O capítulo descreve como as trocas, guerras e alianças entre portugueses, indígenas e africanos contribuíram para a formação da sociedade colonial brasileira. Os portugueses se aliavam a algumas tribos indígenas e usavam suas rivalidades a seu favor, enquanto muitos indígenas acabaram escravizados. Embora a Igreja se opusesse, o sistema colonial acabou favorecendo economicamente os colonos européus às custas dos nativos.
O capítulo descreve como as trocas, guerras e alianças entre portugueses, indígenas e africanos contribuíram para a formação da sociedade colonial brasileira. Os portugueses se aliavam a algumas tribos indígenas e usavam suas rivalidades a seu favor, enquanto muitos indígenas acabaram escravizados. Embora a Igreja se opusesse, o sistema colonial acabou favorecendo economicamente os colonos européus às custas dos nativos.
O capítulo descreve como as trocas, guerras e alianças entre portugueses, indígenas e africanos contribuíram para a formação da sociedade colonial brasileira. Os portugueses se aliavam a algumas tribos indígenas e usavam suas rivalidades a seu favor, enquanto muitos indígenas acabaram escravizados. Embora a Igreja se opusesse, o sistema colonial acabou favorecendo economicamente os colonos européus às custas dos nativos.
No livro Brasil Colonial 1443-1580, a autora Elisa Fruhauf Garcia disserta no
capítulo sete as “Trocas, guerras e alianças na formação da sociedade colonial”,
buscando enfatizar o processo da construção da identidade da sociedade colonial através da relação entre as etnias que coexistiam no período inicial da colonização.
A princípio, a autora se baseia nas argumentações de Russell-Wood no qual ele
afirma que a presença do Império português foi “com, e não isoladamente contra, os povos com os quais entraram em contato” (RUSSEL-WOOD apud GARCIA, 2014, p. 248). Baseado nisso a autora traz algumas políticas que protegiam os indígenas, como as políticas indígenas e indigenistas. Os indígenas foram fundamentais para o processo de colonização, pois compunham um cenário de alianças, ou não, denominando assim os “aliados” e os “não-aliados”, o que propiciou algumas guerras entre nativos de tribos distintas, na qual a rivalidade entre elas foi de suma importância para que os colonos conseguissem se constituir na América portuguesa, ou seja, os portugueses souberam usar as rivalidades nativas a seu favor, por meio de tratados e alianças e dando privilégios aos indígenas aliados. Dessa forma, as alianças possibilitavam a coroa adentrar territórios no processo constitutivo da colônia. Nesse contexto, a maioria dos nativos passaram pelo processo de escravidão, contribuindo nos engenhos, para o transporte de pau-brasil, entre outras mercadorias, entretanto, a Igreja contrapunha a ideia de escravização do índio, cabendo assim, aos jesuítas catequiza-los e assim “salva- los”, pois na perspectiva católica, os índios ao contrário dos negros, tinham uma alma “pura”. No entanto, a Igreja e Coroa não obteve um completo sucesso ao implantar as leis de liberdade aos indígenas e políticas indigenistas em 1609, 1680 e 1755, pois os colonos sempre arrumavam meios de escravizar o nativo de forma ilícita.
O princípio do antigo sistema colonial tinha como principal ato econômico, o
escambo (três primeiras décadas do século XVI), no entanto tais trocas sempre favoreciam economicamente os colonos, sendo efetivada, por exemplo, escambo de pau-brasil por roupas, miçangas, calçados, espelhos. No entanto tal troca proporcionava aos nativos o estabelecimento de um status social entre as tribos, grande exemplo disso foi a introdução do sapato. É incabível pensar que os indígenas eram imbecis no que tange ao desfavoreci mento no escambo, pois “isso não ocorreu porque os índios desconheciam o valor dos objetos, mas porque eles adquiriam significados distintos à proporção das suas interações, indicando os estatutos dos envolvidos”. No entanto as trocas começaram a proporcionar uma demanda por parte dos indígenas, cabendo a eles exigirem produtos mais “qualificados”, evidenciando assim um posicionamento indígenas perante ao sistema econômico no princípio do antigo sistema colonial. Advêm desse raciocínio a inserção de machados mais sofisticados, a arma de fogo com a pólvora. O acumulo primitivo de capital, por parte dos colonos, na sua relação de com os nativos aliados e com os nativos escravizados de forma ilícita, propiciou a compra de mão de obra escrava advindas da África, que no nordeste passou a ser predominante no final do século XVI. Já em São Paulo, ainda no século XVII, a mão de obra indígena era predominante, na qual, mesmo sendo proibida, os paulistas desenvolveram métodos de burlar as acusações de escravidão.
A autora ressalta, que o espaço atlântico foi fundamental para a consolidação do
Império Português, possibilitando trocas de conhecimentos, mercadorias e culturas entre a América, Europa e África, propiciando a formação “multicultural” da sociedade colonial.
No final do capítulo, a autora se embasa no teórico Stuart Schwartz, dividindo o
processo constitutivo da sociedade colonial em dois momentos, o de miscigenação e adaptação cultural. A miscigenação se baseou nas misturas de culturas para formar a identidade da sociedade colonial e com a mistura de etnias sobrepostas a um modelo europeu, buscaram se adaptar de uma forma que as suas tradições continuassem fazendo sentido para a sua existência.
Portanto, a sociedade colonial, foi fundada entre a relação de alianças e trocas,
que beneficiavam de forma significante os colonos. Já para os nativos, foi uma experiencia traumática, pois muitos acabaram morrendo com essas guerras, não só isso, mas também por doenças espoliadas pelos europeus aqui presentes. Por outro lado, aqueles que fizeram parte do sistema colonial, sofreram certamente muitas derrotas, mas tiveram alguns êxitos explicados pela autora durante o texto. Dessa forma, vemos que o nativo não foi um mero sofredor da colonização, eles foram parte dessa construção, e que sem dúvidas, e que sem dúvidas propiciou uma fundamental troca de conhecimentos entre nativos e europeus. Universidade Federal de Uberlândia
Relatório de Leitura:
Troca, Guerras e Alianças na Formação da Sociedade Colonial