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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


COORDENAÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
109 Norte – Quadra 109 Norte, Av. Ns 15, ALCNO 14, Bl 04, Sala 15, Propesq | 77001-090 | Palmas/TO
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TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO DO ALUNO


Inovação tecnológica através da incrementação da coleção biológica para a formação
taxonômica

ORIENTADOR: Silvia Leitão Dutra


NOME DO ALUNO: Kalynne Sousa Silva
CAMPUS/ESCOLA: Araguaína-TO
CURSO: Biologia- Licenciatura
LOCAL DE EXECUÇÃO: Araguaína
GRANDE ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

FONTES DE FINANCIAMENTO : não


NOME DO GRUPO DE PESQUISA: ECOLOGIA E MEIO AMBINETE
PALAVRAS-CHAVE: COLEÇÃO INVERTEBRADOS AQUATICOS
EQUIPE EXECUTORA: Silvia Leitão Dutra e Kalynne Sousa Silva

GRANDES ÁREAS DO CONHECIMENTO DA UFT:

CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS APLICADAS E LETRAS

O plano de trabalho do aluno deverá ser gravado no formato PDF, com limite máximo de 5 (cinco)
páginas (tamanho A4, fonte 12, Arial ou Times New Roman, espaçamento um e meio, margens 2,0 cm),
excluindo-se referências bibliográficas, apêndices e anexos.
1 – INTRODUÇÃO
Coleções biológicas têm existido ao longo da história como repositórios de informação, sendo
integradas por conjuntos de organismos preparados, preservados e organizados de modo a informar a
procedência e identificação taxonômica dos espécimes. As coleções, porém, não são meros
repositórios; são também centros proativos na pesquisa, na educação e na conservação da
biodiversidade (CANHOS et al, 2006; ARANDA, 2014). Coleções biológicas compõem a infra-
estrutura básica de suporte para o desenvolvimento científico e para a inovação tecnológica nas áreas
de saúde, agricultura, biodiversidade, meio ambiente e indústria (KURY et al.2006).
Dentro das coleções biológicas existem diversos tipos de coleções, como as coleções de referência,
que são voltadas ao acervo de determinado táxon ou grupos de táxons, com material que sirva para
comparação de espécimes em identificações taxonômicas; as coleções didáticas as quais tem a
finalidade de apoio pedagógico à aprendizagem de taxonomia; a coleção científica tem como objetivo
preservar o acervo indefinidamente, o registro permanente da herança natural do planeta e deve ter um
investimento contínuo; as coleções regionais são um acervo que possui exemplares de toda ou parte da
biota de uma região, com todos os dados de coletas informados corretamente (PPBio, 2020)
As Coleções Biológicas são comumente organizadas a partir de exemplares, testemunhos das ações
de pesquisa ou ensino, realizadas por profissionais ou instituições. Todo o material biológico coletado
segue um fluxo de triagem, identificação, depósito ou tombamento que permite sua disponibilização
para a comunidade científica, promovendo empréstimos, doações, permutas e o estabelecimento de
novos projetos de pesquisa, que acabam por repercutir em novos depósitos e intercâmbios (ARANDA,
2014). Materiais sem identificação de local, data e coletor não são acomodados na coleção, uma vez
que estas informações são fundamentais para análise e estudos posteriores (GARCIA et al., 2016).
A coleção fornecerá melhores informações sobre as espécies e sua distribuição geográfica do
Cerrado e Amazônia. A falta de informações advém da ausência de inventários de fauna em muitas
áreas, o que limita o conhecimento da distribuição e abundância de espécies (DE MARCO; VIANNA,
2005).
O Brasil é o maior país da região neotropical e seu território abrange alguns dos biomas mais
biodiversos do planeta. As coleções biológicas são valiosos instrumentos para registro, documentação e
consulta para se confirmar hipóteses de identificação taxonômica e distribuição geográfica desta
biodiversidade (ARANDA, 2014). A distribuição da fauna de libélulas do Brasil é pouco conhecida –
apenas 29% do território brasileiro apresentam dados sobre a riqueza de Odonata. Apenas cerca 3,5%
da área do Brasil apresentaram mais de 50 amostras tomadas. Sob esse panorama, sugere-se um maior
esforço de coleta e levantamento da fauna de Odonata, principalmente em áreas do escudo Brasileiro,
escudo das Guianas e a transição da Amazônia, para os quais praticamente não existem informações
