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Volume 6 (2023) Revista Metodologias e Aprendizado

Ciência cidadã: Avaliação ecológica das águas


do igarapé urbano Panelas por discentes de
ensino fundamental de Altamira-PA
Resumo: Nos últimos anos a ciência tornou-se presente de inúmeras formas na sociedade, salientando-se, na saúde,
tecnologias e meio ambiente. Deste modo, surgiu a necessidade do estreitamento das relações entre cientistas e a
população. A ciência cidadã atua como ferramentas que possibilita a participação da sociedade em pesquisas científicas.
Na área da Ecologia, esta abordagem permite a Educação Ambiental (EA), melhorando a compreensão do público-alvo
sobre a necessidade da conservação da natureza. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a implementação de uma
ação de ciência cidadã como ferramenta de EA em Ecologia Aquática de igarapés urbanos aos alunos voluntários
das Escolas Municipais de Ensino Infantil e Fundamental Rui Barbosa e Maria Luiza da Silva Holanda. Para isso,
foram utilizadas como metodologia de ensino a análise da qualidade microbiológica e fisco química da água, uso
de bioindicadores (macroinvertebrados aquáticos) e avaliação visual das condições ecológicas em dois trechos do
Igarapé Panelas por meio de Protocolo de Avaliação Rápida (PAR). A metodologia empregada foi eficiente para levar
conhecimentos sobre Ecologia de igarapés urbanos aos alunos, que puderam avaliar a integridade ecológica do Igarapé
Panelas (boa e ótima), distinguir suas fontes de poluição, identificar técnicas de avaliação da qualidade da água,
além da, importância de conservação dos igarapés urbanos. A ação de ciência cidadã surtiu excelentes efeitos sobre
a assimilação dos conhecimentos repassados que contribuirão na formação dos discentes voluntários como cidadãos.

Anderson Eudoxio Araujo, Ana Karina Moreyra1A

1 - Universidade do Estado do Pará

A - contato principal : karina.moreyra@uepa.br

INTRODUÇÃO

A água é um bem de grande importância para a existência da vida humana como de


outros seres vivos. O homem utiliza a água para atender suas necessidades biológicas,
sanitárias, recreativas e até mesmo econômicas. Entretanto, a água doce é um recurso finito
e devido à má gestão dos recursos hídricos, utilizá-la de maneira racional vem se tornando
um grande desafio na sociedade (ARAUJO, 2023).
Os ecossistemas aquáticos brasileiros são importantes fornecedores de bens e serviços de
valores econômico e social, destacando-se a Amazônia, que possui grande heterogeneidade
de habitats em diferentes ambientes, tais como, lagos, praias, corredeiras, igapós, igarapés,
leito de rios e bancos de vegetações flutuantes (TUNDISI; MATSUMURA-TUNDISI, 2008).
A bacia amazônica apresenta uma abundante concentração de água doce, um dos fatores
que contribuem para que ainda exista esta concentração significativa é a baixa densidade
populacional em comparação com os grandes centros urbanos do Brasil, entretanto, o
desflorestamento aliado a queimadas, dentre outras atividades, vem proporcionando
modificações no desempenho do ciclo hidrológico, redução da biodiversidade e no acesso e
disponibilidade de água doce em regiões até mesmo externas ao seu território (CARDOZO;
DINIZ; SZLAFSZTEIN, 2022).
Os igarapés da bacia amazônica, constituem suas sub-bacias gerando relações
fundamentais entre ambientes aquáticos e terrestres. Via de regra, as águas desses igarapés
têm baixa quantidade de nutrientes, condicionando a fauna aquática a dependerem da
disponibilidade de matéria orgânica oriunda de galhos, frutos, insetos e folhas fornecidos,
em grande parte, pela vegetação ripária (LEAL & LEITÃO, 2020).
Além disso, os igarapés podem ser definidos como corpos d’água de pequeno porte,
caracterizados pelo leito bem delimitado, meandroso, em geral arenoso, com presença de

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bancos de folhiços e troncos caídos, correnteza relativamente acentuada e temperatura


pouco variável ao longo do ano (~26°C), tendo os cursos médios e superiores cobertos
pelo dossel de floresta (PIMENTEL et al., 2021). Quanto maior seu tamanho, maior será a
heterogeneidade ambiental, de tal forma, que os igarapés de maior ordem possuem maior
biodiversidade (como a de peixes) comparados aos de menor ordem, porém, este contexto
pode sofrer alterações por conta de modificações na paisagem que afetam características
essenciais para alguns organismos sobreviverem (VIEIRA et al., 2021).
Os igarapés também são representantes de porção considerável das bacias hidrográficas
do Pará, superando expectativas até mesmo de cientistas. Suas águas, podem abrigarem
uma abundante diversidade de organismos com grandes diferenças entre si (PIMENTEL et
al., 2019).
De acordo com Xavier e Pereira Junior (2021), o Igarapé Panelas (igarapé alvo para o
desenvolvimento desta pesquisa) cruza o perímetro da zona urbana de Altamira-PA atuando
como integrante do curso médio do rio Xingu formando uma de suas sub-bacias. Esse
igarapé tem foz no rio Xingu e nasce nas imediações rurais atravessando áreas sombreadas
pelo dossel das matas ciliares que tornam a coloração de suas águas escuras similares ao
marrom café, se destoando entre si por condições químicas do solo mais arenoso ou argiloso,
sendo, o canal principal do Igarapé Panelas de aproximadamente 42 km de comprimento
(OLIVEIRA; ROCHA; SENNA, 2020).
A preocupação com os igarapés urbanos, se faz mais relevante quando analisamos a
piora da qualidade ambiental em áreas urbanas em função do crescimento demográfico e
desenvolvimento socioeconômico afetando a estrutura e funcionamento de ecossistemas,
em consequência, seus bens e serviços (LIMA; ARCOS; SERRANO, 2012). Uma das maneiras
de garantir a disponibilidade desse recurso natural é a preservação no entorno dos cursos
d’água, de modo que, impeça o lançamento de descargas sanitárias, químicas e de resíduos
sólidos em suas margens e leitos.
Uma das principais ameaças a condição ecológica de igarapés urbanos, trata-se da expansão
demográfica desordenada em função do crescimento econômico, que historicamente
vem alavancando e provocando uma série de danos ao meio ambiente, resultando,
em aterramentos e contaminação de igarapés, desmatamentos e consequentemente a
perturbação dos nichos ecológicos (SILVA; SCUDELLER, 2022).
Em áreas urbanas geralmente a ocupação de margens de cursos de água é feita de forma
desordenada e ilegal, ocasionando a remoção total ou parcial da vegetação ciliar trazendo
como resultados sérios impactos ambientais, com destaque para o assoreamento dos leitos
dos cursos de água, deposição direta de esgoto e lixo doméstico, eliminação total ou parcial
da fauna aquática, assim como, terrestre existente no local (PIMENTEL et al., 2021).
Silva e Mendes Junior (2022), destacam que envolver a sociedade em ações voltadas para a
conservação ambiental traz maior respeito e zelo por este recurso, ainda que, o ser humano
continue o utilizando para satisfazer suas necessidades, a participação em programas
educativos os incorpora em ações eficazes e simples que contribuem para garantir a gestão
e manutenção de corpos d’água e seus ecossistemas.
Perante o exposto, como alternativa para ressignificar as relações ecológicas da sociedade
com os igarapés urbanos, as ações de EA destinadas a alunos em seus primeiros anos de
escolaridade (ensino fundamental) atuam como importante ferramenta para envolver
e sensibilizar a população no manejo adequado dos corpos hídricos urbanos, reduzindo,
costumes errôneos e melhorando sua forma de uso dos recursos naturais (CAMPOS;
OLIVEIRA, 2023). A EA dar-se por um procedimento educativo que oportuniza o ensino,
discussão e reflexão dos conhecimentos inerentes ao meio ambiente, viabilizando, troca

