das
Estâncias Hidrominerais na atualidade, evidenciando a estagnação do turismo, o
sucateamento das estruturas dos balneários (SILVA; PERINOTO, 2007; SOLHA et al.,
2010), e, até mesmo, o colapso da exploração, com episódios de restrição hídrica (NINIS;
DRUMMOND, 2008; VARNIER, ODA, IRITANI, 2006;). O modelo de gestão de
recursos hídricos adotados, nomeadamente ao título de Estância Hidromineral, prioriza a
exploração plena dos aquíferos (NINIS; DRUMMOND, 2008), indicando que as
prioridades gestoras ainda não agregam a conservação do patrimônio natural. Um estudo
da estrutura legal e política em que se baseiam as estâncias hidrominerais brasileiras,
realizado por Ninis e Drummond (2008, p. 149), destaca a vulnerabilidade do patrimônio
material e imaterial dessas comunidades frente ao modelo de gestão e do contexto de
crescimento do mercado de águas engarrafadas. Segundo os autores, a extração de águas
minerais parte de princípios “estritamente produtivista da autarquia responsável pela sua
gestão, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)”:
Esse modelo minerário de gestão fragiliza a água subterrânea utilizada para
consumo direto, engarrafamento e balneoterapia, pois não leva em
consideração que ela é parte de um sistema hidrológico natural, amparado e
protegido pela legislação ambiental, de modo geral, e pela legislação sobre
água, de modo específico (NINIS; DRUMMOND, 2008, p. 154).

Dessa maneira, os preceitos legais das Estâncias Hidrominerais (BRASIL, 1945)


tornam-se um entrave à proteção do patrimônio natural mais relevante dessas estâncias,
o hidrogeológico. Ninis e Drummmond (2008, p. 14) apontam que “os seus recursos
hídricos estão sujeitos à exploração em escalas e com métodos não-condizentes com os
preceitos da sustentabilidade, o que implica em prejuízos para a estabilidade
comunitária”. Ainda segundo os autores, há outras possibilidades legais para a proteção
do patrimônio, de maneira que tais localidades poderiam ser enquadradas no Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (BRASIL, 2000), como uma categoria das
unidades do grupo de uso sustentável.
Em consonância, Feichas (2019), destaca a urgência da proteção da água como
elemento mantenedor da vida, economia, cultura, saúde e desenvolvimento social nas

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Estratégias de geoconservação em Estâncias Hidrominerais

Estâncias Hidrominerais, com vistas a garantir sua disponibilidade e qualidade para


próximas gerações, conforme preconiza a Constituição Federal do Brasil.

Promoção

Devido ao contexto socioambiental, as Estâncias Hidrominerais estão fortemente


vinculadas ao patrimônio hidrogeológico, histórica, cultural e socialmente. Nesse sentido,
o patrimônio dessas localidades – águas subterrâneas, anomalias hidrogeoquímicas,
termalismo, balneários, cachoeiras, nascentes, dentre outros – as tornam “locais
privilegiados de aprendizagem de geologia com integração de Ciência, Tecnologia e
Sociedade” (RODRIGUES; CANILHO; CARVALHO, 2011, p. 5).
Apesar disso, o termalismo e anomalias hidrogeoquímicas suscitam dúvidas e
revelam incompreensões junto às populações que vivem nestes locais ou que os visitam,
alimentando mitos e superstições (QUINTELA, 2004; LAZZERINI, 2013;
WENCESLAU; PONTE; PIRANHA, 2018) em detrimento da valorização e conservação
desse patrimônio natural. Em razão da carência de conhecimentos geocientíficos, as
comunidades locais e os turistas que visitam as Estâncias Hidrominerais comumente
associam as propriedades físico-químicas da água, e as características organolépticas
decorrentes, a questões “simbólicas” e “místicas” (LAZZERINI; BONOTTO, 2014).
Segundo Simić et al. (2010; 2012) atitudes individuais e coletivas inadequadas,
relacionadas às águas e que resultam da falta de conhecimento de suas características,
valor e importância, obstam a conservação e a sustentabilidade do patrimônio hidrológico
e, por consequente, das comunidades. Diversos autores apontam que o conhecimento
sobre os recursos hídricos se tornou uma urgência sociopolítica, com vistas à sua
sustentabilidade (REINFRIED; TEMPELMANN; AESCHBACHER, 2012;
UNTERBRUNER; HILBERG; SCHIFFL, 2016). Destaca-se a importância de ações
educativas permanentes, de modo a garantir o uso consciente dos recursos hídricos
subterrâneos, e evidencia-se ainda uma forte demanda por experiências didáticas e
práticas de ensino, desenvolvidas especificamente para conscientização em relação à
importância desses (GRAMINHA et al., 2009; UHLENBROOK; JONG, 2012;
GALDIANO et al., 2016; CARDOZO et al., 2017).
Nesse sentido, Ponte e Piranha (2018) apontam que as diretrizes para avançar no
sentido da geoconservação nas Estâncias Hidrominerais passa pela educação em Ciências
da Terra: na educação básica, na formação de professores, na formação de gestores
públicos e na divulgação científica junto à população em geral. Sabe-se que os
conhecimentos geocientíficos, na medida em que possibilitam a compreensão da
Geodiversidade, promovem seu reconhecimento, tornam-se imprescindíveis para a sua
conservação (PIRANHA; DEL LAMA; BACCI, 2011) e para o desenvolvimento
sustentável, podendo dirimir ou prevenir os impactos relacionados ao uso dos recursos
naturais (REBELO et al., 2015).
Em associado, destaca-se a importância da formação continuada de gestores e
educadores locais, que possibilite o estudo da Hidrogeologia, desde a introdução aos
conceitos básicos até questões mais específicas vinculadas ao exercício desses
profissionais. Segundo o Programa Nacional de Águas Subterrâneas do Governo Federal
(BRASIL, 2018, n.p.),
É notória a necessidade de capacitação em águas subterrâneas, porque as
informações, os cursos e os trabalhos na área de hidrogeologia são esparsos. A
sociedade pouco conhece e discute o assunto e são raras as iniciativas para a
mobilização e educação ambiental que incorporem o tema. No que se refere à
gestão das águas subterrâneas as dificuldades e a falta de integração são ainda
maiores, havendo a necessidade de envidar esforços no sentido de promover a