disponíveis (DE MARCO; VIANNA, 2005). Muito possivelmente, as áreas mais ricas do país ainda
não foram descobertas. Tocantins, Piauí, Maranhão e Mato Grosso estão praticamente intocados por
pesquisadores, enquanto o nordeste todo, com exceção do sul da Bahia, juntamente com Goiás e Pará
incluem pouquíssimas áreas onde mais de 20 registros já foram feitos (DE MARCO; VIANNA, 2005).
Embora pertença formalmente à região Norte, o Estado do Tocantins encontra-se na zona de
transição geográfica entre o Cerrado e a floresta Amazônica, localizada numa região de grande
importância ecológica, com características singulares, abrigando a importante bacia hidrográfica
Tocantins- Araguaia (SILVA, 2007). Apesar da sua grande importância ecológica o Tocantins ainda é
um grande vazio de conhecimento, com um processo de informações muito lento. É importante
considerar que não são apenas as áreas descritas como desprovidas de informação que devem ser
consideradas prioritárias em próximas ações de pesquisa (DE MARCO; VIANNA, 2005). Nessas áreas
o aumento de conhecimentos e informações deve ser priorizado.
Os Odonatas, popularmente conhecidos como libélula, cambito, lava-bunda, lavadeira, cavalo-de-
judeu, zig-zag e jacinta, entre outros, são insetos hemimetábolos com adultos terrestre-aéreos e larvas
aquáticas. Suas larvas são encontradas em ambientes aquáticos lóticos e lênticos e algumas espécies em
ambientes especiais (fitotelmatas), como a água acumulada nas bainhas das folhas de bromélias e nos
ocos de árvores (SOUZA et al., 2007). Os adultos, tipicamente diurnos, com alguns representantes
crepusculares, são voadores ativos que apresentam comportamentos territoriais e sexuais bastante
complexos (SOUZA et al., 2007). Tanto os adultos como as ninfas dos Odonatas são predadores
generalistas: os adultos de Odonatas, por exemplo, alimentam-se de mosquitos e, do mesmo modo,
ninfas de Odonatas predam larvas de mosquitos (MACHADO et al., 2008). Exercendo assim um papel
controlador de populações de mosquitos.
A importância de uma coleção de Odonatas é também poder monitorar e estudar a evolução dessas
espécies já coletadas, além de descobrir novas espécies. Assim, são consideradas como patrimônio
cultural e científico (ARANDA, 2014).
A formação da coleção na UFT foi iniciada em 2013, com a doação da coleção particular da
professora Silvia Leitão Dutra, contendo 272 indivíduos, identificados e confirmados por taxônomos,
hoje a coleção contem aproximadamente 690 indivíduos pertencentes a 96 espécies. O que corresponde
a 12,8% das 749 espécies registradas para todo o Brasil (OLAYA, 2019)
Esse projeto foi elaborado levando em consideração a atual situação epidêmica, e seguindo as
normas estabelecidas pela OMS – Organização Mundial da Saúde em relação a COVID-19, e assim,
por medidas de segurança não haverá contato humano, focando apenas na identificação, permuta e
doação de material científico com outras instituições, para enriquecimento da coleção de referência da
UFT e formação em taxonomia dos alunos do curso de biologia. Sem essas informações, muitos dos
instrumentos utilizados para a conservação de espécies, como listas de espécies ameaçadas e a
definição de áreas prioritárias para conservação, se tornam pouco efetivos ou questionáveis (DE
MARCO; VIANNA, 2005). Manter ou incrementar essa coleção acelera a inovação tecnológica de
monitoramento ambiental pois aumenta o conhecimento biológico da fauna, e irá melhorar o índice
biológico da região com a adaptação do biomonitoramento para a região do Tocantins. Além da
avaliação físico-química, o monitoramento biológico é um outro modo de determinar a qualidade da
água, geralmente medida pelas alterações estruturais e funcionais das comunidades nos sistemas
ecológicos, através de suas diversidade e abundância (SILVEIRA, 2004). Além de ser um suporte no
desenvolvimento tecnológico e cientifico, contribui para formação de taxônomos e professores.

2 – OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Incrementar a coleção já existente, visando principalmente espécies dos biomas Cerrado e Amazônia
como ferramenta de Inovação tecnológica, gerenciando informações ecológicas, taxonômicas e
biogeográficas das espécies.
2.2 Objetivos específicos:
1) Aumentar a representatividade taxonômica de biomas;
2) Descrição de espécies novas presentes no acervo;
3) Informatização do acervo;
3) Formação de taxônomos, pesquisadores e professores.