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de informações sobre diferentes perspectivas relacionadas a conservação/preservação


ambiental, tendo em conta, realidade cognitiva, cultural e econômica dos envolvidos
(RUMENOS; SPAZZIANI, 2020).
Já a Ecologia, trata-se da ciência que estuda essa interação dos seres vivos com as
condições do meio onde habitam e suas interdependências, isso, vai além de fatores da
natureza, por tanto, é empregada comumente para expressar questões culturais, sociais e
comportamentais. Sendo assim, a Ecologia está relacionada a diversos campos da ciência,
como genética, taxonomia, biologia animal e vegetal, fisiologia, matemática, meteorologia,
física, geologia, química, antropologia, pedologia, sociologia e eletrônica. Por isso,
apresentar a Ecologia no início da formação escolar de alunos é de grande importância
para seu desenvolvimento cognitivo e percepção dos bons costumes enquanto cidadão
(BARBOSA; SILVA; SILVA, 2023).
Seu ensino direcionado a educação básica, deve associar a disseminação dos
conhecimentos com abordagens metodológicas empregadas de maneira sutil, não abruptas
e didáticas, procurando amortizar sua complexibilidade, visto que, é uma ciência que
abrange diversas áreas de conhecimento que caracterizam diferentes subclassificações,
salientando-se, para a implementação desta pesquisa a Ecologia aplicada (que estuda as
atividades antrópicas, visando, conservação, preservação e restauração da flora e fauna)
(KRIZEK; MULLER, 2021).
Estudos associados a Ecologia Aquática de igarapés urbanos evidenciam que a expansão
urbana desordenada é um dos grandes desafios na gestão da qualidade da água, pois, afetam o
regime hidrológico, as suas características físico-químicas e promovem a perda de habitats.
Devido a isso, nas últimas cinco décadas a pressão ambiental realizada pelo aumento do
contingente populacional que interfere na dinâmica dos ecossistemas aquáticos urbanos
tornou-se motivo do aumento de pesquisas relacionadas a Ecologia em áreas urbanas,
promovendo a parceria entre gestores, ecologistas e engenheiros (LOPES et al., 2020).
Entretanto, ainda que exista um avanço de estudos voltados para a melhoria da relação
dos seres humanos com o meio ambiente (como a Ecologia), além de, discussões a nível
mundial, como Rio+20, Conferência de Estocolmo e criação de legislações pautadas na EA
em vários países, tal qual, a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) do Brasil,
ainda existe grande dificuldade em disseminar a EA para diversos grupos da sociedade,
principalmente, quando voltamos a atenção para comunidade escolar (TAVARES et al.,
2023).
A EA em escolas do ensino básico é um dilema que vem sendo discutida há anos. Sua
abordagem deve ser melhorada, procurando, conciliar a teoria e os ideais da EA com a
realidade para que o papel de escola formativa se sobressaia ao de apenas informativa
(ALBERTI et al., 2007).
No geral, quando a EA é realizada nas escolas não são tratados temas pautados na
biodiversidade, degradação ambiental, questões quilombolas e indígenas, além de,
mudanças climáticas, na maioria das vezes, os conhecimentos repassados se restringem
apenas aos resíduos sólidos (CALIXTO; RIBEIRO, 2018).
Para Médici e Leão (2020), o ambiente de escolas de ensino fundamental é propício
ao desenvolvimento de ações de EA (que englobam a ciência cidadã como uma de suas
metodologias), uma vez que, nas escolas são comuns discussões que levam conhecimento
através de práticas pedagógicas para uma vasta concentração de indivíduos em formação
de seus valores e ideais como cidadãos, com vista, a possibilitar o despertar de uma visão
consciente sobre a utilização dos recursos naturais.
Esse campo adota diferentes profissionais, como pesquisadores e professores, dentre

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outros que se preocupam com as questões ambientais seguindo variadas filosofias e


maneiras de concebê-la (KATAOKA et al., 2017).
De acordo com Castro Filho e Matos (2022), ainda existe carência na formação
de profissionais que possibilite a EA direcionada às escolas de ensino fundamental
proporcionando preparo para conciliarem esses ideais com sua realidade para cuidarem
do meio ambiente. Mesmo que, EA esteja prevista em documentações que regem a conduta
de ensino na educação básica do Brasil como tema transversal, tais quais, os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) que orienta a abordagem transversal sobre os temas que
devem ser tratados nas escolas, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que delimitam
as diretrizes e competências para a educação básica, bem como, na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) , que norteia as propostas pedagógicas previstas na rede de ensino
pública e privada do Ensino Infantil ao Ensino Médio (QUADROS; SILVA, 2023).
Sabendo disso, a EA empregada em escolas de ensino fundamental pode abarcar
diferentes estratégias metodológicas, sendo indicado, prepará-las de acordo com a realidade
dos alunos envolvidos (MÉDICI; LEÃO, 2020). Tendo como uma de suas alternativas a
ciência cidadã, que possibilita a geração de conhecimento confiável por meio da interação
dos cidadãos como voluntários, contando com a implementação de ações da sociedade
em pesquisas científicas capazes de promover ligação entre ciência-sociedade-política.
Quando empregada na educação infantojuvenil necessita de esforços voltados a atender
as particularidades e dificuldades de compreensão dos alunos, tomando em conta suas
limitações e competências de acordo com a formação atual que possuem. Neste sentido,
o ensino de ciência deve provocar o interesse e gerar estímulo por meio da exploração de
metodologias pedagógicas que acentuem a percepção dos envolvidos (COSTA; ALMEIDA,
2023).
Essa adaptação dos conhecimentos científicos, resulta em uma popularização garantindo
sua democratização, de forma que, os indivíduos tidos como leigos tenham acesso a esses
conhecimentos compreendendo a importância da ciência desenvolvida por universidades
(FERREIRA; AUTRAN; SOUZA, 2023).
Sua linha de pesquisa abrange diferentes contextos, como o desenvolvimento de índices
biológicos de avaliação de qualidade da água, a observação de aves possibilitando a criação
de áreas de proteção e a criação de aplicativos para monitoramento de saúde silvestre
e ilegalidades, especialmente, voltadas para o monitoramento que envolve questões
ambientais (RIBEIRO; ROCHA, 2022).
Além disso, para Lemos e Talgatti (2023), a ciência cidadã atua como uma maneira de
prestar contas aos investimentos feitos no campo científico para que a população entenda
sua importância e as diversas formas que a mesma contribui na sua qualidade de vida,
assumindo assim, papel de grande relevância para gerar apoio popular na construção de
novos conhecimentos dessa vertente.
Araujo, Morais e Paiva (2023), destacam que a ciência cidadã promove a ligação dos
conhecimentos científicos no contexto social, ao qual, está inserido o público-alvo, de
modo que, possibilite a participação em processos científicos, tais quais, a produção e
análise de dados. Essa forma de cooperação ativa da sociedade civil no desenvolvimento
dos conhecimentos científicos, também, faz que a população se comprometa nos assuntos
públicos locais, exercendo melhor seu papel de cidadão e desenvolvendo seu senso crítico
de maneira coerente (MARTINS; CABRAL, 2022).
Atualmente, a ciência se faz presente de diversas maneiras na vida dos seres humanos,
como na promoção de novas tecnologias, avanço de mecanismos e ferramentas que
proporcionam o desenvolvimento da segurança, saúde e educação pública, entretanto, o

