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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS - IFCS


Karen Guimarães Bonfim
DRE:120133175

AVALIAÇÃO I
HISTÓRIA ECONÔMICA SOCIAL E POLÍTICA DO BRASIL

Rio de Janeiro
2022

Contatos entre portugueses e os povos originários na América no século XVI

Com a chegada dos portugueses ao Brasil, iniciou-se o processo de colonização e


apropriação da terra, compreendendo a ideia mercantil dos portugueses, entendesse que logo
após o primeiro contato se iniciam os meios para essa colonização. Dentre esses meios
estavam a escravidão de indígenas, mas também o estabelecimento de uma classe dominante
que também dominavam uma produção simbólica.
Seguindo do ponto do autor João Pacheco de Oliveira, analisando toda a importância dos
povos indígenas que foram aliados nessa construção da sociedade colônia no Brasil. Porém
essa participação teve pontos específicos, tal como a já citada escravidão indígena que foi
muito utilizada nos engenhos e nas plantações de cana, partindo então para a questão de
"Guerra justa", sendo quando os mesmos, devido às condições impostas, descasos e maus
tratos, agiam de forma hostil com os colonizadores, sendo essa uma resistência. Dessa forma
a tribo poderia ser escravizada a mando do rei. Se deve citar também a função negociadora
dos indígenas, pois se compreendia sua função de muitas vezes intermediar comércios, trocas
e acordos entre os europeus e seus povos, sendo essa função mediadora de suma importância
para as bases da colonização e dominação econômica.
Concomitantemente,mais um ponto importante desse contato se dá pela conversão cristã que
os portugueses impuseram aos povos originários de forma coercitiva, por meio da Igreja e as
catequeses produzidas pelos jesuítas, retomando assim a ideia de dominação simbólica. Dessa
forma, colocando a Igreja sobre os nativos, o rei determina que caso os indígenas quisessem,
poderiam se tornar cidadãos portugueses. Logo, é possível compreender que de um certo
modo essa abertura à "cidadania" por meio da "salvação da alma" e conhecimentos cristãos
eram em ponto uma forma de buscar o apaziguamento dos nativos perante a colonização.
Assim, tendo compreendido e analisado a "conversão" indígena ao cristianismo, é possível
iniciar o entendimento sobre os casamentos como as fontes de estabelecimento de relações
entre os europeus e os povos originários, resultando numa miscigenação. Estes casamentos
sendo feitos na forma tradicionalmente europeia e cristã, analisando também este como um
meio de acabar com as tradições indígenas, tendo em vista que aos europeus estas não eram
válidas ou "corretas", buscando então inválida-las.
Em suma, compreende-se que deste primeiro contato se construiu e resultaram as mais
variadas formas de dominação e meios de pacificação (nem sempre pacíficos) impostos sobre
os povos originários da América pelos portugueses,criando assim a diferenciação de classes
em meio a criação da colônia e também a dominação simbólica e religiosa maciçamente
estruturada nessa ideologia colonial, usando dessa ideia de "extermínio ou proteção",
atacando a resistência indígena ou os absorvendo em sua cultura, pacificando sua mente por
meio da catequese, legitimando assim a "tutela".
Em base, só haviam dois caminhos para os indígenas neste viés: aceitar o batismo e viver
conforme as submissões impostas, de acordo com as questões hierárquicas daquele império
ou sociedade e ainda sim estar à margem dela ou então em sua luta e revolta ser taxado como
o "índio bravo", escravizado, de pouco valor e dando surgimento a tais mitos, a imagem
"carrancuda" do índio, como ser indomável, resistindo por seus ideais, sua cultura
massacrada e sem muitas formas de saída dessa colonização massiva e imposta.

Referências:
OLIVEIRA, João Pacheco de. Os indígenas na fundação da colônia: uma abordagem crítica.
In: FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial. Volume 1
(1443-1580). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021. p. 167-228.

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