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inserção da temática nas ações e atividades relacionadas à Gestão Integrada de


Recursos Hídricos (GIRH).

Segundo Silva (2008, p. 175) “os subsídios geológicos são, portanto, estratégicos
e indissociáveis do planejamento e gestão ambiental do turismo, principalmente em
estâncias”. Neste sentido, no caso dos gestores, considera-se de extrema importância que
as formações apresentem a eles aspectos legais e administrativos relacionados aos
recursos hídricos subterrâneos, à proteção e conservação da natureza e à formulação de
políticas públicas efetivas para a divulgação e conservação do patrimônio local, no caso
dos gestores. Estes conceitos poderão mobilizar os gestores no questionamento dos
impactos causado pelo modelo de gestão “exploratório” vigente (PONTE; PIRANHA,
2018).
Além disso, considerando tratar-se de uma modalidade de Estância Turística,
destaca-se a importância da divulgação geocientífica junto as comunidades locais e aos
turistas. Sobretudo, devido ao fato de que esta divulgação pode dirimir as
incompreensões, que subsidiam as crenças “místicas”, como de “curas milagrosas”,
associadas ao uso e consumo das águas subterrâneas. Além disso, deverá promover a
valorização do patrimônio, destacando suas particularidades associadas aos usos
terapêuticos, farmacológicos e estéticos da água. Assim, deve-se abordar conceitos
importantes como “termalismo” e “balneoterapia”, buscando divulgar evidenciais
científicas que indiquem contributos das anomalias hidrogeoquímicas, tais como
temperatura, pH, radioatividade, presença e concentração dos minerais, entre outras
(PONTE; PIRANHA, 2018).

Geoturismo

As Estâncias Hidrominerais apresentam-se em momento de crítica saturação da


atratividade turística (GESICKI. SINDICO, 2013; SILVA; PERINOTTO, 2007).
Segundo Gesicki e Sindico (2013, p. 75-76):
O segmento da água mineral no Brasil há muitas décadas deixou de ser
destinado ao uso terapêutico [...] Mesmo no caso dos balneários, perdeu-se o
foco no uso medicamentoso das águas minerais e termais, que migrou para o
que se conhece hoje por termalismo recreativo, ou simplesmente, turismo de
lazer. [...] Ao mesmo tempo em que foi perdido o elo entre o segmento de água
mineral e a Medicina, o setor testemunhou uma mudança radical de foco,
quando a produção de água mineral engarrafada aumentou significativamente,
superando em importância os balneários.