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cenário de desinformação e a proliferação de falsas informações com suposto respaldo


científico vem se tornando motivo de grande preocupação, pois, deteriora a confiança pública
no sistema científico. Felizmente, as iniciativas que concebem o diálogo da população com
cientistas apresentam-se eficientes na aproximação e enriquecimento da relação ciência-
sociedade (SILVA; ENTRADAS; MASSARANI, 2022).
A ciência cidadã está inserida no contexto da ciência aberta, uma vez que, a ciência aberta
possibilita a disseminação de conhecimentos de maneira acessível em rede colaborativa
(SILVA; REVEZ; CORUJO, 2021). As ações de ciência aberta, fora e dentro das academias,
trouxeram mudanças nas práticas de editores, pesquisadores, docentes, bibliotecários,
educadores e programadores dentre outros que participam do desenvolvendo de pesquisas
científicas no âmbito das universidades públicas (RIBEIRO; ROCHA, 2022).
De acordo com Martins e Cabral (2022), atualmente existem diversas pesquisas fundadas
na ciência cidadã, em sua maioria, destinados a áreas como Geologia, Biologia, saúde, meio
ambiente, conservação e Ecologia, no entanto, no Brasil esse eixe temático ainda não é tão
divulgado em comparação com outros lugares do mundo.
Um exemplo de pesquisa voltada a ciência cidadã em escolas é a realizada por Ghilardi-
Lopes, Kawabe e Venâncio (2016), intitulada Relato de experiência do curso de extensão
“Ciência Cidadã nas Escolas” (PROEC - UFABC), a qual, realizou atividades teóricas,
expositivas e práticas destinadas a professores de educação básica, procurando qualificá-
los para implementarem ações de ciência cidadã, em busca de, envolver os alunos de suas
escolas para a participação na produção de conhecimentos científicos caso considerassem
relevante a inclusão dessa atividade pedagógica.
Outra metodologia que pode ser empregada neste sentido, é a implementação de atividades
que envolvem práticas em locais públicos, sabendo que, a conciliação dos conhecimentos
teóricos com atividades em espaços abertos (como igarapés urbanos) estreitam a relação
do ser humano com a natureza, proporcionando consciência de pertencimento ao local
onde habitam com inserção de noções ambientais (SILVA; BOTEZELLI; RIONDET-COSTA,
2023). Deste modo, as atividades práticas no ambiente escolar, incluindo dinâmicas
participativas, favorecem o raciocínio e compreensão dos alunos facilitando o processo de
ensino (FERREIRA; AUTRAN; SOUZA, 2023).
Ademais, Bernardi et al. (2022), contemplam que a utilização de invertebrados
aquáticos em projetos voltados para metodologias pedagógicas no ensino de Ecologia vem
tomando ascensão em publicações científicas pautadas na EA, propondo, intervenções que
possibilitam a fuga de sala de aula ressignificando seu comportamento em relação ao meio
ambiente. Isso, devido ao fato que os invertebrados aquáticos podem ser empregados como
biondicadores de qualidade ambiental, abrangendo, diversos filos entre Anelida, Molusca,
Arthropoda e Nematoda, principalmente, a classe Insecta pertencente ao Filo Arthropoda,
já que, apresenta Ordens diversificadas presentes em variados ecossistemas, distinguindo-
se em três categorias, resistente, tolerante e sensível.
O uso desses organismos, apresentam elevado potencial na avaliação de perturbações
ambientais, além disso, são ótimas ferramentas de ensino na EA, mediante a fácil amostragem,
não apresentar grandes dificuldades de identificação de seus grupos taxonômicos e por
responderem de maneira significativa as mudanças ao meio por atividades antrópicas
(PIMENTEL; PAULA; COUCEIRO, 2020).
São considerados bioindicadores ambientais, pois, respondem de uma forma negativa
ou positivas às alterações do meio onde vivem, geralmente, provenientes da alta carga de
nutrientes resultantes de ações antrópicas. Cada espécie responde de uma maneira diferente
à estas alterações, com tudo, algumas são indicadoras de qualidade ambiental mais eficazes

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do que outras (ALBUQUERQUE et al., 2022).


O uso de bioindicadores, como os macroinvertebrados aquáticos, para a determinação
da qualidade da água de diferentes corpos hídricos pode ser associado a parâmetros
limnimétricos (microbiológicos/biológicos ou físico-químicos), assim, são avaliados o
comportamento das comunidades ecológicas sob as condições e modificações dos seus
habitats (PEREIRA JÚNIOR et al., 2018).
A qualidade da água dos igarapés urbanos está associada a condições pluviométricas,
geológicas e principalmente ao uso e ocupação do solo as suas margens (MENDONÇA et
al., 2020). A partir da verificação de seus parâmetros também pode ser definido diferentes
formas de uso como sobrevivência dos ecossistemas aquáticos, balneabilidade, transporte,
destinação da água ao tratamento para a potabilidade entre outros (SOUZA; NUNES, 2017).
Diante do exposto, é imprescindível a preservação dos recursos naturais, salientando-
se os igarapés urbanos, principalmente devido a ocupação de suas margens de maneira
desordenada que põe em risco sua biodiversidade (SOUSA et al., 2021). Para isso, os processos
educativos são fundamentais para a construção de cidadãos com maior consciência ecológica
e socioambiental, se atribuindo ações pertinentes na maneira que exploram esses recursos
naturais causando menos impactos e garantindo a conservação de seus ecossistemas
(MACHADO; ZANETI; HIGUCHI, 2019).
Assim, compreende-se a grande importância da inclusão da população no
desenvolvimento desse conhecimento, ainda mais, quando acompanham e compreendem
os benefícios e malefícios de um ecossistema aquático quando equilibrado ou não. Com
intuito de familiarizar a sociedade com as questões ambientais, a nível federal, a Lei nº 9.795,
criada no dia 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), que, “dispõe sobre a Educação Ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências”, estabelecendo
em seu Art. 2º que:

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo


estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal.

Por sua vez, no Art. 3º é determinado o direito de todos a EA, salientando-se os incisos
I, II e VI, que indicam:

I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas
que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas
educacionais que desenvolvem;
VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e
habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação
e a solução de problemas ambientais.