3 – PLANO DE TRABALHO INDIVIDUALIZADO


Serei responsável pelo contato com instituições de pesquisa do Brasil e exterior para realizar a
permuta, recebimento de doações e manutenção do acervo da Coleção de invertebrados aquáticos da
UFT/Araguaína. Farei a digitalização e organização de dados da coleção científica de Odonata, que
permite maior numero de pesquisas e disponibilização de dado. Farei relatório parcial e final do PIBIC.
A incrementação da coleção será feita através de contatos com outras entidades científicas para
trocas reciprocas e doações de materiais, além do auxílio de taxonomistas para garantir a confiabilidade
da coleção.
4 – CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades/ Semestres 1° Semestre 2° Semestre


Contatos com Entidades/ Coleções X X
Identificação de espécies X X
Organização de material X X
Digitalização de informações X
Relatório parcial PIBIC X
Relatório final PIBIC X

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANDA, A. T. Coleções Biológicas: Conceitos básicos, curadoria e gestão, interface com a
biodiversidade e saúde pública. III Simpósio sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, 2014.

CANHOS, D. L.; SOUZA, S.; CANHOS, V. P. Coleções biológicas e sistemas de informação. Centro
de Referência em Informação Ambiental –(CRIA), Referata Biodiversa, DPI/INPE, 2006.

DE MARCO, P.; VIANNA, D. M. Distribuição do esforço de coleta de Odonata no Brasil: subsídios


para escolha de áreas prioritárias para levantamentos faunísticos. Lundiana, suplemento 6. 13-15 ISSN
1676-6180, 2005.

GARCIA, Y. M. O.; CASTRO, W. J. P.; TOMAS, W. M. Importância das Coleções Biológicas:


Coleção de Referência de Vertebrados da Embrapa Pantanal. Resumos do 4º Evento de Iniciação
Científica do Pantanal na XI Semana de Biologia, 2016.

KURY, ADRIANO B. et al. Diretrizes e estratégias para a modernização de coleções biológicas


brasileiras e a consolidação de sistemas integrados de informação sobre biodiversidade. Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos. Ministério da Ciência e Tecnologia. Brasília, Mar. 2006.

MACHADO, A. B. M.; BRESCOVIT, A. D.; MIELKE, O. H.; CASAGRANDE, M.; SILVEIRA, F.


A.; OHLWEILER, F. P.; ZEPPELINI, D. M. M.; WIELOCH, A. H., Invertebrados terrestres:
Panorama geral dos invertebrados terrestres ameaçados de extinção. Livro vermelho da fauna
brasileira ameaçada de extinção. Brasília: MMA 2008. p.319, v I, 2003.

OLAYA, M. Odonata em América Latina: a riqueza da nossa região. HETAERINA. Boletim da


Sociedade de Odonatologia Latinoamaricana. Colômbia. v.1, n.2, 2019. Disponível em:
http://www.odonatasol.org/.
PIMENTA, A. L. VASCONCELOS, T. P. C.; RODRIGUES, M. M.; STEFANO, R. G.; BINOTO, T.
G. S.; RODRIGUES, D. L.; SANTOS, J. B. O. A importância da curadoria de coleções zoológicas do
subfilo vertebrata para à comunidade científica. Revista Presença, [S.l.], v. 2, p. 17-34, aug. 2017.
ISSN 2447-1534.

PPBio. Coleção de referência. PPBio Amazônia Oriental, Museu Paraense Emílio Goeldi, S.D. Acesso
em: http://ppbio.museu-goeldi.br/?q=pt-br/cole%C3%A7%C3%A3o-de-refer%C3%AAncia. Acesso
em 15 de maio de 2020.

SILVA, L. A. G. C. Biomas Presentes no Estado do Tocantins. Consultoria Legislativa da Câmara


dos Deputados: Brasília, Brasil, 2007.

SILVEIRA, M. P. Aplicação do biomonitoramento para avaliação da qualidade da água em rios.


Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2004. 68p. (Embrapa Meio Ambiente. Documentos, 36). ISSN
1516-4691

SOUZA, L. O. I.; COSTA, J. M.; OLDRINI, B. B. Odonata. Ordem Odonata Fabricius, 1793
(Arthropoda:Insecta). Guia on-line: Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São
Paulo. Froehlich, C. G., 2007.

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