Além disso, Ninis e Drummond (2008, p. 164) consideram que estas áreas estão
desprotegidas e apontam a necessidade de “disseminar a concepção do acesso à água
mineral como um direito fundamental das populações que vivem da exploração
sustentável desse recurso, em associação com uma outra concepção: a das águas minerais
como um patrimônio da humanidade”.
Neste contexto, o advento do geoturismo pode apresentar novos produtos de
interesse turístico e contribuir para o desenvolvimento sustentável destas localidades, em
atenção à conservação do patrimônio geológico (SILVA; PERINOTTO, 2007). O
“geoturismo” refere-se às atividades turísticas com enfoque e diretamente relacionadas à
visitação e interpretação da Geodiversidade, natural, construída ou musealizada –, é
considerado uma forma relativamente nova de turismo (HOSE et al., 2011). Apesar de
não existir um consenso entre estudiosos se o geoturismo é um segmento turístico (SILVA
et al., 2021), atualmente no Brasil, propõe-se que o geoturismo seja considerado como

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Estratégias de geoconservação em Estâncias Hidrominerais

um novo segmento que que objetiva a visitação e interpretação de locais com recursos
geológicos e correlacionados que, somados aos aspectos sociais, culturais e históricos das
destinações, se configuram como atrativos turísticos, e que visa a valorização de
patrimônios natural e cultural, por meio de visita e interpretação de atrativos abióticos
(SILVA et al., op. cit).
No âmbito do desenvolvimento socioeconômico, o geoturismo por promover a
diversificação dos atrativos turísticos (SILVA et al., 2021). A diversificação e
refuncionalização do turismo são importantes para reverter o cenário de fragilidade social,
econômica e ambiental de muitas comunidades que se projetam turísticas, sobretudo
observada nos pequenos municípios brasileiros (ALVES; ENDLICH, 2017). Segundo
Pereira, Cunha e Theodoro (2016, p. 304) “o desenvolvimento do geoturismo [...] é uma
maneira dinâmica de divulgar este geopatrimônio a um maior número possível de
pessoas, sejam turistas ou não, visando sua geoconservação”.
Nesse sentido, o patrimônio das Estâncias Hidrominerais – águas subterrâneas,
anomalias hidrogeoquímicas, termalismo, balneários, cachoeiras, nascentes, dentre
outros – as tornam “locais privilegiados de aprendizagem de geologia com integração de
Ciência, Tecnologia e Sociedade” (RODRIGUES; CANILHO; CARVALHO, 2011, p.
5). Ademais, o geoturismo, ao promover o reconhecimento do patrimônio hidrogeológico,
poderá fortalecer as inciativas de uso terapêutico das águas subterrâneas nas Estâncias
Hidrominerais, preconizadas no âmbito do Programa Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares. Tais práticas ainda são pouco exploradas como fator de recuperação,
manutenção e promoção da saúde por carência de informação e pesquisa científica
(HELLMANN; DRAGO, 2017; SANTOS et al., 2021).
A integração dos valores turístico, educativo, econômico, cultural e histórico dos
elementos que constituem o patrimônio hidrogeológico, potencializada pelo geoturismo,
poderá possibilitar que o turismo assuma uma maior acuidade com a geoconservação, a
divulgação científica e a popularização do conhecimento geocientífico (PONTE;
PIRANHA, 2018). Evidentemente, a implementação das atividades requer estudos
relacionados à capacidade de carga de cada localidade, para que sejam adotadas medidas
legais e administrativas tais como controle de visitação, monitoramento e mitigação de
impactos gerados pelo turismo, além da institucionalização de programas educacionais e
de divulgação geocientífica junto a moradores e turistas (ALENCAR, 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Estâncias Hidrominerais possuem diversos elementos da geodiversidade tais como


fontanários, termalismo, anomalias hidrogeoquímica, balneários. Entretanto, é grande a
demanda de ações e estratégias em geoconservação voltadas ao diagnóstico, à
conservação e à promoção do patrimônio hidrogeológico nessas localidades, o que tem
comprometido a gestão e o uso sustentável das águas subterrâneas, não obstante sua
importância sociocultural e econômica para as Estâncias Hidrominerais.
Assim, destaca-se a importância de ações voltadas ao inventário e caracterização
de sítios e elementos da geodiversidade que integram o Patrimônio Hidrogeológico das
Estâncias Hidrominerais. Em associado, nota-se a necessidade de rever o enquadramento
dos recursos hídricos subterrâneos dessa localidade, pois, atualmente, predomina-se um
modelo utilitarista que coloca em risco a sustentabilidade socioeconômica e ambiental
das comunidades das Estâncias Hidrominerais.
A promoção desses elementos requer a participação de docentes e gestores locais
em cursos de formação continuada que possibilitem a compreensão de conhecimentos
técnicos e geocientíficos. Isto legitimará práticas que se voltem à valorização e

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conservação do patrimônio local. Ademais, a educação não-formal e a divulgação


geocientíficas associadas ao turismo das águas pode contribuir com a geoconservação.
Finalmente, aponta-se que geoturismo pode emergir como uma possibilidade de
diversificação do turismo nas Estancias Hidrominerais, fortalecendo-as econômica, social
e culturalmente.

REFERÊNCIAS

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