Sendo assim, trabalhar a EA pautada no ensino da Ecologia por diferentes atividades


dinâmicas, participativas e interativas voltadas ao panorama da educação básica é de grande
relevância para incentivar mudanças de hábitos que se tornam mais sustentáveis, haja
vista, o senário de crise ambiental que assola o mundo contemporâneo (SOUSA; ALMEIDA;
CORDEIRO, 2023).
Sabendo disso, esta pesquisa tomou como enfoque a implementação de uma ação de
ciência cidadã que visou avaliar e analisar a condição ecológica do Igarapé Panelas e levar
conhecimentos sobre Ecologia de igarapés urbanos (por meio de aulas práticas, expositivas
e teóricas) para alunos das Escolas Municipais de Ensino Infantil e Fundamental Rui Barbosa

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e Maria Luiza da Silva Holanda, situadas na sede do Município de Altamira-PA, percebendo


que, essas escolas estão às proximidades do Igarapé Panelas em trechos diferentes e que
a maioria de seus alunos fazem uso dos bens e serviços oferecidos pelo igarapé no seu
cotidiano.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado em duas escolas de ensino fundamental nas proximidades do
igarapé urbano Panelas, localizado na sede do Município de Altamira-PA (Figura 1). Segundo
estimativa efetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2022), Altamira
conta com população de 126.279 habitantes e uma área territorial de 159.533,306 km².
A Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Rui Barbosa (E.M.E.I.F. Rui
Barbosa), está localizada no loteamento Laranjeiras do bairro Ibiza, conta com modalidade
de ensino regular até o 9º ano do ensino fundamental, sua infraestrutura disponibiliza de
sala de leitura, quadra esportiva e laboratório de informática, atendendo um total de 326
alunos matriculados em 2021 (QEDU, 2021a).
Já a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Maria Luiza da Silva Holanda
(E.M.E.I.F. Maria Luiza da Silva Holanda), fica situada no loteamento Buriti do bairro Ibiza,
também possui modalidade de ensino regular até o 9º ano do ensino fundamental, contando
com quadra esportiva, sala de leitura e de atendimento especial, no ano de 2021 atendeu um
total de 614 alunos matriculados (QEDU, 2021b).
Seguindo a classificação de amostragem de Bolfarine e Bussab (2015), para aplicação
desta metodologia o procedimento de amostragem foi caracterizado como não
probabilístico (intencional), a unidade elementar da população estudada foram alunos de
ensino fundamental e a unidade amostral foram escolas municipais de ensino infantil e
fundamenta da sede do Município de Altamira-PA próximas ao Igarapé Panelas.

Figura 1 - Mapa de localização

Fonte: Autores (2023).

As escolas foram selecionadas de forma estratégica devido a sua proximidade com o


igarapé, já que, seus alunos (em sua maioria), moram nas imediações do igarapé e fazem
diversos usos de suas águas no cotidiano. A proposta da aplicação das atividades da pesquisa
foi solicitada e provada pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e os diretores das
escolas Rui Barbosa e Maria Luiza da Silva Holanda de Altamira-PA. Após a aprovação,
foram coordenadas questões sobre acessibilidade dos alunos às margens do igarapé,
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tais como, recursos tecnológicos e de infraestrutura para a aplicação das aulas, além de,
disponibilidade para participação da pesquisa por parte de alunos voluntários. Foi utilizada
a seguinte sequência de atividades em cada escola (Quadro 1).

Quadro 1 – Etapas da metodologia de ensino no Município de Altamira-PA


DATA
E.M.E.I.F. CARGA HO-
ATIVIDADE PERÍODO
E.M.E.I.F. Rui RÁRIA
Barbosa Maria Luiza da
Silva Holanda
Ensino de Ecologia Aquática 12/09/22 23/11/2022 Vespertino 4h
Estudo de bioindicadores de quali-
13/09/22 25/11/2022 Vespertino 4h
dade de água
Aplicação de Protocolo de Avalia-
ção Rápida (PAR) e verificação dos 16/09/22 30/11/2022 Vespertino 3h
parâmetros físico-químicos
Avaliação da implementação da
16/09/22 30/11/2022 Vespertino 1h
metodologia de ensino
Fonte: Autores (2022).

Atividade 1 – Ensino de Ecologia Aquática

Esta programação foi dividida em dois módulos. O primeiro, teve como objetivo trazer
as bases teórica para o engajamento dos alunos nas demais programações que seriam
realizadas nos dias seguintes, por meio do uso de Datashow com apresentação de material
preparado em PowerPoint (slide) e Pôsteres autoexplicativos sobre a classificação dos
principais macroinvertebrados aquáticos sensíveis ou intolerantes, tolerantes e resistentes.
Na primeira escola (Rui Barbosa), foi abordado como tema uma breve introdução sobre
os aspectos gerais da proposta da pesquisa que, ainda, seria desenvolvida com os alunos,
o conceito de ciência cidadã, a importância da água, as principais formas de avaliação de
sua qualidade para diferentes usos, bem como, a importância de manter sua qualidade
ecológica (com destaque para igarapés urbanos).
Já na Escola Maria Luiza da Silva Holanda, o material do primeiro módulo foi adaptado
dando prioridade ao uso de imagens, vídeos e Graphics Interchange Format (GIF) para que
os alunos pudessem acompanhar melhor os conhecimentos passados, visto que, com o
primeiro contato obtido com os alunos da Escola Rui Barbosa, foi possível avaliar o material
preparado para os alunos de ensino fundamental conciliando com sua resposta em sala de
aula. Deste modo, o conteúdo abordado permaneceu o mesmo e passou a ser apresentado
em tópicos desmembrados de uma maneira mais didática.
No segundo módulo foi realizado um treinamento prático em avaliação de qualidade
de água, para isso, foram analisados parâmetros físico-químicos (pH, Condutividade,
Turbidez e Oxigênio Dissolvido) de amostras de água provenientes do bebedouro e torneira
das escolas, Igarapé Panelas e outros igarapés da região, com auxílio dos equipamentos
portáteis do Laboratório de Qualidade Ambiental da Universidade do Estado do Pará (UEPA)
- Campus IX, Altamira.
Ademais, realizou-se avaliação de impurezas da água pelos alunos utilizando um sistema
de filtragem composto por bomba a vácuo e frasco kitassato fazendo uso de membrana
filtrante de Micro Filtro de Fibra de Vidro (± 0,3 mm), com intuito de, mostrar diferentes

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concentrações de impurezas que as águas analisadas apresentavam de maneira didática,


permitindo a comparação dos variados resultados obtido.
A fim de, efetuar avaliação qualitativa microbiológica da água foram distribuídos frascos
de 100 ml com kit Colitest® aos alunos para coletarem amostras da água que bebiam em suas
casas e fazerem teste microbiológico qualitativo de Coliformes Totais e E. coli. As amostras
entregues pelos alunos foram incubadas em estufa no laboratório de Qualidade Ambiental
da UEPA a 37º por 24h e posteriormente devolvidas para os alunos avaliarem seus resultados
no último dia das atividades.

Atividade 2 – Estudo de bioindicadores de qualidade de água

Inicialmente, a atividade incluiu a utilização de material didático com o objetivo de


fornecer conhecimentos aos estudantes sobre os bioindicadores de qualidade da água
(macroinvertebrados aquáticos) como Pôsteres informativos e apresentação de slide com
auxílio de projetor de slides que abordaram sobre os principais macroinvertebrados que
podem ser empregados como bioindicadores de qualidade ambiental de igarapés (sensíveis
ou intolerantes, tolerantes e resistentes).
Após a aula, foi exposto aos alunos parte da coleção itinerante de macroinvertebrados
aquáticos fixados em álcool do laboratório de qualidade ambiental da UEPA. Assim, com
auxílio de 2 microscópios estereoscópicos foram visualizados organismos pertencentes
a vários grupos taxonômicos, dentre estes organismos, estavam presentes os grupos
taxonômicos Macrobranchium sp, Mollusca, Trichoptera, Diptera e Hemiptera. A Escola
Maria Luiza da Silva Holanda passou por um diferencial na aplicação desta prática, isto,
devido a inclusão da utilização de macroinvertebrados vivos coletados com um puçá (D-net)
no Igarapé Panelas na manhã do mesmo dia da exposição aos alunos. Para preservação
dessas amostras foi necessário levá-las a geladeira do laboratório de Qualidade Ambiental
do campus, por um período de aproximadamente 6 horas. Com isto, os alunos tiveram
a experiência de presenciar tanto os macroinvertebrados aquáticos fixados em álcool,
quanto os vivos dispersos em 2 bandejas de polietileno (predominando os organismos dos
grupos taxonômicos Ephemeroptera e Crustaceo do gênero Macrobranchium). Os alunos
separaram os macroinvertebrados do material com pinça de aço inoxidável para levar a
uma placa de Petri e analisarem em microscópio estereoscópico.
Por fim, os alunos da Escola Maria Luiza da Silva Holanda também realizaram atividade
de pintura que teve como objetivo a assimilação de conhecimentos dos macroinvertebrados
que possuem a capacidade de desenvolverem-se em ambientes aquáticos preservados ou
alterados, degradados ou contaminados visualizados nessa prática (Figura 2).

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Figura 2 – Atividade de pintura sobre principais macroinvertebrados aquáticos


bioindicadores de qualidade ambiental

Fonte: Adaptado do Google imagens (2022).

Atividade 3 - Aplicação de Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) e verificação dos


parâmetros físico-químicos

O protocolo de avaliação visual das condições ecológicas utilizado pelos discentes das
duas escolas foi o Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) publicado por Guimarães, Rodrigues
e Malafaia (2012). Este serve para avaliar a saúde de rios e riachos por meio da análise de 11
parâmetros, os quais foram, o odor da água, características do fundo do riacho, ocupação
das margens do riacho, sedimentos no fundo do riacho, lixo, erosão, alterações no canal
do riacho, animais, oleosidade da água, esgoto doméstico ou industrial e plantas aquáticas.
O PAR apresenta adequação de linguagem para a utilização por alunos de ensino
fundamental e ilustrações representando os parâmetros abordados. Sua aplicação é de fácil
emprego, permitindo a categorização de cada fator avaliado em pontuação que vai de 0 a 10,
cujo, a adição é utilizada para gerar três possíveis resultados, logo, para a adição total das
pontuações de 71-110, a condição ambiental do igarapé é tida como ótima, de 31-70 é boa e
0-30 ruim (GUIMARÃES; RODRIGUES; MALAFAIA, 2012).
Devido os alunos da Escola Rui Barboza estarem situados a aproximadamente 272m do
Igarapé Panelas foi feita a visita a pé ao igarapé para realização desta atividade. O trecho
selecionado para visita está a margem esquerda do Igarapé Panelas, próximo ao final da Rua
Pirapitinga, Loteamento Laranjeiras, Bairro Ibiza, Altamira-PA, às coordenadas geográficas:
3°14’8.03”S, 52°14’40.31”O.
Com o PAR em mãos, 16 alunos organizados em 8 duplas seguiram acompanhados
às margens do igarapé para sua aplicação. Além disso, foi realizado a verificação dos
parâmetros físicos e químicos (pH, Turbidez, Oxigênio Dissolvido e Condutividade) in loco,
essa didática teve por finalidade ensinar aos alunos a forma de verificação dos parâmetros
direto na coluna d’água do corpo hídrico.
A aplicação do protocolo pelos alunos da Escola Maria Luiza da Silva Holanda foi
realizada em sala de aula, mesmo que, a escola esteja situada relativamente próxima ao
igarapé (~1.013m), verificou-se a inviabilidade na visita por dificuldades de acesso e falta
de transporte. Para isso, previamente foram efetuadas gravações as margens do Panelas
possibilitando os alunos averiguarem os parâmetros abordados no protocolo em apresentação

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de vídeos por Datashow, salvo, características do odor da água (esta teve que ser descrita
durante a apresentação). O local selecionado para as gravações também está à margem
esquerda do Igarapé Panelas, próximo à Avenida Douglas Miguel Sawczuk, Loteamento
Buriti, Ibiza, Altamira-PA, às coordenadas geográficas: 3°14’21.53”S, 52°15’14.41”O.
Atividade 4 – Avaliação da implementação da metodologia de ensino
Na última atividade, efetuou-se a aplicação de formulário para avaliação da
implementação da metodologia de ensino, tendo interesse em tomar conhecimento das
competências proporcionadas pela experiencia realizada, procurando entender os pontos
positivos e negativos da maneira como o conhecimento foi repassado. Devido alguns alunos
ainda possuírem dificuldade de leitura, houve a necessidade de leitura em conjunto de todas
as questões com auxílio de Datashow. Além disso, estas foram adaptadas do livro de França
e Callisto (2019), intitulado “Monitoramento participativo de rios urbanos por estudantes-
cientistas”. Enfim, os alunos responderam 12 questões de respostas fechadas, das quais, as
10 primeiras são classificadas em dicotômicas (com apenas duas respostas possíveis, sim
ou não) e as 2 últimas em múltiplas escolhas (com mais de uma possibilidade de resposta
correta) com 6 alternativas cada, que foram elaboradas como uso de imagens, deste modo,
as alternativas se tornaram mais didáticas, estando uma relacionada a fotografia dos Micro
Filtro utilizados em sala de aula, e outra, a um desenho com representação de elementos
diferentes atuando como poluentes de um igarapé.
Essas questões abordavam de maneira simples os conhecimentos trabalhados durante
todas as atividades como os discentes, procurando avaliar o entendimento da importância das
características microbiológicas, físico-químicas e impurezas da água para a sobrevivências
dos organismos aquáticos e destinação aos usos mais comuns ao ser humano, assim como,
as atividades mais comuns que afetam a qualidade da água dos igarapés na zona urbana, da
seguinte forma:

1. Você gostou de aprender sobre os macroinvertebrados aquáticos?


( ) SIM ( ) NÃO
2. Você gostaria de ter mais aulas sobre os macroinvertebrados aquáticos?
( ) SIM ( ) NÃO
3. Você gostaria de virar um cientista?
( ) SIM ( ) NÃO
4. Água com bactéria é boa para beber?
( ) SIM ( ) NÃO
5. Água com muita bactéria pode ser ruim para tomar banho?
( ) SIM ( ) NÃO
6. Você acha importante cuidar dos igarapés?
( ) SIM ( ) NÃO
7. Se jogarmos lixo nos igarapés podemos prejudicar os animais que vivem nele?
( ) SIM ( ) NÃO
8. Você acha que devemos jogar lixo nos igarapés?
( ) SIM ( ) NÃO
9. Se a água do igarapé estiver com oxigênio dissolvido igual a 0 mg/L vai estar boa para
sobrevivência dos animais aquáticos?
( ) SIM ( ) NÃO
10. Se a água do igarapé estiver com o valor do pH igual a 7 vai estar boa para a
sobrevivência dos animais aquáticos?
( ) SIM ( ) NÃO

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11. De acordo com a cor dos filtros que foram utilizados para filtragem das amostras de
água em sala de aula, circule aquele que representa a água com menos turbidez e impurezas
(Figura 3).
Figura 3- Fotografia de referência para resolução de questão de nº 11

Fonte: Acervo particular dos autores (2022).


12. Marque com um X os objetos que estão poluindo o igarapé que Chico queria tomar
banho (Figura 4).
Figura 4 - Ilustração de referência para resolução de questão nº 12

Fonte: Google imagens (2022).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das atividades desenvolvidas nas duas escolas, um total de 50 alunos voluntários
participaram durante os três dias de aulas práticas, expositivas e teóricas. Os quais, 24
correspondem a Escola Rui Barbosa e 26 a Escola Maria Luiza da Silva Holanda (Quadro 2).

Quadro 2 – Frequência de assistência por séries (5º ao 9º ano) no período de realização


das atividades nas duas escolas municipais de Altamira-PA
E.M.E.I.F. Rui Barbosa E.M.E.I.F. Maria Luiza da Silva Holanda
SÉRIE
12/09/22 13/09/22 16/09/22 23/11/22 25/11/22 30/11/22

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5º ano 6 6 4 --- --- ---


6º ano --- --- --- 5 5 4
7º ano 2 4 4 5 4 3
8º ano --- --- --- 4 1 3
9º ano 4 3 5 10 8 4
Não identifi-
1 4 1 0 0 1
cada
Total por dia 13 17 16 24 18 15
Total por escola 24 26
Fonte: Autoria própria (2022).

Avaliando a presença de alunos para cada dia de programação, percebeu-se que houve
na Escola Rui Barbosa um aumento da quantidade do primeiro dia em comparação com o
último, entretanto, na Escola Maria Luiza da Silva Holanda ocorreu a queda na frequência, de
24 para 15 alunos. Sabendo que as programações realizadas se deram em datas intervalares,
com exceção do primeiro e segundo dia na Escola Rui Barboza, onde, a quantidade de alunos
aumentou de 13 para 17, isto pode ser um fator que explique a redução da presença dos
alunos voluntários, principalmente, tratando-se da Escola Maria Luiza da Silva Holanda, na
qual, as datas das atividades se estenderam em intervalos maiores. Ou seja, o emprego das
programações com os alunos em dias consecutivos apresentou-se de maneira mais eficiente
em termos de frequência.

Ensino de ecologia aquática

Com a realização dessa atividade, em seu primeiro módulo (teórico), foi possível levar
aos alunos a consciência de que a água é um bem de origem ilimitada e pode estar disponível
de variadas formas no globo terrestre, entretanto, é um recurso que demanda de cuidados
e responsabilidades por parte da sociedade, através da redução dos desperdícios, consumo
exagerado, lançamentos de efluentes industriais e domésticos, deposição inadequada de
resíduos sólidos e desmatamento das matas ciliares, caso contrário, não atenderá as condições
básicas que garantam a possibilidade do consumo humano, inclusive, os necessários para
sobrevivência (potabilidade, transporte, balneabilidade, irrigação e geração de energia
elétrica), bem como, da preservação dos ecossistemas aquáticos e terrestres (manutenção
da flora que garante disponibilidade de nutrientes e condições adequadas dos habitats,
dessedentação dos animais e regulação do clima).
Outrossim, por meio do desenvolvimento do segundo módulo (prático), os alunos
participaram de atividades que proporcionaram o entendimento e uma nova visão sobre
algumas das propriedades da água de igarapés que podem ser afetadas pelas atividades
antrópicas citadas durante o modulo teórico (impurezas, características físicas, químicas e
microbiológicas qualitativa da água). A aplicação de práticas vinculadas a teoria faz grande
diferença na contextualização do ensino relacionado a ciências, isso, devido a possibilidade
de o aluno visualizar e interpretar os conhecimentos repassados com melhor entendimento
(SANTOS; ANJOS; AVENDAÑO, 2022).
Deste modo, os discentes tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre os
métodos científicos empregados para avaliação da qualidade da água, além de, perceberem
que mesmo que a água aparentemente possua boas condições para alguns usos, somente por
meio de uma avaliação mais específica de suas propriedades isso poderia ser confirmado
(Figura 5). Tão logo, em casos que não se pode afirmar a qualidade da água para o consumo
humano a melhor opção é utilizar medidas de tratamento alternativas como ferver a água,
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a cloração (pelo uso de solução de 2,5% de hipoclorito de sódio disponibilizado em postos


de saúde) e uso de filtro.

Figura 5 - Avaliação de impurezas da água pelos discentes voluntários

Fonte: Lopes (2022).

Para Favoretti, Silva e Lima (2020), durante os processos de ensino e aprendizagem


da Ecologia, é relevante oferecer meios que favoreçam condições para que os educandos
desempenhem a investigação, observação e experimentação, de modo que, eleve a
associação do conteúdo abordado aos conhecimentos prévios que eles já possuem.
A experimentação, no tocante a avaliação da qualidade da água, leva os discentes a
ampliarem seus saberes, pois, durante o processo da prática os alunos passam a cometer
erros e acertos que estimulam a fazer suposições, reflexões e questionamentos em busca
de descobertas que os dão maior entendimento sobre as propriedades da água que são
alteradas devido as ações que geram impactos ambientais (MILANI; LARA; COSTA, 2022).
Sendo assim, atividades do gênero possibilitam práticas de EA capazes favorecerem
que os discentes desenvolvam o respeito pela natureza e princípios essenciais para a
compreensão de seu papel diante de problemas relacionados ao meio ambiente que possam
estar relacionados a sustentabilidade, justiça, equidade e diversidade ambiental entre outros
(ARRUDA; GRANDIZOLLI; ARRUDA, 2023).

Estudo de bioindicadores de qualidade de água

O estudo de bioindicadores de qualidade de água, atuou como mais um elemento didático


para combinar os conhecimentos teóricos com a realidade. Portanto, os discentes tiveram
seu primeiro contato com os macroinvertebrados aquáticos sob uma ótica de organismos
que atuam como bioindicadores ambientais, em especial, os de qualidade ecológica de
ecossistemas aquáticos. Isso, possibilitou o despertar da curiosidade dos mesmos, haja vista,
que para a maioria dos alunos os organismos expostos eram desconhecidos, tanto quanto,
os equipamentos utilizados (microscópios estereoscópicos e placas de Petri), resultando em
uma experiencia completamente nova (Figura 6).

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Figura 6 - Observação dos macroinvertebrados fixados em álcool pelos discentes

Fonte: Lopes (2022).

Tão logo, os discentes passaram a conhecer as classificações taxonômicas mais comuns


dos macroinvertebrados tolerantes, resistentes e sensíveis ou intolerantes, capazes de se
desenvolverem em diferentes ambientes aquáticos com níveis de preservações variados.
Conhecimento esse, que foi reforçado aos alunos da Escola Maria Luiza da Silva Holanda,
haja vista, a realização da atividade de pintura empregada.
Tais práticas que fazem o uso de organismos como ferramentas didáticas aplicadas a
alunos de ensino fundamental, despertam a curiosidades dos alunos, produzindo memoria
a longo prazo. Graças as experiencias que muitos já possuem previamente, essas atividades
provocam a elevação do interesse tornando-se mais atrativas e garantindo maior fixação
do tema abordado. Ademais, as propostas de atividade de colorir convém para enfatizar
características de sua classificação (taxonômica, grupos funcionais ou de tolerância as
modificações de seus habitas), além de, familiarizar para a existência de organismos que
normalmente seriam temidos ou ignorados, trazendo uma nova visão atenta a preservá-los,
adjunto de seus habitats (FOX, 2023).
As atividades de pinturas são importantes práticas pedagógicas que contribuem para
articular conhecimentos transversais necessários sobre o meio ambiente que deve ser
abordado de maneira interdisciplinar no ensino básico, ou seja, por diferentes disciplinas
paralelamente para implementar a EA, principalmente, devido seu fácil emprego e baixo
custo (SILVA; TERÁN, 2018).
Pimentel, Paula e Couceiro (2020), afirmam que a instrução sobre macroinvertebrados
aquáticos como bioindicadores de qualidade ambiental vem se mostrando uma boa
alternativa para trabalhar a EA no ensino da Ecologia em escolas. Motivo disso, é a grande
aceitação pelos discentes, já que, dinamiza os processos de ensino, além de, promover o
respeito ao meio ambiente.
Ainda mais, o ensino sobre macroinvertebrados aquáticos atua como metodologia de
EA que quando destinada a alunos estabelece a interação do conteúdo estudado em sala de
aula com as experiencias do seu dia a dia, criando conexão e memória afetiva sobre esses
organismos e suas funções para a manutenção dos ecossistemas (SAMPAIO et al., 2022).

Aplicação de Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) e verificação dos parâmetros físico-


químicos

Por meio da aplicação do PAR a maioria dos alunos chegaram em resultados similares entre
condição ambiental entre ótima e boa para o Igarapé Panelas, salvo, uma dupla do 5º ano que não
respondeu nenhuma das alternativas (Quadro 3).

711
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Quadro 3 – Resultados da condição ambiental do Igarapé Panelas identificados pelo


PAR (GUIMARÃES; RODRIGUES; MALAFAIA, 2012) in loco e de maneira adaptada pelos
educandos voluntários em Altamira-PA
E.M.E.I.F. RUI BAR- E.M.E.I.F. MARIA LUIZA
BOSA DA SILVA HOLANDA
Em dupla e aplicado Individual e aplicação
SÉRIE in loco adaptado à sala de aula
Adição Adição
Condição Condição
dos dos pon-
ambiental ambiental
pontos tos
85 Ótima 75 Ótima
5º ano
0 Ruim --- ---
--- --- 75 Ótima
--- --- 75 Ótima
6º ano --- --- 80 Ótima
--- --- 80 Ótima
--- --- 75 Ótima
75 Ótima 85 Ótima
7º ano 75 Ótima 75 Ótima
65 Boa 75 Ótima
--- --- 75 Ótima
8º ano --- --- 80 Ótima
--- --- 80 Ótima
80 Ótima 75 Ótima
9º ano
65 Boa 80 Ótima
Não --- ---
identifi- 70 Boa
cada
Fonte: Autores (2022).

Observando as diferenças nos resultados dos alunos da Escola Rui Barbosa (com
aplicação do PAR em dupla), verifica-se uma alternância maior das condições ambientais
apontadas, com adição das pontuações variando entre 0, 65, 75 e 80. Por sua vez, na Escola
Maria Luiza da Silva Holanda, os valores foram acentuados entre 75 e 80, ainda classificando-
se em condição ambiental ótima. O fato dos resultados da condição ambiental expressa
pelos alunos da Escola Maria Luiza da Silva Holanda apresentarem-se tão próximos, pode
ser explicado pela adequação metodologia da aplicação do PAR para sala de aula, por meio
de, vídeos que explicaram as características de cada parâmetro abordado no protocolo, uma
vez que, em aula de campo os alunos da Escola Rui Barbosa presenciaram e interpretaram
as características do Igarapé Panelas com maior liberdade, mesmo que, estivessem
acompanhados e instruídos durante toda a visita (Figura 7).

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Figura 7 - Aplicação do PAR nas margens do Igarapé Panelas

Fonte: Lopes (2022).


Visto isso, a aplicação do PAR após a realização de atividades instrutivas, seja por visita
in loco ou adaptada para realização em sala de aula (por meio de vídeos), se apresentou de
maneira eficiente para levar conhecimentos sobre Ecologia de igarapés urbanos. Dado que,
os alunos pertencentes ao ensino básico geralmente possuem dificuldade de compreender
sobre ciências, por isso, abordagens alternativas que levam o ensino de maneira clara
com baixo custo e fácil replicabilidade, ainda mais, quando relacionadas a conservação
e preservação de diferentes habitats que acolhem uma variedade de espécies e permite
diferentes processos ecológicos, mostra-se de grande relevância para ações ligadas a EA
e construção de novos conhecimentos científicos correlatos (SAUTCHUK; ANTIQUEIRA,
2021).
O PAR é um instrumento que contribui no aprimoramento do conhecimento dos alunos
sobre os corpos d’água, além de, aproximá-los da natureza, direciona sua atenção para
as condições dos recursos hídricos urbanos regionais. Quando empregado em ação de
EA adjunto de atividades reflexivas e teóricas, possibilita entendimento integrado sobre
aspectos ecológicos dos recursos hídricos, entretanto, seu uso deve ser acompanhado de
instruções formais, palestras ou workshops para o esclarecimento de seu modo de uso
(GUIMARÃES; RODRIGUES; MALAFAIA, 2017).
Já com as verificações dos parâmetros físico-químicos (pH, Turbidez, Oxigênio
Dissolvido e Condutividade) os discentes puderam acompanhar a metodologia de análise
da qualidade da água in loco, sem a necessidade de coleta e armazenamento de amostras
e com a possibilidade de visualizar o procedimento com os equipamentos direto nas águas
do igarapé.
Deste modo, atividades ao ar livre, em espaços não formais, contribuem facilitando a
disseminação de conhecimentos relacionados a ciências ambientais para alunos de ensino
fundamental, dando margem, a troca de saberes e direcionado pensamentos analíticos que
dificilmente seriam percebidos apenas em sala de aula (LOPES; SILVA, 2019).

Avaliação da implementação da metodologia de ensino

A avaliação da implementação da metodologia de ensino foi realizada a partir da

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aplicação de formulário adaptado para os alunos do ensino fundamental (Anexo I), com
isso, foi possível avaliar se os conhecimentos passados para os alunos por meio das aulas
práticas, expositivas e teóricas contribuíram de forma significativa na promoção de
conhecimentos relacionados a Ecologia de igarapés urbanos. O formulário foi aplicado a 15
alunos de cada escola que estavam presentes no último dia de programação, um dos alunos
da Escola Rui Barbosa não participou devido não ter permanecido até o final das atividades.
As respostas das 12 questões do formulário foram dispostas em favoráveis e desfavoráveis
(sobre a assimilação dos ensinamentos repassados) para proporcionar melhor análise dos
resultados. Assim, de 180 respostas favoráveis possíveis, os alunos da Escola Rui Barbosa
atingiram uma adição de 157,5, representando um percentil de 87,5%, por sua vez, as
desfavoráveis atingiram adição de 6 (3,33%), enquanto, um total de 16,5 (9,16%) foram sem
respostas ou anuladas devido a rasuras e erros que impossibilitaram a sua identificação.
Atentando-se para o desempenho dos alunos pertencentes a Escola Maria Luiza da Silva
Holanda, nota-se que, as favoráveis somam um valor de 164 (91,11%), as desfavoráveis
compreenderam 9 (5%) e as sem respostas ou anuladas chegaram a 7 (3,88%) (Quadro 4).

Quadro 4 – Respostas do formulário aplicado (Anexo I) aos alunos de duas escolas de


Altamira-PA
E.M.E.I.F. MARIA LUIZA DA SILVA
E.M.E.I.F. RUI BARBOSA
HOLANDA
Respostas
QUESTÃO Sem
Sem res- respos-
Desfavorá-
Favoráveis Desfavoráveis postas ou Favoráveis tas ou
veis
anuladas
anuladas
Total 157,5 6 16,5 164 9 7
Percentil de
87,5% 3,33% 9,16% 91,11% 5% 3,88%
respostas
Fonte: Autores (2022).

Analisando a performance dos alunos em geral, mais de 87% alcançaram resultados


favoráveis à cerca dos conhecimentos trabalhados durante a aplicação desta pesquisa. O
desempenho dos alunos da Escola Maria Luiza da Silva Holanda foi ligeiramente maior que
o dos alunos da Escola Rui Barbosa, ao passo que, o percentil de alternativas sem respostas
ou anuladas se sobressaiu aos valores das desfavoráveis. Considerando que, os alunos da
Escola Rui Barbosa responderam o formulário após a visita as margens do Igarapé Panelas,
há possibilidade de a exaustão ter colaborado de maneira negativa no rendimento da
execução da atividade.
Ainda assim, os resultados alcançados por meio da participação dos voluntários
integrantes das duas escolas mostraram-se bastante satisfatórios, haja vista, que o emprego
de formulário evidencia o quanto os estudantes assimilaram o conteúdo repassados (por
intervenção das aulas teóricas, práticas e expositivas) (MÉDICI; LEÃO, 2020).
Pereira et al. (2023), destaca que metodologias diversificadas e de conceitos bem
embasados destinadas a estimular o interesse dos alunos para um determinado tema,
principalmente as que se diferenciam das abordagens mais comuns como o uso excessivo
de quadros e de materiais ministrados apenas com slides, são capazes de promover melhor
aprendizagem.
Por certo, estratégias que conciliam diferentes abordagens didáticas como aulas de

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campo, vídeos, textos, reflexões, imagens e materiais (conforme os empregados durante as


atividades desta pesquisa) reforçam os estímulos para a participação de alunos do ensino
fundamental nas ações de EA, fugindo de sua rotina de estudos os incorporando noções
comportamentais que facilitam o desenvolvimento individual enquanto cidadãos (GOMES;
PEDROSO, 2022).
Neste contexto, por mais que as ações de ciência cidadã como ferramenta de EA possuam
seus desafios, como manter o interesse do público para a participação das atividades. Quando
bem planejadas, aliam práticas que conduzem experiências no meio onde os cidadãos vivem
de grande importância para seu aprendizado e desenvolvimento de consciência ambiental
(PÁEZ-VACAS et al., 2023). Além de, introduzir os voluntários em discussões com raciocínio
científicos por meio de investigações ambientais que os permitem o aprendizado da ciência
em um cenário significativo, favorecendo o desempenho de suas habilidades, confiança e
capacidade de responderem questões com visão de cooperação para conservação do meio
ambiente (BALLARD; DIXON; HARRIS, 2017).

CONCLUSÕES

Com os resultados obtidos pelo ensino em Ecologia Aquática foi possível perceber que
o emprego da dinâmica de práticas vinculadas aos conhecimentos teóricos tornou o nível
de participação e percepção dos conhecimentos maior pelos discentes, ainda mais, quando
foi incluído o estudo dos bioindicadores de qualidade da água como os macroinvertebrados
aquáticos. Na avaliação da implementação da metodologia proposta para a ação de ciência
cidadã, evidenciou-se que as aulas práticas, expositivas e teóricas surtiram excelentes
efeitos sobre a assimilação dos conhecimentos repassados.
Com os resultados do PAR os alunos das duas escolas, em sua maioria, foram capazes
de perceberem os fatores (decorrentes de atividades antrópicas) que interferem nas
características químicas, físicas e biológicas que representam riscos e podem gerar impactos
no Igarapé Panelas, obtendo êxito na aplicação do protocolo sem grandes dificuldades. Que
por sua vez, mesmo sofrendo com alterações oriundas dos usos efetuados pelo ser humano,
principalmente em sua extensão urbana, ainda se encontra com sua condição ambiental
tida entre boa e ótima (em trechos diferentes).
A aplicação deste trabalho obteve maior participação dos alunos voluntários quando
ocorreu em dias seguidos, sugerindo assim, que os alunos possuem maior motivação
para participarem das aulas efetuadas de maneira constante, dando margem, para o
desenvolvimento de novos estudos correlatos como a implementação de um monitoramento
participativo do Igarapé Panelas.
Outrossim, seguindo essa linha de pesquisa como alternativa para promover a abertura
da ciência em escolas de Altamira-PA e contribuir para a dissociação dos conhecimentos
transversais relacionados ao meio ambiente no ensino básico, podem ser realizados novos
projetos de EA por parte de Instituições de Ensino Superior que venham a utilizar diferentes
ferramentas pedagógicas adaptadas e de baixo custo, com foco em variados ecossistemas
urbanos (não só os aquáticos) de maneira que introduzam conhecimentos científicos
relacionados a realidade dos estudantes voluntários.
Com o desenvolvimento desta pesquisa realizada em escolas de ensino fundamental,
considerando as particularidades dos alunos por métodos didáticos, foi possível desenvolver
práticas efetivas para compartilhar experiencias envolvendo conhecimentos científicos que
contribuíram no modo de enxergar, agir e pensar sobre os igarapés urbanos, auxiliando na
sua formação como cidadãos ambientalmente conscientes, ou seja, indivíduos que possuem

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seus direitos e deveres para com o meio onde vivem.


A partir do trabalho foi possível perceber que embora a EA esteja prevista no currículo
escolar da educação básica e os discentes apresentem interesse nessa temática, a carência
de profissionais qualificados e a ausência de recursos atrelada a inflexibilidade das escolas
acaba limitando os conhecimentos dos alunos sobre o próprio meio onde vivem.

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